Rachel acordou e observou o copo de água vazia que estava ao lado de sua cama, seus pais haviam lhe entregado na noite anterior, enquanto ela contava entre lágrimas que Finn havia terminado com ela e que eles nunca mais voltariam a estar juntos, que ele não seria o homem destinado a estar ao seu lado e que eles jamais se casariam.

Tudo aquilo a machucava, Quinn havia quase morrido e por mais que aquilo a ferisse, e ela tinha que admitir que naquela situação ela se arrependeu de jamais ter dito tantas coisas para Quinn, mas Finn era o homem perfeito para ela e com quem ela estava destinada a estar, Finn estava para Rachel, como Rachel estava para Broadway e aquilo não podia terminar assim.

Ela se levantou com uma determinação que a muito tempo não batia novamente no peito de Rachel Berry e após todo o seu ritual da manhã, ela desceu para a cozinha, sorrindo, como se nada de ruim jamais houvesse acontecido, seus pais se entreolharam e dirigiram os olhares para a filha.

–O que lhe aconteceu? Perguntou Hiram.

–Certamente levaram nossa filhinha, e colocaram essa outra estrela reluzente em seu lugar! Brincou Leroy, dando um beijo na cabeça de Rachel e lhe entregando uma maçã.

–Eu vou reconquistar Finn Hudson, ou eu não me chamo Rachel Berry. Ele é o amor da minha vida e você não pode deixar que eles sumam, como se houvessem sido apenas uma brisa de verão! Disse Rachel animada, abraçando seus dois pais.

–Eu concordo que se você acha que é exatamente isso que você quer e que você sente aqui no seu coração, você deve sair dessa casa com seu melhor sorriso e reconquistar esse garoto! Quem não cairia aos seus pés? Perguntou Leroy e Hiram depositou um delicado em seus lábios e na testa de Rachel, enquanto os dois se dirigiam para a sua escola.

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Quinn já havia chegado a escola e estava no corredor conversando com Chandler, e desde que ela era uma cheerleader, ela jamais havia sentido tantos olhares de uma vez pelos seus ombros. O garoto se aproximou dela de forma sedutora para sussurrar em seu ouvido, claramente ele adorava que as pessoas estivessem julgando que eles fossem o novo casal daquela escola.

–Você consegue imaginar o que eles diriam se soubessem que nós somos na verdade um gay e uma lésbica? Sussurrou ele e Quinn sabia, que se fosse uma outra garota, ela teria tremido com o ar quente e o sotaque britânico do garoto em seu ouvido, mas ela, apenas riu.

Naquele momento Chandler parou de rir e observou uma determinada Rachel Berry passar por ele, com um sorriso maníaco em seu rosto e riu da menina que até então não o havia notado. Ele segurou na cintura de Quinn, que tinha a mão sobre seu ombro e a direcionou até a menina, que trocou olhares com o casal, em seguida virando o rosto sério em direção ao seu alvo, Finn Hudson, encostado em um armário a metros dali. Com líderes de torcida ao seu redor.

–As garotas realmente fazem uma imagem totalmente distorcida de jogadores de futebol e sonho de consumos não é? Perguntou ele, observando a nova interação.

Quinn estava séria em observar que apesar de tudo, ela iria mais uma vez para Finn Hudson, e o quanto ver aquilo a feria, sempre mais, a cada nova interação.

 Chandler deu um sorriso confortador, em função do silêncio da HBIC.

–Não é um tanto quanto irônico eu saber que você é a garota mais popular e a mais linda dessa escola, tanto quanto eu sei que ela é a mais loser e ainda assim, você estar desejando ela com seus olhos? Isso é um clichê.

Quinn finalmente deu sua atenção para Chandler e levantou uma sobrancelha, mas ela não conseguia se sentir chateada o suficiente pela leitura que o menino havia feito, em anos, talvez ele fosse a única pessoa a perceber aquilo ou a única, com coragem o suficiente para o transmitir em voz alta.

Quinn e Chandler se viraram, para observarem as risadas de algumas das cheerleaders, acompanhadas de Finn Hudson e dirigidas a Rachel Berry. Claramente, ele estava determinado a fazer com que aquela situação fosse humilhante para Rachel, ela não era culpada em tudo por ter o mal hábito por se atrair por idiotas que jamais seriam o que ela esperava e Quinn sabia muito bem disso. 

Quinn pode observar como em um filme, quando uma das cheerleaders cochichou para um jogador de futebol  que estava com slushie em mãos e saiu andando em direção ao grupo, ela teve um dejavu e não precisou de mais do que sua intuição para sair andando em seguida movida pelos seus sentimentos ao invés de sua racionalidade e naquele ano, aquilo vinha acontecendo bastante.

