The Best Swimmer escrita por AlohaHawai


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Estava com uma super ansiedade para postar essa história, espero que gostem. Um beijo imenso para o meu baby, Bruna Abad, que leu a fic antes de eu postar e me ajudou. Te amo. ~



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— Vamos logo pessoal, qual é a dificuldade nisso? — perguntei quase que gritando

Eles estavam demorando demais, e isso não era bom. Quero dizer, não que eu fosse a melhor nadadora do mundo, mas admito que sabia nadar melhor do que qualquer um desses que estivessem na água.

Estava exausta. Havia ajudado os outros na pesca para a Capital, e no final, acabei com um corte profundo num dos dedos e uma dor de garganta.

— Está bem, eu cansei! — gritei — Vou indo.

Enquanto andava em direção ao centro do Distrito 4, vi que nenhuma cabeça sequer olhou em minha direção. Normal, estava quase que acostumada por isso. A não ser pelas poucas pessoas que eu conhecia, eu não tinha amigos.

Passei pela floresta, que separava o mar do resto do Distrito, e em minutos entrei em uma área plana. Não tinha muito o que fazer e as coisas em casa não estava um mar de rosas, então decidi que ficaria no centro.

As pessoas iam e vinham apressadamente, algumas iam para a fábrica de anzóis e rede de pesca; outras estavam indo para o Centro de Treinamento. É, isso mesmo. Centro de Treinamento, um lugar onde quase todas as crianças do Distrito, entre doze e dezoito anos treinavam para os Hunger Games.

Hunger Games. Ás vezes eu sentia medo de dizer essas duas palavras. Tinha treze anos e ainda não fora escolhida, o que na verdade era magnífico para mim, a sorte tinha estado em meu favor. Mas quem sabe esse ano? A Colheita estava se aproximando, e com isso vinha o medo de todas as crianças: serem chamados.

Eu quase nunca treinava. Era boa nadadora, usava um tridente como ninguém e sabia me camuflar. Mas atirar facas, manusear uma espada, atirar maçãs de ferro e coisas assim, não era comigo... Na verdade, eu me sentia frágil demais para qualquer coisa desse tipo. Isso me deixava aterrorizada.

Passei pelo grupo de Pacificadores que estavam nessa parte do centro de cabeça baixa, e segui em direção à Praça Principal. Já havia um palco montado, agora só faltava os holofotes, as câmeras e a mulher extravagante e estranha que costumava representar a Capital para anunciar os nomes dos dois tributos.

Fui em direção à loja de peixe de Sean e me sentei.

— Oh Annie! Como é bom te ver. — ele sorriu e se aproximou de mim

— Olá Sean. — sorri — Estou com fome. Pode me ver uma carne de caranguejo?

— Claro, claro. Só espere uns minutos.

Rapidamente ele se distanciou de mim e fiquei em silencio, olhando para o nada, coisa que eu estava acostumada a fazer.

— E então, ouviu sobre o Finnick? — ele perguntou para mim com as sobrancelhas arqueadas

Finnick. Na verdade, Finnick Odair para mim. Esse era um dos vencedores dos Hunger Games, acho que ele participará do sexagésima quinta edição e ganhará graças à um maldito tridente e uma rede de pesca. Agora, ele era o queridinho da Capital, adorado por todas as mulheres e provavelmente, o cara mais metido que eu já conhecerá.

— Não me venha falar dele. — resmunguei e logo percebi que Sean ficou em silencio

Logo que fui servida, comi minha carne em silencio, até que pensei nele. Na realidade, eu só o vira umas poucas vezes e acho que a maioria fora quando éramos crianças. E agora, ele tinha dezenove anos, enquanto eu tinha treze, obviamente eu não teria nenhuma chance com Finnick, mas eu tinha de admitir que ele era o garoto mais bonito do Distrito.

Parei de pensar nele no momento em que Mags colocou os pés no lugar. Ela era uma senhora estranha, acho que era pelo fato de ela ter sido uma das ganhadoras dos primeiros Hunger Games... Provavelmente as pessoas se tornavam loucas depois de saírem vivas daquela arena.

— Olhe quem está aqui. — ela sorriu para mim — Como está a pequena Annie?

Na verdade eu não era pequena, mas acho que Mags estava ficando velha o suficiente para confundir as coisas. Simplesmente sorri e pedi que ela se sentasse ao meu lado.

— Não vai ir para o treinamento? — perguntou

— Na verdade não estou nem um pouco com animo para isso.

