Depois de deixar Henry em seu quarto para dormir, Regina voltou para a sala, onde estava Morgana, esperando por uma boa explicação.

- Vai me contar agora? – perguntou.

Regina balançou a cabeça num sim e sentou-se perto da garota, que ainda parecia tremer um pouco de frio.

Ela lembrava-se muito bem de como tudo começou. Mas às vezes fazia questão de esquecer para evitar o sofrimento.

Já estava casada com o Rei quando descobriu que estava grávida, e com Cora pegando no seu pé ficava muito difícil esconder o que estava acontecendo. Ela sabia muito bem que se sua mãe descobrisse sua gravidez, iria deduzir que o filho era de Daniel e provavelmente não a deixaria ficar com a criança.

Mas enquanto o tempo passava e a sua barriga crescia, ficou claro para Cora o que estava acontecendo com sua filha.

- Grávida – exclamou Cora. – O Rei terá um herdeiro dado por você, minha filha – os olhos da mulher começaram a brilhar de excitação.

Mas aquela reação foi apenas momentânea. Foi quando Cora notou que sua filha não devia estar grávida há tanto tempo. Mas ela continuou a falar sempre a mesma coisa para a filha – pelo menos até o dia do nascimento.

- Onde está a minha filha? – perguntou Regina, com o suor tomando conta do seu corpo. O parto acabara de ser feito. O Rei estava ao seu lado, olhando para Cora, esperando por uma resposta.

- Eu sinto muito – disse Cora, forçando algumas lágrimas a caírem. – Ela não resistiu. Está morta.

E lá se foi o sonho de Regina ter ainda ao seu lado uma parte de Daniel. Dessa vez não tinha mais como tê-lo, nem como ser feliz ao lembrar-se dele. Tudo lhe fora arrancado e só lhe restara um vazio dentro de si.

Regina agora estava com seus olhos cheios de lágrimas, como se tivesse vivendo novamente aquele momento. A dor que sentia era muito grande.

- Isso é tudo? – perguntou Morgana.

- É o que eu me lembro.

Morgana parou por um momento, analisando a prefeita, até que voltou a falar.

- Não acho que isso fez de você uma rainha má – ao ouvir aquela expressão, Regina arregalou os olhos, assustada.

- Você acha que eu seja uma rainha má?

- Bom... A minha avó me disse uma vez que você não me queria porque você era uma rainha má. Ela disse que você não se importava com a felicidade de ninguém.

Era difícil estar ouvindo aquelas palavras, pois eram praticamente verdadeiras. Ela era, de fato, a rainha má, mas naquele instante não se sentia nem um pouco bem por ser quem era.

Regina, então começou a caminhar de um lado para o outro. Estava tentando evitar olhar nos olhos da garota.

- Então, se eu sou a rainha má, por que você aceitou vir até aqui? Você poderia ter fugido.

- Talvez porque eu acreditava que fosse mentira. Que mesmo que você fosse a rainha má de quem minha avó tanto falou, não pode ser pior que ela.

Regina parou onde estava e olhou para a garota, retribuindo o sorriso que ela lhe dava.

- Você é a única que pensa assim.

- Melhor do que não ter ninguém que pense assim.

Ela sorriu novamente e dessa vez abaixou-se de frente à garota, tomando as mãos dela nas suas.

- Olha... Eu preciso que você faça uma coisa pra mim.

Morgana assentiu com a cabeça, esperando Regina prosseguir.

- Não importa o que disserem a você sobre mim. Eu preciso que você acredite que eu vou mudar. Preciso que acredite em mim. Você me promete que não vai se voltar contra mim?

- Por que você está me pedindo isso?

- Por favor – uma lágrima desceu pela sua face – preciso que me prometa.

Morgana parou por alguns instantes, estudando Regina, até que respondeu:

- Eu prometo.