Diário Mortal I - O Segredo De Bonnie escrita por Nilson Nobre


Capítulo 13
Para Sempre


Notas iniciais do capítulo

Bom, mais uma vez demorei bastante pra postar, né? Mas me desculpem é a falta de tempo. Eu sempre leio os reviews, porém nunca repondo justamente pela falta de tempo, porém a partir de agora, prometo tentar responder todos, ok?! Obrigado pelas críticas, são elas que nos fazem melhorar! Não poderei mais corrigir ou melhorar algo nesta história, porque ela já está pronta, absolutamente terminada, porém, as dicas que li nos reviews ficarão para a próxima, tudo bem?! No demais, espero que vocês gostem do capítulo, hoje vocês saberão como tudo aconteceu no dia em que tudo começou... Ah! Não esqueçam de relacionar os dados deste capítulo com o prólogo. Afinal, o prólogo é meio que a continuação de onde o capítulo parar, ok?!



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Cinco dias atrás...

Aquela noite possuía temperatura amena.

Sentados na varanda da casa da Bonnie, estavam ela, Elena, Caroline e Tyler. Elena usava um casaco de camurça vermelho. Tyler e Caroline trocavam carícias de instante em instante.

Eles falavam de tudo um pouco, todos sentados no chão. Era possível ouvir o canto dos grilos que vinha diretamente do gramado ao lado e sentir a brisa noturna que se espalhava de forma lenta e suave pelo lugar.

- Tudo bem – disse Elena – Chega de falar sobre isso.

Caroline sorriu maliciosamente e apertando a mão do Tyler, perguntou:

- Qual o problema de falar sobre sexo?

Elena bufou e não conseguiu conter o riso que apareceu em seus lábios. Ela se levantou e tirou o casaco de camurça, alegando que estava com calor.

- Quer que eu guarde ele lá em cima? – perguntou Bonnie.

Elena assentiu e sorriu.

- Obrigada – disse ela ao entregar o casaco a amiga.

Bonnie levantou – se repentinamente e entrou dentro de casa.

Caroline esperou o som dos passos de Bonnie sumirem e colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha esquerda, bufou.

- O que houve? – perguntou Tyler, enquanto a encarava com uma expressão confusa no olhar.

Caroline franziu a testa e Elena a encarou neste instante, ansiando pela resposta.

 - A Bonnie – respondeu Caroline – Ela está estranha, fria. As ações dela não estão fazendo muito sentido para mim.

Elena olhou através da porta entreaberta e percebendo que Bonnie não se aproximava, levantou – se e se sentou ao lado de Caroline.

- Porque as ações dela não estão fazendo sentido? – perguntou Elena olhando para Caroline que estava com a cabeça baixa.

Caroline bufou mais uma vez.

 - Antes de vocês chegarem, quando ela e eu estávamos sozinhas, simplesmente do nada, ela veio até mim e com uma tesoura, cotou umas mechas do meu cabelo. Isso não faz sentido algum.

Tyler riu e abraçou Caroline.

- Relaxa. Você está se preocupando atoa. – disse ele ao beijá – la no canto esquerdo da bochecha.

Elena também sorriu.

- Daqui a cinco dias é o aniversário dela e como nós sabemos, ela sempre fica estranha na véspera do aniversário. – disse ela por fim.

Caroline sorriu de uma maneira nitidamente forçada e Bonnie chegou.

 - Do que vocês estão falando? – perguntou Bonnie ao sorrir.

O corpo dos três tremeu ao ouvir aquela doce voz.

 - Nada de útil. – respondeu Elena ao se afastar de Caroline.

Bonnie sorriu mais uma vez.

- Acho que já está na hora de partir – disse Tyler ao se levantar. – Estou sem carro e já está ficando tarde.

- Eu posso te deixar em casa – disse Bonnie, de forma imediata, ao sorrir para ele. – É mais fácil para mim te levar do que a Caroline ou a Elena que moram do outro lado da cidade.

