Uma Segunda Chance escrita por KelBumBi


Capítulo 19
De Repente é Amor


Notas iniciais do capítulo

HEYY!!!
Há muito tempo depois eu volto, pois er meninas, minha criatividade não anda como antes :(
Vou começando a dizer que odiei esse capítulo, demorei tanto na intenção de capricha-lo, mas falhei miseravelmente na missão. Sorry^^
Então, obrigada a vocês meninas, e Jan, pelos maravilhosos reviews, eu amo ler cada um deles. É tão bom saber que cada um tem um PDV diferente do outro sobre o enredo, é realmente incrível isso!
Bom, eu tenho que falar isso... Recapitulei o capítulo assistindo a "maratona" Brilhante Victoria, na Nick ^^ Normalmente eu diria não gostar da serie, mas até que ela é legalzinha. Ela só não me faz rir como iCarly :(
Eu adorei a paródia que eles fizeram do filme "Clube dos 5", eu amo esse filme, é perfeito! E a paródia foi tão engraçada! Sério, eu ri um monte. Demais. E bem, enquanto observo muitas meninas morrerem pelo Beck, vou admitir que me apaixonei pelo André. Ele é tão lindo ♥ Há, e o Robbin também! E achei bem fofo André e Jade, eles formam um casal mais bonito que Beck e Jade.
Enfim... Por favor, não me atirem pedras meninas, é só a minha opinião da serie :)
Certo, chega de papo. Vamos lá!
Boa leitura,



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–Sam, a boca!- ralhou Freddie comigo. Lançando um olhar censurador questionador sobre o modo como eu estava evitando toda a formalidade de se ‘comportar’ em uma mesa educadamente.

Na intenção de provocá-lo e deixá-lo um pouco mais irritado do que já estava, comecei a grunhir inundada das panquecas carameladas enquanto continuava a mastigar com a boca aberta. Conseguindo atingir o alvo desejado: Freddie irritou-se com a provocação, soltando o ar expirado. Sean começou a rir. Freddie pegou a xicara de café e bebericou, desaprovando o meu poder em Sean. Mas o estrago já estava feito. Seria irreversível, no momento, para Freddie, chamar a atenção uma vez que Sean não se importaria com os discursos de boas maneiras.

A garçonete, que tinha uma quantidade exagerada de rosa na maquiagem, e a qual dava descaradamente em cima do Freddie, cujo nome no crachá condizia Joe, chegou à mesa novamente. Segurando uma jarra de café quente e um sorriso radiante, ela rebatia o recorde dos 15 minutos anteriores. Dessa vez, foram 10 minutos demorados, para a mesma retornar a nossa mesa. Era irritante seu desespero com Freddie. Até parecia que Freddie dava a mínima pra seu desespero, ele só a ignorava. O que vibrava em mim secretamente.

Sean arregalou-se para a garçonete, divertido, mostrando os restos da comida escapando pelos cantos do sorriso. A mulher arregalou os olhos incomodados da gracinha do Sean, aborrecendo-a.

–O casal vai querer mais alguma coisa?- perguntou ela monótona. Farejei no tom de voz as esperanças mescladas com expectativa, especulando, interesseira, o nosso possível relacionamento.

–Ah... Não. Só a conta, por favor- respondeu Freddie, após lançar um singelo olhar a nós. Todos estavam de barriga cheia.

–Já volto- respondeu ela contrariada, eu ri maldosa.

Freddie não percebia, ou então fingia não perceber, o caso é que ele não correspondia às investidas dela, e esse fator aumentava involuntariamente no meu ego. Quero dizer, apesar de não conversamos do acontecido da noite anterior, eu já considerava Freddie sendo minha propriedade. Portanto, quando ele estava perto gostava que as pessoas sentissem inveja da minha conquista, isso me fazia bem. Era como se eu o considerasse sendo aquele troféu ao qual orgulha-nos exibir aos outros. Do tipo em que você luta e sofre pra conseguir. E todo o esforço doado, todo o objetivo corrido que arrasa completamente as suas forças sem piedade, finalmente vale a pena quando você consegue a recompensa, o troféu torna-se seu. Só seu. Apenas seu! E ninguém mais poderá tomá-lo de você, porque ele pertence a você.

