A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 34
Capítulo 33


Notas iniciais do capítulo

- Demorou. Entretanto, chegou! Desculpem, é que o capítulo estava apenas esperando para ser betado.

- Quero agradecer pelas recentes recomendações que estou ganhando das minhas leitoras mais fieis, vocês são demais e me enchem de orgulho.

- Como sempre: Boa leitura!



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Correndo.

Era isso que eu estava fazendo. Mesmo enquanto meus pulmões protestavam e o ar que era drenado para dentro de meu peito parecesse machucar, era tudo o que eu conseguia fazer. Correr.

Não me importei em esperar por Edward. Não me importei com meu estado repentino de choque ao ver meu pai morto novamente. Não me importou que minha felicidade tivesse escorregado por entre meus dedos, estragando meu momento perfeito. Tudo pareceu se desligar assim que ouvi os gritos de minha irmã vindos de dentro da mansão.

Eu sabia que o assassino estava lá.

Minha pele estava formigando a cada passo, indicando a aproximação de Edward. Mesmo que cada célula de meu corpo necessitasse de sua presença, minha preocupação falava muito mais alto, deixando meu cérebro a deriva de qualquer pensamento racional.

Assim que cheguei até a porta da mansão, eu a abri bruscamente e meus olhos se depararam com a escuridão do cômodo.

Sem hesitar, dei longos passos para dentro da mansão.

Estava tudo silencioso. Meu arfar era tudo que meus ouvidos eram capazes de ouvir e tive medo. Medo de que eu tivesse chegado tarde demais.

Inesperadamente, um vulto passou rapidamente na frente de meus olhos e tentei agarrá-lo, só que minhas mãos não foram rápidas o suficiente e quando vi, eu estava tateando o nada.

Coloquei algumas mechas de cabelo para trás de minha orelha, para que meus fios não incomodassem a pouca visão que me era permitida no escuro.

E então eu escutei novamente.

O grito de minha irmã foi agonizante. Engoli em seco enquanto minha respiração voltava a ficar fora do controle, assim como meus batimentos cardíacos. Ela precisava de mim.

Percebi que o grito tinha vindo do cômodo de cima e não demorou muito para que eu voltasse a correr, atravessando a sala de visitas em direção da escada.

Eu subia rapidamente a escada. Infelizmente, meus pés se encontraram um com o outro em um dos degraus e fui em direção do chão lá em baixo. Por sorte, consegui segurar o corrimão a tempo e fiquei de joelhos.

- Droga. – Murmurei, aflita.

Voltei a correr e consegui atravessar os poucos degraus que faltavam. A camisa de Edward grudava em minha pele devido ao meu suor, liberando o cheiro dele que havia no tecido. Aquilo me deixou mais forte, fazendo-me lembrar do quão era necessário lutar pelos dois.

Mais uma vez, ouvi o grito de minha irmã e tive a certeza que havia vindo do quarto dela. E então eu corri com toda pressa na mesma direção. Senti uma dor terrível nas pernas e fui obrigada a ignorar.

Assim que cheguei até o quarto que ficava ao lado do meu, percebi que a porta estava aberta e eu instantaneamente entrei.

Percebi que algo estava acontecendo na escuridão.

- Nessie! – Chamei pelo seu nome.

- Aqui! – Eu a ouvi de perto.

Oh, ouvir a sua voz me fez ficar ainda mais aflita. Andei alguns passos na direção da voz de minha irmã e meus pés se depararam com algo no chão, resultando em minha queda.

Ouvi um urro de dor e me virei para trás ainda caída no chão, querendo certificar-me do que estava em meu caminho. Minhas mãos tatearam o monte ali e meus dedos foram envoltos por algo molhado. Eu os retirei imediatamente.

- Bella! – Era Jasper

Quis perguntar para ele o que estava acontecendo, só que foi tarde demais. Quando vi, meu pescoço foi envolvido por mãos muito fortes e meu corpo foi levantado no ar. Senti-me em movimento no ar. Mutuamente, minhas costas estavam contra a parede.

Encarei a escuridão e eu soube que era o assassino. Ele estava cara a cara comigo.