Tyler sorriu e agradeceu.

Elena e Caroline se levantaram. Elena se despediu do casal e foi em direção ao seu carro. Caroline abraçou Tyler da maneira mais profunda que podia e o beijou como se aquele fosse o último instante que eles passariam juntos.

- Eu te amo. – disse ela ao olhá – lo diretamente nos olhos.

Ele não respondeu, simplesmente a beijou mais uma vez.

Caroline ouviu o motor do carro de Elena e lembrou – se de ir embora. Ela o abraçou novamente e partiu. Tyler virou – se para trás e pôde ver Caroline caminhando por entre o negro jardim. No meio do caminho, ela também olhou para trás e ao ver que ele a observava, ela sorriu e cruzou os braços.

- Te vejo amanhã. – disse Caroline por fim.

Ele assentiu e sorriu. Ela voltou a caminhar em direção ao carro.

É uma grande pena que nem sempre as histórias de amor tenham um final feliz. Eles não tinham a menor idéia de que aquele seria o último momento que passariam juntos.

• • •

Bonnie assistia toda aquela cena sufocada.

Que tipo de monstro ela havia se tornado? Como ela poderia ter a capacidade de fazer aquilo com a amiga?

O corpo de Bonnie tremia e ela respirava de forma nitidamente forçada.

Tyler respirou fundo e virou – se para trás mais uma vez.

- Você está bem, Bonnie?! – perguntou ele ao perceber o estado emocional da jovem garota.

O corpo de Bonnie estremeceu ao ouvir a voz de Tyler. Ela o olhou assustada, mas logo em seguida sorriu.

- Tudo sim – respondeu ela – Vou pegar as chaves do carro lá em cima.

Tyler estranhou a mudança repentina de comportamento, mas logo baixou a guarda e sorriu.

Bonnie entrou em casa mais uma vez e ele pôde ouvir os passos dela sumirem aos poucos.

• • •

Quando retornou, Bonnie tinha nas mãos as chaves do carro e por algum motivo superior, o casaco vermelho de camurça de Elena.

- Vamos? – disse ela.

Tyler, que estava apoiado na parede, olhou para o casaco de Elena com uma expressão duvidosa. Ao perceber a expressão do jovem lobo, Bonnie sorriu ao dizer:

 - Bem, a Elena esqueceu o casaco e eu vou levá – lo até ela. – Bonnie estendeu o casaco até o Tyler. – O que há de estranho nisso pra você me olhar assim?

Ele tremeu ao ouvir a pergunta.

- Nada – respondeu ao se afastar da parede. – Vamos? Já está tarde.

Bonnie assentiu e pondo o casaco de Elena no ombro esquerdo, foi em direção ao carro, passando pelo negro e sombrio jardim com o vento batendo levemente em seu rosto. Tyler partiu logo em seguida sem saber o que esperava por ele.

• • •

As janelas do carro estavam abertas.

A gélida ventania noturna fazia com que Tyler sentisse arrepios quando ela o atingia.

Era possível ouvir apenas o barulho dos pneus ao entrarem em atrito com o asfalto. Tyler olhava para o lado e via extensos terrenos vazios, com o gramado refletindo a luz do luar. Um turbilhão de pensamentos vieram até sua mente, mas o que predominou se denominava Caroline. Como eu pude me apaixonar tanto por uma garota?, perguntava ele a si mesmo de forma silenciosa. Olhando para o céu, assim que mirou a lua, ele pôde ver um corvo passando por ela e soltando seu canto.

Tyler bufou.

Ele percebera naquele instante que a viagem estava demorando mais que o comum. Olhando para Bonnie, ele pôde perceber que ela tremia e chorava de forma sufocada.

- Você está bem, Bonnie?

Ela não o respondeu dessa vez, simplesmente secou algumas lágrimas e continuou a dirigir.

Tyler respirou fundo e ao prestar mais atenção na estrada, percebeu algo que certamente não queria.

