Yesterday: O Passado de Finnick Odair escrita por Callisto


Capítulo 3
Capítulo III ─ Uma garota bonita


Notas iniciais do capítulo

3º cap.
Vocês não vão gostar nem um pouco dele, tenho certeza. Mas minhas tendências masoquistas falaram mais alto e acabei postando. JASIJASOIASJI
(Não tive tempo de revisar, então é bem provável que esteja CHEIO de erros. :c Desculpe por isso)
Boa leitura!



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If he loves you? He loves you not

Be the one to leave him baby,

don't get caught If he loves you,

set your heart on fire

I hate to be the one to tell you he's lie

If he loves you?

He loves you not

Se ele ama você? Ele não te ama

Seja a única que vai deixá-lo querida, não seja pega.

Se ele te ama, ateie fogo em seu coração

Eu odeio ser quem vai te dizer que ele é uma mentira

Se ele te ama?

Ele não te ama.

The Pretty Reckless - He Loves You




4º verão



É uma manhã ensolarada no Distrito 4 e Finnick, como de costume, está comprando alguns itens na área comercial. Traz uma enorme sacola de peixes e alguns pássaros consigo, com o intuito de usá-los como objetos de troca. Após passar por uma série de pequenos estabelecimentos que não vendem coisas do seu interesse, chega à famosa venda de artefatos de pesca da Phoebe e acena para a sorridente vendedora.

– Oh, Finnick! Como é bom vê-lo novamente!

O garoto sorri.

– Igualmente, Phoebe.

– Onde está seu pai? Há tempos não vejo aquele velho rabugento.

– Foi trabalhar no Centro com Ellie - responde.

Kian arrumou um novo emprego como balconista na área mais movimentada do Centro. Ellie, que já trabalhava anteriormente como vendedora de conchas, nunca lucrou tanto. Ambos estão cobiçando a hipótese de irem morar naquela área do distrito, todavia - por questões óbvias - ainda não falaram nada para o filho, que com certeza se recusaria a se distanciar tanto do mar.

– E você não quis ir junto por quê? - pergunta a mulher.

– Eu prefiro ficar aqui. Não gosto muito do Centro.

(Mentira! Mentira! Finnick quer ficar perto de Annie, e foi apenas e exclusivamente por causa disso que recusou-se a abandonar a Orla por apenas um dia!)

A mulher pousa os imensos olhos azuis no rosto de Finnick, analisando sua expressão como quem analisa um cobaia, e sorri levemente. Não é à toa que o garoto morria de medo dela quando criança; a mulher lê semblantes e interpreta olhares com uma maestria um tanto sobrenatural. Bizarro.

– Sim, claro - diz ela - De qualquer forma... o que vai querer hoje, Kian Júnior?

– Uma rede média e algumas iscas prontas - Finnick pega a sacola de peixes recém-pescados e a coloca em cima do pequeno carrinho de madeira de Phoebe - Pode ser uma rede velha, não tem problema.

Phoebe ri baixinho.

– Não precisa me pagar agora. Afinal, você precisará desses peixes para o jantar.

O garoto agradece e pega a rede das mãos calejadas da vendedora. Já está dando meia volta quando algo (ou melhor, alguém) o faz parar.

– Vovó, a senhora viu onde eu botei minhas sandálias? - pergunta uma voz feminina.

Finnick vira-se, deparando-se com uma menina que nunca tinha visto antes; ele sabe disso pois é simplesmente impossível ver aquela garota e não se lembrar depois. A primeira coisa que ele repara, obviamente, é em sua beleza: cabelos quase brancos e bem curtos, pele de porcelana, altura mediana e olhos azuis e tão assustadoramente bonitos quanto os de Phoebe. Ela parece ser uma versão mais jovem, encantadora e resplandescente da vendedora ambulante.

(Annie talvez, só talvez, tenha ido parar em um lugar bem distante na sua mente agora...)

– Yona, esse é Finnick Odair, um antigo cliente meu - diz Phoebe - Finnick, essa é Yona, minha neta.

A garota sorri docemente.

– Oi.

– Oi. - responde o menino, aproximando-se - É um prazer conhecê-la, Yona.

(Minha nossa, como ele é bonito)

– Sim - é a única palavra que ela consegue proferir - Sim, digo o mesmo.

– Finnick - chama Phoebe - Você poderia ficar um pouco com minha neta? Eu preciso tomar conta dos negócios aqui e ela não tem ninguém para brincar.

– Está certo - responde.

