Dangerous Love escrita por Urania


Capítulo 6
A Festa Mais Incrível.


Notas iniciais do capítulo

Ola! Não sei se ainda tem alguém lendo isso aqui, mas eu continuo postando esporadicamente os capítulos. Desculpem pela demora, mas fiquei sem criatividade pra desenvolver o resto da história, e sei que é um saco escrever coisas só por escrever, e depois pra lê-las é pior ainda.
Espero que gostem ^^



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- Ah, mas sabe Fifi, eu realmente achei que aquele vestido ficou maravilhoso em você. – Disse Becca com a sua vozinha fina e irritante.

- Eu sei que ele ficou maravilhoso em mim, Becca, mas e aquele outro vestido?

Nina deu um suspiro estressado.

- Fala sério, Fiona, para de c* doce e compra o vestido logo, pra você parar de me encher. Isso tá me dando dor de cabeça. –

Respondi antes que pudesse me controlar.

- Nina, eu levo o tempo que eu quiser, pra escolher a porcaria do vestido que eu quiser, entendeu?

Todas elas se calaram perante o meu ato de fúria. A verdade era que eu mal havia conseguido pregar os olhos durante a noite, além do fato de que eu ainda estava furiosíssima com meu querido papai, e aquele garoto metido a encrenqueiro ficava perturbando os meus pensamentos quando eu só queria que ele fosse se ferrar.

Pausa constrangedora em que todas olham para baixo. Respirei fundo e continuei.

- Mas eu acho que vou querer o primeiro mesmo, vocês não acham, fofas?

- Sim, com certeza, Fifi.

- Ai, absolutamente, amiga.

- Tanto faz, não sou eu que vou usa-lo mesmo.

- Sim, então vamos logo, ainda temos os sapatos, os acessórios, as bolsas, uma nova capinha pro meu Iphone... Ai, quanta coisa! – Becca foi andando, falando e gesticulando rapidamente, sem olhar para trás pra ver se alguém a acompanhava. Um pouco sem escolha, a seguimos pelos corredores amplos.

***

Olhando para trás agora, eu vejo que só há uma coisa que posso dizer sobre aquela festa: In-crí-vel. Luzes brilhantes espalhadas pelo quintal, pessoas (bêbadas) se divertindo como se não houvesse amanhã. Aquela seria a festa perfeita. Não fosse por um pequeno detalhe.

***

Sexta-Feira se aproximou em um ritmo acelerado, enquanto as pessoas pelas salas, gramado, refeitório, pátio e corredores só sabiam pensar e falar em uma coisa. A grande festa na casa do Thiago.

As garotas foram se arrumaram na minha casa, já que era Guilherme que ia nos dar uma carona. Após uma série de dramas femininos que envolviam sapatos de tamanhos menores que os dos seus pés, celulares perdidos, vestidos amassados, blusas trocadas e maquiagens borradas, ficamos prontas e plenamente satisfeitas com o resultado de como estávamos.

Nina tinha colocado lápis e delineador marcados, sombra preta e batom vermelho sangue. Vestia uma camiseta de uma banda de heavy metal desconhecida que deixava aparecer o seu novo piercing no umbigo, coisa que ela tinha feito especificamente para a festa, saia jeans curta, meia-calça arrastão e coturnos até o joelho.

Becca usava uma coisa mais leve. Gloss labial transparente, lápis de olho e delineador marrons, com sombra em tons de terracota, e um bush rosinha. Suas roupas eram coloridas. Um vestido de estampa floral bem leve, com um grosso cinto demarcando a cintura. Ela usava sandálias altas de couro marrom estilo gladiadora e um headband.

Iara usava seu estilo de romântica incorrigível. Vestido vermelho curto, mas rodado com um cinto preto na cintura fininho com o busto em forma de coração. Tinha prendido os cabelos flamejantes em um coque frouxo e baixo. Usava de maquiagem só um Gloss rosa, blush vermelhinho e lápis de olho, e para arrematar, usava uma sandália preta tão alta que nem conseguia andar propriamente. Ou seja, ela podia se passar por uma garotinha inocente tranquilamente. 

