Two More Lonely People escrita por darthvanner


Capítulo 7
Capítulo 7 - The End


Notas iniciais do capítulo

Olááááááá terráqueos, I'm back!
Me desculpem pela demora, meu notebook morreu e ressuscitou por um tempinho e fiquei sem ter como postar esse novo capítulo :(
Mas enfim, estou de volta! Espero que vocês curtam este, ele é um pouco mais melancólico do que eu esperei que fosse ser.
A música tema desse se chama The End e é da banda McFly (que como muitos de vocês devem saber sou fã pra caralho) então deêm play antes de começar a ler e boa leitura!
http://www.youtube.com/watch?v=_zRvasB2InM
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A noite anterior serviu para que algo fosse provado: eu era ridiculamente covarde.

Toda a conversa que eu havia imaginado, não aconteceu. O pequeno incidente da última (que era como eu insistia em chamar) noite só tornou as coisas mais difíceis, pois fui obrigada a tratar Robert como um mero objeto. E, mesmo assim, ele parecia não se importar em ser meu novo "brinquedinho".

Ele já não estava ao meu lado quando acordei, mas um bilhete acompanhado de algumas coisas estavam.

"Bom dia :)"

O bilhete rabiscado em uma letra curvada e fina repousava em cima do rolo de jornal e alguns bolinhos com um aspecto delicioso.

Desenrolei o jornal distraidamente e comecei a folheá-lo devagar, procurando por alguma manchete que fosse de meu interesse. Eu nunca havia prestado algum tipo de atenção na parte onde eram relatadas as principais noticias dos tablóides mas naquele dia, coincidentemente, uma delas me fez ler a seção.

"Novo affair de Russell Brand?" era o título da notícia, que estava em negrito e letras garrafais seguidas de uma foto cobrindo toda a página, onde Russell aparecia beijando os lábios de uma mulher alta, branca, de cabelos castanhos e relativamente bonita.

Engoli seco.

Aquilo não deveria me afetar, afinal, a este ponto todos os tabloides também haviam comentado sobre meus encontros com Robert. Mas me afetou. Muito mais do que eu achava que iria.

Encarei a foto atônita. Respirei devagar, ignorando o bolo que havia se formado em minha garganta, mas uma lágrima insistente escapou e esse foi só o ponto de partida para muitas outras fazerem o mesmo. As lágrimas começaram a escorrer sobre o papel, e aos poucos a foto do beijo começou a borrar de tal forma que se deformou.

Fiquei por um bom tempo agarrada à manchete em um tipo de crise interna; a ideia de que ele finalmente estava com outra pessoa parecia não querer entrar em minha cabeça.

Ouvi o toque de meu celular e despertei do momento de melancolia que acabara de ter. Esfreguei meu rosto que estava grudento, com as mãos e pigarreei até minha voz soar razoavelmente apresentável.

– Alô? – Atendi sem emoção alguma.

Um estrondo se fez do outro lado da linha e a ligação caiu. O identificador apontava para um número restrito e então não me dei ao trabalho de tentar adivinhar quem era.

O celular tocou novamente e o atendi no primeiro toque.

– Eu não tenho o dia inteiro. – Resmunguei amargamente.

– Katy? – Uma voz baixa e com um sotaque único perguntou do outro lado - a voz que eu reconheceria em qualquer lugar e circunstância. Coincidência?

– Seja quem for...Isto não tem graça.

– Me desculpe. – A voz parou, e se eu não tivesse ouvido a respiração junto ao telefone, poderia jurar que ele tinha desligado. – Eu não deveria ligar e sei o quanto te machuquei... Você tem todo o direito de desligar agora se não quiser me ouvir. Mas eu realmente preciso te dizer algumas coisas.

Desligue, desligue, desligue...

Uma voz martelava em minha cabeça e eu estava tão trêmula que mal conseguia segurar o celular junto á minha orelha.

Meu silêncio pareceu ser um sinal para que ele continuasse, pois depois de longos milésimos sem dizer nada ele voltou a falar.

– Quero que você seja feliz. – Disse ele pausadamente. – Eu sou a pessoa mais tola que existe e eu nunca vou me perdoar por causar tanto mal a você. – Sua voz falhou na última frase e ele pareceu recuperar o fôlego. – Não consegui manter nenhuma das nossas promessas. Nenhuma. Sou grato ao que você me ensinou, mesmo que no fundo eu continue sendo alguém fraco e fútil.

Russell parou de falar e pareceu se perder em suas próprias palavras. Reparei que sua voz estava mais baixa e fraca que o habitual, e ele pronunciava tudo com um certo tipo de dificuldade. Definitivamente, alguma coisa estava errada.

– Só não queria partir sem dizer o quanto você mudou a... – Imediatamente, o interrompi. - Partir? Russell do que você... – Minha garganta secou. – O que você fez? Onde você está?

- Eu usei de novo. Não sei o que estou fazendo.

Heroína.

– Onde você está? – Perguntei novamente, dessa vez com um tom de desespero que eu não previ vir carregado em minha voz. - Point Reyes. Mas você não precisa fazer nada... Eu... – A ligação caiu e isso só aumentou o meu desespero.

Não pensei duas vezes antes de entrar em um sobretudo e em seguida em meu carro. Em poucos minutos eu estava à caminho de Point Reyes, uma pequena cidade Californiana com pouco menos de 1.000 habitantes.