Então era assim que me sentia no momento, vitoriosa. Eu tinha conseguido, de certa maneira, o troféu que mais queria no mundo, Freddie.

–Será que eles aceitam cartão de crédito aqui?- perguntou ele. Verificando a carteira atenciosamente, quando a garçonete se afastava da nossa mesa.

–E você não tem dinheiro?- indaguei, dando os ombros lotados de insignificância, voltando a comer mais um pouco das panquecas, que por sinal estavam até boas. Sabe como é não era nenhum bacon ou presunto, mas dava pra enganar meu lindo estomagozinho.

–Tenho umas notas, mas acho que não vai ser o suficiente, já que certa pessoa resolveu comer tudo o que tinha no cardápio- respondeu irônico, fuzilando-me com um olhar breve. Porém, logo ele voltou a averiguar na carteira- Nem vai pensando que vai ficar tudo por minha conta, eu vou descontar metade dos gastos no seu salário.

–Foi você quem convidou!- indignei-me com ele.

–É, mas eu não sabia que esse passeio ia sair tão caro e eu acabaria falido por causa dessa sua fome sobrenatural- bufei contestada com o comentário. Ele deu um de seus maravilhosos sorrisos de lado, adicionando uma pitada maliciosa- Tudo bem Sam, eu não vou descontar do seu salario- rir, mas ele acrescentou saboreando da malicia- Contudo, eu ainda vou te cobrar. E você vai ter que ser muito boazinha com meu pagamento...

O celular dele começou tocar irritantemente, e o nome “Anton” tornou-se visível no Perapad, piscando no visor da tela.

Freddie rejeitou a ligação, eu fiquei sem entender.

–Por que não atendeu?- questionei curiosa e confusa.

–Por que está tão interessada no assunto?- ele rebateu, ligando a sobrancelhas enciumadas.

–Ciúmes?- provoquei maledicente, prendendo um sorriso animador com a ideia.

–E se eu dissesse que sim, faria diferença?- ultimou ele, reclusando nossas provocações flertante.

Encarei-o, indecisa com o cabimento da questão que ele trouxe, totalmente sem palavras para isso. Observei as junções do rosto dele tonificarem-se lentamente. A mandíbula juntava-se severa sobre a mordida tensa, enquanto os ombros permaneciam precisamente embasados em uma linha ereta. Freddie parecia estar participando de uma briga decisiva, onde seu maior oponente era ele mesmo e seus pensamentos.

A verdade é que eu nunca tinha visto o Benson com ciúmes de mim. Ele nunca havia esboçado nenhuma reação vendo-me estando com outro garoto. Seus ciúmes eram exclusivamente destinados a Carly. Só a Carly tinha esse privilégio. Sam Puckett não importava, ela era insignificante demais para sentir ciúmes. A garota selvagem que não possuía sentimentos? Ela não valia pena. Simplesmente, eu era considerada como a demônio loiro sem alma, pelo nerd.

Por tantas vezes tentei chamar a atenção dele, tantas vezes forcei uma situação só para vê-lo ciumento, mas ele nunca sentia o que eu almejava que sentisse, não nunca, sempre era Carly.

E agora, após tantos anos, ele sensibilizava comigo?... Então era isso? Era assim Freddie enciumado? E esses sentimentos que desencadeavam em mim? Era normal senti-los também? Eles eram comuns? Carly também se sentia como eu me sentia agora, quando Freddie era ciumento com ela? Ela também não piscava como eu, se perdendo naqueles castanhos ardentes? Afinal, o que era o sol perto daquele achocolatado majestoso? E essa felicidade estimada, ela sentia isso? Sentia o peito inflado arder com a falta de ar, porque respirar parecia tão insuportável quando se corria o risco de perder aquele profundo olhar sobre os seus?

É claro que Carly não se sentia assim, porque Carly nunca sentiu o que sinto por ele.

–Sim, Freddie, faria toda a diferença do mundo- respondi árdua. Interpretando a surpresa supérflua explicita na face dele, a minha resposta.


A garçonete apareceu pouco depois, trazendo o valor da conta. Ela deu o papel rabiscado para Freddie e, por sorte, ele tinha o suficiente na carteira. Entregando o dinheiro para a garçonete, saímos da lanchonete às 9 da manhã, seguindo o rumo final da viagem.

