Uma Segunda Chance escrita por KelBumBi


Capítulo 7
Dejá Vu


Notas iniciais do capítulo

Hey, eu sei que mais uma vez demorei, e mais uma vez sinto muitíssimo mesmo. Bom, espero que não me abandonaram.
Enfim, mas um cap. e informações logo embaixo.
Boa leitura,



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Um homem alto e forte atrapalhou o encerramento da porta. Ele entrou e ficou me analisando com um sorriso sinistro. Eu evitei olhar, mas, às vezes, furtivos olhares escapavam para seu canto. Se ele tentasse alguma coisa eu estava preparada.

O silencio era preciso já que não nos conhecíamos, mas mesmo assim me senti incomodada. Recordei-me de Sean, no quanto aquele pequenino estava conseguindo cativar meu carinho aos poucos, um sorriso involuntário se fez e mais que ligeiro tentei apaga-lo da minha face. Freddie nunca iria propor novamente aquele emprego, ele mal queria que dialogasse com seu filho imagine cuidar dele.

Mas Sean era tão encantador!

O “T” se esverdeou e saí do elevador sendo acompanhada pelo rapaz. Preocupei-me com o ato dele, lembrei-me de Lewbert e a palavra “Idiota” surgiu em sequencia.

Estava sozinha.

Ponderar na hipótese sensata de que ali era um prédio, e que o estacionamento sucedia no mesmo caminho, as pessoas naturalmente viviam se topando uma com as outras, me sossegou por um instante. Voltei a caminhar distraída pelo local discreto e escuro, quando a mão se fechou na minha boca sufocando meu grito sinistro. Era o homem, eu sabia! Devia ter dado atenção aos meus instintos, ele sempre tinha razão. Debati-me tentando acertar partes frágeis do corpo do agressor. Agarrei seu cabelo e comecei a puxar seguramente, extraindo tufos dele presos nos meus dedos.

–O que você tem com meu cabelo?- gritou o agressor, largando-me para se defender.

Afastei-me dele arfando ar para meus pulmões. Olhei na direção do meu atacante, a quem tentava aborrecidamente organizar a cabeleira.

–Gibby!- exclamei entre a raiva e alívio, reconhecendo-o. Ele riu graciosamente.

–Te assustei, não é mesmo? Achou que alguém iria te sequestrar ou roubar, não é?

–Não teve graça nenhuma- foi à única coisa que consegui dizer no momento, meu coração voltava aos batimentos normais. Recompus minha posição.

–Ah, teve sim!- ele debochou mais uma vez, esquecendo-se da sequela que eu tinha feito no seu cabelo.

–Cala boca!- disse, socando seu ombro sem grande força. Seu sorriso se alargou- O que faz aqui? Não estava em viagem pela Flórida?

–A viagem não é a mesma coisa sem minha loirinha fatal- disse ele debochado, tentando me ter a força- Vamos Sam, entregue esse corpo mais uma vez para o Gibbeh!

–Gibby, quer parar com isso?- pedi, afastando ele para longe. Gibby gargalhou, parando com a tentativa- Então?

–O Spencer me chamou para jantar. Ele disse que você estaria aqui- flertou ele como antes, malicioso.

Revirei os olhos escondendo um sorriso.

–Gibby!- gritei chamando atenção para que ele começasse a me levar a sério.

O homem do elevador estacionou a moto ao nosso lado, rindo realizado.

–Eu sabia! Você é a Sam do iCarly!- disse ele admirado- Eu meio que te reconheci no elevador, mas fiquei na duvida. Por isso fiquei por perto até ter certeza. Você deve ser o Gibby! Eu sou o maior fã de vocês... Principalmente seu Sam- ele avaliou de cima a baixo, elevando a sobrancelha positivamente- Continua linda!

Senti minhas faces arderem de embaraço, Gibby se divertiu com minha reação.

–Você se importa?- o fã continuou, mostrando uma câmera fotográfica. Aproximei e sorri, ele entregou o aparelho a Gibby, que bateu a foto. Depois, Gibby entregou-a e se aproximou sorridente, improvisando a pose pra ser fotografado. O fã guardou a maquina no interior do casaco de couro e se distanciou, ignorando-o totalmente.

–Ele estava com pressa- justificou Gibby habitual, apontando o polegar para a moto que saía do estacionamento.

