- Morgana! – gritou Regina. Ela corria cada vez mais rápido atrás da garota. – Morgana! – ela não parava de chamar o nome dela. Queria poder se explicar, dizer a ela toda a verdade, mas era impossível alcançá-la, deixando Mr. Gold para trás, com um sorriso satisfeito nos lábios.

Morgana corria rápido, sem olhar para trás. Estava com sua mochila nas costas.

Então elas entraram na floresta. Estava cada vez mais fechada à medida que entravam. Até que Morgana desapareceu por trás de uma árvore maior que as outras, deixando Regina apenas ouvir o grito que a garota deu. Um grito que foi ficando mais abafado a cada segundo. Quando Regina chegou ao local onde a garota desaparecera, deparou-se com um imenso buraco.

- Morgana! – gritou mais alto. Regina estava sem fôlego, dos seus olhos caíam mais e mais lágrimas. Sem pensar duas vezes, Regina se jogou para dentro do buraco que parecia não ter fim. Depois de um ou dois minutos ela atingiu o chão. Agora estava numa sala com portas e uma chave. Foi quando ela notou que uma delas já estava aberta. Passou por ela e deparou-se dessa vez com o País das Maravilhas.

Assim que saiu daquela sala, notou mais alguma coisa estranha: ela estava diferente. Seu cabelo aumentou, suas roupas mudaram. Foi quando ela percebeu que voltara a ser a Rainha Má. Então ela teve uma sensação de desconforto, Morgana não podia vê-la daquela forma. Acabaria julgando-a mal.

Mais a frente estava Morgana. A garota corria sem parar, sem olhar para qualquer outro lado que não fosse a sua frente. Ela parecia conhecer muito bem cada canto daquele lugar. Ela só queria ficar sozinha. Morgana agora não estava mais com a sua mochila, e usava o casaco azul que antes fora de Regina, uma calça e botas. Até que ela parou de correr e viu alguém nem um pouco estranho.

- Morgana – chamou Jefferson, o chapeleiro. – O que faz aqui?

- Preciso de um tempo sozinha – respondeu. Seus olhos ensopados de lágrimas. – Alice não está aqui?

Jefferson soltou um suspiro.

- Alice não aparece por aqui há muito tempo. Ela falou algo sobre o verdadeiro lugar dela... Mas e você? Encontrou quem estava procurando?

- Acho que sim – respondeu, sem emoção. – Talvez fosse melhor não ter ido atrás dela, sei lá.

- De quem é que está falando?

- Da Regina. É ela, Jefferson.

- Então espere aí... você se lembrou de tudo?

Morgana assentiu com a cabeça.

- Era tudo verdade... Minha avó não mentiu. Minha mãe é a Rainha Má!

Mas algum barulho estranho fez com que Morgana levasse um susto. Havia algo se mexendo atrás deles. Depois de um tempo olhando para o lugar de onde viera o barulho, Jefferson sussurrou:

- Cavaleiros vermelhos!

No mesmo instante os dois começaram a correr, seguidos agora pelos cavaleiros da Rainha de Copas. Mas algo fez Morgana tropeçar e cair. Quando a garota tentou levantar-se, foi tarde demais. Um dos cavaleiros a pegara. E enquanto eles carregavam a garota, Jefferson os acompanhou com o olhar.

- Eu vou buscar ajuda! Você vai ficar bem!

Mas na verdade ele nem sabia por onde começar.

Enquanto isso, Regina continuava a procurar pela sua filha, olhando para todos os lados, gritando pelo seu nome, mas ninguém respondia. Mas ela se lembrou de que havia uma inimiga lá. Então começaria pelo lugar mais perigoso.

Regina, então, rumou para o castelo da Rainha de Copas.

No caminho, acabou esbarrando com Jefferson.

- Regina! – gritou. Depois parou para recuperar o fôlego. – Ainda bem... que eu te encontrei.

- O que foi? – perguntou ela. Não queria ficar perdendo tempo conversando com ele.

- É a Morgana – e ao ouvir o nome da filha, o estômago de Regina revirou. – Ela precisa de ajuda.

- Aconteceu alguma coisa com ela?

- Ainda não... Mas ela foi levada por cavaleiros vermelhos. É melhor irmos logo.

Regina não respondeu. No mesmo instante já estava correndo em direção ao castelo. Agora ela não tinha mesmo tempo a perder. Sua filha poderia ter sua cabeça cortada a qualquer momento.

Não demoraram muito a chegar ao castelo da Rainha de Copas. Foi quando Regina avistou, de longe, sua filha, próxima ao trono da Rainha.

- Morgana! – gritou Regina, sem se importar que alguém ouvisse.

Morgana virou-se e correu em direção a sua mãe, mas algo a impediu de correr mais. Como se houvesse uma parede invisível, Morgana bateu de frente e caiu no chão. Regina não entendeu muito bem e chegou mais perto e notou que havia uma barreira separando as duas.

- Me desculpa – disse Morgana, com a voz abafada pela barreira. Dos seus olhos escorriam lágrimas. Ela levantou uma mão, na esperança de alcançar a de Regina do outro lado. – Eu devia ter acreditado em você.

- Eu vou tirar você daqui – disse Regina. – Eu prometo.

- Que cena comovente – disse a Rainha de Copas, levantando-se do trono e chegando mais perto de Regina. Seu rosto coberto por um véu vermelho. – Mãe e filha se encontram novamente.

- Por que você insiste em tirar tudo que é meu? – perguntou Regina.

Então a Rainha de Copas parou e levantou suas mãos, segurando seu véu. Até que o tirou e revelou sua face. Naquele momento Regina quis morrer, fugir, estar em qualquer lugar desde que não fosse aquele. Ela não podia acreditar, não queria, mas era a verdade, estava bem à sua frente.

A Rainha de Copas era Cora.

- Porque esse é o meu final feliz.