Incondicional escrita por Manu Dantas


Capítulo 4
Quebrando o gelo


Notas iniciais do capítulo

História começa a ficar interessante agora!
Cristal e Luan terão uma agenda cheia pela frente!
Aproveitem!
xD



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Passei o resto da semana chocada com a minha própria reação. Como que eu, que me considerava uma excelente profissional, tinha me deixado levar daquele jeito? E ainda pior, tinha dado o maior “passa fora” no Luan, o cara que era o meu “patrão”. Como ele tinha conseguido me tirar do sério daquela forma em apenas uma tarde?

Pelo menos, e eu não sei por qual motivo, ele ainda não tinha resolvido me “dedurar”. Nem a Dagmar e nem o Anderson tinham falado exatamente nada sobre o ocorrido na sala de reunião e na porta do escritório no meu último encontro com o Luan. Eu não sabia se isso era um bom ou um mal sinal, mas sentia que estava prestes a descobrir, já que tínhamos mais duas reuniões marcadas para a próxima semana.

***

Na primeira reunião, eu dei sorte. O Luan pegou um trânsito terrível na Marginal Pinheiros e chegou 10 minutos atrasado no escritório. Quando ele finalmente chegou, entrou direto na sala e só deu um rápido aceno de mão para cumprimentar a todos os presentes, inclusive eu. Na saída, eu precisava separar algumas informações para o pessoal do marketing e fiquei tão entretida com isso que nem percebi quando o Luan e o Anderson saíram para jantar. Respirei aliviada. Eu tinha sobrevivido à primeira reunião sem fazer nenhuma outra besteira com o “patrãozinho”. E o melhor de tudo, eu ainda estava empregada, sinal que ele não pretendia me demitir.

Já na segunda reunião, quem chegou atrasada fui eu. A Dag tinha me pedido para ir até o escritório que faz o clipping para nós e pegar algumas notícias que tinham saído sobre o lançamento do CD Ao Vivo no Rio. Por causa do trânsito cheguei e a reunião já estava quase terminando. Acabei nem entrando na sala e indo direto adiantar o trabalho que a Dag havia me pedido.

Depois de horas, quando achei que a reunião já tinha acabado e que, portanto, eu já estava segura, resolvi ir até a cozinha pegar uma xícara de café.

- Dona Martha, temos aquele café caprichado que só a senhora sabe fazer? – Falei toda animada entrando na recepção do escritório.

- Temos sim, minha flor. Acabei de fazer uma garrafa. – Ela me respondeu toda animada.

- Hum.. Vou lá pegar um gole! Tô precisando “refrescar” as ideias se não daqui a pouco vou começar a sonhar com o Luan, de tanto que vejo as entrevistas que ele deu – Brinquei.

- Ô loco nega, vai sonhar comigo, vai? – Meu coração gelou. Acho que eu estava tão cansada que nem percebi que a Martha não estava sozinha na sala. E ela estava acompanhada por ninguém menos que o nosso “patrãozinho”.

- Hãã... Oi Luan, desculpa, não vi que você estava aí – Falei tentando deixar uma impressão melhor daquela do último dia que nos encontramos  – Pois é, para você ver... Essa parte de clipping é muito desgastante. Eu fico vendo as entrevistas que você deu no ano passado... Já tô quase aprendendo a falar “luanês” – Falei qualquer coisa sem pensar sentindo meu rosto ficar vermelho ao lembrar-me  do dia que ele me chamou de linda. Agora vendo as entrevistas eu tinha percebido que essa era apenas uma das formas carinhosas dele chamar as fãs.

- Olha, cuidado hein... Não é porque trabalhamos juntos que eu permito esse tipo de intimidade – Ele falou em um tom brincalhão.

Fiquei ainda mais vermelha. Droga! Ele lembrava do “piti” que eu tinha dado aquele dia na porta. Minha vontade era de correr e me esconder. E foi exatamente o que eu fiz.

- Hãa... Vou buscar o café. Preciso terminar esse trabalho ainda hoje – Falei antes de virar e praticamente correr para a cozinha. Ao chegar perto da cafeteira parei e respirei fundo. O que estava acontecendo comigo? No meu primeiro encontro com o Luan eu tinha perdido completamente o controle e agora eu estava totalmente sem saber o que fazer. Isso não era o tipo de coisa que costumava acontecer comigo quando eu estava trabalhando.

Peguei uma xícara e me servi com café enquanto pensava nos últimos acontecimentos. Tinha que ter uma explicação do porquê eu perdia a razão quando estava perto do Luan. Devia ser porque ele era uma pessoa muito famosa e eu ficava sem jeito diante dele, ou talvez fosse o fato dele ser tão novo. Eu estava acostumada a lidar com pessoas mais velhas.

- Não quis participar da reunião hoje? – Quase engasguei com o café. Será que eu já tinha chegado ao ponto de delirar ouvindo a voz do Luan? Virei-me devagar. Não, eu não estava delirando. Ele estava parado na porta da cozinha me olhando.

- Não, é que a Dag me pediu uma certa urgência nesse trabalho que eu estou desenvolvendo, então eu achei melhor pular a reunião e “botar a mão na massa” direto – Tentei explicar me controlando ao máximo para parecer uma pessoa calma e normal. Por dentro eu sentia o meu coração acelerado. Devia ser a cafeína. Só podia ser a cafeína...

- Que “trem” é esse de clipping que você tem que fazer? – Ele questionou.

