Como Seth conseguia beijar cada vez melhor? Um enigma. Meu Deus, eu fico ate sem ar. Mordi de leve seu lábio inferior enquanto nos separávamos depois do 4º beijo, talvez 5º ou 6º, enfim né.

    Interrompemos a sessão de beijos por falta de ar e por termos ganhado alguma sanidade também. O que Sue ia pensar se me visse aqui?

“Deveríamos realmente ver um filme” opinei “Não quero que a Sue chegue e pense besteira de mim.”

    Isso me preocupava, se ela entra e vê agente se beijando, sozinhos em casa, no quarto dele, ate eu pensaria merda.

“Concordo” Seth disse com a voz um pouco rouca.

    Ele foi pra sala pegar o filme e eu o segui só que para cozinha. Uma pipoca cai muito bem vendo filme, com o barulho da chuva. Seth logo percebeu minhas intenções e me ajudou com a pipoca. Bom, ajudar não é bem a palavra. Ele mais comeu do que ajudou, mas não reclamei e fiz mais.

    Seth pegou refrigerante na geladeira para levar, assim que ele se afastou percebi que a chuva realmente fez esfriar o clima, um vento frio correu pela janela da sala aberta.

“Ei,” falei praticamente correndo na direção de Seth. “fica frio sem você” complementei me embrenhando nele, que riu passando os braços em meu torno.

     Pegamos as coisas e fomos juntos para o quarto, só então fui reparar no filme. A Órfã, li na capa.

“Terror não,” reclamei manhosa “porque não vemos uma comedia?”

“Não é terror, é suspense” ele respondeu colocando o DVD e pegando o controle.

“Sei, suspense”

    Seth não ligou para meus apelos, apenas deitou na cama, puxando-me junto. Colocou o filme pra rolar e depois passou seus braços ao meu redor. Encolhi-me em meu aquecedor particular.

    Já havia passado mais da metade do filme, e tinha umas ceninhas bem pesadas, como dos pais dela na cozinha fazendo... Melhor deixar pra la. Nessas e algumas outras horas onde aquela estúpida musica de suspense começava, eu escondia meu rosto no peito de Seth. E ele ria da minha cara. Obvio que pra ele não era nada né, já havia lutado e matado – um arrepio me percorreu, não gosto nada nada da ideia dele em uma luta.

    Cena final Esther aparece no lago do nada e eu levo um susto, e então ela levou um chute, bem no pescoço, que foi quebrado pelo chute. Isso pode acontecer?

“Da pra quebrar o pescoço de alguém com um chute?” perguntei parando de olhar o filme e me virando pra Seth, ele soltou uma risadinha

“Dar ate da, mas tem que ser um chute muito forte, e no caso do filme foi armado” me explicou com paciência.

“Ah” complementei estupidamente.

    O filma já havia acabado, mas nenhum de nós queria se mover, estava tão bom aqui. Com meu próprio pedaço de paraíso me segurando. Meu celular tocou – gritou, no meu bolso “Party rock is in the house tonight. Everybody just have a good time. And we gonna make you lose your mind. Everybody…”  Apertei atender.

“Oi mãe” tentei parecer normal 

“Pensei que não ia me atender nunca” – Mamãe disse irritada, ok alguém muito tempo sem sangue

“Vai caçar hoje?” questionei, ela sempre ficava irritada quando passava muito tempo sem comer. Ou beber.

“Vou, estou saindo agora” – ela respondeu, a ta explicado o mau humor “espero uma ligação da senhoria amanha. Vai pra La Push esquece da vida?!”

   Era fácil ouvir seu tom enciumado, Seth conteve a risada, ela ouviria se ele risse.

“Também estou com saudades mamãe.” pude ouvir ela se derreter toda “Suas também papai.” Disse um pouco mais alto. Ouvi sua risada.

“Ah bom pensei que tinha me esquecido” – papai falou rindo

    “Vai querer falar com ela Emmett?” ouvi mamãe reclamar do outro lado da linha, ela passou mais de uma semana e meia sem caçar só pode.

“Te amo querida, mande Bella te alimentar” – mamãe disse docemente “Amo também” papai gritou de propósito.

“Também a vocês, beijo.” – desliguei o telefone depois disso e o enfiei no bolso.

    Virei-me e percebi que Seth me observava, como encantado com algo. Não sei o que. Deitei de novo ao seu lado e ele tirou uma mecha do meu cabelo que cobria meu rosto. Fiquei de bruços e tomei a iniciativa colando meus lábios nos dele, insegura.

     Seth correspondeu imediatamente aprofundando o beijo e segurando meu rosto entre suas mãos da maneira mais gentil. Uma corrente elétrica me percorreu. Acho que eu nunca me acostumaria com a sensação dele, da sua pele na minha, do jeito que ele me olha, como se eu fosse a mais perfeita de todas. E sinceramente, eu espero não me acostumar.

    Quebramos o beijo juntos entre selinhos e gestos de carinho.

“Te amo tanto” Seth sussurrou da forma mas vulnerável, aquela que te fazia não duvidar.

    Suas palavras tiveram um efeito dominador sobre mim. Minha mente recordou-se ontem, quando meu mundo mudou por inteiro. Havia se passado apenas um dia? O sentimento em mim mostrava o quanto as ultimas horas mudaram a minha vida. Pra melhor.

    Não me vejo mais sem Seth, ele se tornou a pessoa mais importante pra mim, assim como tenho certeza absoluta de ser para ele. Chega ate a ser estranho como em tão pouco tempo tudo se transformou, somente com uma visita a La Push.

    Amor, o que significava o amor? Sorrir apenas por ver seu sorriso? Eu sorria. Adorar cada detalhe nele, ate os defeitos? Eu adorava. Sentir-me bem só por estar com ele? Eu sentia. Querer estar ao seu lado em todas as horas? Eu queria.

   Sentia-me em um filme, onde a mocinha encontra o mocinho e os dois vivem felizes para sempre, como em um conto de fadas. Eu quero meu conto de fadas, com meu lindo príncipe encantado. O príncipe eu já achei, estou vivendo o conto de fadas nesse exato momento. E o final feliz? Quem disse que precisa ter um final?

    Parecia ter refletido por horas, mas apenas alguns segundos se passaram e eu ainda ouvia sua voz ecoando pela minha cabeça. E eu pude responder com toda a certeza.

“Eu te amo também”