Inverno Da Alma escrita por Lady Trotsky


Capítulo 3
2 - Reencontro explosivo


Notas iniciais do capítulo

O começo da jornada do Doutor, Amy e Rory no Gokai Galleon.



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– Quem são vocês?! Querem estragar a nossa nave?! - exclamou aquele pirata maldito.

– Eu sou o Doutor - respondeu ele sorrindo.

– Doutor quem? - perguntou ele em um tom bem zangado.

– Apenas o Doutor, jovem pirata. Devo dizer que seu navio voador é... fantástico! - disse meu amigo, no que senti meu estômago embrulhar. Ele tinha mesmo que ser tão gentil com aquela gente?

– Se importa de descer com essa caixa daí? O mastro vai quebrar com isso! - exclamou ele furioso enquanto eu ria atrás do Doutor e o casal Pond ficava olhando sem entender absolutamente nada. Eu notava que Rory nem ousava sair de onde estava e Amy me olhava como se quisesse perguntar algo, porém, temendo a resposta que eu daria.

– Certo, eu só preciso... - ele deu uma explicação que eu não havia pegado bem e quando vimos, a TARDIS dera mais cinco voltas pelo navio para depois ficar em cima dele, na parte da proa.

A cara do capitão Marvelous dizia claramente que ele queria entender aquele processo estranho. Foi quando o azul marinho da equipe, Joe, o traidor filho da puta, perguntou: - Desde quando cabines azuis voam?

O Doutor pigarreou e respondeu: - Isso não é uma cabine azul voadora simplesmente, jovenzinho.

– Quantos anos o senhor pensa que eu tenho?! – exclamou Joe muito puto da vida.

– Eu sou muito, mas muito velho que você mesmo – riu ele para depois perguntar: - Gostariam de saber o que é isso, jovens piratas do espaço?

Luka e Ahim, as garotas piratas, se aproximaram com um leve receio e Marvelous, agora sorrindo, disse todo galante:

– Queremos! Primeiro as damas, garotas.

Ambas sorriram e logo estavam se aproximando da nave para entrar e quando o fizeram, ficaram literalmente mudas de espanto. Depois, quando os quatro homens entraram, nenhum deles acreditava no que via e Gai, o prata escandaloso, correu para fora para olhar novamente a parte de fora e voltou, se perguntando como podia ser aquilo possível.

– É... muito maior por dentro - Don Dogoier, o verde repolho da equipe, olhou incrédulo. Francamente, alguém que se diz gênio da equipe devia saber um mínimo sobre aquilo.

– Tecnologia de Gallifrey com exclusividade para os piratas do espaço - riu o Doutor todo alegrinho. Eu segurava com toda a força a vontade de esganar cada um deles enquanto Amy me olhava perguntando se eles eram as pessoas a quem eu me referia como os responsáveis pela minha queda.

– Isso aqui é para ser algo parecido com a direção? - perguntou a amarela gananciosa chamada Luka Milffy.

– Sim, mas se não sabe mexer, não encoste a mão - sorriu o Doutor de forma bem superior, exatamente como eu esperava dele em relação a ela naquele caso.

– Mas tem pelo menos cinco desses - disse a princesa de contos de fadas chamada Ahim.

– Originalmente, a TARDIS é para ser dirigida por cinco pilotos, só que somente eu e Beren sabemos lidar com ela, afinal, nós dois somos gallifreianos - disse ele sorrindo. Confesso que adorava meu novo nome, achava que soava lindo.

Entretanto, Joe e Marvelous me olhavam de maneira estranha. Eu não gostava do olhar de nenhum dos dois. Será que...?

– Beren, é? Nome idiota para alguém mais idiota ainda – riu Marvelous evidentemente zombando de mim, mas o riso logo cessou, dando lugar a uma expressão de muito ódio, no que os outros, especialmente Joe, ficaram com a mesma cara, no que eu percebi que eles sabiam quem eu era. Mas como eles sabiam?!

– Não ofenda o meu garoto, pirata sujo! – a fúria do Doutor me pegou de surpresa. Naquele minuto, eu não sabia se dizia algo ou ficava quieto. E Amy e Rory procuravam ficar fora do assunto embora a expressão da ruiva me dissesse que ela estava pronta para me defender caso eu precisasse, porém, aquela briga era minha.

