POV ANNABETH

Acordo sobressaltada pelo sonho, ou melhor, pesadelo que acabei de ter. Me sento na cama que posso chamar de minha, pois Percy se recusava a me deixar dormir no colchão que, teoricamente, tínhamos que revezar. Olho para os lados e estão todos dormindo, e deveriam estar mesmo ainda era muito cedo, então escoro na parede e tento normalizar a minha respiração meu sonho fora horrível. Sonhara que estamos em meio a uma guerra e todas as pessoas que eu amava estavam mortas a minha volta, eu tentava correr ate onde pessoas ainda lutavam, mas eu não conseguia mexer, tentava gritar, mas minha voz também não saia. Mas apesar de não estar sendo notada uma das pessoas que lutavam me notou e caminhou ate mim com a espada em mãos, não conseguia ver o rosto da pessoa, mas podia ver seus olhos brilhando de ódio. Ela levantou a espada e antes que pudesse me atingir eu acordei.

Olhei pela janela que estava a minha frente tentando me acalmar, mas o que eu vi me deixou mais preocupada, pela janela vi uma fumaça estranha, escura. Decidi me levar e ir ver o que estava acontecendo.

Quando cheguei do lado que fora a cena que vi foi desoladora. As arvores do acampamento estavam em chamas, alguns chalés estavam em pedaços, era como se a Terceira Guerra mundial estivesse estourado e nenhum de nós tinha percebido.

Corri para dentro e acordei todos. Todos levantaram e saímos desesperados.

Quando chegamos ao centro do acampamento às coisas estavam piores do que podíamos imaginar. A área das piscinas estava quase toda destruída, e agua das piscinas estava sendo usada para apagar os vários focos de incêndios, a parte da coordenação tinha desmoronado, as quadras eram agora imensas crateras e a biblioteca estava em chamas era como se o acampamento tivesse sofrido uma chuva de meteoros.

Corri ate um campista que estava com vários baldes nas mãos e perguntei o que estava acontecendo.

– Ninguém sabe! Acordamos e estava tudo pegando fogo ou destruídos! A única coisa que Quiron nos disse quando o procuramos é que é pra apagarmos os focos de incêndio e socorrermos os feridos. Apenas isso, ele não quer nos dizer o que aconteceu. - diz o campista.

–Como assim não quis dizer?- pergunta Seis ao que o campista da de ombros.

–Você sabe onde nos podemos ajudar?- pergunta Percy.

–Vocês podem ajudar a apagar o fogo que esta acabando com a biblioteca. - disse nos entregando alguns baldes.- Encham os baldes nas piscinas, agora vamos rápido não temos tempo pra mais conversas.

Cada um pegou um balde e corremos ate as piscinas, todos encheram os seus baldes e correram ate a biblioteca e eu estava prestes a fazer o mesmo quando vi Quiron entrando na floresta e não contive o impulso de segui-lo. Corri ate o lugar onde ele havia desaparecido entre as arvores e o segui sem ser percebida.

Quiron andou ate uma clareia olhou ao redor e então encarou o céu e começou a cochichar, não, cochichar não, Quiron parecia estar rezando. Cheguei mais perto e consegui ouvir o que ele dizia:

–Senhor Zeus, precisamos de sua benção. Nós ajude... – disse e foi diminuindo o tom de voz me impedindo de escutar o resto. Mas instantes depois o tempo fechou e uma chuva grossa começou a cair sobre o acampamento.

–Obrigado, senhor. - disse Quiron. Logo após um trovão rimbombou nos céus. Eu ofeguei e Quiron se virou para onde eu estava. Ele me olhou de olhos arregalados.

Eu me virei e sai correndo, aquilo fora esquisito e familiar demais pra mim. Eu corri, corri, mas n sabia para onde, a chuva estava grossa demais pra enxergar o caminho então eu corri ate esbarrar em alguém, esse alguém me segurou antes que eu pudesse cair e graças a Deus esse alguém era Percy.