Você deve estar pensando: Sam Puckett acordada tão cedo? Pois é, mas foi preciso. Freddie chamou cedo naquela manhã, pretextando que se saíssemos cedo do hotel, poderíamos chegar ao lugar às onze. Continuava incógnito o caminho exato de onde estávamos indo, e todas as vezes que eu protestava das horas passadas dentro do carro, Freddie apenas se objetivava em responder que sabia muito bem o que estava fazendo e que quando menos esperávamos estaríamos chegando ao lugar prometido. Começava a cogitar principio de loucura em Freddie, quando, enfim, a miragem de um pequeno vilarejo afastado, beirando o meio da estrada deserta, profetizou-se no campo de visão.

Freddie sorriu, lançando um olhar presunçoso. Fechei uma carranca na face, odiando o fato de ele estar certo. Ele dobrou a estrada, em direção ao vilarejo. Olhei no relógio, na esperança de achar alguma falha dele, porém até nisso Freddie estava correto. Faltava cinco pras onze. Tsc!

As casas no vilarejo eram simples, muitas delas de exterioridades campestres, lembrava a decoração rustica rotineiras nas mansões luxuosas de Seattle. Contudo, a diferença das mansões de Seattle para as residências do vilarejo era a naturalidade e humildade que o lugar emanava. A arquitetura não ficava artificial como as mansões de Seattle, e o vilarejo parecia ser bem calmo, também.

Freddie nós contou a breve história de como conheceu o lugar. Ele havia comprado uma cabana na vila há uns anos atrás, e antigamente, sempre que aparecia uma oportunidade, ele vinha passar o tempo na cabana, fugindo dos problemas cotidianos de Nova York. Contou-nos também que ninguém sabia sobre a cabana, a não ser ele e a falecida esposa, Maria. Quando Sean questionou Freddie por nunca tê-lo trazido ou falado do lugar pra ele Freddie escolheu ficar calado, sem responder ao menino.


Paramos no único mercadinho dali. Freddie saiu do carro pedindo que descêssemos com ele e que o acompanhássemos nas compras.

Entramos na lojinha, e um senhor, beirando os 70 anos, cabelos longos e grisalhos, camisa floral havaiana com short social caqui, se distraia detrás do balcão de atendimento da loja lendo um jornal.

Freddie fez questão de atravessar o corredor e ir ao encontro do senhor. Ele tocou a palma no sino, parecido com o qual Spencer achou quando substitui Lewbert na função de porteiro por um tempo, no Bushwell.

Um par de azul anil subiu, examinado o intruso com certo interesse. Reconhecendo Freddie pelas lentes dos óculos, o senhor sorriu gentil.

–Quem é vivo sempre aparece! Como vai senhor Freddie, resolveu prestigiar novamente nossa humilde vila?- brincou ele. Saindo do balcão, indo cumprimentar Freddie intimamente.

–Falando assim, Claus, eu até me sinto mal- respondeu Freddie abraçando o velho.

–Por Deus, vejo que esse aqui é o pequeno Sean... Mas é sua cara! Como vai garoto? Mesmo que não lembre, esse ancestral aqui, já te segurou no colo e trocou algumas de suas fraldas- disse o velho, dando uma piscadela com olhos gentis pra ele. Seu olhar cruzou em mim, como tinha feito com Sean, entretanto, manipulado com um misto de curiosidade sobre o azul-... E eu não me lembro de você...

–Claus, essa é Sam, uma amiga de infância. Sam, esse é o velho mais sábio e corajoso que eu tive o prazer de conhecer, Claus Crow.

–Vamos Freddie, esse velho não merece tanto- disse ele corando, abraçando-me sem eu nem mesmo esperar por isso- Como você é linda!- elogiou-me- É uma pena que Tereza já tenha roubado meu coração, se não, você não escaparia dos meus encantos!-disse ele.

–Nunca cansa de ser um conquistador- suspirou Freddie, sorrindo. Sentindo-me pouco confortável na situação, soltei um sorriso tímido e voltei a ficar atrás do ombro de Freddie. O lugar mais seguro.

Um tempo depois, após uma rápida conversa amigável de Freddie com o velho, afastamo-nos dele. Estudando as prateleiras dos corredores, e as mercadorias, escolhendo o necessário pra sobrevivermos por alguns dias.

