A Bella E A Fera escrita por Ruan


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pela demora!
Vou recompensar. Primeiro POV de Edward,como pedido por todas vocês.
BOA LEITURA, SEMPRE.



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Edward Cullen

Eu estava olhando para ela praticamente morta diante de mim.

Os cabelos que sempre eram brilhosos e com aquele tom moreno puxado para o avermelhado, agora estavam fracos e praticamente cinza. A pele pálida junto com a magreza de seu corpo dava a entender que era um cadáver ali.

Só que eu sabia que ela não estava morta. Não podia estar.

Isabella estava usando um vestido simples de tom verde, que iria destacar seus belos olhos se não estivesse desacordada. Suas mãos estavam juntas por cima de sua barriga.

Relembrei do momento em que Alice começou a descrever o vestido: Era com alças que prendiam sob seu ombro. Começava liso e na altura da cintura, se estendia apenas um pouco até os joelhos. Aquela foi uma das únicas vezes que prestei atenção em Alice quando abria a boca para falar de moda.

Não era por causa de seu estado atual que ela deixava de ser linda e incrivelmente sexy para mim, claro. Se bem que ficar reparando nas suas belas curvas seria um ato cruel... Bem, eu era cruel. Definitivamente olhei para suas curvas, atraentes, como sempre.

– Ela está morta, Edward. - Escutei a voz de Jasper por de trás de meus ombros.

Suspirei. Era realmente entediante ver a descrença nos outros, ainda mais quando tudo que me restava era a esperança.

– Ela. Não. Está. Morta. - Meus olhos não conseguiam desviar do corpo que estava sobre minha cama. - E eu já não mandei você ir cuidar de Nessie? - Perguntei grosseiramente.

Sabendo que discutir comigo seria um ato em vão que só o levaria à própria demissão, Jasper saiu a passos silenciosos do quarto. Não me importei se eu tinha recentemente magoado seu ego, ou até mesmo seus próprios sentimentos. Bella era minha noiva. Jasper meu empregado. Quem pesava mais na balança era meio que óbvio. Não senti peso algum na consciência, já que o salário que Jasper ganhava era alto.

O clima lá fora estava um pouco frio e o brilho da lua adentrava as janelas, iluminando o pedaço da cama em que Bella estava deitada.

Lembrei-me que no dia seguinte, era o casamento.

Já tinha exatamente dois dias em que tínhamos voltado do Alasca e Bella ainda não tinha acordado. Sua pele continuava pálida, assim como antes. Se fosse observar bem, a pele dela ficava mais pálida a cada hora que se passava. Isso me preocupava muito. Eu já estava cansado de assistir canais culinários na TV, uma vez que nunca toquei em uma panela. Afinal, empregados serviam para isso.

Com certa relutância, saí do quarto e deixei o corpo de Bella, desprotegido. Aquilo me incomodava constantemente até o tempo em que eu permanecia longe dela. O sentimento era comparado ao de quando você deixa uma torneira entreaberta e a mesma ficando pingando até que algum empregado fosse fechá-la para mim. Só que nessa situação, nenhum empregado poderia trazer a vida de Bella de volta para mim. Incompetentes.

Passei pelo quarto de Nessie e aproveitando que a porta estava aberta, olhei para dentro do cômodo. Ela estava dormindo ao lado de Jasper. Logo, fiquei tranquilo ao saber que alguém estava tomando conta dela, ainda mais esse alguém sendo Jasper, que eu tinha total certeza que se jogaria na frente de um carro para proteger a menina. Em meu caso, se fosse uma limusine, eu até me jogaria na frente, seria uma morte honrosa, convenhamos. Infelizmente, algo que ia muito além de meu ego egoísta, dizia-me que eu não me importaria se fosse uma limusine ou não.

Nessie era uma criança muito forte, eu tinha que admitir. Desde que chegamos na mansão, sua rotina era ficar ao lado de Bella o tempo inteiro, tendo total esperança – assim como eu – que a qualquer instante sua irmã pudesse acordar. Que algo mágico fosse acontecer.

Bem, se meu dinheiro não pudesse resolver a situação, duvido que algum ser superior pudesse. Ou algum empregado incompetente.