–Claro- ironizei.

–Pronta para o jantar?- perguntou ele, mais animado.

–Estou voltando. O ambiente está contaminado o bastante para mim.

–Freddie?

–Então está sabendo que ele voltou.

–O Spencer por um acaso mencionou ele também... – Gibby ficou pensativo, as mãos na cintura- Hum... – ele hesitou e prosseguiu- Ele também contou que vocês já andaram brigando...

–Eu vou fazer aquela linguiça reta aprender a fechar o bico grande que ele tem- disse entre dentes, semicerrando os olhos e empunhando o pulso.

–Ele me pediu para conversar com você- parei o gesto, encarando curiosa.

–Você, falar comigo...?- ele afirmou com um aceno- E sobre o que seria?- perguntei fingindo desconhecer o assunto. Ele me afrontou incrédulo. Bufei derrotada, retrocedendo onde meu carro estava- Não quero falar sobre isso... - disse ajustando a chave. Em seguida me virei para Gibby-... O Freddie é um completo idiota! UM DOS GRANDES! Primeiro, me ofereceu um emprego, depois, voltou atrás por uma brincadeira tola. Não quer que eu me aproxime do filho dele, e agora está me evitando, aproveitando e jogando difundas da sua vida sem mim! Eu odeio aquele nerd. Odeio! Odeio, odeio, odeio!- estourei, liberando todo meu ressentimento engasgado. Gibby ouviu toda minha queixa, quieto. Emudeci, puxando folego. Constrangida o suficiente para não encara-lo.

 Mesmo vacilante com o atrevimento ele se aproximou colaborando com um abraço compreensivo. Fiquei parada, sem contribuir no carinho. Contudo, também não o afastei.

–Tudo bem... Tudo bem... - disse ele afagando minha nuca.

–Mas quem se importa?- retruquei, apartando os braços fortes dele de cima de mim. Sendo mais objetiva, da minha cintura. Gibby ignorou o sinal mantendo-se próximo.

–Sam... – ele sussurrou. Olhei pra cima e notei que ele trazia seu rosto para o meu.

–Eu não sabia que ela tinha namorado papai- uma voz conhecida disse por trás de Gibby. Gibby girou o calcanhar dando de cara com ELE.

Observei os aspectos no semblante dele, e outra vez não reconheci nenhum sentimento exposto ali. Gibby, por sua vez, parecia coagido com a situação como um filhote de cachorrinho assustado.

–Oi, Gibby- cumprimentou Freddie indiferente, sorrindo secamente. Sean que olhava para o pai encarou Gibby, impressionado.

–Hey, Fr.. Freddie... – sua voz saiu falha, ele limpou a garganta- Quanto tempo, hein?!

–Sim... E a Tasha, como vai?- investiu Freddie, provocando.

–Ah... Bem, nós acabamos há um tempo. 7 anos para ser exato... E a Carly?- revidou Gibby a altura.

–Em Nova York com o noivo, mas acho que você já tenha conhecimento. Saiu em todas as revistas de fofoca.

–Sim, me parece que eu vi em algum lugar mesmo. Michel Musso, né?- Freddie acenou.

–Oi, sou Sean Rodrigues Benson, filho dele- apresentou-se Sean, amenizando o clima entre os presentes.

–Prazer Sean, sou Gibby, um velho amigo do seu pai- cumprimentou Gibby apertando a mão de Sean.

–Eu sei quem você é.

–Você aperta muito forte para um garotinho.

–Minha avó Marissa diz que um homem é reconhecido por sua postura- desviei o olhar para não rir. Semelhei a vez que Freddie foi obrigado a esclarecer isso para mim e Carly... restos de melancia foram parar na cara dele de tanto que eu ri. Loucuras da Sra. Benson.

Senti um olhar sobre mim, e quando observei, Freddie me encarava ocultando um sorriso também. O momento foi breve, mas suficiente para ficar encabulada. Logo ele voltou à apatia de antes.

– Você é o namorado da Tia Sam?- Sean perguntou. Gibby e eu ruborizamos, sem explicar de imediato.

–Não, eu não tenho namorado- respondi. Encarei Freddie, que uniu seu olhar com o seu- Eu não tenho namorado. Estou definitivamente solteira- repeti. Querendo deixar resolvida minha mensagem.

