Para Roxenne, Com Amor. escrita por CarolMoura


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Bem, não tenho muito o que dizer agora...
Apenas aproveitem e deixem sua review! ;)



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Prólogo

Isabella nunca havia entendido a morte.

Ou pelo menos, nunca havia visto nenhum sentindo em velar uma pessoa na sala da sua casa com um mar de pessoas que ela nem conhecia. Ela olhou ao longo do corredor as pessoas transitando pela casa que a muito já não era mais sua enquanto comiam dos petiscos daquele coquetel fornecido pela família. Ela não entendia por que havia comes e bebes em um funeral. Nunca havia entendido em todos os seus vinte e um anos como as pessoas simplesmente pareciam celebrar a morte de alguém que agora estava na sala de estar dentro de um caixão branco segurando uma rosa e um terço.

Vovó sequer era católica.

Verdade, fora Roxenne Swan que ensinara a neta que Deus não estava em uma igreja e sim dentro de seu coração e em qualquer lugar e hora ela poderia conversar com ele. Fora ela também que dissera não querer nenhum carnaval quando morresse e ela havia pedido isso há não mais do que duas semanas quando estava internada no hospital; Seu penúltimo desejo não havia sido realizado, graças à um de seus filhos.  Isabella teve novamente raiva do Tio Frank, já que nunca havia se importado com a mãe. Morando em outra cidade, as responsabilidades com a vovó sempre haviam sido do pai dela e agora, - como se fosse o melhor filho do mundo, - estava bancando um circo para que todos que conhecessem o ser dentro do caixão.

“Esta é a maneira dele se redimir por estar longe.” Charlie havia falado para a filha.

Claro papai, continue pensando assim.

Ela havia retrucado mentalmente. Ela sabia mais, sabia melhor. Sabia que Frank sempre usava qualquer oportunidade para esfregar na cara de seu pai o quanto tinha mais condições do que ele.

Bem, Frank poderia ter tudo. Mas ele não tinha o amor e dedicação de Isabella. A filha e neta querida da família. Bem, pelo menos na família em que Charlie, Roxenne e Bella formavam. E isso poderia não fazer falta para ele agora, mas certamente faria um dia.

- Bells? - ela ouviu Charlie chamar quando a avistou ao chegar na cozinha. - Estamos prontos para as suas palavras, quando você estiver. – ele disse calmamente. Não chorava, mas ela sabia que ela e Charlie não chorariam. Roxenne estava em um lugar muito melhor, havia sido liberada da dor do seu câncer no pulmão e do Alzheimer adquiridos quase que simultaneamente a pouco mais de oito meses. Eles haviam chorado o suficiente enquanto cuidavam dela.


Ela assentiu para o pai e caminhou para a sala. Em um ato automático, olhou-se no espelho do corredor da casa para ver como estava a sua roupa. O vestido preto a deixava mais pálida, ela notou que suas olheiras estavam mais profundas do que ontem e provavelmente estariam melhores amanhã. Quando tudo aquilo finalmente tivesse fim.



Todos se reuniram na grande sala da casa, enquanto Isabella evitava olhar para o caixão ao lado do púlpito colocado estrategicamente para que ela e a avó

apresentassem aquele teatro juntas.



Desculpe, Roxy.



Ela pediu a avó em pensamento.


Sei que me pediu algo muito diferente disso, mas prometo acatar todas as outras ordens que você me deu.

Quando percebeu que todos estavam em silêncio soube que era hora de começar.

- Obrigada por hmm... aparecerem. – ela falou de forma desconsertada. – Eu não sei exatamente por que fui escolhida para esta tarefa, talvez por ter sido a pessoa mais próxima de Roxy. Acho que eu a conhecia melhor do que todos, sem desmerecê-los, é claro. – ela sentiu-se corar. – Minha avó foi uma mulher forte, sincera acima de tudo e muito discreta. Acredito que ela esteja melhor onde quer que esteja agora. Ela não queria nada disso, na verdade. – Bella gesticulou mostrando toda a decoração de flores e ignorando o Tio Frank, sabendo que ele iria virar isso contra ela ao final do dia. Não importava, ela estaria pronta para ele. – Mas eu prometi que eu realizaria cada um de seus desejos. E é isso que pretendo fazer. Bem, tirando este que não pude evitar. – ela murmurou mais para si do que para os outros e encarou a luz da janela atrás dela.  – Desculpa por isso novamente. Eu amo você. – ao se virar ela direcionou seu agradecimento aos convidados novamente. - Mais uma vez obrigada.

Bella encerrou,  deixando algumas pessoas decepcionadas com seu discurso aparentemente fraco e frio. Quem se importava afinal? Ela não iria revelar grandes façanhas da avó para pessoas que mal a conheciam e que estavam ali para aproveitar a boca livre patrocinada pelo Tio Frank.


**

Ela ouviu Frank e Charlie discutindo mais tarde, naquela noite. Suspirando, continuou a juntar os copos espalhados pela casa e levou-os para a cozinha. Quando chegou ao cômodo viu uma sombra escorada na porta. Ela não precisava se esforçar para saber quem era.


- Está melhor agora? – ele perguntou suavemente como se estivesse testando o seu humor.


- Estou. Está tudo acabado. -  ela preferiu não olhar pra ele.