(Está certíssimo)

────────────────────────────────────────────────────────────

São duas da tarde; em outras palavras, é hora de Annie encontrar-se com seu melhor amigo Finnick.

A menina precisa forçar os olhos para enxergar devido ao sol intenso e ao vento salgado que provém do oceano. Usa seu vestido novo (azul, até o joelho), presente de vovô pelo seu bom comportamento e excelentes notas. Está com o cabelo preso em um coque desta vez, apenas para contrariar a rotina, e usa sandálias de madeira nos pés. Após alguns minutos de caminhada, avista a silhueta do garoto ao longe e acena, sorridente. Finnick não responde. Resolve andar mais alguns passos e...

Espere,

(o sorriso esvanece, assim como sua felicidade em vê-lo)
não é apenas uma silhueta. São duas.

Há alguém com Finn.

Ela aproxima-se à passos calculados, intrigada. "Talvez não seja ele", reflete. "Talvez seja uma criança qualquer sentada no nosso ponto de encontro diário, só isso".

(Óh criança boba, quem está tentando enganar com essa ladainha?)

Logo, Annie está há uma distância pequena das silhuetas. A primeira coisa que distingue na pessoa ao lado de Finnick são os cabelos louros e perfeitamente lisos. Depois, os olhos cor do céu - "ei, parecem os olhos daquela vendedora ambulante esquisita, Phoebe" - e aquele sorriso perfeito. Não se incomodaria com aquele sorriso em nenhuma situação, com exceção daquela.

– Annie! - Finnick exclama, assim que a enxerga - Que bom que está aqui. Eu...

– Finnick. Oi. - interrompe ela, dando um sorriso endurecido.

O garoto ergue as sobrancelhas.

– Você está bem?

(Não)

– Estou ótima. E você vai bem espero que sim - Annie parece cuspir as palavras de tão rápido que responde.

– Ahn, vou bem, obrigado. - diz Finnick. "Ela está falando daquele jeito engraçadinho novamente", pensa, sorrindo. - Essa aqui é Yona, a neta da Phoebe. - o menino indica a loira com a cabeça - Acho que vocês se darão bem.

O sorriso genérico de Annie alarga-se ainda mais.

– Ah, oi! Eu não tinha te visto aí. Eu sou a Annie.

– Olá - a outra menina sorri - Bonito vestido.

– São seus olhos - a fala de Annie está repleta de um escárnio que, naquele momento, passa desapercebido aos ouvidos de Finnick - Enfim, o que vocês estavam fazendo antes de eu aparecer?

Ele aponta para uma cesta de frutas.

– Estávamos fazendo um lanche. Senta aí.

Annie acomoda-se no espaço entre o garoto e Yona propositalmente e coloca uma amora entre os dentes, tomando a sábia decisão de canalizar o ataque de ciúmes momentâneo para a comida - que, por sinal, está deliciosamente doce.

– Onde conseguiram essas frutas? São deliciosas.

– Eu e Nick fomos até o pomar da minha avó e colhemos - responde Yona.

(Nick?)

(Mas que diabo de apelido esdrúxulo é esse?)

– Ah.

– Eu posso te mostrar onde é qualquer dia desses, se você quiser. O Nick disse que...

– Eu não tenho tempo para esse tipo de coisa - atropela Annie - Eu tenho que fazer quase tudo na minha casa. Como meu avô sempre diz, não posso perder tempo valioso com futilidades.

Yona franze o cenho.

– Desculpe.

– Ei, garotas - desconversa Finnick, começando a perceber uma curiosa hostilidade por parte de Annie. Esquece-a pouco depois de notá-la. - Vamos fazer alguma outra coisa. Vocês estão com vontade de entrar na água e nadar um pouco?

– É claro que sim! - exclama a loira, alegre - Eu a-m-o nadar!

"Deve ser porque você é uma piranha", pensa Annie. Então, a voz de seu avô a repreendendo invade sua mente. "Ops. Desculpa, vovô".

– Então vamos logo! - Finnick pega Yona pelo braço e faz uma menção para a outra garota acompanhá-lo. No entanto, Annie continua inerte na areia.

– Não quero ir. - diz.

É lógico que Annie espera que o garoto agarre seu braço e implore para que ela os acompanhe, mas não é exatamente isso que acontece. Finnick simplesmente dá de ombros e diz, com um sorriso brincando em seus lábios:

– Fique aí então, sua rabugenta. Mas saiba que vai perder a ótima oportunidade de mergulhar nesse mar lindo.