Desci as escadas e fui em direção da sala, louco de desejo por algo alcoólico em meu sistema. Entretanto, eu sabia que se eu ficasse bebendo tanto, uma hora meu fígado deixaria de existir.

Assim que cheguei à sala, fui em direção de meu frigobar e peguei o vidro que estava pela metade de uísque e despejei o líquido dourado em um copo redondo e pequeno que estava guardado no bolso de meu casaco. O mesmo copo que eu estava tomando há algum tempo atrás, no avião. Aquela fora uma das primeiras vezes que Bella havia se entregado por inteira para mim.

– Edward? – Alguém chamou meu nome por trás de meus ombros e reconheci a voz de Alice imediatamente.

– Baixinha irritante. – Respondi pelo seu chamado e me virei em sua direção, dando
as costas para meu adorável frigobar.

– Temos que contar ao Jasper que você sabe de tudo. – Ela disse cautelosa.

Ah, claro, a história sobre a Bela e a Fera.

Tudo começou no dia em que Bella tinha se jogado em meus braços na frente de todo mundo e logo que nossos lábios tinha se tocado pela segunda vez, tive breves visões de uma mulher semi nua pousando para um cara. Aquilo foi estranho e pensei que nunca fosse acontecer, culpei principalmente a bebida alcoólica. Depois de algum tempo, assim que Bella tinha vindo para a mansão, no mesmo dia em que ela tinha visto seu pai morrer e não deixou que eu a levasse em meus braços e sim Jasper – guardei mágoa, tenho que confessar – ela apareceu em meu quarto e praticamente me arrastou para a cama, levando-me para o mau caminho. Foi a segunda vez que tive visões estranhas, só que naquela, eu estava vivenciando a cena de uma jovem que pedia salvação para seu pai enquanto olhava para o meio de um roseiral, onde apenas um par de olhos dourados eram visíveis. Logo, o dono dos olhos dourados tinha saído de seu esconderijo e assim que eu estava me sentindo tão próximo de ver quem era, eu voltei ao presente com Bella.

Foi a primeira vez que concluí que ou eu estava bêbado devido à quantidade exagerada de álcool e assim como meu fígado, meu cérebro estava morrendo, levando-me para o caminho das alucinações – Era possível comprar um cérebro novo? Neste caso, dinheiro não seria problema... – ou, o mais impossível que fosse, toda vez que eu beijava Bella, eu via a vida de outras pessoas em outras épocas.

Até que Bella, no mesmo dia, tinha saído do quarto correndo e eu a segui.

Bem, escutei toda a conversa de Alice e Jasper com ela. À partir daquele dia, realmente acreditei que eu não era um ser tão adorável assim, já que eu supostamente era a Fera. Convenhamos, sou um poço de generosidade. Tentei ficar às escondidas, tentando desvendar o enigma sozinho, à procura de mais respostas. Bem, até que recorri a Alice, exigindo saber mais sobre esse assunto, procurando por esclarecimentos.

A baixinha da moda me contou tudo daquela vez, esclarecendo que toda vez que eu beijava Bella, éramos direcionados para momentos de nossos passados. Houve vários: A mulher pousando nua, a garota pedindo perdão pelo seu pai e a última foi um acordo com um ser encapuzado, que era considerado um assassino por mim, uma vez que matou o pai de Bella.

Quem quer que seja o assassino, certamente não queria o final feliz para mim. A única coisa que não fazia sentido, era o porquê de Nessie ter nascido desta vez, já que sempre era o pai e a mãe com uma única filha. Alice sempre fugia desse assunto quando eu chegava até ele, perguntando-lhe a razão de Bella ter ganhado uma irmã nesta encarnação.

Ah, sem contar que desta vez, era a última chance que tínhamos para ter nosso final feliz.

E há dois dias, descobri também que minha noiva tinha acidentalmente criado uma conexão com as rosas. E que toda vez que ficava longe do terreno de minha mansão, adoecia.

Nota mental: Eu e Alice estávamos guardando segredo de Jasper, por ordens do assassino, que mandou um bilhete para mim alertando que se o companheiro de Alice e a minha soubessem, as coisas não iam acabar bem.