E também tinha, é claro, eu. Naquela noite eu me encontrava particularmente arrasante. Vestido justo curto e preto, com um bolero vermelho de renda por cima. Um salto tipo Oxford também preto, e maquiagem com olhos bem delineados, blush e um batom vermelho.

Descemos as escadas como as rainhas que éramos. Meu irmão já estava lá embaixo, nos esperando. Entramos no carro esporte dele, eu na frente, as meninas atrás. Chegamos e descemos. Eram onze horas da noite, e os jardins já estavam lotados de pessoas.

Fomos atravessando a multidão de olhares invejosos e cobiçosos, até entrarmos na casa de Thiago. Era uma casa em estilo moderno, como a da maioria das pessoas aqui presentes era. Toda quadrada e branca, com sofás enormes, cozinha acoplada, mesa de jantar e uma porta de vidro aos fundos que dava ao quintal e à piscina.

- Ei, garotas! – Disse Thiago, surgindo do meio de um grupo de garotos de outro colégio, e vindo em nossa direção.

- Thiiiii – Preciso relatar mesmo quem falou isso dando pulinhos em direção a ele, e depois o abraçando?

- Oi, Thiago! – Disse Becca, com o familiar cumprimento dos dois beijinhos na bochecha.

- Ei. – Nina. Sempre simples, objetiva e sem frescuras.

- Ei, Nina! Fiona... – Ele se aproximou com um sorriso cafajeste no rosto, me analisando de cima a baixo. Levantei as sobrancelhas, já que ele não estava sendo nada discreto. – Está linda.

Era uma verdade. Dei de ombros levemente.

- Obrigada. Oi, Thiago.

De repente, Becca, Iara e Nina foram embora, nos deixando sozinhos. E, tão de repente quanto elas tinham sumido, Thiago estava colocando seus braços em minha volta, e procurando por minha boca com a sua. Acho que sutileza e preliminares não são seu forte. É uma das coisas que temos em comum. Não precisa de conversa, nem nada. Só isso. Contato físico.

Suas mãos vão desde minhas costas até minha cintura. Seu abraço aos pouquinhos começa a ficar apertado, e a falta de ar é mais pronunciante que antes. Seus beijos ficam mais urgentes, e eu gosto disso. Sua boca tem gosto de álcool, mas eu não ligo.

Ele se separa de mim, e fala:

- Que tal uma bebida?

- Claro.

Não conversamos. Vamos até o bar juntos, e ele pede duas bebidas. Acabamos com tudo em menos de um minuto. Pedimos outra. E outra. Mais uma... Perdemos a conta do total de copos que já tomamos. As coisas começam a ficar mais engraçadas de repente. Tudo gira de um jeito bom. Estou feliz. Puxo o copo da mão dele.

- Vamos dançar!

Ele acena com a cabeça sorrindo, e juntos vamos para a pista improvisada no quintal. Nossas silhuetas somem e reaparecem, de acordo com os efeitos da luz enquanto eles batem em nossa pele. Pessoas a nossa volta dançam doida e enlouquecidamente enquanto passamos. O mundo gira em tons de cores vibrantes.

Paramos bem no centro da pista. Thiago coloca suas mãos em minha cintura, e juntos vamos dançando. As coisas são tão felizes desse jeito. Não existe o amanhã, nem o ontem, o que você sabe ou deixa de saber... É tudo uma questão de agora. E agora me sinto leve como uma pena. Meus cabelos balançam percorrendo a trajetória que a minha cabeça fez um segundo antes. Minhas mãos percorrem os cabelos macios de Thiago. Não penso em nada neste instante.

Estou tão feliz que começo a rir. Ele começa a rir comigo. Eu enfio minha cabeça em seu peito, porque é tão hilário. O que, eu não sei. Mas também não me importo em descobrir. Sinto cheiro de álcool em mim. Nele. Nas pessoas que dançam agitadas a nossa volta. Penso que estou bêbada. O pensamento é tão arrebatador que chega a ser engraçado. Rio mais um pouco.

- Ei, Fi... Fiona... Hahaha, você tá muito doida.