O velho continuava a me observar com grande insistência, intimidando-me um pouco. E posteriormente terminados as compras, Freddie convidou Sr. Claus e sua esposa, que deduzi ser essa tal de Tereza, para vir jantar na próxima noite conosco. Agradecido e animado, o velho aceitou de bom grado o convite, prometendo levar o vinho tinto para o jantar marcado. Despedimo-nos dele, e saímos do mercadinho atolados de sacos de papelão. Depositamos as compras no porta-malas, e mais uma vez Freddie começou a dirigir, só que dessa vez pegando uma via por dentro do vilarejo.


O caminho não asfaltado era de chão cru. Os enormes pinheiros e eucaliptos circulavam a estrada, caracterizando muralhas consistentes na margem do bosque e estrada, desta forma evitando à penetração dos raios solares em ambos, atribulando na atmosfera sombria do espaço. E tinha o hino dos pássaros, ecoando frequentemente uma melodia celestial integrados com a celeuma do córrego queda d’água. Provavelmente, o bosque devia engolir alguma cachoeira perto.

O conjunto aperfeiçoava-se num coro tranquilo.

A cabana, assim como o restante das casas do vilarejo, aparentava uma aparência rustica natural. Concretizando-se na medida em que nós aproximávamos da área particular. O verniz chamuscava na madeira escura, dando um brilho escarlate a cabana. As vidraças da janela ocultavam uma densa cortina branca, enquanto na porta de entrada jazia um empoeirado tapete de boas vindas. A grama cercava a casa em um verde vivo, carregado das mais diversas jardinagens e árvores. Mais abaixo da cabana existia um lago límpido, a água tão transparente que o bosque camuflado, do outro lado da margem do lago, transparecia perfeitamente.

Desci espantada com a natureza do lugar. Uma ventania balançou por meu rosto. Encostei os olhos, sorvendo o cheiro de grama e flores frescas, homogêneas com a ventilação refrescante. Meus pulmões se encheram de ar fresco, o ar mais limpo que eu já tinha inalado em toda minha vida, e a sensação foi inexplicável. As minúsculas partículas poluidoras, que se encontrava em Seattle não estavam presentes naquele ar. Nem a ardência ou o mau cheiro das fumaças se encontravam. Era apenas ar limpo. O silencio era tão brando, que se podia ouvir a correnteza do lago correr, há um metro de distancia da cabana. Era uma raridade presenciar um local com tanta beleza se concretizar. Lembro-me de observar tal cena apenas nos mais belos quadros, pintados de paisagens. E tudo não passava de tinta e tela.

Senti a presença atrás de mim, analisando-me pelo topo da minha cabeça. Contornei, notando o sorriso debochado dele esperando que eu dissesse algo.

–É... Lindo- disse. Incapaz de articular qualquer outra coisa que não fosse essas palavras.

O restante da tarde foi realmente exaustivo. Ele foi reservado para a limpeza da cabana, a qual resistia a uma densa camada de poeira e teias de aranha, mas o que mais poderia se ter em um lugar praticamente abandonado?

Prendendo meus cachos em um prático rabo de cavalo, parti para a atividade mandatória, que a casa gritava em pedido de socorro. Determinada, minha preguiça não ganhava essa. O silencio mortal que fazia não delongou. Freddie nos encorajou a seguir firmes e fortes com a limpeza devido a sua coleção de rocks agitados. Sendo assim, o trabalho ficava até mais suportável.

Não recordo bem quando começou, ou como começou, mas quando dei por mim, nós já dançávamos pela cabana feito gente doida, usando nosso material de limpeza como instrumentos musicais. Minha vassoura transformou-se em baixo, o rodo de Freddie em guitarra, e o espanador de Sean em microfone. Com direito a uma performance solo de Freddie em Back in Black, do AC/DC, e uma dança lenta entre mim e Freddie, Sean ficou com a “guitarra”, em With Arms Wide Open, Credd.

Incrivelmente, Sean conhecia todas as músicas tocadas, cantando todas as letras. O menino sabia todas, e as cantava impecavelmente. Mas pude perceber uma eficácia maior em This Ain't A Scene, It's An Arms Race, de Fall Out Boy. Ele gritava emocionado a cada nota dada, adorando cada segundo do ritmo e letra. Foi divertido esse tempo.