Eu realmente deveria escrever um livro sobre nossa história.

E matar o maldito que estava atormentando minha vida também.

– Não podemos arriscar. Bella está quase morrendo, qualquer falha nossa, o assassino pode aparecer inesperadamente e arruinar ainda mais as coisas. – Insisti, suspirando.

– Bella está morta. – Alice contrapôs com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. – Não temos nada mais a perder.

– Não diga que ela está morta! – Não dei por mim e muito menos fui capaz de controlar meus atos. Meu lado negro consumia todos meus nervos. Quando vi, eu tinha jogado o copo cheio de whisky na parede e assim que o sólido atingiu seu destino, o barulho ensurdecedor do vidro se partindo fez Alice dar um pulo. Avancei um passo em sua direção, furioso. – Temos que pensar em algo, vai desistir assim tão fácil? Sua incompetente.

Simultaneamente, Alice apontou sua mão direita em minha direção e um brilho estranho tomou conta de seus olhos, assim como dos poros de sua mão. A seguir, como se a gravidade tivesse me empurrado, fui impulsionado para trás e atingi o frigobar, indo em direção do chão. As taças e os demais litros de bebida foram caindo ao meu redor e principalmente em cima da minha cabeça. Assim que não senti mais nada me atingindo, apoiei meus cotovelos no chão e levantei a cabeça. Instantaneamente, encontrei Alice a certa distância de mim. Sua imagem estava um pouco nebulosa por culpa de meu tombo, então, decidi que a melhor opção era permanecer ali, ignorando a sensação de tontura.

– Nunca mais me trate assim, Edward. Não sou a Bella que gosta o suficiente de você para não te dar o troco. Sou uma dama, pense duas vezes antes de agir como um bruto para cima de mim. – Por um instante, Alice realmente pareceu uma baixinha perigosa.

O que mais me impressionou, foi como ela tinha feito aquilo comigo. Meu cérebro buscou qualquer razão humanamente possível para achar uma explicação para o que acabara de acontecer ali, se não algo mágico.

Nada.

Assim que minha visão ficou desembaraçada e senti meus sentidos equilibrados novamente, me levantei do chão com certa dificuldade e ao fazê-lo, limpei com as costas das mãos os cacos de vidros que estavam por cima de minha camisa preta. Aproveitei que o líquido de alguma bebida tinha derramado em cima de meu dedo e levei o mesmo até meus lábios, adorando sentir o gosto explodir em minha boca.

Depois, voltei minha atenção para minha empregada que estava pedindo uma possível demissão, mesmo sendo minha fada madrinha.

– Você acabou de usar mágica? – Perguntei cauteloso.

– Sim.

– E isso é possível? – Perguntei novamente, foi quando uma nova ideia surgiu em minha mente, aumentando enlouquecedoramente minha esperança – Então você pode salvar a Bella!

Bem, pensei que Alice fosse concordar comigo e correr imediatamente para o quarto, usando sua magia para salvar Bella, já que minha fortuna não adiantava em nada nesses casos, pena. Só que Alice fez totalmente o contrário:

– Acha que eu não tentei? Que Jasper não tentou? Bem, só confirma que é um imbecil por pensar desse jeito. – Também pensei que ela fosse avançar em meu pescoço, só que permaneceu neutra todo o tempo. – Uma pena que você tenta encontrar a salvação dela em outras coisas, sendo que você é.

– A salvação? Diga-me o que tenho que fazer, então! Quanto de dinheiro precisa?

Não tem nenhum dinheiro envolvido nisso, Edward! – Agora ela havia gritado comigo. – A salvação está em seus sentimentos, seu amor é o que pode salvar ela! Pense, acredite e tente achar a resposta dentro de você. Você é a Fera, o amor da vida dela. Será tão difícil assim fazer isso por ela? Você só precisa achar a resposta dentro de você, seguir seus instintos. Seu amor. – E então, sem mais nem menos, Alice saiu do cômodo a passos largos.

Entrei em uma onda de frenesi, onde meu cérebro só conseguia achar meios de salvação para Bella. A minha Bella.

