Once Upon A Time escrita por HalfBloodPrincess, Tarver


Capítulo 4
03 - A cidade da fama (Supergato)


Notas iniciais do capítulo

Então... nós somos duas castigadas, sem internet e estamos na aula de informática só pra postar isso, por mais que ninguém comente, é. É bom valorizarem o trabalho que tivemos - digitar em casa, colocar no pen drive e correr o risco da professora nos pegar - e comentem, por favor.
Ah, P1, obrigado pelo review :3
Boa leitura ;)



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Quando descemos na Cidade do México, me despedi de Guilherme e fui para o outro avião. Claro, depois de muito tempo em uma sala de espera. Devo ter dormido até Los Angeles, porque a viagem Foi muito rápida para que eu pudesse ter percebido algo.

Assim que peguei minhas malas, pude ver uma garota com mais ou menos a minha ideia segurando uma plaquinha com meu nome.

– Alice? – perguntou quando me aproximei. O jeito como dizia meu nome era engraçado. Não era o Alice brasileiro nem o americano, era algo entre os dois, como se tentasse dizer certo.

Além de falar engraçado e ter o cabelo vermelho – sim, vermelho –, ela ainda usava shorts desfiados, camisa de banda e All Star de cano alto, dando-a uma aparência um pouco gótica, mas o sorriso que brincava em seus lábios não deixava dúvidas de que ela só tinha um estilo próprio.

– Sim – respondi em inglês – E você, quem é?

– Jane. Jane Wade – pos uma mecha do cabelo atrás da orelha – Meu pai está nos esperando no estacionamento. São suas únicas malas? – apontou para as duas malas próximas a mim e pegou uma delas quando assenti. Eu não havia trazido muita coisa. Quer dizer, eu estava nos Estados Unidos, poderia comprar coisas que nunca encontraria no Brasil. Por isso trouxe só algumas coisas, depois compro outras.

– Obrigado – sussurrei.

Fomos até o estacionamento, onde um homem de mais ou menos quarenta anos nos esperava em um carro preto. Me ajudou a por as malas na parte de trás e me sentei no banco traseiro, junto à Jane. Durante o caminho observei a paisagem. Era bonita, muito bonita. Mas acho que estava tão cansada da viagem que não notei muitas diferenças na estrada que passava por mim rapidamente. Ou eu que passava por ela, que seja.

Em poucos minutos, estávamos de frente a uma casa branca com partes em vidro. Não era tão grande quanto a minha, mas era grande e eu podia ver uma varanda na lateral da casa. Se quer saber, prefiro uma casa assim do que uma de três andares, cercada por um jardim, com piscina na frente e empregados no portão.

Entramos e me deparei com a casa cheia de garotas com cerca de dez anos, que brincavam e corriam com plumas enroladas nos pescoços.

– Deborah! – Jane grito – Eu disse que a brasileira ia chegar hoje e que não era pra você chamar essas garotas!

Uma das garotas saiu de trás do sofá, veio até nós e tirou seus óculos temáticos.

– Hey – cumprimentei a fazendo sorrir.

– Oi. Como consegue falar duas línguas? Eu mal falo a minha! – percebi que tinha a língua presa, mas, acredite, era mais fácil entendê-la, já que falava mais devagar.

– A sua é mais fácil, pode ter certeza – sorri – Você é a Deborah?

– Sou, sim. E você é a Alice – apesar da língua presa, meu nome soou normal vindo dela, com o jeito comum dos americanos.

Seu cabelo era de tom castanho claro, que clareava até as pontas, e ondulado, até a metade das costas. Seus olhos eram azuis e frios, mas demonstravam alegria – é, tem como. Ela era como a irmã – jeito diferente de aparência. O que Jane é dela? Enfim, nisso elas se parecem. Se visse as duas sérias, poderia muito bem me sentir intimidade. Mesmo que uma delas tenha metade da minha altura.

– Gosta de festas do pijama? – apontou para as outras garotas, que agora faziam uma guerra de travesseiros.

– Ah, não! – Jane reclamou.

– Não sei – dei de ombros – Nunca participei de uma – sorri amarelo.