Então depois de acabar com a limpeza da cabana, serviço que levou toda nossa tarde, Freddie tomou seu banho e foi providenciar algo pra comermos. Eu e Sean subimos para nos limparmos da sujeira do nosso corpo.

Descemos e um cheiro gostoso, de queijo quente e bacon frito, veio da cozinha. Freddie tinha terminado nosso jantar, impressionando-me com a rapidez. Tudo bem que eram peculiares sanduiches de bacon, mas aqueles pequenos pãezinhos eram extraordinariamente formidável para minha fome, parecia que eu estava chegando ao Éden quando dei a primeira mordida em um deles. Terminamos de comer sem simbolismo nenhum, enfiando o máximo de massa e recheio que nossas bocas podiam suportar. Nem sequer na mesa sentamos para ceia.

Acabamos de jantar em silencio, compenetrados na satisfação da fome alimentada.

Sean bocejou cansado, e Freddie o levou para o quarto de cima enquanto eu ficava com o pouco de louça para lavar.

Quando Freddie voltou a descer eu já estava deitada no sofá, assistindo a um filme qualquer na tv da sala. Freddie se aproximou em silencio, de mim e do sofá, deitando detrás e fechando o braço na minha cintura. Eu não objetei e nem tentei impedi-lo, aproveitando ao máximo a experiência nova.

–Você adorou o lago, não é mesmo?-perguntou-me ele inesperadamente, mas casualmente. Eu sabia que ele tinha notado meus olhares a água convidativa para um banho relaxante.

–Sim- assumi, aninhando meu corpo no abdômen dele.

Assim, ficamos deitados abraçados, vendo TV.


Continuávamos deitados no sofá, uma enorme bacia de pipoca repousava vazia na mesinha de centro, havíamos acabado com tudo dentro. Um cobertor de pêlo de carneiro caia sobre nosso corpo, protegendo-nos do frio aterrorizante. Justamente quando Freddie deitou ao meu lado no sofá, mais cedo naquela noite, à chuva decidiu aparecer trazendo o frio como comparsa. A chuva estava zangada, estuprando o céu com trovões ensurdecedores. Agradecia por, pelo menos, não estar relampeando. Os raios definitivamente me assustavam.

Implorava para Freddie fazer um delicioso chocolate quente, ele se negava com o pretexto de já termos comido uma bacia de pipoca, quando nossa energia morreu com o estrondo vindo do céu. Deixando-nos no negro da escuridão.

–Ótimo, agora eu posso morrer de tédio!- ironizei.

–Ah, nem é tão ruim.

–Eu vou ficar sem ver o final do filme. As minhas dez pratas foram-se.

–Como pode ter tanta certeza que era o mordomo o assassino?

–Sempre é o mordomo o assassino.

–O quê?

Bufei.

–É a regra dos filmes de suspense, Freddie. Sempre sobra ou para o mordomo ou pra classe menos favorecida. Muito previsível. E você deve-me dez pratas... O dinheiro mais fácil que ganhei- respondi a Freddie, levantando e espreguiçando.

–Aonde você pensa que vai?- perguntou ele, impedindo minha saída do sofá ao segurar minha cintura.

–Ué, dormir... Não tem mais nada para fazer...

Freddie sorriu mal-intencionado, levantando também.

–Nada disso, esqueceu que me deve... Eu quero cobrar agora...

E nisso Freddie me arrastou até para a porta da cabana. Acho que fiz uma cara de confusão, porque Freddie cresceu o sorriso, voltando a me arrastar a contra gosto para fora da porta.

–Freddie, pra onde está me levando?- perguntei contrariada. Enquanto ele me carregava pela chuva e o frio intenso, descendo comigo o caminho do lago.

Meus pés resvalavam na grama molhada, e por varias vezes, precisei trabalhar para manter equilíbrio nas ameaças de queda. Freddie, ao contrário, corria como um profissional. Em nenhuma vez a grama molhada tornou-se problema para ele.