– Acho que o sujo aqui é o seu amigo. Por acaso você sabe quem ele é? – perguntou Luka, no que Marvelous estava pronto para atacar o Doutor com a espada e Joe parecia pronto para me espancar enquanto os outros três só me olhavam com nojo e desprezo.

– Eu sei, mas isso não me importa, senhorita. Ele está comigo e nenhum de vocês vai tocá-lo, então... – dizia ele, quando eu o interrompi: - Doutor, essa briga é minha. Você não tem que se envolver nisso.

– Não permitirei que eles te machuquem – disse ele, que pelo jeito estava pronto para matar um daqueles piratas se caso algum deles avançasse em mim.

– Doutor! Eu não sou mais criança, sei me defender! – exclamei para depois dizer me aproximando de peito aberto, correndo sério risco de ser atravessado por uma espada, já que Marvelous estava armado:

– Eu sei que desculpas não vão adiantar nada e que justificativas nada são, mas eu garanto uma coisa: mesmo que eu derrotasse vocês, eu nunca lhes faria realmente mal. A única coisa que eu queria era provar meu valor para herdar o império quando meu pai se fosse desse universo, mas vocês... conseguiram destruir o meu pai e a minha vida toda. Estão satisfeitos? Ou ainda querem meu sangue? Expor minha cabeça em praça pública? Empalar-me em uma estaca? Amarrar-me a carros e os fazer arrancarem meus membros e cabeça? É isso? Façam, se vocês tiverem coragem, se vocês forem... piratas, como dizem ser. Sabe qual é a verdade? Eu duvido que vocês sobrevivam apenas um dia se tiverem que enfrentar Daleks, Cybermen, Slitheens e outros tipos de alienígenas que vocês jamais viram. Aposto a minha existência nisso!

O Doutor, o casal Pond e os piratas estavam impressionados com o meu discurso enfurecido, quando Joe abriu a maldita boca rindo: - Pensei que essa coisa de mudança de personalidade com a regeneração fosse lenda, mas pelo jeito, a coisa realmente é séria. Eu achava que você fugiria correndo que nem aquela vez que o Marvelous te acertou um tiro.

Foi aí que me dei conta de que não sabia como os Gokaigers sabiam de mim e perguntei como eles perceberam a minha identidade, no que Joe respondeu:

– Eu estranhei quando te vi e ouvi seus dois corações batendo. Lembra-se de quando você sofreu aquele acidente enquanto caçava? Por acaso eu estava na ala da enfermaria ao lado da sua, ferido após uma missão com o Cid-senpai, e o Damaras havia feito questão de te atender, o que achei estranho considerando que ele não era médico e geralmente você, sendo o príncipe, deveria ser atendido na enfermaria real, porém, a conversa entre ele e a... maldita da Insarn me fez perceber que tinha algo muito errado com você. E quando perguntei ao Cid-senpai se existia algum povo no universo que tinha dois corações, ele me contou a lenda que envolvia a Guerra do Tempo e a destruição do lendário planeta Gallifrey. Quem diria que você... é um gallifreiano. Eu só não questionei mais porque eu sabia que um dos dois poderia acabar comigo se eu de fato soubesse o grande segredo do filho idiota do imperador Ackudos Gil.

– Filho idiota do imperador é a puta que te botou no mundo, bastardo! – exclamei avançando em Joe com um soco e acertando-o com força, tanto que ele caiu no chão, no que senti uma lâmina encostando-se às minhas costas:

– Saia de cima do Joe, seu pedaço de merda. Toque nele outra vez, você morre. Nem regeneração vai funcionar se eu enfiar essa lâmina em você.

Quando me levantei, ainda sentindo a espada apontada para minhas costas, escutei o barulho de algo quebrando e um grito vindo de todo mundo, exceto Joe, que ainda estava tonto pelo soco levado: - Marvelous-chan!

Ao me virar repentinamente, vi que o Doutor tinha uma cadeira quebrada em mãos: - Eu disse que ninguém tocava no meu garoto!

Foi apenas naquele momento que enxerguei uma legítima raiva estampada nos olhos dele ao mesmo tempo em que via os outros piratas tentando acordar seu capitão depois deste tomar uma cadeira na cabeça e me perguntando de onde ele havia tirado aquela cadeira.

– É tudo sua culpa, seu merda, bastardo filho da puta! – berrou a amarela com tal raiva que até os meus ouvidos tremeram. E em um gesto inesperado, ela me deu uma cusparada na cara.