– Sério?! – Jane perguntou, como se isso fosse um crime – Deborah, ela vai ficar com vocês esta noite – me empurrou para perto da pequena.

– E você? Vai me deixar com elas? – sorriu como se pretendesse fazer exatamente isso.

– Talvez eu venha. Mas agora você tem que ver seu quarto.

Me puxou novamente e subimos as escadas, que tinham vista para a parte de fora da casa, de onde eu podia ver que havia uma piscina e um deck com uma mesa na parte de trás. - Anda logo – me apressou.

Entramos no quarto e me deparei com as paredes brancas e a única vermelha decorada com dois pôsteres, um do Green Day e outro do Paramore.

– Ah. Desculpa. Esse era meu quarto – Jane disse os puxando dali e fazendo um rolinho com eles.

– Tudo bem. E agora, onde é? – fez um movimento com o indicador, indicando a porta em frente à minha.

– Bem ali. É maior e a janela é de frente pra rua e não preciso mais aturar o irmão do super gato me olhando.

– Irmão do super gato?

– Super gato é o Tyler – apontou para a janela em frente à minha – E aquele era o quarto do irmão dele, que ficava me olhando trocar de roupa. Por isso vazei daqui. Mas a mãe deles percebeu o que ele tava fazendo e os trocou de quarto – abriu um pouco a cortina – Eu não ligaria se o Tyler me espionasse.

– Tirei a sorte grande, então – sorri de leve.

– De vez em quando eu venho dormir aqui. Mas agora eu tenho que te mostrar o quarto.

Me mostrou o guarda-roupas, as estantes, a cama forrada com colcha estampada e a escrivaninha, que estava desocupada.

– Se precisar de alguma coisa, é só chamar – foi para seu quarto me deixando sozinha.

Me joguei na cama encarando os adesivos que imitavam o sistema solar colados no teto.

A casa era diferente do que eu estava acostumada, com movimentação e todos pareciam se dar bem. Na minha, eu e meu irmão conversávamos com os empregados, com minha mãe à noite e com meu pai de vez em nunca.

Acordei com Jane me chamando. Deveria estar cansada da viagem, doze horas dentro de aviões e salas de espera é muito cansativo.

– Meu pai e a Lisa querem falar com você.

– Porque você não a chama de mãe?

– Porque ela não é – soltou o ar que prendia nos pulmões – Minha mãe morreu quando eu era muito pequena e meu pai se casou com a Lisa. A Deborah é minha meia irmã. Mas a Lisa é legal. Sabe, não é que nem as madrastas dos contos de fadas, com corações arrancados, feitiços, maldições... Essas coisas. Acho que eles querem dizer as “regras da casa” – gesticulou as aspas, ironizando. Não parecia acreditar naquelas regras, muito menos cumpri-las.

Desci até a sala e me sentei em frente à eles, com Deborah e as amigas brincando atrás.

– Queriam falar comigo? – comecei.

– Sim – respondeu Lisa sorrindo – Só vamos dizer as regras da casa, mas são poucas.

– Sou boa com regras – sorri amarelo. Não era tão bom quanto parece ser certinha em todos os momentos.

– Queria que Jane fosse assim – o pai dela disse. Ainda não sabia seu nome.

– Primeiro – Lisa começou – queremos deixar claro que a casa não é sempre assim – apontou para a guerra de travesseiros.

– Imagino que não.

– Continuando. A escola em primeiro lugar – sussurrei um “sempre” e deixei-a continuar – Antes de sair queremos ser avisados, nem que seja por mensagem de texto. Se quiser trazer alguém, principalmente se não o conhecermos, tem que avisar também.

– Claro.

– O dinheiro que seus pais enviam para você vamos te entregar todo dia quinze, já que pediram que fosse assim – assenti – Não temos horário para dormir, mas depois das dez é para evitar fazer qualquer barulho estrondoso. O resto são coisas normais, de qualquer família, você se acostuma com o tempo.

– Segunda começam suas aulas – completou o Sr. Wade – O ônibus passa aqui as sete e quarenta e cinco, mas, se quiser, pode ir a pé com Jane. Qualquer coisa, é só avisar.

Agradeci e fui para o quarto, encontrando Jane desfazendo minhas malas.

