Uma Noite de Lua escrita por Giihrsouza


Capítulo 4
Imprevistos




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Tive uma noite agitada por conta de ficar mexendo no canto da boca... Eu tinha tudo como um lindo sonho, mas foi real... Mamãe riscou o calendário do dia, eu ia freneticamente vê-lo, ele me beijou, ou pelo menos, quase. Da próxima vez... Suspirei, e ri para mim. O sol começava a nascer, fui então me arrumar para o treino. Enquanto vestia minha blusa, peguei-me pensando no que ele me disse, me manter segura. Passos apressados começaram a ecoar na casa, com certeza o clã estava em alerta, já pronta fui para o salão, meu pai ainda não estava ali, eu cheguei cedo de mais. Comecei a fazer os selos. -Byakugan. Depois em um lampejo, tudo ficou visível, eu não deixava de me impressionar, eu podia ver ate minhas costas, nunca seria surpreendida com meus olhos no Byakugan. Olhei na direção de sempre, a casa do Clã Uchiha. Tudo estava agitado. Notei movimentos vindo ate mim, desfiz o Byakugan e olhei para a porta. Meu pai entrou com um monte de homens, com certeza do meu clã pelos olhos brancos, todos usavam bandanas na testa, com certeza para tapar o pássaro engaiolado que cada um tinha na cabeça. Eles me olharam com curiosidade. -O que faz aqui Miya? – perguntou meu pai com a voz fria. -Treino, lembra? – Com certeza ele lembrava, eu estava um pouco adiantada, mas mesmo assim não era para tanto. -Claro, mas hoje não terá, está dispensada, volte a dormir. Segunda vez que eu era dispençada. Isso não é nada bom. Será que ele já sabia do golpe que o clã de Itachi planejava? Estavam se preparando para uma batalha? Não tive reação durante alguns minutos, olhei para a face de meu pai, tentando em vão encontrar algum traço que o denunciasse, não encontrei nada, por que ele era assim? Sacudi a cabeça e saí, quando cheguei ao corredor ele me chamou. -Miya. Parei na mesma hora, não me virei, ele não podia ver meu rosto torturado pelo fato de meu próprio pai desejar a morte do meu amor. -Arrume suas coisas, Konoha não estará muito segura para você... -Vai ter uma guerra? – perguntei inocentemente. -Creio que sim, sempre soube que teria, mas não quando... Por favor, não seja teimosa, arrume uma pequena trouxa de roupas, sua mãe e você partiram a noite. Não falei mais nada, fui para meu quarto, eu realmente queria perguntar para onde iríamos, mas eu tinha certeza que ele não responderia. Chegando no quarto, peguei minha mochila de viajem, ela era nova, eu a tinha comprado quando eu tinha uns sete ou seis anos, eu queria ser uma ninja, mas meu pai não deixou. Falou na época que os ninjas não eram elite, que ele mesmo me treinaria para um momento que eu precisasse. Tirei-a do plástico e a abri, coloquei ali algumas calças,shorts e umas blusas, depois fui com ela para o banheiro, peguei meus cremes para cabelo e minha escova de dente. Mamãe apareceu na porta, sua expressão era triste. -Para onde vamos, mãe? – Claro que ela sabia, meu pai contava muitas coisas a ela. -Para um esconderijo que os Hyuuga tem longe de Konoha, durante a luta, as mulheres da elite vão para lá... -As mulheres da elite se resumem a nós mãe, e as outras? -Vão lutar, elas são ninjas. – Uma lágrima rolou de seu rosto. -Mas mãe... O filho do irmão do meu pai ainda é pequeno, não podemos deixar que a mãe dele lute... E...E se ela não voltar? -Estou tentando convencer seu pai de levar Neji conosco, afinal de contas, ele só tem um ano. -Tentando? – Agora eu chorava. – Como ele pode ser tão frio? É apenas uma criança, mesmo que não seja da elite, ele tem que vir conosco. Abracei minha mãe, era terrível a idéia de deixar um clã inteiro para trás só por conta de ser ou não de elite, nos Uchiha não tem essa discriminação, só tem a família daquele que controla o clã. Nada mais, mas eles se respeitam, pelo menos acho que é assim. Hinata deu um pulo na barriga de mamãe, eu ri com isso. -Ela parece querer te abraçar também. -Quando acha que ela vai nascer? -Daqui a uma semana se não me engano. Pelo menos uma esperança de felicidade nasceria logo, Hinata... Eu serei uma irmã para