Não consegui ver nada. Minhas mãos estavam em volta das mãos do assassino. Comecei a me balançar no ar em uma tentativa inútil de me libertar. Aquilo me fez lembrar a vez em que Jacob fez a mesma coisa. A diferença era que as mãos dele eram muito mais fortes.

Meus pulmões começaram a protestar dentro do peito pela falta de ar. Eu sabia que o assassino estava fazendo aquilo apenas para me assustar. E eu também sabia que as rosas não viriam me ajudar. Jacob havia me explicado o porquê no outro mundo.

Em um gesto agonizante, as mãos do assassino libertaram meu pescoço e caí no chão. Em seguida, ouvi um estrondo invadindo todo o cômodo e mais uma vez o grito de minha irmã.

O cômodo se iluminou inesperadamente e quando meus olhos finalmente se acostumaram, pude ver o quarto.

O corpo de Jasper estava no chão, com uma faca fincada em seu tórax. Se ele não estivesse me olhando com total agonia, eu poderia jurar que estava morto devida a quantidade de sangue espalhada pelo chão. Olhei para minhas mãos por um momento e vi que era o mesmo sangue do qual eu tinha tocado antes. Meus olhos varreram o cômodo a procura de Nessie e não a encontrei em lugar algum. Ao invés disso, encontrei Alice amarrada em um dos pés da cama com a boca envolvida por uma faixa. Cacos de vidro estavam espalhados por todo o chão e conclui que o assassino havia pulado pela janela. Os olhos de Alice estavam vibrados na parede, e instantaneamente olhei na mesma direção.

Na parede, escrita a sangue com a marca registrada do assassino estava a seguinte frase:

Depois do seu casamento, vá até sua antiga casa.

Caso contrário, dê adeus à sua irmã.

Lá será o fim.

Meu corpo foi preenchido por um formigamento familiar e reconheci de imediato a aproximação de Edward. Eu havia prometido que não haveria mais segredos entre eu e ele, e era isso que deveria ser feito. Infelizmente, um plano estava se formando em minha mente e nele estava incluso que Edward não deveria saber de nada... Ele nunca concordaria se soubesse o que eu estava planejando.

Se mexa! Meu subconsciente alertou.

Saindo de meu recente estado de estupor, levantei do chão e corri em direção da porta, fechando-a rapidamente. Em seguida, passei a chave na fechadura. Com a porta trancada, corri em direção do corpo de Jasper no chão e encarei sua camisa ensopada de sangue, da qual eu usaria para limpar a mensagem escrita a sangue da parede. Primeiro, eu teria que dar um jeito de cessar a sua dor de alguma maneira.

- Tira a faca. – Sua voz estava rouca, indicando o quanto era doloroso – Vou me recuperar logo.

Ah, a magia. Tomando fôlego e toda coragem possível, envolvi com as mãos o cabo da faca e impulsionei meu corpo para trás, segurando firmemente a mesma. Seu grito de dor só cessou depois que a lamina afiada saiu de sua carne, já ensopada de sangue. Enojada demais, larguei a faca no chão e rasguei toda sua camisa, pegando um bom pedaço de tecido nas mãos.

Levantei do chão e chutei a faca em direção de Alice, que por pouco tempo ficaria amarrada nos pés da cama. Ouvi um estrondo na porta e eu soube que Edward estava tentando entrar. Domada pela surpresa, dei um passe para trás enquanto a madeira da porta ganhava novas rachaduras.

- Bella! – Edward gritou.

Com movimentos rápidos e atrapalhados, corri em direção da parede e comecei a passar o tecido da camisa por todas as letras escritas a sangue, borrando toda a parede. Minha irmã foi levada. Minha irmã foi levada! O desespero tentava tomar conta de todos meus sentidos, enquanto minhas mãos tremiam constantemente. Assim que vi a parede borrada o suficiente tornando a frase ilegível, joguei o tecido ensopado de sangue em direção da janela e corri para abrir a porta.

Meus olhos encontraram imediatamente os de Edward e me joguei em seus braços.

- Ele levou Nessie. – Avisei. Quando percebi, as lágrimas estavam caindo de meus olhos e afundei meu rosto no pescoço de Edward.