–Nem pense em fazer isso, ou eu cortarei suas bolas fora grandalhão! Disse Quinn, segurando o braço do jogador a tempo e tomando a atenção, não apenas de Rachel mas como de todos do corredor.

–Quinn! Chamou uma outra voz nas costas e ainda apoiada na sua nova bengala, Quinn se virou e em seguida recebeu um líquido gélido em seu rosto e ouviu as risadas no corredor, até poder abrir os olhos e sentir o gosto doce do slushie que outro jogador havia jogado em seu rosto.

Chandler colocou a sua mão na cintura, observando Finn rir encostado num armário, diante de uma Rachel Berry confusa ainda sobre o que havia acontecido e uma Quinn Fabray, com slushie azul escorrendo por todo seu rosto.

Mais um olhar para o jogador rodeado pelas sorridentes cheerleaders e o grupo se moveu, mas a segunda coisa que Quinn pode ver após Chandler olhando para o jogador com as mãos em sua cintura e a blusa levemente levantada, foi que sua mão havia acertado o rosto de Finn.

Em seguida Puck e Sam, estavam segurando os dois garotos e mais que metade do Glee Club estava presente.

–O que você acha que está fazendo idiota? Defendendo Quinn Fabray? Finn riu debochando de Chandler, enquanto limpava sangue que estava escorrendo de seu nariz.

Chandler estava evidentemente furioso e era segurado por Sam, enquanto Mercedez estava próxima chocada com a situação.

–Eu só estava lhe fazendo você se sentir exatamente aquilo que é, um verme! Cuspiu ele, e Finn quase escapou dos braços de Puck e de outro jogador, até Will aparecer no meio dos alunos.

–Parem já com isso! Gritou ele, colocando sua mão no peito de Finn.

–Nós teremos um novo teste para o Glee Club hoje. Falou Will e abriu a porta para que Chandler entrasse, o Glee Club ficou em silêncio e Quinn sorriu para ele.

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–Eu não quero brigas, ou ninguém nervoso aqui. Vamos apenas ouvir o que o rapaz irá cantar! Disse ele, pegando uma cadeira ao lado de Sam e se sentando, enquanto Chandler pegava o violão.

As primeiras notas foram reconhecidas por Quinn em seguida, relembrando a história que Chandler havia lhe contado mais cedo, sobre o bullying que ele sofreu em sua escola e de como ele acabou se tornando farto, de garotas que eram como ela e jogadores de futebol, após ele se envolver com um deles, sendo descoberto e ficando com toda a responsabilidade para ele. Aquela música era o seu desabafo e era assustador como em pouco tempo, eles haviam se ligado rapidamente e Quinn ainda não sabia os reais motivos que ele tinha.

‘I'm coming out of my cage

And I've been doing just fine

Gotta gotta be down

Because I want it all…’

Ele cantou os primeiros versos e ela não precisou de muito para saber que o único não satisfeito ali, era Finn já que ele devia provavelmente estar sentindo inveja do garoto.

‘It started out with a kiss

How did it end up like this?

It was only a kiss

It was only a kiss…’

E quando Quinn percebeu, ela estava se identificando com aquela música também e talvez fosse isso que ele queria, mostrar como de certa forma, os dois eram tão iguais.

‘Now I'm falling asleep

And she's calling a cab

While he's having a smoke

And she's taking a drag…’

Quinn riu da atuação do menino enquanto cantava, ela quase podia ver um novo Kurt Hummel ali, ou uma nova Rachel Berry, enquanto o Glee Club se empolgava com a batida da música.

‘Now they're going to bed

And my stomach is sick

And it's all in my head…’

Ele caminhou entre as cadeiras e terminou em um ponto muito próximo a Quinn, apontando para sua cabeça, no último trecho, enquanto gesticulava com as mãos e Quinn não sabia como ele não havia contado sobre esse surto musical que ele tinha.

                                               ‘But she's touching his chest now

                                                 He takes off her dress now

Let me go...’

Ele desceu de forma imaginária com suas mãos dos peitos de Quinn até a sua barriga, que fingiu estar chocada com a ousadia dele, entrando na brincadeira e terminando por ser puxada pela sua mão para dançar junto ao menino em sua coreografia maluca e teatral.

“And I just can't look it's killing me

And taking control

Jealousy, turning saints into the sea

Swimming through sick lullabies

Choking on your alibis

But it's just the price I pay

Destiny is calling me

Open up my eager eyes

'Cause I'm Mr. Brightside...”

Quando ele estava terminando de cantar a sua canção, todo o Glee Club já estava em pé o acompanhando no seu desempenho, enquanto ele continuava a ser teatral e cantar com sua alma junto de Quinn. Os olhos dela se perderam entre risos, em Rachel, sendo quem ela amava vinte quatro horas do seu dia, sorridente e maluca por canções e  teatralidade,dançando de mãos dadas com Kurt.