Ele virou, analisando meu rosto com o sorriso intacto. Quando observou as expressões duras que minha irritação constituía no meu rosto, pareceu pensar antes de tomar qualquer iniciativa. A chuva começou a ficar mais agressiva, machucando a carne quando entrava em atrito com a pele. Era como se fossem mil facas pontiagudas perfurando-a. O frio era penetrante, de tal forma, que para permanecer em pé era um milagre. Aqueles segundos, que Freddie perdeu pensando, foram cruciantes para mim. Eu só queria voltar para dentro e me esquentar novamente.

Freddie assumiu um sorriso pegando todo seu rosto, tornando-se aquele sorriso meu preferido. Ele soltou minha mão, deixando-a cair entre nós. Seu olhar colado no meu, intenso. No momento, tudo que poderia fazer era acompanhar as mãos do Freddie descer e agarrar as dobras da camisa, uma de cada lado, puxando-a pra cima, hipnotizada. Minha mente travou no instante em que meus olhos captaram aquela barriga delineadamente atraente. Eu não conseguia mais pensar, apenas comtemplava admirada aquela visão dos Deuses.

Depois de tirada a camisa, e jogada no chão, ele tirou os tênis e levou a mão para o cós da calca, abrindo o zíper, levando a calça para junto da camisa e tênis, deixando-as num montinho organizado na grama. Analisei seu corpo como nunca havia feito antes. Sendo absorvida por uma força maior para a boxer branca dele, era sem explicação, meus olhos automaticamente vagavam para a cueca, e eu não conseguia parar. Piorando quando ele decidiu fazer como tinha feito com as outras peças de roupa. Tirou a boxer, colocando no monte, correndo peladão até o lago. Jogando-se para dentro da água elegantemente, como se fosse um nadador olímpico.

A obscuridade do lago o engoliu. Contudo, logo ele emergiu a cabeça para fora, escondendo o resto do corpo na água escura.

–Você não vai entrar?- perguntou-me ele, dançando os braços na superfície.

Encarei-o, me perguntando se ele estava realmente falando sério sobre entrar na água. Era uma da manhã, estava tendo um baita toró e ele queria que eu entrasse na água? Ele tinha noção do quanto estava gelado o lago? Poderíamos ter uma hipotermia ou algum ataque epilético. Nem morta que eu entraria naquela água!

–Freddie a água está gelada! Vem. Vamos voltar pra dentro da cabana- pedi, abraçando meus ombros com o frio que sentia.

–A água é térmica, pode entrar que aqui está mais quente que dentro da cabana- disse, tentando convencer antagônico.

–Por favor, Freddie, vamos voltar... O Sean está lá dentro sozinho, ele pode estar em perigo...

Freddie deu uma risada elevada, afastando-se da beira do lago.

–Nós estamos em uma cabana, no meio do nada. O único vilarejo próximo fica a 2km, Sean nunca esteve tão protegido!

–Eu falo dele acordar naquele breu todo e encontrar a casa vazia!- contestei muito irritada.

–Sam, você acha que eu seria capaz de deixar Sean dormindo sozinho, se eu não soubesse que o sono dele é profundo? Pode acabar o mundo que ele não acorda. O menino tem o sono pesado... Entra vai, tenho certeza que ele não vai acordar.

Permaneci petrificada no meu canto, insegura se devia ou não entrar. Freddie se impacientou com minha demora e voltou a afundar na água. Olhei a cabana, voltei à água, olhei novamente para a cabana, voltei a olhar na água e tomei uma decisão.

–Ah, que se dane- praguejei baixinho. Começando a tirar minhas peças de roupa e deixa-las empilhadas como Freddie tinha feito com as dele.

Durante o percurso das roupas levianas eu não tive problemas em tira-las, porém, tive um pouco mais de dificuldades com as peças intimas. Eu apenas as tirei em um impulso ligeiro e corri mais rápido que o Flash para dentro do lago, sem ter o mesmo gracejo que Freddie teve com a entrada. Foi um pulo rápido e letal.

Quando submergi na água, encontrando o fundo da margem, meus músculos friccionaram relaxantes. Já não sentia frio, o repentino alivio se tornava confortável. Freddie estava certo, a água era dez vezes mais calorosa que a cabana, estava gostosa.