- Bom, nós temos uma empresa especializada nesse serviço que trabalha para nós. Basicamente eles separam tudo que sai sobre você em revistas, jornais, programas de TV e nos principais sites da internet. Eles organizam todo esse material por data e veículo e nos mandam. Isso serve para direcionar as ações de marketing, por exemplo, eu estou avaliando todas as ações que nós fizemos para o lançamento do seu CD no Rio para saber quais deram certo e quais deram errado. Assim, no lançamento desse CD, a gente já sabe onde podemos investir mais e onde devemos investir menos, entendeu? – Pela cara dele eu tinha falando “grego” todo aquele tempo.

- Nossa, sério que você tem que fazer tudo isso? – Ele parecia realmente interessado no meu trabalho.

- Pois é Luan, você não faz sucesso só por causa do seu talento. Existe toda uma equipe trabalhando para que você apareça nos locais e nas horas certas – Brinquei.

- Pois é, nunca tinha parado para pensar nisso – Ele disse em um tom sério.

De repente eu percebi que eu poderia ter sido um pouco grossa ao comentar sobre o sucesso dele. Claro que ele era famoso por causa do seu talento, isso eu não poderia negar. Imediatamente senti a necessidade de reparar o meu erro.

- Ain.. Acho que eu acabei sendo um pouco rude. Me desculpe Luan. Eu só queria dizer que nós estamos aqui trabalhando junto com você, sabe? – Eu mexia as mãos nervosamente tentando me explicar.

-Fica tranquila, nega. Eu entendi o que você quis dizer... – Ele sorriu e eu fiquei mais tranquila.

- Nega? Esse é mais um jeito que você chama a suas fãs, certo? – Era melhor perguntar antes de sair distribuindo “patadas”.

- Isso mesmo. Tá aprendendo rápido, hein? – Ele brincou.

- Pois é, tenho feito um intensivo de “Luanês”. – Eu ri da minha própria brincadeira. De repente o clima entre nós tinha ficado bem melhor e eu não me sentia mais “estranha” perto dele – Na verdade, eu acho super legal o jeito que você trata as suas fãs. Acho que se eu fosse fã de alguém eu gostaria de ser tratada dessa maneira – Comentei.

- E você não é fã de ninguém? – Ele quis saber.

- Ah, até gosto de alguns atores e alguns diretores de TV e cinema, mas não chego nem perto da dedicação que as suas fãs tem por você. O amor delas é quase uma religião – Brinquei.

- É verdade, por isso eu sempre tento retribuir da melhor maneira possível. Acho muito doido tudo o que elas fazem para me ver, para ficar perto de mim... O que eu faço é só um “pouquinho” do que elas merecem – Ele comentou mexendo no cabelo e sorrindo.

Por um instante eu fiquei o observando. Eu nunca tinha reparado como ele tinha um rosto tão delicado, tão bonito... O sorriso parecia tão sincero, tão cheio de vida. Ele tinha uma energia, uma força de vida que era capaz de atrair e impulsionar tudo em sua volta.

- Luan? Cristal? Não sabia que vocês estavam tomando café juntos... Mas é bom, porque eu preciso falar com os dois – A Dag apareceu na porta da cozinha ao lado do Luan me trazendo de volta dos meus delírios.

- Não Dag, nós não estávamos tomando café juntos. Nos encontramos aqui na cozinha por uma coincidência – Mais do que depressa eu tentei consertar a situação. Senti meu rosto ficando vermelho de novo ao me imaginar tomando café junto com o meu “patrãozinho”. Do outro lado do cômodo o Luan se segurava para não rir da minha falta de jeito.

- Bom, não tem problema Cristal – A Dag nem deu atenção para a minha explicação. Ela parecia ansiosa com alguma coisa – Na verdade, eu preciso de um favor. O Luan tem uma sessão de fotos amanhã para o novo CD. Eu iria com ele, mas você lembra daquela reunião para acertar os detalhes da divulgação durante o jogo do Brasil? – Concordei com a cabeça e ela continuou – Pois é, eles mudaram a data da reunião justo para amanhã, você acredita? A Martha acabou de me avisar que eles ligaram pedindo para reprogramar o compromisso...

Eu estava com medo de onde aquela conversa ia parar. Se a Dagmar e o Anderson tinham que estar naquela reunião e por isso não iriam acompanhar o Luan na sessão de fotos, então quem iria acompanhá-lo?

- Cristal, eu preciso que você vá junto com o Luan amanhã para fazer as fotos. Algum problema para você? – A Dagmar falou a frase que eu temia. Imediatamente o meu coração disparou. Eu e o Luan, juntos por um dia inteiro. Será que isso ia dar certo?

Respirei fundo e me foquei no meu lado profissional. Eu precisava acompanhar o meu “patrão” em uma atividade externa ao escritório. Era só isso, e nada mais.

- Claro Dag, será um prazer! – Respondi, confiante.

- Ótimo, venha até a minha sala que vou te passar os detalhes. Luan, cuida bem da nossa novata amanhã, hein? – A Dag brincou antes de deixar a cozinha comigo logo atrás dela.


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Notas finais do capítulo

Hum, o que será que vai dar essa essa sessão de fotos, hein?
No próximo cap vamos descobrir mais sobre a história da Cristal. Até agora ela só deu algumas pequenas dicas.
O que será que a nossa menina esconde, hein? Humm...



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