Prólogo - Sif Busca Socorro

— Eu preciso ir ajudá-los. — Thor anunciou em tom firme, como aquela sendo sua palavra final. — Não ficarei parado aqui na Terra enquanto vejo Loki matar meu povo.

— Mas será possível que Loki nunca desiste? — Tony Stark se manifestou do seu lugar na mesa de reuniões da base dos Vingadores: o enorme prédio que havia construído no coração de Manhattan. — Eu, sinceramente, cansei de dar uma surra nele.

— Meu irmão não desistirá enquanto não me destruir de uma vez por todas. — Thor apertou Mjolnir fortemente em sua mão direita, fitando a companheira asgardiana com olhos severos. — Eu vou com você, Sif.

— Não é o suficiente — a guerreira logo disse, quase não conseguindo disfarçar seu desespero. —Não sei como, mas Loki recuperou os poderes com uma rapidez assustadora e ainda por cima... Ele está mais forte, como se não tivesse ocorrido a última batalha que vocês travaram aqui na Terra.

— O que está sugerindo então, Lady Sif? – A voz de Nick Fury emergiu enfim, questionando a guerreira, enquanto claramente esperava que ela chegasse logo ao ponto.

Sif olhou para todos os Vingadores com uma visível súplica.

— Peço que venham comigo. Ajudem-me a derrotar Loki de uma vez por todas e a manter Asgard e todo o universo à salvo.

Zumbidos de conversas paralelas invadiram a sala de reunião dos Vingadores. Alguns pareciam animados com a ideia de ir para Asgard, enquanto outros se mostraram receosos com tal possibilidade. Sif tentou abrir a boca para falar, mas a quantidade de vozes ressonando no lugar não lhe permitia ter a palavra.

— Silêncio! — Steve Rogers vociferou finalmente, dando um fim ao barulho infernal. —Deixem que Sif se explique.

Lady Sif limpou a garganta.

— Obrigada, Capitão — ela voltou a olhar para os Vingadores. — Sei que o que estou pedindo não é fácil, mas eu imploro pela ajuda de vocês em nome de toda Asgard. Nossas forças não são mais suficiente para os novos poderes de Loki. Estamos resistindo ao máximo, entretanto, é apenas uma questão de tempo até que nossa guarda caia e o Deus da Trapaça acabe destruindo tudo. Precisamos de vocês... De todos vocês.

— Sif, sei que estão desesperados. — Maria Hill começou, manifestando-se pela primeira vez desde o início da discussão. —Mas não pode tirar todos os Vingadores daqui de uma só vez!

— Por que não? – O Gavião-Arqueiro questionou a agente da SHIELD. – A Terra está em paz, não temos ataques graves como os de Loki há anos.

— Ele tem razão — Peter Parker, sentado no canto mais afastado da mesa de reuniões, resolveu se intrometer. — Além disso, com tantos heróis cuidando do planeta, não precisam da gente em tempo integral.

— Devemos uma ao povo de Asgard. — Bruce Banner apontou para Thor. — Afinal, ele veio ao nosso encontro quando precisamos de reforços...

— Muito bem, então acho que já está decidido, não? — O Gavião Arqueiro limpou a garganta. — Aqueles que vão ao auxilio de Asgard levantem a mão.

Seis mãos se ergueram, fazendo com que Lady Sif e Thor dessem um sorriso para os companheiros.

— Asgard agradece a ajuda de vocês.

— Preciso fazer uma ligação rápida. — Tony se levantou de seu lugar. — Pepper não vai gostar nada se eu me atrasar para o jantar de novo sem dar uma explicação.

— Mary Jane também vai me matar. – Peter se ergueu rapidamente da cadeira para acompanhar o Homem de Ferro. — Vou com você. — E ambos saíram em direção à sacada.

— Acha que devemos deixar James aqui? — Natasha perguntou ao Capitão América quando percebeu que a atenção de todos estava dispersa. — Steve, ele só tem oito meses.

Steve segurou a mão da esposa com força, entregando a ela um sorriso reconfortante.

— É temporário, e além do mais, ele só estará seguro na SHIELD. Você sabe disso, Nat.

— Natasha. — Dr. Banner chegou perto dos dois Vingadores, com a postura um pouco retraída, como se pedisse desculpas por se intrometer na conversa dos dois. — Steve tem razão. Thomas, meu filho, está sob a proteção da agência desde que Betty... — e cessou sua fala, não querendo trazer de volta a dor da perda da esposa.

A Viúva Negra mordeu os lábios, ponderando a situação com cautela.

— Vocês têm razão. A SHIELD é o único lugar seguro.

O Dr. Banner meneou a cabeça, deixando ambos e seguindo para os aposentos do filho, Thomas, um garoto de 1 ano de idade, para se despedir.

Thor deixou a base da SHIELD e seguiu para o laboratório improvisado da amada, Jane Foster.

— Jane? — Thor a chamou, e ela logo saiu do meio de tantos equipamentos de astronomia para abraça-lo fortemente, como se seus braços pudessem trancá-los num abraço eterno.

— Achei que já tinha me deixado de novo. — Comentou num tom brincalhão.

Thor retribuiu o abraço, desejando que aquele momento durasse para sempre.

— Lamento ter que fazer isso mais uma vez.

Jane ergueu a cabeça, fazendo o asgardiano encarar sua expressão de surpresa.

— Mais uma vez? – Ela se afastou no mesmo instante. – Então você vai embora de novo... Mesmo depois de tudo o que aconteceu nesses últimos meses? Não significou nada pra você?

O Deus do Trovão se aproximou de Jane quando percebeu que uma lágrima escorria por sua bochecha.

— Não seja tola, Jane, você sabe que eu não quero deixá-la e...

— Então por que tem que partir de novo?! – Ela gritou num tom elevado, nunca deixando de mirar o asgardiano com um olhar acusador.

— Porque meu povo precisa de mim. Não vou deixá-los por conta própria para enfrentar o meu irmão! Loki está cego pela vingança e sua crueldade é demais para os asgardianos enfrentarem sozinhos!

Jane continuou a chorar e a manter distância de Thor.

— Então vá. — Quando ele tentou se aproximar dela, ela pousou ambas as mãos em seu peito, afastando-o com o máximo de força que seu corpo miúdo permitia. — Apenas vá.

Thor suspirou, mas não insistiu em tentar se explicar, apenas mais asgardianos perderiam suas vidas enquanto ele perdia tempo. Havia coisas mais importantes para se preocupar, e infelizmente, o coração machucado do amor da sua vida não estava no topo dos problemas a serem resolvidos.

— Adeus, Jane.

E saiu do local rumo a Asgard, juntamente com os outros Vingadores.

Estariam de volta muito em breve.