Um brilho atravessou pelo seu olhar. Porém, Gibby não teve a mesma sorte. Ele desabou, no modo figurativo de dizer, os ombros caíram e um lamento baixinho escapou dele.

Antes que a ocasião ficasse mais precária, Freddie se despediu e Gibby e eu levantamos voou para o jantar. Freddie já tinha desinfetado do local, então não vi problemas em desfrutar dos gloriosos tacos, eu estava faminta.

Duas semanas haviam passado e tudo continuava na mesma. Freddie e eu brigados, proibida de ver Sean, Spencer passando as tardes com Sean em seu apartamento, e Gibby me visitando às vezes. Mas nesse dia tudo mudou.

A tarde estava ensolarada. Quase não possuía clientes no vitamina da hora. O dia era realmente entediante. Estava atrás do balcão aguardando algum cliente fazer o pedido, como o ultimo pedido tinha saído uma hora atrás, aproveitei para tirar um cochilo. Enfim, minha intuição de que alguém esperava para ser atendido estava certa. Surpreendi quando vi aqueles dois diante de mim.

–Olá Sam- cumprimentou Spencer cínico- Há quanto tempo- encarei impaciente, cerrando os olhos em desafio. Ele escorou no balcão apoiando o peso no cotovelo, observando o catálogo das vitaminas preso a parede, ignorando-me por completo.

–Estou cheia de problemas- persisti com ele, me referindo ao anãozinho que trouxe como companhia. Sean.

–Viemos tomar uma vitamina, ué?- respondeu ele ponderado. Repeti o olhar dando uma leve inclinada na cabeça, descrente do papo- Acho que vou querer a de morango, e você Freddielittle?- Sean deu de ombros- Vou querer duas vitaminas de morango.

–Spencer, tô falando sério. Já tenho um monte de estresses, renuncio mais esse.

–Olhe, eu prometo que vamos tomar a vitamina e ir embora. O dia está pedindo um refresco- girei os olhos e comecei a anotar os pedidos, cedida.

–Okay, sentem em uma mesa qualquer que eu vou levar quando estiverem prontas- comuniquei cúmplice- Regras foram feitas para serem quebradas mesmo.

–Legal- disse o irmão mais velho da Carly, contente.

 Ele empurrou Sean até uma mesa qualquer do salão, sentando-se numa mesa próxima enquanto eu fazia os pedido. Sean permanecia quieto, como no nosso primeiro encontro. Estranhei. Nos nossos últimos encontros ele parecia tão elétrico. Spencer, por sua vez, avaliava o local como um caçador atrás de presas.

–Seu desespero chega a dar náuseas- disse, entregando os pedidos.

–Estou chegando à meia idade, preciso de alguém- ele me respondeu, tomando um gole da vitamina.

–O que aconteceu com aquela trapezista?

–Ela me deixou por um palhaço! Como se um palhaço tivesse tanto futuro quão um escultor- ele comparou inconformado.

Me sentei com eles na mesa.

–Acontece que você sempre sai com as pessoas erradas. Tem que sair com mulheres da sua idade.

–Eu saio com o sexo oposto da minha idade- defendeu-se ele insultado.

–A ultima mulher com quem saiu foi à mãe do Gibby.

–Pessoas da minha idade são chatas... E por que deveria te ouvir? Você é outra encalhada.

–Por opção.

–Sei. Isso é as desculpa que dizem as solteironas sem argumentos... Cansei de ficar discutindo meus relacionamentos, fico deprimido. E preciso ir ao banheiro- disse ele, em direção do W.F.

Estendi meu braço na mesa pegando o restante da vitamina dele.

–Tia Sam... – chamou Sean inseguro. Olhei e ele me deu ares de angustiado- Posso te fazer uma pergunta?

–Já está fazendo. Mas manda ai, o que quer saber?

–Você também é minha amiga?

–Por que está perguntando isso? É claro que sou sua amiga.

–Então posso vir te ver sempre?

–Ah, Sean... Acha que ele se agradaria se soubesse que você visita a inimiga dele todos os dias?

–Não... – Sean negou contrariado- Mas é justo que eu deixe de te ver por que você e ele brigam o tempo todo?- perguntou ele.

A culpa veio inconscientemente. Ele tinha razão.

–E por que quer fazer isso? Seu pai ficaria muito magoado com você.

Ele deu de ombros.