Então os dois saem em direção ao mar, deixando para trás uma inconformada Annie. Esta fica observando os dois se divertirem de longe (e forrando o estômago com as tais frutinhas recém-colhidas).

Enquanto está na água, Finnick não percebe o ciúme que está provocando na menina; a possibilidade não passa pela sua cabeça uma vez se quer. Ele e sua nova amiga Yona nadam - ao contrário de certas pessoas, ela é uma exímia nadadora - e conversam por longos minutos. No final, quando já estão cansados de ficar dentro do mar, saem abraçados como velhos amigos. A cena deixa Annie nada mais nada menos que possessa.

(Afinal, ela conhece Finn há bem mais tempo e ele nunca anda abraçado com ela)

– Vocês querem ir na minha casa? - propõe Yona, assim que alcançam a areia. Logo em seguida, acrescenta: - Annie, você não precisa ir se não quiser.

– É uma ótima ideia - concorda Finnick. Depois, volta-se para Annie - Você quer vir conosco?

– Claro que sim - responde repentinamente - Eu adoraria.

(Vai que Finnick decide apostar algo quando ele e a outra estiverem sozinhos...)

────────────────────────────────────────────────────────────

A casa de Yona é modesta, assim como a grande maioria das residências que circundam a Orla. O lugar é divido em quatro cômodos pequenos, sendo dois deles a cozinha e o banheiro, e não há uma sala de estar para receber convidados. A menina afirma que o pomar de sua avó não é acoplado à casa devido a falta de espaço do quintal, o qual não passa de um cubículo de concreto cinza rodeado por um canteiro de orquídeas.

Assim que passam pela porta dianteira, a mãe de Yona aparece e oferece uma porção de bolo de algas verdes. Ela é uma moça jovem para o cargo de mãe e, diferentemente dos membros da família já vistos por Annie, não possui aqueles intensos olhos azuis, mas sim pequenos e afiados olhos verdes. O cabelo, por sua vez, é bem parecido com o da filha - loiro claro, liso, brilhante e um tanto exótico.

Yona conduz Annie e Finnick até o cômodo onde dorme. É um quarto apertado, mas bem arrumadinho. As paredes são cheias de ilustrações de paisagens e animais.

– Minha atividade favorita é desenhar - explica ela, indicando com o dedo uma das imagens - Essa aqui foi feita há mais ou menos três anos e é a mais recente de todas. Retrata o dia da colheita.

Finnick aproxima-se para analisar a cena mais de perto.

– Eu me lembro dessa colheita - diz - Nenhum dos nossos tributos sobreviveu nesse ano.

Yona assente.

– Como vocês se sentem sabendo que daqui a dois anos já estarão... vocês sabem, concorrendo? - pergunta ela, delicadamente.

– Assustada - responde Annie, falando pela primeira vez desde que chegou à casa.

– Muito - diz Finnick.

– Bem... eu terei meu nome posto naquela urna pela primeira vez este ano - murmura ela, a tristeza explícita nos seus brilhantes olhos azuis - Vocês... vocês estarão torcendo para que eu não seja sorteada, certo?

– É claro que sim - responde o garoto - E as chances são realmente pequenas. Você não vai ser escolhida.

(Nenhum deles pisará naquela arena, nenhum)

Annie concorda com a cabeça. Apesar de não gostar nem um pouco de Yona, sem sombra de dúvidas não gostaria vê-la esgotando seus dias na Arena dos Jogos. Se tem uma coisa que ela e Finnick têm em comum é a opinião a respeito dos tais Jogos Vorazes. Para ambos, as pessoas da Capital não passam de um bando de acéfalos alienados.

Yona esboça um sorriso. Após alguns segundos de silêncio sepulcral, Finnick diz:

– Preciso ir. Meu pai disse que preciso estar em casa às quatro e meia. Além do mais, ainda tenho que pegar as algas que minha mãe pediu.

– Entendo - diz Yona, entristecida - E você, Annie? Pode ficar mais um pouco?

– Não, eu fiquei de lavar as roupas lá em casa hoje - balbucia.

– Ah, sim. Bom, sempre que quiserem voltar, a casa está de portas abertas.

– Obrigado, Yona, foi um prazer ter passado o dia com você - diz Finnick, dando um beijo estalado na bochecha da garota.

Annie revira os olhos e murmura algo como "É, foi legal". Poucos minutos depois, todos já tomaram seus respectivos caminhos.




(FIM DO CAPÍTULO III)


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Notas finais do capítulo

O próx. cap já está pronto, mas só posto se ganhar reviews neste.



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