A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 45
2ª Fase: Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

- Então, depois de muito tempo, aqui estou eu. Vivo e aprovado no vestibular!

— Espero que a maioria das minhas leitoras ainda estejam vivas e acompanhando aqui. É uma honra voltar a escrever p/ vocês.

— Quero avisar que estou postando uma nova história no Nyah. O link estará nas notas finais.

— Como sempre, uma boa leitura!



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Emmett estava agachado no chão, terminando de dar o último nó na corda que estava em volta dos pés do bandido. Os músculos de seus braços estavam rígidos devido à força usada, e as costas largas cobriam boa parte de minha visão. Naquele momento, pude cogitar na ideia de que Emmett estava tomando algum tipo de esteróide. Afinal, não era possível que em tão pouco tempo teria ganhado tanto músculo.

Alice estava ao lado do homem amarrado na cadeira. Ela ainda trajava o vestido de festa, deixando-a impecável. Diferente de mim, cujo tecido estava completamente sujo e rasgado. Sua expressão estava séria. Há muito tempo que eu não tinha visto-a tão... Deslocada e melancólica. Desde que havíamos deixado Dark Roses, Alice apenas falava quando necessário.

Em compensação, Rose sempre soltava alguma reclamação ou uma piada estúpida. Ela estava sentada em um sofá velho posicionado nos fundos do cômodo, com os braços cruzados. Não vestia os trajes de festa. Somente uma calça Jeans e uma blusa branca, com a frase “I don’t care with my bad raputation ” estampada em rosa no busto. Não dava para imaginar o que a vadia loira estava pensando.

– Pronto! – anunciou Emmett, com a voz animada. Quando vi, ele já tinha se levantado, posicionando-se ao lado da cadeira. Esse era o lado bom dele: Estava sempre de bom humor e pronto para uma boa briga.

Assim que o bandido magrelo levantou a cabeça e pôs os olhos em mim, pude sentir o medo que praticamente emanou dele. Lentamente, andei em sua direção. Meus pés descalços estavam acostumados com o piso de madeira. Eu tinha plena consciência que meu estado era lamentável: Ocabelo bagunçado e o vestido em trapos. Porém, estava servindo para assustá-lo.

Quando cheguei perto o suficiente, estendi minha mão para Emmett, que me alcançou uma faca imediatamente. Envolvi o cabo da mesma, puxando-a para meu campo de visão, deixando-a o suficientemente visível para o bandido.

Sorri ameaçadoramente.

– Qual é seu nome? – perguntei, encarando os olhos escuros assustados por de trás da lamina. Mal reconheci minha própria voz.

– Cory. – respondeu secamente. Percebi de imediato que seria trabalhoso conseguir qualquer informação dele.

Ele tinha os olhos escuros e era careca. Sua estatura era pequena, e aparentava ter uns vinte e poucos anos. Sua roupa era completamente preta, perfeita para lhe passar o ar de bandido.

Deixei minha mão cair ao lado da cintura, segurando a faca firmemente. Abaixei-me o suficiente para ficar cara a cara com Cory. Notei que sua respiração estava pesada, e seus olhos me analisavam com puro pavor. Há meses ninguém me olharia daquele jeito. Só que eu havia mudado, e o pior de tudo?

Era que eu em sequer me importava.

– Onde está o meu parceiro? – Perguntou ele, retribuindo meu olhar.

Deixei minha cabeça cair para o lado, exibindo um sorriso torto.

– Deixe-o no caminho, amarrado em uma árvore. Sabe, eu não queria ter que lidar com dois nojentos que tentaram se aproveitar de mim juntos. Fiquei com o mais fraco. – confessei.

De repente, sua expressão mudou.

– Você é uma putinha arrogante, e acha que vai conseguir alguma coisa. – Ele sorriu, mostrado os dentes escuros. – Só que eu não vou te contar nada.

Minhas costas começaram a arder fervorosamente, espalhando uma dor alucinante por todo meu corpo. A adrenalina se manifestou em minha corrente sanguínea, enquanto meu cérebro ficava nebuloso pela raiva.

Lutei para deixar minha expressão o mais leve e despreocupada possível. Sabendo que eu iria estapeá-lo se continuasse a encarar aqueles olhos escuros, levantei-me, deixando minha coluna ereta. Comecei a andar em círculos ao redor da cadeira, ignorando os olhares de Emmett e Alice. Enquanto isso, eu raspava lentamente o cabo da faca na ponta do meu dedo, enquanto que com minha mãe livre contornava a superfície sólida da cadeira.

Ficando de frente para as suas costas, apoiei meus cotovelos um em cada ombro seu, aproximando meus lábios de seu ouvido. Murmurei:

– Então, Cory.- deixei minha voz o mais assustadora possível. – Vamos jogar, que tal? É um joginho bem divertido, garanto. – suspirei, fazendo voltas em circulo pela cadeira, sabendo que seu olhar seguia meus passos. - É o seguinte: Eu pergunto. Você responde. E responde direito, se não haverão consequências.

Parei bem na frente dele, observando as cordas ao redor de seus braços e pernas. Ele riu, jogando a cabeça para trás. Depois que o fez, olhou diretamente para mim.

– E o que vai fazer, sua puta?

E então, cheguei ao meu limite.

Tudo aconteceu rápido demais. Em um segundo, eu estava encarando-o surpresa; com pura indignação. No outro, levei meu rosto para perto do dele. E com apenas um movimento da faca, consegui cortar um de seus dedos. No momento, não me pareceu nojento... Eu até gostei. Escutei o berro do bandido, assim como o de Rose no fundo. O cheiro de ferro atingiu minhas narinas em cheio e algumas gotas de sangue caíram em meus pés descalços.

