A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 66
2ª Fase: Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

- BÚ! OLHA SÓ QUEM APARECEU!

— Só avisando que é capítulo de Beward, no futuro, finalmente! Boa leitura para as melhores leitoras do nyah!



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Ele estava de costas.

Provavelmente, observando a paisagem da cidade que se formava em frente ao escritório. A falta de interesse dele não me agradou, visto que não era educado não cumprimentar alguém que acabou de entrar no recinto. Mas tudo bem, eu só queria que acabasse logo.

Enquanto eu caminhava a passos desastrosos em direção a cadeira que ficava em frente à mesa dele, várias ondas de arrepios percorrem pela minha espinha, sendo que a sensação só piorava a cada passo. Argh. Odiei o som emitido pelo salto alto em contato com o piso. Definitivamente, tênis eram muito mais confortáveis.

Comecei a notar os singelos detalhes da sala ao meu redor, em uma tentativa banal de não ficar ainda mais nervosa, de tal modo que o meu coração parecia pular dentro do peito. Ataque cardíaco na primeira entrevista de emprego? Nada bom. Seja forte, Melanie. Repeti em pensamentos várias vezes, seguidamente.

As paredes em tom de cinza me cercavam, oferecendo um ar meio formal e neutro para o local. Essas tinham fim devido às janelas de vidro que preenchia toda a parte da frente, possibilitando uma bela de uma vista para o centro. Fiquei impressionada com a quantidade de prédios que se formavam por de trás do vidro, bem como do rio incrivelmente azul que atravessa toda Manhattan.

Abaixando um pouco o olhar, encontrei a mesinha do centro, a qual se encontrava em perfeita ordem. Ali, estavam pilhas e mais pilhas de papeis perfeitamente empilhados, bem como um notbook. No canto do cômodo, mais ao longe, como se estivesse escondido propositalmente, visualizei um vaso branco cuja uma única rosa negra estava plantada. Quase parei no lugar, mas continue caminhando. Novamente, uma sensação de familiaridade preencheu minha mente, fazendo minha cabeça formigar.

Assim que me dei conta, me vi sentada de frente para a mesa do Sr. Mason. Esse, por sua vez, girou a cadeira de tal modo que me possibilitou uma visão perfeita do seu rosto. Ficamos cara a cara.

Ah, meu Deus.

Nora havia me informado a respeito dele, ou seja, que era um rapaz um pouco jovem, com um estilo meio metido. Por isso, imediatamente formei a imagem de um adolescente despojado e filhinho de papai na minha cabeça. Definitivamente, minha imaginação não fez jus a ele.

Ele tinha uma estatura alta, de tal modo que baixou a sua cabeça para poder me fitar. Os cabelos negros, cacheados e rebeldes, estavam espalhados para todos os lados, dando-lhe um belo contraste com a pele branca e a barba negra por fazer. E, caramba! Aqueles olhos cor de âmbar me analisavam de cima a baixo, fazendo-me sentir muito exposta. O terno azul marinho parecia muito apertado em meio aos músculos do seu corpo.

Ele poderia facilmente ser comparado a um anjo.

Foi como se uma avalanche tivesse se formado em minha cabeça quando encarei os seus olhos atentamente, pois senti uma familiaridade muito forte. Isso não havia acontecido até então, com ninguém. Definitivamente, eu já havia sentido o cheiro daquela colônia em algum lugar.

— Você é a Melanie, não é? – Ele perguntou.

Fiquei um pouco hipnotizada quando me deparei com os dentes brancos e perfeitamente alinhados.

— Sim.

Respirei com um pouco de dificuldade e tive que controlar as batidas desenfreadas do meu coração. Mordi os lábios com força, tentando sair do estado de estupor. Imediatamente, endireitei a coluna e cruzei as pernas, tomando todo o cuidado do mundo para não deixar a minha pasta cair. De repente, senti meu cabelo soltar do grampo e quando me dei conta, as madeixas ruivas estavam espalhadas para todos os lados, cobrindo boa parte dos meus ombros. Droga. Lá se foi o penteado tão bem modelado pela minha amiga, em uma tentativa desesperada de me deixar mais profissional.

Quando olhei para ele, percebi que seus olhos estavam caídos em direção do meu decote, que por sinal, estava coberto pelos fios ondulados do meu cabelo. Que cretino!  Pensei, aflita. Eu havia perdido a memória, mas sabia distinguir como uma mulher deveria ser tratada.

Pigarreei alto. Lentamente, ele levantou os olhos, esboçando um sorriso tímido, como se tivesse sido pego no flagra e não estava se importando.

— Precisa de ajuda com o cabelo?

Não entendi a pergunta dele. Pensei que estava brincando, mas a voz rouca e grossa emitia um tom sério.

— Não. Estou muito bem. – Respondi imediatamente. Em um tique nervoso, comecei a balançar a perna, observando o salto alto. Eu poderia facilmente alcançá-lo e jogá-lo na cabeça daquele homem, se fosse preciso.