- Aham, hahaha, e você também!

Rimos mais. De repente, num impulso semi-humano, agarro-o pela gola da camisa e o puxo para mais perto. Nossas bocas estão grudadas, coladas. Não é de todo ruim. Sinto-me desesperada. Acho que estou sufocando dentro de mim mesma. Mas não paro para respirar, já que sei que o desespero não é causado por algo externo.

O conato fica mais intenso. Suas mãos percorrem minhas costas, meus cabelos, minha nuca, meus ombros... Sinto-me na obrigação de corresponder com entusiasmo, apesar de não senti-lo. As outras pessoas não parecem achar nada incomum no fato de terem duas pessoas praticamente tirando as roupas no meio da pista. Ele se descola de mim.

- Quer ir pro meu quarto?

- Tá bom.

Naquela hora, aquilo parecia um bom plano. Tudo pareceria.

***

Uma hora depois, eu estava terminando de me vestir no quarto de Thiago. Já começava a sentir os efeitos de toda aquela bebida ingerida anteriormente se revirando em meu estômago. A dor na minha cabeça era lancinante. Milhares de agulhas perfurando meu crânio lentamente. E sono. Muito sono.

Olhei para o lado e vi Thiago esparramado na cama de casal king size dele. Não queria ficar aqui mesmo. As paredes do quarto dele eram claustrofóbicas de algum modo, mesmo possuindo uma janela panorâmica que ocupava uma parede inteira. Os móveis claros eram tão deprimentes. A urgência de sair dali era enorme e me comprimia.

Antes que eu pudesse sequer pensar, com as pálpebras pesadas e os saltos, fui cambaleando até o andar de baixo. Ele ainda estava tão, se não mais, movimentado que da ultima vez que estivera ali. O cheiro da bebida, que era apaziguadoramente familiar fez meu estômago dar um giro de 180 graus. Ainda cambaleando, corri entre os corpos suados e fui até a saída dos empregados.

Uma pequena porta à direita num corredor estreito e abafado. Passos que ecoavam nos meus ouvidos. Aqueles eram meus ou de outras pessoas? Não me importei em tentar descobrir. Seguindo pelo corredorzinho, uma porta menor ainda que a de antes guiava para um pequeno pátio externo. Pequeno mesmo. Mal caberiam três pessoas em pé ali dentro.

Me ajoelhei. Girando... Girando... Girando... Confusão...

Enfiei a cabeça entre os joelhos como uma criança que se sente só. Algum tempo se passou. Podem ter sido segundos, minutos, horas, dias, meses, anos... Se pudesse apostar, apostaria que foram anos em que o mundo se congelou e depois se reiniciou.

Levantei a cabeça. As coisas apesar de estarem girando, haviam melhorado. O mundo havia parado de se inclinar para o lado. E isso era bom.

- Achei que você estava morta. – A voz que falara era grossa e fria como a neve. Olhei na direção de onde ela tinha vindo.

Uma silhueta escura se sobressaía no breu da noite. Era difícil discerni-la, já que as roupas que usava eram tão escuras quanto a noite ao seu redor. Seus cabelos não ajudavam em nada, já que conseguiam ser mais escuros que suas vestes. As únicas coisas distinguíveis eram seus olhos. Eles brilhavam no escuro como dois faróis. Eu deveria ter sentido medo ou pavor. Porém, ao contrário do que se esperava, fiquei mais tranquila do que eu jamais ficara.

- Quem é você?

Uma risada como o vento em uma nevasca entrou pelos meus ouvidos.

– Não sei. Tente me dizer quem você é.

Fiquei calada. Tinha alguma coisa em como ele se portava, o jeito displicente de se apoiar na parede às suas costas, na maneira em que ele era frio que... Simplesmente me lembrava o de alguém.

- Te conheço? – Pergunto.

- Talvez.

Ele deu um passo à frente. E meu queixo caiu. Era ele.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Ainda vou continuar postando por passatempo, já que as aulas começaram e durante esse período eu não posso escrever, ou seja, tenho surtos de ideias brilhantes pipocando na minha cabeça a todo tempo.



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