ela, a pessoa em que ela vai confiar, vai se espelhar, eu tenho que dar exemplos para ela. O dia passou voando, eu me ocupei fazendo os suprimentos, meu pai permitiu que levássemos apenas Neji conosco, sua mãe iria lutar ao lado do meu “tio”. De noite, eu segurava Neji em meus braços, ele era tão pequeno e frágil, como não se sensibilizar com ele? Agora corríamos, eu estava preocupada com Itachi, cada segundo parecia passar tão lentamente, tão estupidamente devagar que me irritava, por que essa guerra idiota não acabava logo? Já era de manha quando paramos em uma grande árvore, de raízes muito grandes, estava escuro, eu não via passagem nenhuma, mas minha mãe me guiou, ela estava com o Byakugan nos olhos, abriu uma porta e depois que eu entrei e depois, ela a selou com chakara. O lugar era úmido demais, não faria nada bem para o bebê. Os raios de sol entravam por frestas no teto, mas eram muito escassos. Minha mãe colocou as coisas dela em uma mesa no sul do esconderijo, ali tinha uma pequena cozinha muito mal abastecida. Ela começou a preparar algo, não reparei no que era. Andei com Neji ate uma das frestas de sol, ele precisava desse sol para ficar saudável. Quando o sol bateu em seu rosto ele riu, mas não abriu os olhos, ficou imóvel, absorvendo o sol. Eu queria saber como estava Itachi, se ele estava ajudando as mulheres de seu clã a vir em esconderijos tipo esse... Queria vê-lo, pedir novamente para ele se cuidar, para que ele não morresse e... Eu queria beijá-lo, de verdade... Sentir seus lábios no meu... -Miya... Acordei de meus pensamentos, olhei para Neji, ele dormia, aninhado no calor, não era uma advertência, olhei para minha mãe, ela tinha uma mamadeira na mão. -Dê a ele. – ela me entregou a mamadeira. -Ele ta dormindo mãe. -Não, não está, tire-o desse sol, você vai acabar machucando os olhos dele assim. Me levantei do canto onde estava e fui para um sofá velho que tinha ali, ele abriu imediatamente os olhos brancos e grandes. Minha mãe riu. -Nenéns do nosso clã têm olhos sensíveis ao sol, pela ausência de cor. Por isso eles ficam parados e de olhos fechados. Coloquei a mamadeira na boca dele, ele a sugou com força, Neji estava faminto. Eu ri. -Que guloso, Neji, cuidado para não engasgar. Mamãe sentou-se ao meu lado, passei Neji para ela, ele encaixou na barriga gigantesca dela e continuou mamando. Não demorou nem três minutos e ele terminou a mamadeira. -Agora ele ta dormindo. – Mamãe estava com os olhos cheios de emoção olhando para ele. Claro que estava, ela queria um neném de olhos sensíveis só para ela, Neji agora a deixava com ansiedade de aninhar Hinata no colo. Observando-a me veio uma imagem na cabeça, eu segurando um menino, de cabelos negros e com um Sharingan estranho, Itachi estava ao meu lado sorrindo. Meu filho com Itachi, tive que rir daquilo. -O que é engraçado Miya? – Sua expressão era de humor e dúvida. -Nada mãe... Nada... – Eu ainda ria. Anoiteceu, estávamos sem notícia nenhuma isso estressava muito, antes de dormirmos, minha mãe arrumou um “berço” para Neji. Um corvo entrou no esconderijo e pousou na mesa. Corri para recebê-lo, aquilo era notícias. Em fim. Peguei o pergaminho que dizia assim. “A batalha começou, os Uchiha tentam a todo modo derrubar nosso clã, mas não conseguem, já tem uma média boa de mortes.” Engoli a seco... Mortes... Continuei lendo. “Infelizmente estamos meio em desvantagem, mesmo com cada cérebro experiente do nosso clã, os Uchihas tem um melhor, Itachi, esse está dando problemas. O Yondaime já planeja intervir, isso foi dito por nossa fonte interna.” “Amanhã será o grande dia de batalha, que o espírito do fogo nos proteja”. Passei o pequeno pergaminho a minha mãe, eu estava aliviada, Itachi ainda estava vivo, depois que o Hokage intervir, não haverá mais o que temer. Com a luta antecipada eu agora estava totalmente perdida, acho que nem Itachi sabia que ela seria antes do previsto. Continue vivo meu amor, eu te espero na cachoeira quando toda essa confusão passar. Pensei. Eu o amava muito para suportar a idéia de vê-lo morto.

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