–Annabeth? O que foi?- perguntou enquanto me levava para baixo do refeitório q era o único edifício intacto.

–Eu vi... eu vi... - tentei dizer mas eu não conseguia explicar o que tinha visto. E também não queria contar nada a Percy ele já tinha problemas demais. Mal dormia anoite, mal conversava com os outros, tentava ao máximo não ser notado pelos outros, mas eu notava todas essas mudanças. Via o quanto ele estava diferente, via as olheiras embaixo de seus olhos. Ele não aguentava ser diferente, ele se sentia uma aberração. Não vou dizer que para mim era normal um garoto controlar a agua. Isso não era nada normal, mas aquele garoto mexia comigo. Eu me sentia obrigada a protegê-lo e a defendê-lo. E o pior de tudo eu sentia com se o conhecesse há séculos e ao mesmo tempo sentia que não o conhecia. Por todas essas coisas eu me abracei a ele e afundei a minha cabeça em seu peito.

–O que foi? Você esta bem?- perguntou Percy preocupado.

–Eu estou bem, só estou cansada de tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo. - digo.

– Eu também. - diz e me puxa pra mais perto.

Não sei quanto tempo ficamos assim, mas acho que fora poucos minutos, pois alguém diz ao nosso lado:

–A tempestade passou.

Me separo de Percy para observar o céu e não era simplesmente o que o garoto havia falado a tempestade realmente havia passado, mas o céu agora estava extremamente limpo sem nenhum sinal das nuvens que antes haviam me encharcado. Nesse momento o sol brilhava no céu, como uma linda manha de verão.

– Estranho, parece que nem choveu. - comenta Percy ao meu lado.

–Parece que foi apenas uma chuva para apagar o fogo. - digo desconfiada.

–É verdade. Muita coincidência. - diz Percy.

–Coincidencia demais.

Nos encaramos e Percy tenta descobrir o que eu estou escondendo mas não conto nada para ele, ele já tem problemas demais.

–Annabeth... - começa a dizer Percy quando Piper chega derepente acompanhada dos outros.

–Vocês viram isso? Muito estranho né?- pergunta.

–Estranho ate demais. - concorda Percy.

– O tempo é muito volúvel, ao invés de reclamarem vocês deviam era agradecer. - diz Seis.

–Ok, mas não deixa de ser estranho. - diz John.

– Como disse a Seis, vamos parar de reclamar. Onde será que Quiron se meteu?- pergunta Jason.

Olhamos em volta procurando o nosso atual responsável, mas não havia sinal do senhor em sua cadeira de rodas. Decidimos então irmos pegar nosso café da manha.

Quando nos sentamos em nossa mesa me viro para Percy e pergunto:

–Seu pai te avisou que estava indo pra a tal reunião entre os acampamentos?

–Não, mas ele não costuma me avisar esse tipo de coisa. - diz me olhando.- E a sua mãe?

–Também não me avisou nada, o que é estranho, pois ela sempre me avisa. - digo.

–Deve ter sido uma emergência, não se preocupe. - diz tentando me aclamar. Eu concordo mais no fundo sinto que algo grande esta para acontecer.

E eu tenho mais certeza de que algo ira acontecer quando Quiron entra no refeitório e diz:

– Bom dia campistas! Logo mais farei uma reunião para explicar o que aconteceu e quais as providencias serão tomadas, mas antes quero convocar para uma reunião os campistas: Annabeth Chase, Clarisse De La rue, Connor Stoll, Jason Grace, Percy Jackson e Travis Stoll. Espero vocês no meu escritório, ou no que restou dele.

Todos nos levantamos e seguimos Quiron ate seu escritório que estava em pleno estado tirando o forte cheiro de fumaça.

–Sentem- se crianças a conversa será longa e cansativa. - diz Quiron e todos sentamos em um grande sofá e Quiron posiciona sua cadeira a nossa frente.

–Temos que conversar sobre a vida de vocês, não a que vocês acham que tiveram e sim a que realmente viveram.