Quando Russell e eu ainda namorávamos, ele e suas péssimas habilidades de direção nos levaram para o meio do nada (a.ka Point Reyes). E por incrível que pareça, foi uma das melhores noites que passamos juntos.

O céu tinha um tom alaranjado de fim de tarde, e o vento ricocheteava meus cabelos em meu rosto enquanto eu dirigia muito acima do limite permitido pela lei.

O que eu estava fazendo?

Quando estacionei desajeitadamente meu carro, as luzes externas do pequeno hotel haviam acabado de se acender. Fiz uma contagem crescente mental para tentar me acalmar e com um sorriso forçado me dirigi ao balcão, onde uma atendente loira e baixinha lustrava um pequeno sino de prata.

– Olá senhorita, bem-vinda ao Grand Point Hotel! – Disse a loira calorosamente. - Obrigada. – Sorri de um jeito falso. – Meu marido está hospedado aqui e vim visitá-lo, você pode conferir em qual quarto ele está?

A palavra marido fez meu estômago revirar inquieto.

– Posso sim, só preciso do seu nome e um de seus documentos. - Brand. – Falei enquanto revirava minha bolsa à procura do único documento que ainda prevalecia com o meu sobrenome de casada. Meu passaporte.

O coloquei no balcão e sem cerimônias ela checou o número do quarto. Agradeci mentalmente por ela não ter a mínima ideia de quem eu era. Este era o bom de cidades pequenas, ninguém questiona o porquê do seu cabelo ser roxo ou você estar trajando uma camisola por baixo de um sobretudo.

– Quarto 127 senhorita, tenha uma boa noite! – Ela me devolveu meu passaporte e comecei a subir as escadas depressa.

O quarto ficava no terceiro andar e cheguei ao corredor quase que relutante. Parei na frente da porta e dei duas batidas. Não obtive resposta. Girei a maçaneta e, por sorte, a porta estava destrancada. As luzes do quarto estavam acesas e a cama desarrumada. Ouvi um barulho de água vindo do banheiro e instantaneamente corri para lá.

Russell estava desacordado dentro da banheira e a água já tomava todo o cômodo. Me livrei de meu agasalho e imediatamente fui tentar tirá-lo dali. O segurei por debaixo dos braços e tentei usar toda a minha força para puxá-lo para fora. Apesar dele não ser tão pesado, sua altura fez com que eu demorasse para retirar seu corpo todo da banheira.

O deitei no chão e não sabia se ele estava respirando, tampouco conhecia algum tipo eficaz de primeiros socorros. Pressionei minhas mãos contra sua barriga para que ele expelisse toda água que provavelmente tinha engolido. Eu tremia de frio e de desespero e o que eu estava fazia, parecia não resultar em nada.

– Russell – Gritei suplicante. – Por favor, não faça isso comigo!

Parei de pressionar a barriga dele e, atordoada, comecei a fazer um tipo de respiração boca a boca, ou pelo menos tentar. Eu estava prestes a desistir quando ele expirou todo o ar que eu havia lhe dado e começou a resfolegar. Me afastei e respirei aliviada, lágrimas começaram a cair de novo, e eu soluçava olhando a mixórdia que todo o banheiro havia se tornado.

O barulho dos pingos d’água escorrendo e a da respiração alta de Russell se misturando com a minha eram as únicas coisas que eu conseguia ouvir. Ele finalmente parecia recuperar a consciência e então me aproximei cautelosamente.

– Katy... – Ele sibilou de um jeito fraco e quase inaudível.

– Shh eu estou aqui. – Me aproximei e deitei sua cabeça em meu colo.

O encarei por longos minutos e ele fez o mesmo, por mais que eu tivesse o salvado o efeito das seringas de heroína que ele havia injetado ainda parecia agir em seu corpo. Avistei três delas na pia mas não sabia ao certo se aquelas eram todas ou se Russell havia usado mais.

Me levantei para chamar algum tipo de ajuda, uma ambulância para ser mais específica.

– Não se mexa.

Ele não me respondeu mas a reação em seu rosto expressava claramente o que ele diria se estivesse apto a falar.

“Como se eu pudesse me mexer...”

Os vinte minutos seguintes, foram extremamente agonizantes.

– Preciso chamar ajuda, ok? – Falei exausta.

Russell apenas assentiu com a cabeça, ele não seria imbecil de negar ajuda naquelas circunstâncias, por mais que odiasse médicos.

– Ninguém pode saber que eu estou aqui. Ninguém. – Anunciei pausadamente. – Se isso que aconteceu hoje chegar aos ouvidos da mídia, nossas vidas vão ser um inferno.

Ele continuou assentindo com um olhar culpado e aquilo me partiu o coração. Se é que ainda existia alguma possibilidade dele ser partido. A voz dele parecia querer sair de sua garganta com dificuldade então me aproximei novamente para poder ouvi-lo . Um arrepio percorria a minha espinha só do fato do corpo dele estar próximo ao meu.

– O que foi? – Encostei meu rosto perto para que conseguisse escutar o que ele com esforço tentava dizer.

– Não vá...

Em seguida ele levantou um braço trêmulo e pareceu procurar a minha mão. Não hesitei em segurá-la, e quando ele a apertou quase que sem força, meu mundo parou por alguns instantes.




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Notas finais do capítulo

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