Depois de alguns dias, a mãe de Edward veio pra casa. Nos primeiros dois dias, eu nem cheguei a vê-la - eu passava a manhã fora, e de tarde não saía muito do quarto. Ela também quase não saía da cama, então só no terceiro dia eu a vi. Estava pegando um copo de água na cozinha quando escutei passos. Me escondi atrás de uma bancada, e estiquei um pouco o pescoço. Ela estava com um pijama azul e um roupão branco por cima, seus cabelos loiros estavam presos em um coque bagunçado, e ela tinha olheiras fortes abaixo dos olhos.

Imaginei como Edward estaria lidando com isso. Ele está passando bastante tempo cuidando dela, mas quando ele vai pra escola, ou pra algum de seus cursos, ela fica sozinha em casa. Ou pelo menos acha que fica.

Naquela noite, fui dormir cedo, e acordei uma hora depois com Edward sacudindo meu braço.

– Anda, você tem que sair daqui!

– Ahn?

– A minha tia veio passar uns dias aqui por causa da minha mãe, ela vai ficar no quarto de hóspedes! Levanta, a gente tem que tirar suas coisas daqui!

Quando ele disse isso, forcei meus olhos a abrirem e me levantei. Colocamos todas as minhas coisas de volta na minha mala, e a maçaneta na porta girou. Fiquei aliviada ao lembrar a que a porta estava emperrada. Edward pegou a mala e desceu a trepadeira.

Eu já estava quase no chão quando lembrei da carta na gaveta. Subi de volta correndo e escutei alguém desparafusando a porta. Peguei a carta, coloquei no bolso do meu casaco, e escutei a porta abrir assim que escorreguei em um galho e caí nos braços de Edward.

- Exatamente como na primeira vez. - ele disse.

- Bom saber que você vai estar sempre pronto pra me segurar.