- Quer um abraço agora?


- Hum... não, não realmente. -  ela largou os copos e se apoiou na pia.


As vozes bravas agora eram mais altas. Sabia que o tio e o pai estavam se aproximando de onde ela estava.

- Você! – Bella se virou sabendo que agora seria a sua vez de ouvir barbaridades, mas estava sem paciência para isso.


- Frank, nem comece...


- Sua falta de educação hoje foi...


- O quê? -  Isabella se exaltou. -  Aliás... Por que você não foi embora ainda?


- Mais respeito mocinha... Eu acabei de perder a minha mãe...


- Você? -  ela começou a rir.


- Frank, chega! -  Charlie avisou com um tom de ameaça.

- Você não perdeu a sua mãe, eu perdi a minha. - Bella começou. - E agora você não precisa mais fingir ser um filho amoroso Frank, pode ir embora. E por favor, não volte.

- Sua...



- Opa, odeio me meter em assuntos de família, mas veja bem... Não vou deixar você insultar a minha Bella aqui sem que depois eu me sinta na liberdade de chutar o seu traseiro para bem longe, logo... – Frank olhou para a grande musculatura do indivíduo e foi embora, com toda a  superioridade que ela pensava ter. Bella torceu que fosse para sempre.


- Obrigada filho. -  Charlie disse, se aproximando da porta.


- Por nada chefe, eu sempre vou ajudar o nosso botãozinho de rosa aqui.


Ela odiava os apelidos que ele colocava nela, mas não se incomodou em corrigi-lo naquele momento e voltou a guardar e limpar as coisas. O amigo ficou observando-a com tristeza. Ela estava fechada, estava dura. Ela perdera a única mãe que teve de uma forma dolorosa e lenta, aquela perda fora gradativa, cada vez a avó lembrava-se menos dela e quando lembrava enchia a menina de recados e afazeres. Com o tempo, Bella passou a anotá-los para que não os esquecesse, apesar de serem coisas simples como: Não deixe o seu pai; Não abandone a faculdade; Seja a melhor professora que o mundo já viu; Apaixone-se. Em seu último momento de lucidez, há duas semanas, Roxenne disse a Isabella onde estaria uma caixa que uma vez havia sido branca, - hoje era apenas amarelada com manchas marrom e flores secas coladas em sua tampa, - pedindo que ela procurasse, abrisse e tomasse conhecimento do que realmente era amar.


- Eu amo a senhora! Sei o que é amar. E o que farei com isso? – Bella disse sorrindo para a avó.


- Não é disso que estou falando.. Faça o que estou pedindo, você saberá o que fazer. – Roxy pediu com sua voz fraquinha. Bella assentiu tentando não chorar, não tinha muito tempo que Roxy havia se lembrado dela, poderia esquecer-se em segundos novamente.


- A última carta Isabellita, eu preciso que você responda a última carta, e peça desculpas a ele.

- A ele quem, vovó?

- Oh! Olá minha jovem, em que posso ajudá-la?


E foi a última vez que Isabella tivera Roxy consigo. Depois do seu último pedido ela não havia mais retornado e seguiu sem lembrar-se do filho ou da neta até morrer durante a madrugada de dois de junho de dois mil e onze.

- Bells, vamos... Deixa isso ai! Vamos dar uma volta.


- Não dá, tenho que terminar antes de ir ao quarto dela, preciso fazer uma coisa antes de voltar para Seattle.

- Não, você vem comigo. – ele correu e pegou-a pelo braço, puxando para a rua.

- Emmett! Eu preciso...


- E te ajudo depois. Agora vem, vamos andar um pouco.


**

Caminhando pelas ruas escuras e geladas de Forks, Isabella se manteve em silêncio o quanto pôde. Emmett a conhecia o suficiente para deixá-la como estava, ele nada disse enquanto ela não se pronunciou primeiro.

- Obrigada por ter vindo Mett, foi importante ter você aqui. – ela disse respirando fundo enquanto enrolava seus cabelos para evitar que o vento os trouxesse novamente para seu rosto.


- Qualquer coisa por você, rosinha. – ele lhe sorriu de volta. – Eu não a deixaria sozinha neste momento.


Ela assentiu silenciosamente.


- Você sabe que não pode chorar, não é? Eu tenho tendências fugitivas quando vejo uma mulher chorando. – ele disse com preocupação brincalhona e isso fez Bella gargalhar pela primeira vez nas duas últimas semanas.


- Não se preocupe, agora tudo está bem, tudo está normal.


- E você vai voltar! -  ele disse mais alto e animado. – Vai voltar para a faculdade comigo!


- Sim! – ela disse rindo um pouco. – Roxy não me perdoaria se eu perdesse mais um semestre de faculdade e meu pai insistiu que eu voltasse ao campus durante as férias para voltar a me organizar.


- Não há muito o que fazer, você sabe... Eu cuidei de tudo.


- Eu sei Emm, obrigada novamente.


- E agora?


- Agora vou fazer as coisas que Roxy pediu.


- Tipo, tudo? -  Emmett perguntou curioso.


- Tudo, eu não deixarei nada para trás. Farei por ela.


Por Roxenne Isabella Swan.


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Notas finais do capítulo

E então? Só posso continuar se alguém se interessar né?
Bjs,



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