- Bonnie, você está indo no caminho errado. Essa estrada vai dar na floresta, tem certeza que você está bem? Quer que eu dirija no seu lugar? – perguntou ele ao tirar o cinto de segurança.

Ela fechou os olhos e levantou a cabeça.

- Estamos indo no caminho certo, logo você vai entender. – disse ela de uma forma tão sombria que provocou arrepios em Tyler.

Um tremor atingiu o corpo de Tyler ao ouvir aquilo. Um pressentimento ruim golpeou o coração dele e por um instante ele pôde sentir o cheiro da morte.

“Saia desse carro, Tyler, saia!”, disse uma voz, que vinha de dentro dele. Era sua consciência o ajudando ao perceber que Bonnie agora dirigia numa velocidade alta.

- Eu quero descer, Bonnie. Para esse carro. – disse ele enquanto o pavor tomava rapidamente conta de seu corpo.

Ela não demonstrou reação alguma ao que foi dito.

- PARA ESSE CARRO! – gritou ele ao empurrá-la, fazendo – a perder o controle do veículo.

Ele capotou três vezes e bateu numa árvore.

Aqueles foram minutos de angústia para ambos. A respiração ofegante era misturada ao movimento brusco do veículo. O cinto de segurança reduziu o impacto do acidente em Bonnie, porém, com Tyler, aconteceu o pior. Bonnie pôde ver o corpo dele bater no vidro frontal do carro e logo em seguida parar sobre seu corpo no mesmo instante em que o carro por fim se chocou contra a árvore.

Ela pôde sentir o sangue quente dele escorrendo por seu corpo. Ela pôde sentir o calor do corpo dele, mas infelizmente, não pôde sentir a sua respiração.

Tyler estava morto. Ela havia conseguido o que queria. O sacrifício de um híbrido. Klasmus seria eternamente grato a ela e cumpriria sua parte no ritual.

Quando pensou nisso, ela não pôde conter a felicidade aliada a culpa e ao arrependimento. Ela empurrou o corpo do morto para frente, tirou o cinto de segurança e saiu do carro.

O vento parecia soprar com mais violência.

Bonnie estava com o corpo levemente machucado, tudo isso graças ao cinto de segurança que a impedira de se chocar com o vidro.

Pondo o cabelo para trás, com as mãos sujas de sangue, ela retirou o corpo do hibrido do carro. Ver o rosto do Tyler foi difícil para ela, pois era impossível não lembrar do quanto aquilo machucaria Caroline, mas infelizmente era necessário.

Ela levou o corpo de Tyler até centro do asfalto. Sentou – se ao lado dele e tirou sua camisa. Ela tremeu quando pegou a faca que estava em seu bolso. As lágrimas escorreram de forma mais intensa dos olhos de Bonnie. Ela olhou para o corpo dele e por um instante, fraquejou.

Como eu pude fazer uma coisa dessas?, pensou ela.

Ela elevou a mão desocupada ao rosto e soluçou.

Respirando fundo, ela elevou a faca até o peito esquerdo de Tyler e o perfurou.

Bonnie pôde sentir o sangue dele batendo em sua mão.

Em meio a estrada vazia e azulada, iluminada simplesmente pela luz do luar, com o vento batendo ferozmente em seu rosto, Bonnie arrancou um coração ainda pulsante.

Levantando – se bruscamente, ela pôs o coração numa sacola e jogou a faca ensangüentada no chão, que se debateu até parar alguns segundos depois.  Ela correu até o carro e nele pegou o casaco de Elena e uma pequena caixa com o cabelo de Caroline.

Ela olhou pela última vez para o corpo morto na estrada e correu por entre as árvores da floresta que estava ao seu lado, afim de completar a fase inicial do ritual que mudaria sua vida para sempre.


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Notas finais do capítulo

É isso ai, pessoal, espero que tenham gostado. Ah, não esqueçam de comentar, tá?! Um grande abraço e até breve.