– Cara, porque trouxe roupas de frio? – perguntou levantando um casaco pesado – Estamos na Califórnia.

– Não sei – dei de ombros, sorrindo amarelo – Quantos anos você tem?

– Quatorze, faço quinze no fim do ano.Estávamos em Fevereiro. Ou seja, ela havia acabado de fazer quatorze.

– Não é mais fácil dizer que acabou de fazer quatorze?

– Assim parece que sou mais nove – não pude deixar de rir – Vai ficar indo o vai me ajudar?

– Desculpa.

Fui até ela e a ajudei a tirar tudo das malas, colocando em cima da cama. Depois conseguimos guardar tudo organizado no guarda-roupa, sem deixar nada fora do lugar ou jogado no quarto.

– As vezes eu tenho vontade de ter um closet. Meu guarda-roupa é uma bagunça. No closet é só fechar a porta que ninguém vê.

– Eu tenho um closet. Mas fica vazio, porque não tenho tantas coisas e não ligo muito pra isso.

– Não que eu ligue. Quer dizer, olha pra mim – encarei suas roupas, que davam uma aparência gótica e divertida ao mesmo tempo a ela – Mas se eu tivesse um closet, era só jogar tudo lá dentro. Guarda-roupas você tem que arrumar.

Realmente ela não parecia o tipo de pessoa que arrumava o quarto organizava as gavetas. Por mais que não o tivesse visto, tinha certeza de que seu quarto era decorado com diversos pôsteres de bandas de punk rock e que, se abrisse seu guarda-roupa, ia acabar soterrada.

De certo modo, ela me lembrava meu irmão. Não que o Bruno escutasse punk ou coisas do tipo, mas era desorganizado como ela. Pelo menos era isso que eu imaginava.

– Porque as pessoas fazem intercambio? – tombou a cabeça – A escola já é ruim, imagina em outro país!

– É legal. Bom, pelo menos está sendo até agora.

– Aproveita essa última semana. Segunda as aulas começam e tudo vira uma bosta – suspirou – E com tudo eu quero dizer minhas notas.

– Sou boa na escola, se quiser posso te ajudar.

– Não, valeu. A ideia não me atrai nem um pouco.

– Como é, a escola?

– Ah, você sabe, como qualquer outra. Os jogadores gatos da equipe de futebol – tive um leve pressentimento de que Tyler fazia parte desta equipe – as líderes de torcida balançando a bunda pra lá e pra cá, os nerds que fazem os deveres dos outros, os clubes, os grupinhos e eu. Nada de mais.

– Minha escola não tem nada disso. Nada de times ou líderes de torcida. E é proibido fazer os deveres dos outros ou criar clubes.

– Sua escola deve ser pior que a minha.- Com certeza.

– Ah, não tem nada a ver com High School Musical e só os imbecis participam do clube de música.

– Tudo bem, vou evitar isso. Você faz alguma coisa, tipo o grupo de música, torcida ou...

– Teatro. Mas é só porque ajuda com as notas caso precise. E eu não fico muito na detenção, já que é no horário da aula. Enfim, o grupo do grupo de teatro eu não saio, senão vou me ferrar no colégio. Vai fazer algo?

– Acho que não. Só vou escolher as alternativas.

– É melhor continuar com as notas boas, então. Agora, vai pro banho que daqui a pouco nós vamos descer.

– Tem certeza de que vamos ficar com elas? Não fazemos nada do que elas fazem!

– Comemos doces e dormimos, já é alguma coisa. Qual é, Alice, você tem que participar de uma festa do pijama pelo menos uma vez na vida. Por favor, vai ter alcaçuz! – ri.

– Está indo por causa de balas? – assentiu.

– É raro a Lisa comprar, e eu preciso de açúcar no sangue. Fora que dá pra pintar as pirralhas de palhaço. Se não gostar é só subir.

– Tudo bem.Levantou os braços e saiu correndo.



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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é meio sem graça, mas né, sem ele o próximo não faria nenhum sentido. Agora nós temos que terminar nosso trabalho, que não é nada mais que uma tabela de calorias ;@
A Ana mandou um Oi, porque ela nunca posta.
Tchau pessoas, beijos e cheiros.



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