Logo que eles entraram, sentiram um caminhão de lembrança os invadindo. Uma espécie de sombra corria pelo corredor com uma lança, e os atingiu, gritando “Traidor”. Isso os chocou mais do que qualquer coisa, aquela sombra tinha a aparência do professor Dumbledore. Nada fazia mais sentido, para nenhum dos deles.

Harry se sentia mal pelo fato de ter que abandonar Gina, e o fato de ver Dumbledore ali em pé, como se estivesse vivo o perturbava. Hermione já estava extremamente frágil pela morte do professor, e ainda tudo o que Draco fizera com ela, era tudo tão doloroso... Ela só não caia por ter que ser forte para Ron e Harry, se não, ela não saberia o que fazer. Ronald, bem, ele estava em pedaços fazia semanas, nada o fazia ficar melhor, a vida não poderia ser mais amarga, perdera a garota que amava, a sua família desconfiava dele, como poderiam se nem mesmo ele confiava em si mesmo. O que acontecera naquela porta quase o matara, ele realmente pensou que morreria, aquilo, aquela coisa, Dumbledore, quando gritara “Traidor”, fez o coração do pobre ruivo parar. Ele achou que estava direcionado a ele por ter traído os seus amigos.

Eles saíram da porta e foram, silenciosamente, se arrumar nos quartos... Mesmo tendo muitos, eles ficaram no mesmo quarto, colocaram três colchões no chão e arrumaram as suas coisas, ficarem separados, mesmo pelas finas paredes daquela casa, os arrepiava, os três estavam tão sombriamente sozinhos que isso apertava as suas almas.

– Meninos... Eu vou comer algo... se ainda tiver algo nesta casa que Monstro não comeu...

– Eu vou com você – falou Harry.

Antes de descerem, Hermione conseguiu ver a expressão de medo de Ronald se modificar, ele encarou os dois, e a garota pode ver claramente que os olhos dele escondiam uma certa dor. Ela não ligou, todos tinham dor em seu coração, por um motivo, ou por outro.

Ao descerem, Harry não hesitou ao gritar por Monstro, que chegou na cozinha trovejando e amaldiçoando.

– Esses sangues ruins imundos que sujam a casa de minha senhora, esses traidores do sangue e mestiços que insultam o nome da família Black. – disse o elfo, que estava, nada mais, do que com raiva.

– Nunca mais repita isso! Eles são meus amigos, amigos do seu mestre, não repita isso jamais! – falou Harry.

– sim, senhor – disse Montro, com contragosto.

– Não faça isso, Harry – falou Hermione defendendo o elfo – nada disso é culpa dele, você sabe o porque ele é assim, e também sabe as consequências que ter um mestre que era mal com ele trouxe...

Uma mascara de dor se formou no rosto de Harry, ele sabia, por causa disso, o padrinho estava morto, o último Black, Sirius...

– Lembre-se do que Dumbledore disse.... – falou uma voz, vinda da porta, Ron estava os encarando.

Flash Back On.

Uma semana antes de morrer, Dumbedore estava em sua sala, lendo, como sempre. Logo, Harry entrou e lhe perguntou o porquê de ter sido chamado ali.

– Bem, Harry, eu só quero que você saiba de mais uma coisa, em sua busca, se precisar, use de tudo o que for considerado seu...

– Não estou entendendo, professor.

– Não precisa entender nada, não agora, eu só quero que você aceite o que eu tenho que lhe dizer e lhe dar.

– Tudo bem, professor.

Assim, Harry se sentou na cadeira em frente da escrivaninha de Dumbledore.

– Eu quero que você aceite isso. – falou Dumbledore, entregando-lhe algo embrulhado em um pequeno lenço.

Harry encarou o diretor com uma certa curiosidade, logo ele pegou o embrulho e viu o que havia dentro, uma chave, simples e pequena, poderia abrir qualquer porta, Harry não tinha ideia de onde poderia usar.

– Hm... Obrigada, eu acho.

– Era de Sirius, ele confiou a mim lhe entregar isso, falando que isso poderia tornar a sua vida mais fácil no Largo Grimmauld.

Flash Back of.

Harry logo tirou a chave do bolso, andava com ele em todos dos momentos, e ele não queria se separar dela, era a última coisa que lhe restara de Sirius, era a última coisa de alguém da família havia lhe dado.

– Monstro, eu tenho um presente para você... – Assim, Harry se abaixou, ficando da altura da criatura, e olhou na direção dele. – Isso era de Sirius e acho que eu devo lhe dar.

Harry estendeu a chave para o pequeno, que a pegou com as mãos trêmulas, Hermione jurava que podia ver um leve sorriso no rosto dele.

Monstro pegou a chave e logo podia-se ver lágrimas em seus olhos, chorar, algo que os três queriam fazer naquele momento, mas não podiam... Monstro murmurou um pequeno “Obrigado, senhor” e saiu andando em direção as escadas.

O pequeno elfo foi andando em direção ao último andar da casa, murmurando coisas.

– Nunca pude entrar no quarto... Nunca, os meus senhores não deixavam... Falavam que era um lugar da família, e o meu senhor Regulo falava que era pessoal de mais para Montro entrar... É, sim... O meu senhor Sirius gritou com Monstro quando ele tentou entrar no quarto, foi sim, foi mesmo... Ele disse que só poderia entrar no quarto do meu senhor Regulo quando tivesse a chave, e aqui está... O meu senhor Harry Potter me deu, deu sim...

Harry e Hermione se entre olharam, assustados, o que podia ser tão importante com aquela chave que Monstro a queria tanto... Eles não sabiam, mas não ligavam,o que importava era que aquilo fazia Monstro feliz...

Quando chegaram ao quarto, Montro abriu a porta e ele puderam ver, escrito em todas as paredes.

– Medalhão

– Cálice

– Diadema

Harry logo viu que aquilo eram as horcrux. Quem era aquela pessoa que sabia tanto das horcruxes...

Hermione ficou mais abismada pelo fato de ver algo que ela achou familiar. Um símbolo, o símbolo que estava no pescoço do pai de Luna.

Estavam em toda parte, na havia como não se ver... Mas a coisa mais visível, era a felicidade e gratidão de Monstro, era impressionante e lindo ver que poderia se ter tanta felicidade, em meio a dor.