– Não é uma vagabunda que vai cuspir na cara do meu amigo! – gritou Amy descendo a mão na cara da pirata com tal força que por dois segundos ela chegou a perder o equilíbrio. Por pouco Luka não caíra por cima do grupo logo atrás dela, que ainda tentava acordar Marvelous.

Quando olhei bem o rosto de Luka Milffy, era muito visível a marca dos dedos de Amy no rosto dela, o que me espantou, pois a ruiva não costumava ter tanta força. Estava muito claro que a pirata amarela nunca tinha tomado uma bofetada tão forte, quando o momento todo foi interrompido por Rory, que estava muito puto da vida:

– Pelo amor de Deus, gente! Mas que tipo de merda vocês acham que estão fazendo?! Ao invés de vocês ficarem relembrando as dores do passado, vocês deviam enxergar o presente e viver o futuro! Por que não tentam parar de brigar e ter uma conversa pacífica?! Nenhum de vocês aqui é capaz de conversar feito gente civilizada?! Até você, Doutor! Você seu deu conta da merda que fez?! E você, Warz Gil?! O seu querido passado recente quase coloca a gente em uma encrenca! Imagina se esses cinco estivessem mesmo armados?! Nós estaríamos mortos, porcaria! Será que nenhum de vocês liga para a vida?! Isso é maneira de resolver as coisas?! Pelo amor de Deus, acordem, porra!

A expressão do Pond dizia que ele não queria nos ver brigando e esperava que tentássemos conversar com civilidade.

Foi quando o Doutor se deu conta de que tinha agido incrivelmente mal: - Eu... sinto muito! Por favor, como ele está?!

– Ainda desacordado, seu alienígena imbecil! – gritou Gai, que em seguida perguntou raivoso: - O que te faz defender tanto esse lixo?! Será que você sabe o que ele tentou fazer com o nosso planeta, mentecapto do espaço sideral?!

– Sei o que ele tentou e não aprovo isso. Eu não estava por esses lados enquanto acontecia e muito menos eu sabia que ele era o filho da minha melhor amiga Ravena – respondeu o Doutor tristemente para depois continuar:

– O Warz Gil foi tudo o que restou do meu povo além de mim e da TARDIS. Como acha que posso não protegê-lo e querer seu bem?

Gai, Don e Ahim alternaram seus olhares entre eu e o Doutor e logo a princesa disse: - Nós também temos coisas únicas que restaram das nossas vidas passadas. Eu não posso dizer que gosto do Warz Gil, mas se pararmos para pensar apenas cinco minutos, a culpa de tudo o que nos aconteceu não é realmente dele, pois ele pegou o barco navegando e foi na “onda dos acontecimentos”.

Foi quando vi que Marvelous já tinha recobrado a consciência e tinha ouvido as últimas partes da conversa: - Isso não justifica nada do que ele fez. Ele continua sendo um idiota miserável e eu não pretendo perdoá-lo.

– Então você e seus piratas saiam da minha nave que nós iremos levantar voo agora e nunca mais quero me deparar com vocês novamente – disse o Doutor, parecendo não se arrepender de ter arrebentado uma cadeira na cabeça de Marvelous.

Os seis Gokaigers assentiram e iam se retirar para que saíssemos dali, porém, o Doutor percebeu que o motor da TARDIS estava desligado...

– Ótimo, mil vezes ótimo! A TARDIS está desativada e não temos como sair daqui a não ser carregando-a em Cardiff!

– Você tá sugerindo que peçamos ajuda aos piratas? Sinceramente não acho uma boa ideia isso – disse Rory olhando o grupo próximo à porta.

– Então quer dizer que o meu navio vai ficar carregando essa porcaria de cabine voadora até só Deus sabe onde?! – exclamou o capitão muito puto das ideias.

– Parece que não temos escolha a não ser sermos hóspedes temporários – disse o Doutor bufando enquanto eu desejava nunca ter chegado ali.

– Nós deveríamos recusar ajuda depois de tudo o que aconteceu, mas também não temos escolha porque essa nave não se mexe sozinha e nem todos nós juntos poderíamos com o peso dela – disse Don temendo que sua fala acabasse deixando as coisas ainda mais tensas.

O Doutor e o capitão pirata bufaram no mesmo ritmo e tempo. Aquela seria uma complicada estadia.


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Notas finais do capítulo

E vocês? Gostaram? Querem saber como essa história continua?
Terceiro capítulo: Be safe.



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