Eu poderia ter ficado assustada com o que fiz, ou até mesmo culpada. Mas não. Cortar o dedo do maldito foi rápido e fácil. Foi igual ao que eu estava costumada a fazer antigamente na roça: Primeiro, vai até o fim com a lâmina, afundando-a na maça. Depois, afasta-a da sobra.

O som do baque do dedo caindo no chão foi como uma bela prévia de uma ópera para meus ouvidos.

– Escuta aqui, seu desprezível. – meu ego se encheu de prazer ao observar aquele rosto contorcido de dor. - Você tem dez dedos nas mãos, nove agora. E mais dez nos pés. Não me faça cortar todos até que diga o que quero... Só vai tornar as coisas ainda mais difíceis. Para cada resposta errada, é um dedo a menos. E quando acabar, ainda restará suas orelhas, sua língua... E assim por diante. Então, se comporte. – com as últimas palavras, bati levemente em sua bochecha com minha mão direita.

Apoiei minhas mãos em meus joelhos e me impulsionei para cima, ficando novamente de pé. Cory não estava me olhando. Ao invés disso, seu olhar estava fixo no chão, onde o dedo provavelmente estava caído.

– Nojento. – ouvi Rose murmurar.

– Bella, pega leve. – Alice falou pela primeira vez. – Ele é um duende.

– Então, vamos para a pergunta básica. – suspirei, limpando o sangue que estava na lamina no tecido do meu vestido. Ou do que um dia foi um vestido. – Quem mandou você atrás de mim?

Lentamente, Cory levantou o rosto, encarando-me.

– Como você sabia que eu e meu amigo estávamos a sua espera?

Suspirei, ignorando a vontade de cortar o outro dedo de Cory.

Eu poderia dizer que era apenas uma questão de observação. Afinal, ele e seu comparsa eram tão patetas que estavam todos os dias no mesmo horário que eu estava no bar. Alice havia conseguido a informação de que lá encontraríamos uma garota que saberia explicar como é que faríamos para chegar ao outro lado. Seu nome era Jane, e fazia parte do conselho. E em um dia da semana, era mandada para aquele bar, onde fazia as negociações. Quais? Eu não fazia ideia. Muito menos Alice.

Então, todos os dias, eu era obrigada a trajar um novo vestido e me arrumar muito bem, indo diretamente para o bar. Já havia uma mesa reservada especialmente para mim, no fundo. Assim, eu ficava observando e coletando informações. Já se passaram cinco dias desde que eu tinha deixado Dark Roses para ir me instalar em uma cabana no meio do mato, no Maine.

Sai de meus devaneios.

– Porque vocês são dois patetas. – sorri ironicamente. – Quem mandou vocês? – praticamente gritei, aproximando-me sorrateiramente. A faca estava apontada para ele.

– A mesma pessoa que está te procurando. – Ele respondeu, tentando se afastar inutilmente. – Vocês querem chegar ao outro lado, certo?

Instantaneamente, olhei para Alice, que estava com a expressão intrigada.

Merda. Isso só significava que havia alguém um passo mais a frente do que eu. Jane, talvez?

– Como essa pessoa soube? – Emmett perguntou, sua voz soando alta e exigente.

– Acha que eu tenho cara de vidente? – retrucou Cory, esticando o pescoço para que pudesse olhar por de trás de meus ombros.

Emmett passou por mim rapidamente, tomando minha frente. Seus passos ecoaram furiosos pela madeira velha. Momentaneamente, fechou a mão em punho e acertou em cheio o rosto do bandido. Ouvi um estralar, denunciando que um osso havia se quebrado do rosto de Cory.

– Mais uma dessa, e não vou cortar dedo por dedo seu, e sim cortar a mão inteira. – Emmett ameaçou, causando medo até mesmo em mim.

– Eu não sei, ta bom? – gritou Cory, tremendo. Dessa vez, olhou diretamente para os olhos de Emmett. Sangue jorrava de seu nariz.

– Será que dá para você pararem, assim vão matá-lo!- Rose gritou histericamente ao fundo. - Ele não deixa de ser uma pessoa, se ainda não perceberão.

O silencio se instalou no local, até que Emmett ameaçou:

– Só se comporte e nada vai acontecer. – E deu as costas, passando furiosamente por mim antes de sair da cabana, fechando a porta com uma força extremamente exagerada.

Ele estava tão desesperado quanto eu na procura por Edward.

O nome pareceu ecoar em minha mente, transmitindo uma corrente de dor que pareceu estar acorrentando meu peito. Nessie. Mais dor.

Ignorei o nó que se formou em minha garganta, balançando a cabeça para os lados.

Com passos largos, tomei o lugar de Emmett.

– Essa pessoa contratou vocês? – Olhei para Cory, mal reconhecendo seu rosto.

– Não sei bem se foi essa pessoa. Mas era um homem, estava de terno. Como você sabe, sou um duende. – acrescentou. - Vivemos em harmonia no mundo humano, sempre nos escondendo das regras que o conselho implantou. Só que em um dia desses, esse homem nos achou e disse que estava especificamente a sua procura, e que você estava na cidade. E caso eu e George não conseguíssemos te capturar e entregá-la até determinado prazo, seriamos mortos, por desacatar as ordens do conselho supremo.

– Qual o nome dele? – perguntei rapidamente, sem me importar com a vida miserável de Cory.

–Edward. – Respondeu, olhando confuso para mim.

Oh, não.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo.
Aqui está o link da Fanfic nova:
http://fanfiction.com.br/historia/444994/Fragmentada/
Por favor, passem lá e deem uma olhada, aposto que vocês vão ficar interessados.
PESSOAL, NÃO DEIXEM DE COMENTAR u_u
Obrigado, e até semana que vem!
R.



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