Isso era verdade, não queria treinar. Mas havia outro motivo, era por culpa dele. Eu não queria vê-lo, não conseguia suportar algumas coisas e ele estava completamente incluído nisso.

— Qualquer coisa passo lá mais tarde. — falei dando de ombros

— Ah, sim.

Terminei de comer, enquanto ela comia um peixe cru fatiado. Em minutos, me levantei, dei o dinheiro à Sean e me despedi dos dois, indo em direção ao Centro. Mags estava certa, caso eu fosse sorteada, eu deveria pelo menos estar treinada, não é?

O lugar era grande e bem bonito, com a parada branca e quase todos os lados revestidos de vidro. Havia equipamentos, colchões para luta corpo a corpo e muitos matérias. Havia pessoas lá, acho que umas sete, toda treinando com facas, espadas, tridentes e até mesmo arcos.

— Annie. — ouvi uma voz masculina e conhecida em minha frente

Assim, levantei os olhos. Ele estava sentado em uma cadeira branca, provavelmente vendo as crianças treinando. O mesmo porte atlético de sempre, a pele bronzeada, um sorriso encantador, alto, cabelos loiros brilhantes e aqueles maravilhosos olhos cor do mar em minha direção.

Logo que o vi, senti que ia passar mal, mas então fui em sua direção e sorri.

Sabe, nunca pensei que gostaria de Finnick. Ele nunca fizera o meu tipo e era bem mais velho do que eu. As pessoas podiam dizer que eu sentia um amor platônico por ele, mas era mais do que isso... Eu sentia como se ele fosse a pessoa mais importante na minha vida. E enquanto isso, ele não fazia questão de saber da minha existência.

— Finnick. — falei. Estava surpresa por ele saber o meu nome.

— Então, quer tentar alguma coisa nova hoje? — ele sorriu

— Tanto faz... Não estou com cabeça para mais nada ultimamente. — dei de ombros — Mas Mags achou que fosse melhor eu treinar, então aqui estou.

Ele olhou para mim com as sobrancelhas arqueadas e depois deu uma risada sarcástica. Então, levantou e pegou uma faca prateada que estava sobre a mesa. Ele sabia do meu medo por facas, que coisa ótima.

— Aqui, tente.

Não sei se estava com medo de me machucar, ou com medo de errar na frente dele, mas o problema era que eu não conseguia enfiar essa faca em um maldito alvo parado, pensa em uma pessoa. Seria completamente impossível.

Finnick se levantou e rapidamente estava ao meu lado, ou melhor, perto demais. Uma de suas mãos estava sobre a minha, fazendo com que me ajudasse na hora de atirar o alvo; e eu conseguia sentir sua respiração quente sobre meu rosto. Fiquei com medo de olhar para cima e ver seus olhos verdes sobre mim, mas não consegui.

— Você está bem? — ele perguntou no momento em que olhei para cima, e automaticamente voltei meu olhar para a faca — Assim.

Em segundos, ele levou meu braço para frente e me fez soltar a faca, que fincou na parte vermelha do alvo.

— Nossa. — falei — Obrigado Finnick, sério.

Não sei se foi por impulso ou não, querendo ou não, mas eu pulei em seus braços, e por um segundo senti que ele retribui. Meu rosto estava quente e eu tinha certeza de que estava parecendo um pimentão.

— Oh, desculpe. — olhei para baixo

— Não, tudo bem. — ele abriu um sorriso

Em segundos, sorri de volta e sai da sala apressadamente. Eu estava sendo ridícula em fazer isso, mas eu odiava Finnick Odair, e não seria pelo fato de ele ter me ajudado com uma faca que eu o abraçaria. Por favor, Annie, ás vezes você tem que ser mais esperta, pensei comigo mesma.

Passei pelos Pacificadores e fui em direção à minha casa. Morava no melhor bairro do Distrito 4, tirando a ilha em que Mags e Finnick moravam, que era a Aldeia dos Vitoriosos, Acho que era pelo fato de meu pai ter sido um comerciante, ele tinha uma loja de sapatos e acho que era a melhor por aqui, e deixado a casa para nós.

— Cheguei. — falei logo que abri a porta de madeira e entrei no hall

A casa estava bagunçada, como imaginei. Havia milhares de brinquedos sobre o sofá da sala e no tapete estavam espalhadas algumas fraldas de bebe novas. Havia uma mala perto da televisão e meu cachorro havia feito xixi ao lado da escada de casa.

