Sensualismo (Ou "A Origem de Toda Minha Fome")

Dentes à mostra, coração frio. Se fosse Senhora de uma Casa como no Game Of Thrones, esse seria meu lema. É incrível como a voz da Adriana e da Lana Del Rey tocam profundamente em mim. Esse sentimento de autodepreciação, de súplica e de saudade, adoravelmente dolorido e desesperado.

E essa tarde, então, o que foi essa tarde de domingo? A melancolia flutuando nas cores  do ar e do céu, na luz gelada do apocalipse do dia... A sensação me arrebenta deleitavelmente por dentro como uma uva sob a pressão dos dedos de alguém. E a melancolia aumenta.

As sensações são traiçoeiras e eu sou escrava delas.

Estou presa entre corpo e alma, entre matéria e espírito, cada qual mais intangível que o outro, sem saber qual lado escolher, com as cobiças duelando dentro de mim completamente desvairadas, devastando-se, corpo e alma campo de batalha e guerreiros ao mesmo tempo.

Não consigo viver ou sentir, ser  fora dos sentidos, fora do sensual.

Escrava das emoções, dos apetites, das fomes, cansei de me abster dos desejos da minha alma. Que acabe o jejum, e venha o café da manhã...

(Finalmente descobri por que nunca estou satisfeita...)