Segundo ela, as rosas tinham criado uma conexão com ela desde a vez em que seu sangue caiu em uma das pétalas, deixando vermelha a rosa que um dia foi negra. Havia praticamente uma tatuagem moldada em suas costas de uma rosa com a sépala fechada, impedindo as pétalas de nascerem. A única coisa que poderia salvá-la eram as rosas, não?

Segundo Alice, a salvação de Bella dependia de mim e principalmente de meus sentimentos, que a resposta estava dentro de mim. A dor que eu sentia toda vez que eu via Bella quase morta em minha frente era prova de meu amor por ela? Ou todos os momentos que passei ao seu lado e me senti como nunca antes, também eram prova disso? Afinal, Bella gostaria de mim mesmo depois de saber meu segredo?

Segundo meu dinheiro, tudo se podia comprar. Menos a cura para Bella. Droga.

Neste exato momento, tive um plano. Era loucura, talvez. Só que era necessário, tinha que dar certo.

Pena que não existia uma espécie de manual para aprender a lidar com situações como esta.

Subi correndo as escadas e atravessei o corredor que me levaria até meu quarto, sem nem ao menos parar para ver se Jasper continuava deitado com Nessie.

Cheguei a meu quarto e assim que meus olhos varreram minha cama a procura de Bella, eu praticamente paralisei, levado pelo pânico.

Minha Bella continuava lá, deitada e imóvel. A única coisa que mudara era que agora sua imagem estava ficando digamos que um pouco... Transparente diante de meus olhos. Aquilo não era bom, não mesmo.

Sem mais tempo a perder, avancei em sua direção e a tomei nos braços.

– Tudo vai dar certo. Você tem que voltar para mim, Bella. – Foi tudo que consegui dizer, antes de envolver meus braços ao seu redor e correr do quarto.

Eu precisava agir.

Rápido.

Oh, bem, merda.

Bella Swan

Eu estava no meio de uma floresta.

Tentei não pensar muito no assunto, já que em um instante eu estava caída cheia de sangue de frente para um espelho e no outro apareci em uma floresta.

Notei que meus braços roçaram em algo macio em meu corpo e olhei para baixo.

Eu estava usando um vestido verde simples muito bonito. Mais uma vez, tentei não pensar. A única coisa que meu cérebro era capaz de formular era a busca desesperada de encontrar algum tipo de salvação, para sair dali o mais rápido possível.

A floresta ao meu redor era um tanto diferente, percebi. As folhas eram verdes demais e as arvores perfeitas demais, nenhum sinal de poluição e muito menos de alguma imperfeição.

Meus pés descalços estavam confortáveis pisando na grama macia, não me importei de andar, mesmo que sem rumo.

Senti certa paz interior, só que não o suficiente para esquecer-me de minha busca desenfreada por uma saída. Era necessário que eu despertasse – se eu estivesse sonhando – e em seguida, ir para a mansão.

– Bella? – Ouvi meu nome ser pronunciado atrás de minhas costas e devido ao susto, pulei, virando-me para ver quem é que poderia estar ali.

Imediatamente, reconheci o dono dos olhos castanhos e o sorriso bobo, assim como a pele morena.

– Jacob. – Pronunciei seu nome, pasma.

Aquilo só podia significar uma coisa:

Eu estava morta.



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Sim? Não? Talvez? SÓ NÃO DEIXEM DE COMENTAR!
Pessoal, eu realmente demorei dessa vez para postar esse capítulo, é que eu estava em semanas de provas e tudo mais. NOVIDADE: Vou estar de férias a partir de Segunda, o que quer dizer que vou ter mais tempo para escrever, comemorem!
Eu realmente espero que vocês estejam gostando da Fic e principalmente desse capitulo, onde teve o primeiro POV do Edward. Por favor, digam o que acharam e para quem leu: NÃO DEIXE DE COMENTAR!
Infelizmente, tenho que dizer que a Fic está QUASE no fim, QUASE! Ainda tem algumas surpresas, esclarecimentos e tudo mais.
Por favor, espero que me desculpem por eu ter demorado a postar e até semana que vem, a partir de Segunda, vou começar a escrever o capitulo novo!
Comentem sempre, afinal, são vocês meu incentivo.
Até!
Ruan.