O fundo mantinha-se silencioso. E, claramente, a imagem da lua refletia na água proporcionando uma cor espectral no local. A lua brilhando cintilante no fundo, e esta parecendo estar maior que quando ficava no céu. Fiquei ali, observando a beleza da natureza enquanto meu oxigênio se esvaecia.

Assim que o ar faltou, voltei para a superfície onde Freddie se encontrava na espera por mim. Nossos olhares se localizaram, e o mesmo lampejo meu olhar deu ocorreu no dele. Nós sabíamos o que deveria ser feito e era inevitável ceder. Freddie sorriu malicioso, preparando-se para atacar enquanto eu recuava uns passos, preparando-me também.

Uma jorrada de água atingiu meu rosto, infelizmente eu não tinha sido ligeira o bastante. Freddie riu, atacando por mais vezes meu rosto. Eu tentava me defender, jogando água na direção dele, mas uma vez que Freddie estava em vantagem, não conseguia ser eficiente com a minha mira. Os jatos tornavam-se mais potentes, ele se aproximava para o bote junto com os ataques. Preparei-me para o contra ataque, saindo em disparada pelo lago, nadando o tanto quanto possível para me afastar dele. E da guerrinha de água, passamos a ter um pequeno duelo de pega-pega.

Eu me afastei até a metade do lago, onde senti a profundidade fazer efeito, meus pés flutuavam na brita do lago. Freddie conseguiu aproximar rápido, planejei voltar para a margem do lago... E chizz’, o Freddie era mesmo muito bom na natação!

Suas braçadas davam metade da minha, e sua agilidade era impressionante. Não foi atoa que ele conseguiu me segurar na metade do caminho, onde iniciamos uma luta para eu escapar dos seus braços. Eu esperneava na tentativa de conseguir sair, mas ele colou minhas costas entre seu abdômen, levitando meu corpo no ar agilmente. O frio foi interminável, desejei ansiosamente voltar para o calor debaixo d’água.

–Tudo bem, você venceu nerd! Eu me rendo- gritei em meio as nossas gargalhadas. Parecíamos duas crianças na primeira aventura ilegal de fugir da casa.

Ele afrouxou na minha cintura, girando-me de frente, de modo que nossos olhares ligaram-se imediatamente. Os risos histéricos foram acabando gradativamente, reinando apenas a nossa hesitação na respiração. Meu olhar fugiu para sua boca, sendo irremediável a amargura de mantê-los longe da minha. Ele fez o mesmo.

–Era isso o que eu queria ouvir... - disse ele sedutor, sem tirar os olhos dos meus lábios. E nem a cobiça.

O hálito dilatado de Freddie roçava nos meus lábios rosados, provocando o pouco que meu bom senso restara. Os arrepios vieram, intercedendo nos meus sentidos, fazendo-me oscilar ofegante. Ele voltou a afrontar meus olhos, determinado, deliberando mais adrenalina no meu corpo.

Percebi um cisco de fogo correr na sua íris acastanhada.

E o que aconteceu a seguir foi eventualmente o esperado.

As turbulências do meu coração iam a mil batidas por segundos. A chuva enturvou minha visão, mas eu sentia o hálito do Freddie roçar-se com o meu. Ele estava tão perto. Seus lábios entraram em contato com os meus, e meus olhos se fecharam envoltos no efeito fatal que ele causava em mim. A impressão era como se eu flutuasse pelas nuvens viajando pelo mais belo vale.

Depois de tantos anos passados, eu sentia outra vez o gosto dele. E nossa, como só naquele momento eu percebia quanta falta eu sentia daquela boca! Era a melhor que coisa que eu experimentara!

Reagi, abrindo espaço para o beijo acontecer. Freddie fluiu com a língua, deparando-se com a minha prontamente, meus braços roubando seu pescoço pra servir de apoio. Nossos corpos se lacraram. A corrente prazerosa, como da noite anterior, vigou novamente. Nossas línguas sabiam como professar, chocando musculo com musculo. Era delicioso o resultado.

O beijo cessou, mas Freddie continuou explorando a desenvoltura do meu pescoço, enérgico. Estávamos tão colados um no outro, que quando meus mamilos enrijeceram com a sensação prazerosa, Freddie sentiu a reação sobre o seu peito.