–Eu só acho que você é realmente legal. Papai quase nunca fala de você, mas Tia Carly te adora! Ela sempre fala muito de você... E apesar do papai se recusar a aceitar, ele sente muito sua falta- arregalei os olhos, pasma.

Meus sentimentos entupiram-se de esperanças. Se isso fosse verdade, alguma coisa Freddie sentia por mim. Porém, a realidade foi como um balde de agua fria, gelada e dura. O que um garoto de 5 anos entendia desses assuntos? Tudo bem que Sean era esperto para sua idade, mas não em tão alto grau.

–Como você sabe disso?- perguntei baixinho. O tom surpreso da voz me incomodou.

–... Eu sempre percebo a expressão triste que o olhar dele torna quando te vê.

–Isso é conto de fadas... O real é bem mais sombrio que você espera- disse amarga, encerrando com o assunto.

–Sean, são 19:15hr, em 10 minutos seu pai está no Bushwell. Temos que correr Ninõ!- avisou Spencer frenético.

–Eu sei do que falo- respondeu ele confiante pra mim.

Sean saltou da cadeira e correu até Spencer, que esperava na porta do prédio. Ao abri-la para saírem colidiram com o mal em pessoa.

Freddie estava muito mais muito zangado.

–Desde quando?- perguntou ele, esforçando para reprimir a ira. Por isso a voz embargada.

–...

–Eu pedi distancia, DISTANCIA! Será que tenho que titular distancia para vocês?

–Freddie...

–Não! Eu confiei em você Spencer. E você fez como os gregos, pegou minha confiança e apunhalou pelas costas.

–Tecnicamente seria um cavalo de madeira- Freddie o encarou desfigurado pelo ódio, demostrando a seriedade do problema.

–Eu quem quis vir aqui pai. Eu queria ver ela!- intrometeu-se Sean, enfrentando-o.

–Ei, não quero acerto de contas na minha loja, não!- reclamou Costeleta. Ele calou com os olhos arregalados quando reconheceu Freddie.

–Por quê?- Freddie exigiu do filho.

–Por que ela é legal, e eu gosto dela. Gosto muito dela.

–Chega Sean, você não conhece o monstro que ela é. Vamos embora!

–Não! Eu quero ficar aqui!

–Nós vamos para casa!- gritou Freddie.

–Não!- teimou Sean, magoado.

–Sean...

–Não! Você nunca me escuta. Nunca tem tempo pra ficar comigo, e quando tem está dividido entre mim e o serviço. Eu odeio isso, e odeio você!

Sean se esquivou e fugiu como um louco pela calçada.

–Ô, o menino escapou- evidenciou Costeleta com seu jeitão zen.

Freddie, Spencer e eu começamos a seguir atrás, desesperados pelo perigo que ele estava correndo.

Enquanto eu corria desesperada um pressentimento tomou conta de mim, um pressentimento ruim. Tinha quase certeza de que algo maligno ia acontecer. Sean cruzou pelo asfalto sem olhar para os lados, atravessando a rua movimentada. Freddie conseguiu segurar na gola da sua camisa abrigando urgente o filho nos braços. Sean se agitou por alguns segundos, tentando resistir ao golpe do Freddie, mas logo desistiu enxugando o rosto com a manga da camisa.

–Por favor, nunca mais faça isso- pediu Freddie, oscilando entre soluços- Não faça isso de novo.

Detive meus passos, estupefata.

Comovida, entendi a metáfora da cena.

Não era só um afeto que eles trocavam. Era mais, era um grito de ajuda. Naquele momento, um precisava do amor do outro. Um precisava do outro.

O eco do berro de Spencer foi cruciante. O que se seguiu passou em câmera lenta, me fazendo agir sem pensar, já que pensar exigia tempo e o tempo era escasso para o que se seguia. Percorri o mais veloz que minhas pernas aguentavam com o exercício, acertando no tempo exato para empurrar os dois para o meio fio do asfalto.

E a claridade avançou, cegando-me.



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Notas finais do capítulo

Então galerinha que leem a fic eu estou avisando que infelizmente vou ficar umas 2semanas sem postar.
PQ? Pq vou para a fazenda acompanhar meu avô. E, claro, se nao morrer de frio- afinal, vai os metrologistas marcam 1grau, ghrr- estou postando!
Bjus* e Please não me deixem
XD