— Mãe? — chamei

— Estou aqui em cima! — ouvi ela gritando com sua voz aguda

Revirei os olhos e fui para a cozinha, onde uma panela com um arroz esverdeado estava sobre o fogão. Ótimo, minha mãe acabara de errar novamente a comida. Acho que era por isso que estava ficando magricela demais.

Meu padrasto não estava em casa, como sempre. Ele vivia naquela maldita fábrica fazendo as coisas para a Capital, e esse devia ser um dos motivos para minha mãe ficar louca. Nem eu suportaria passar o dia fazendo as coisas de casa, comida para quatro pessoas e ainda cuidar de um bebê que só sabia chorar, reclamar de fome e fazer cocô em sua fralda nojenta.

Não comi, estava com certeza de que passaria mal se engolisse esse arroz nojento, então simplesmente subi para meu quarto. O cômodo era pequeno, com uma cama na mesma parede que ficava a janela, um armário de madeira escura, uma penteadeira e um tapete rosa no centro do quarto.

— Querida, ligue a televisão. — minha mãe apareceu no quarto

Seus cabelos castanhos estavam bagunçados e presos em um coque mal feito, ela usava roupas básicas e havia grandes bolas roxas embaixo de seus olhos, onde ficavam as sardas.

— Só um minuto.

A minúscula televisão em meu quarto estava caindo aos pedaços e eu sentia que ela não aguentaria nem mais um dia, mas mesmo assim o fiz. Quando liguei, percebi que minha tinha razão, havia um comunicado passando.

Como sempre, o presidente Snow não apareceu. Começara com insígnia da Capital e em seguida o rápido hino, então, uma voz grossa começou a falar sobre a Colheita. Faltavam-se apenas dois dias para o sorteio, e provavelmente os residentes da Capital estavam vibrando, eles adoravam um bom show.

Minutos depois acabou, e minha mãe voltou para seu quarto, onde ela estava deitada no sofá junto com Cherr. Ela conversava animadamente com minha irmã, apesar de ela saber muito bem que ela não responderia de jeito nenhum.

— Cheguei, cheguei. — ouvi a voz grossa de meu padrasto, Alberthy

Ouvi seus passos pesados sobre a escada de madeira e logo ele entrou no quarto de minha mãe, e então fechou a porta.

— Estúpido. — murmurei

Eu realmente não gostava dele... Acho que era pelo fato de ele sempre tentar tomar o lugar de meu pai. Minha mãe e Alberthy se casaram depois de seis meses que meu pai faleceu, há dois anos. Acho que nunca fora sua amiga e preferia não trocar nem algumas palavras com ele.

Ainda fiquei deitada na cama por um bom tempo, até que resolvi que ficar parada não era comigo e fui tomar banho. Tirei a calça jeans, a blusa branca e o maiô preto que estava por baixo, e entrei embaixo da água quente.

Eu gostava de banhos, acho que era um dos únicos momentos em que eu conseguia relaxar e pensar. Provavelmente era pelo fato de a água ser a minha melhor amiga e eu sempre me sentir bem quando estava nela ou sobre ela, até mesmo quando entrava na água gelada do inverno.

Joguei o shampoo sobre meus cabelos escuros e esfreguei, fazendo o possível para tirar a areia que estava sobre ele. Em seguida, passei um creme cheiroso e depois ensaboei o meu corpo com cuidado. Fiquei mais um tempo sentindo o vapor quente sobre meu rosto e depois sai. Me enrolei na toalha felpuda e branca e sai do banheiro.

— Querida, tem alguém na porta. Vá abrir. — ouvi a voz fina de minha mãe e revirei os olhos

Provavelmente era Mags ou Sheilla, ambas eram amigas de minha mãe e viviam em casa. Não me preocupei por estar nua sobre a toalha, somente a enrolei melhor em meu corpo, calcei um chinelo e desci rapidamente para o andar debaixo.

— Estou indo. — gritei

Não fiz questão de ver quem era e logo abri a porta.

Provavelmente meu rosto estava vermelho de vergonha, minha boca estava caída e meus olhos estavam no chão. Eu não tinha ideia do que fazer no momento que o vi, só sabia que deveria segurar a minha toalha o mais forte possível, antes que ela caísse sobre o chão e eu ficasse nua na frente de Finnick Odair.



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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram, não gostaram, acharam péssimo... Podem dizer, aceito qualquer review.
XOXO, District 4.



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