Ele desceu, aos beijos, por toda a cavidade dos ombros, afundando os lábios no mamilo direito enquanto acariciava o esquerdo com a mão livre. Como consequência, eu deliberei um gemido, puxando seu coro cabeludo para extravasar o abundante sentimento libertino que dominava. Toda minha estrutura óssea tremia ao toque.

Entretanto, isso era pouco. Eu ansiava por mais, muito mais. Nós podíamos intensificar mais. Impulsionei para frente e Freddie captou a indireta. Parando com os seios, ele puxou minha minhas pernas pra sua cintura, vinculando minhas pernas ao redor da sua cintura, prendendo uma de cada lado. Comecei a beijar o pescoço dele, mordiscando algumas vezes. Freddie, por sua vez, continua a segurar firme entre minhas coxas, pressionando-as estratégico. Em seguida, eu o acariciava por todo o ombro enquanto Freddie voltava nos meus seios.

Não aguentávamos mais as preliminares, estávamos no limite e precisaríamos dar urgentemente finalidade naquilo. Freddie derrubou meu corpo uns centímetros abaixo, encaixando-me nele. E pela primeira vez, nós éramos um só.

Era inevitável não chamar pelo nome dele, como ele chamar pelo meu. Mas, mais que isso, eu diria que o relevante era o sentimento exposto no “Freddie” ou “Sam” expressado. Porque eu identificava a emoção nos nomes, e quando gemi “Freddie, eu nunca deixei te amar” e Freddie correspondeu com um beijo quente, eu entendi que com ele acontecia o mesmo.


Saímos e vestimos nossas roupas, parando algumas vezes para nos beijarmos. Freddie segurava minha mão enquanto corríamos juntos, para a entrada da cabana. O chão estava muito mais liso que antes, devido à lamaceira na terra e grama fundada com a chuva, então não foi nenhuma surpresa pra ninguém quando minha bunda tomou conhecimento do chão, acomodando-se nele. Fui com tudo, levando Freddie comigo. Ele caiu por cima de mim, apoiando-se nos braços para não me machucar com seu peso. Riamos da nossa desgraça, quando Freddie me beijou.

Cessamos. Eu o empurrei para o lado, subindo em cima dele e roubando outro beijo demorado. Depois, em uma distração minha, ele me empurrou para o lado, mas eu o empurrei de novo, e nisso começamos a rolar pela grama enlameada, um tentando ganhar do outro.

–Eu te amo, Sam... – disse ele suspirando após ganhar, colando nossas testas.

Coloquei minhas mãos possessivamente nas bochechas dele. Esmagando-as forte.

–Você agora é meu!- disse.

–Eu sempre fui seu... - sorri, ele também- Deixa eu te contar um segredo: Eu nunca deixei de te amar... Você nunca saiu dos meus pensamentos, nunca!

–Nem quando conheceu Maria?

–Maria foi muito importante pra mim, ela é a mãe do meu filho, mas não. Nem Maria me fez esquecer você, você sempre esteve lá, intacta, perturbando minha demência. E agora você também é minha! Eu te fiz ser minha!- gritou ele, sorrindo loucamente.

Eu o comtemplei, e depois, beijei-o como se fosse nosso ultimo dia juntos.

Estilhaçávamos as aglomeradas barreiras que nossos sentimentos eram compostos. Tudo que nós impedíamos de viver esse amor fora para o inferno. Para o longe, para a eternidade!

Pois esse era o meu destino. Ser dele e ele ser meu.



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Notas finais do capítulo

Meninas, mais uma vez eu peço desculpas pelo capítulo ruim, eu juro que tentei melhora-lo. Verdade mesmo, juro com dedo mindinho. Me perdoem, prometo tentar melhora no próximo!
Há, no fim deu que eu nem titulei esse capítulo com o nome do filme que eu comentei da outra vez, mas é que não combinava com o capítulo. Talvez uma próxima vez, eu aviso quando me decidi por isso.
Então algumas meninas disseram que não conseguiram visualizar Anton, se você foi uma delas e ficou na curiosidade, vou passar o nome do ator em quem me inspirei.
Anton Yelchin, ele é muito HOT. Eu acho, rsrsrs.
Bye, meninas e meninos (eu só conheço o Jan como leitor masculinos, mas enfim...)
Bjus*
----> E não esqueçam de deixar sua opinião, ela me incentiva a continuar ;D