Não demorou para que seus braços ficassem em volta de mim e muito menos para que ele me erguesse em seus braços, tomando-me no colo.

- Alice, cuide de Jasper. Depois, quero que limpem toda essa bagunça. – Ouvi a voz exigente de Edward. Seu hálito invadiu meu rosto e deixou minha pele quente. – Também quero que liguem para a funerária vir buscar o corpo do pai de Bella que está lá trás, no jardim.

O corpo de meu pai. A dor em meu peito aumentou ainda mais. Quem sabe, o próximo corpo poderá ser o da minha irmã. Mais lágrimas.

Edward começou a andar a passos largos pelo corredor. Não precisei de muito para saber que eu estava sendo levada até o seu quarto. Mesmo com o rosto enterrado em seu pescoço, pude perceber quando finalmente entramos no quarto e meu corpo todo se aqueceu com o calor produzido no cômodo por culpa da lareira.

Ainda em seu colo, Edward me depositou um beijo na testa. Seus lábios em minha pele fizeram com que meu corpo inteiro formigasse. Desenterrei a cabeça de seu pescoço, levando meus lábios até os dele. O beijo foi lento. Nossas línguas trabalhavam em um ritmo prazeroso e aquilo foi tudo de que precisei para me acalmar. Ignorei o sentimento de culpa que senti por saber que estava escondendo a mensagem deixada pelo assassino para mim e levei minha mão até sua nuca, colando ainda mais sua boca da minha.

Edward afastou seus lábios dos meus e me colocou no chão.

Eu queria mais.

- Tome um banho. – Pediu, olhando para meu corpo do qual eu já sabia que estava manchado do sangue de Jasper. – Vou colocar uma camisa e ligar para a delegacia. Vamos encontrar Nessie. A nossa Nessie.

- Tudo bem.

- O banheiro fica logo ali. – Ele apontou o dedo por de trás de meus ombros. – Lá tem toalha e tudo mais que precisar.

Fiquei na ponta dos pés e depositei um selinho em seus lábios. Relutante, afastei-me de Edward e fui em direção ao banheiro.

Já em baixo do chuveiro, deixei a água escorrer por meu corpo enquanto meus pensamentos estavam a mil.

O assassino havia levado minha irmã como forma de garantia para nosso encontro. Eu sabia que teria que dar um jeito de recuperar os poderes que eu recentemente havia perdido. Bem, segundo o que Jacob havia me explicado no outro mundo.

- Você não pode morrer! – Lembrei de quando seu corpo se aproximou abruptamente do meu – Olha, você tem que entender que em breve acordará. De alguma forma, Edward vai te salvar. Provavelmente, será quando ele tiver certeza que a ama. É como sempre acontece. – No momento, fiquei surpresa com a quantidade de informações que ele obtinha. – E quando você acordar, você será curada de todas as doenças que tiver ou até mesmo ferimentos graves. E principalmente, a conexão que tem com as rosas vai se romper. Precisa arranjar uma forma de se reconectar com elas! Essa é a sua única salvação, Bella!

- Como você sabe de tudo isso? Como? – Eu havia exigido, tentando absorver tudo que me disse.

- Passei muito tempo com o assassino. Você não tem ideia do que está planejado pra você, Bella! – Suas mãos envolveram meus ombros.

- Quem é o assassino, me fala! Jake, você me deve isso!

- O assassino é...

E então, tudo escureceu e permaneci imóvel, enquanto as lindas palavras de Edward invadiram meus ouvidos.

Era isso. Tudo estava perfeitamente planejado como em um jogo. No fundo, eu sabia que o assassino não encostaria um dedo em minha irmã. Logo, o casamento aconteceria e era imprevisível o que poderia acontecer. Eu deveria estar preparada. O assassino havia me provado que era capaz de tudo quando fez aquilo com o corpo de meu pai.

O maldito pagaria caro.

Suspirando, enxaguei todo meu corpo e desliguei o chuveiro. Minha pele estava sensível e muito quente. Envolvi a toalha ao redor de meu corpo e sai do banheiro, pensando no que vestiria.

Assim que encarei o imenso guarda roupa de Edward, tive minha resposta. Optei por escolher uma de suas camisas. A passos largos, fui em direção do guarda roupa e abri uma das várias portas, me deparando com milhares de camisas empilhadas uma em cima das outras.