— Meu nome é Anthony, prazer em conhecê-la. – Ele assumiu uma postura mais seria ao cruzar os braços. Continuava a me fitar. – Recebi o seu currículo há algumas semanas. Preciso dizer que você teve sorte ao ser chamada. Confesso que o fato de sua mãe ser delegada lhe ajudou bastante nesse quesito. Muitas jovens queriam estar no seu lugar.

Levantei uma sobrancelha. Como ele era modesto! No momento, eu não conseguia distinguir os sentimentos que preenchiam o meu peito. Talvez um pouco de confusão misturada com ansiedade. Mas que grande droga.

Eu não respondi ao comentário nada singelo dele.

— Agora me diga: Quais as suas motivações na vida?

Ah, droga. Como eu iria saber? Mal sabia o meu nome. Novamente, peguei-o fitando-me, como se estivesse me estudando.

— Descobrir a verdade. – Falei a primeira coisa que me passou pela cabeça. – Fazer justiça. Não deixar que ninguém faça as minhas escolhas por mim.

As minhas palavras eram verdadeiras, dada as circunstancias da minha vida no momento. Anthony permaneceu com a expressão neutra. Aquela pergunta simplesmente não fazia sentido, pelo menos, não parecia que iria ajudar a descobrir as minhas habilidades para o cargo.

— E as suas? – Quando percebi, as palavras saíram da minha boca.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Gosto de ser o melhor em tudo o que faço. – Ele respondeu imediatamente. – Gosto que as pessoas me obedeçam.

— Como se fossem seus súditos?

— Exatamente. Gosto de ser temido.

Sua resposta foi como um tabefe na minha cara. Anthony me pareceu arrogante e pretensioso. Conclui que caso eu fosse aceita para o cargo, seria uma frustrada e infeliz com aquele cara como chefe. E no momento, eu não precisava daquilo.

Eu precisava pensar em algo rápido para sair daquela enrascada. Minha mãe estava com a cabeça aonde ao pensar que eu me daria bem naquele emprego com Anthony como chefe?

De repente, senti o sangue fervilhar na pele. Eu recentemente havia perdido a memória após ter despertado em um cemitério, sendo que no dia seguinte, em uma bela manhã, acordei com o desenho de um símbolo feito a batom na parede do meu quarto, sendo eu a desenhista. A pior parte? Eu não lembrava daquilo, de novo. Não obstante, uma menina havia sido assassinada no banheiro da minha faculdade, sendo que o mesmo símbolo que eu havia feito no meu quarto, estava exposto nas paredes do local de seu assassinato. Minha vida não estava sendo feito, e a presença de Anthony era dispensável.

— Bem, você parece inofensivo para mim. – Eu disse com petulância.

Definitivamente, alguém não vai ser contratada. Conclui, feliz.

Entretanto, Anthony pareceu se divertir com a minha resposta.

— Tem a língua afiada. E não parece que é capaz de obedecer, Melanie. – Lentamente, ele pousou sua mão em cima da mesinha de centro e bateu os dedos grandes em cima da superfície. – Para alguém da sua idade, você parece ter a mentalidade de uma criança.

Furiosa, me levantei da cadeira e o encarei. Deixei a pasta cair no chão com um baque. Por esguelha, percebi que várias cópias do meu currículo, feito por Nora, se espalharam pelo chão.

— Como é?

— Exatamente o que te falei. Além de burra, é surda? . – Ele ergueu os olhos para me fitar, mantendo a expressão tranquila, como se eu fosse uma espécie de bicho de estimação que recebeu uma ordem e precisava obedecer.

— Você não pode falar comigo assim! – Praticamente gritei.

Em um ataque de fúria, pousei as minhas mãos em cima da mesinha para poder ficar cara a cara com aquele sujeito idiota. Entretanto, acabou que meus dedos cobriram as mãos dele, as quais ocupavam boa parte da mesinha. E então minha pele pareceu que recebeu uma queimadura de terceiro grau.

Não obstante, os vidros a nossa volta explodiram como se uma bomba estivesse plantada no escritório, espalhando os cacos para todos os lugares.  

Anthony se jogou em minha direção e gritei.


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Notas finais do capítulo

Como é feriado, eu tive tempo para escrever um capítulo. A vida está bem corrida, povo. Mas juro que vou me organizar e tentar manter uma rotina de escrita, porque me faz bem. Estou pensando em postar vários capítulos até domingo para compensar vocês, o que me dizem?
Sobre o nosso Edward, que é o Anthony, no futuro, eu simplesmente formei a imagem dele na minha cabeça. Não em um ator especifico. Se alguém conhecer algum, e quiser me mandar o nome para a publicação de uma imagem aqui, se eu achar parecido, por favor, estarei a disposição.
Ah, alguém ai faz uso do whattpad?
Grande abraço, e até mais!
Obs: MUITA SAUDADES DE VOCÊS!!!



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