Seus olhos pousaram na figura estática em baixo da única cerejeira. Era alto, não tão alto quanto Kris, mas alto. Tinha os mesmos fios negros que lhe caiam sobre os olhos, profundos olhos, e o ar sereno não comum as pessoas da cidade grande. Não mudara nada. Percebeu o mesmo virar o rosto até seus olhos se encontrarem, uma invisível corrente elétrica correndo entre ambos os corpos antes de ZiTao sorrir, um mínimo sorriso de canto quase imperceptível, e se por a caminhar em passos lentos até o maior.

Um de frente para o outro, e nenhuma palavra saíra, palavras eram insuficientes e apenas estragariam o momento único dos dois. O moreno entrelaçou seus dedos aos de Kris, o levando de volta até de baixo da única árvore cerejeira do imenso e deserto parque, o cheiro doce saindo das flores e envolvendo a ambos. Com a delicadeza natural de si, empurrou o loiro até esse se encostar ao tronco da árvore, e sem a mínima malicia, selou seus lábios aos lábios alheios. Doce como sempre fora, livre de malícia, puro como um anjo, era assim que Kris via o menor em seus braços.

Separaram-se apenas nos lábios, olhares que não sabiam desviar, os narizes se encontrando e as testas coladas, um a furtar a respiração do outro. Quanto tempo fazia? Um ano? Dois? Já não importava mais, tinham então um ao outro e pensar em tempos ruins seria apenas perda de tempo. O vento soprou mais forte enquanto o Sol se punha, derrubando pétalas rosas pelo casal.

-Mãe natureza comemora por nós... - Falou baixo, sorrindo ao ver o sorriso (tão raro, mas tão belo) nos lábios do maior, e sem pensar os beijou novamente, tentando matar toda a saudade presa em seu peito. Ele voltou pra mim...