Como eu disse uma vez... Edward era podre de rico.

Escolhi uma camisa em gola V branca.

Vesti a camisa e fiquei satisfeita pelo tecido cobrir quase todo meu corpo, parando na metade das coxas. Por sorte, achei um pente que estava por cima da pequena cômoda que ficava ao lado da cama e penteei meus cabelos por vários minutos, até que os fios ficassem sem nó algum.

Sem nada para fazer, concluí que eu iria procurar por Jasper. Afinal, eu estava preocupada demais e precisava vê-lo.

Quando eu estava quase saindo do quarto, notei que havia deixado a porta do guarda roupa aberta e voltei lá para fechar. Assim que me aproximei o suficiente e estava prestes a fechá-la, algo caiu de cima do guarda roupa e atingiu o chão.

Encarei o pequeno caderno de couro.

Era o diário de Edward, do qual um dia consegui ler uma página que ele escreveu sobre um terrível segredo que escondia principalmente de mim.

Não conseguindo me conter, me abaixei e peguei o diário de Edward. Em seguida, me levantei do chão e fiquei encarando a capa.

Edward havia concordado que não esconderíamos mais segredos um do outro. Em breve, ele saberia sobre meu plano. Então, nada mais que justo do que ler uma das páginas, certo?

Quando eu estava prestes a abrir o diário, ouvi um barulho na porta e por esguelha vi que Edward havia entrado no quarto.

Pega no flagra.

Edward estava parado. Seu peito não estava mais nu e ele estava vestindo uma camisa azul marinho. Seus olhos iam do diário para o meu rosto, fazendo o processo diversas vezes até que finalmente seu olhar ficou fixo em mim, provavelmente esperando por explicações.

- O que está fazendo? – Sua voz soou totalmente grossa. Oh, ele estava nervoso.

Por um momento, vi aquele brilho em seu olhar indicando que a fera havia voltado.

Resolvi enfrentá-lo uma vez na vida. Afinal, já estava na hora de ser forte e encarar o problema de frente. Encarei aqueles olhos dourados.

- Eu li no seu diário que você tem um segredo. – Confessei.

Edward engoliu em seco e suas feições endureceram. Ele estava prestes a perder o controle, disso eu soube.

- Ninguém lhe deu autorização alguma para fazer isso, Swan.

Ele definitivamente estava nervoso.

- Eu quero saber. Quero saber agora.

Eu estava sustentando seu olhar enquanto ignorava o sentimento de medo. Dessa vez, não seria minha vez de dar o braço a torcer e tentei deixar aquilo bem claro. Seus olhos dourados me fuzilavam com certa fúria.

- Me diga, Edward. Prometemos não guardar segredo um do outro lembra? – Tentei convencê-lo.

Pensei que ele atravessaria o cômodo e me bateria ali mesmo. Eu sabia que se tinha alguém agindo errado, esse alguém era eu. Fiquei até mesmo pronta para correr caso seus passos fossem furiosos. Surpreendendo-me, suas feições amoleceram e ele suspirou.

- O segredo é que fui eu quem matou meus pais, Bella. – Edward confessou.

Eu não esperava por aquelas palavras.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? amaram? adoraram? odiaram? COMENTEM!
Sei que demorei para postar, e minha beta está pedindo desculpas. Ela meio que está um pouco doente e tudo mais.
Irei postar o próximo capítulo o mais rápido possível, certo?
Novamente, quero agradecer todas as garotas que recomendaram minha Fanfic, vocês são meu principal incentivo para escrever, mas disso acho que todas já sabem.
Sim, os mistérios estão começando a ser revelados e os esclarecimentos estão sendo feitos. Mas o principal segredo que vocês querem é: Quem é o (a) maldito (a) assassino (o)? Infelizmente, só saberão no final... Tenho quase certeza que daqui dois capítulos, vocês saberão! * Som de suspense*
TENHO UMA SURPRESA PARA VOCÊS NO FINAL! *Som de suspense 2*
Enfim, continuem COMENTANDO!
Obrigado, obrigado e obrigado...
Até!
R.