Por um momento eu me permiti vagar por minhas lembranças, um dia que eu preferia nunca ter vivido.

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Aquela demora e eu não entendia o por que. Eu queria vê-la, estar com ela, apenas por um momento se quer. Meu pai conversava com um medico. Damon estava em prantos, toda minha família estava lá. Uma enfermeira saiu do quarto e veio ate mim.

- Stefan sua mãe quer te ver - disse sorrindo triste.

Fui ao quarto, ela estava pálida. Pude ver suas veias através de sua pele quase transparente, quando me viu sorriu fraco e me chamou para que eu chegasse mais perto dela.

- Meu Stef - disse segurando minha mão.

- Estou aqui.

Ela traçou cada linha do meu rosto com seus dedos brancos e gélidos, bagunçou meu cabelo e sorriu.

- Eu amo tanto você, meu príncipe.

- Eu também te amo mamãe.

- Me perdoa - disse tentando controlar as lagrimas.

- Por que mamãe? Você não fez nada - falei.

- Me perdoa por te deixar.

- Você vai me deixar? - perguntei quase chorando.

- Eu não quero. Mas eu sempre vou estar com você.

- Voce vai cuidar de mim?

- Por toda a eternidade meu anjo. - disse sorrindo fraco.

A abracei forte. Pude seu escutar seu coração bater cada vez mais fraco ate parar de uma vez.

FB off:

- Não - sussurrei.

Eu era tão pequeno, não entendia o que estava acontecendo. Eu não merecia aquilo. Pela segunda vez  eu iria perder alguém que amo, pela segunda vez eu iria sofrer pela dor da perda. Com que proposito? Eu apenas queria saber por que a droga do destino brinca tanto comigo. Será que é um sinal que a minha existência só trás dor e sofrimento e quem paga por meus erros são as pessoas que eu mais amo.

Me levantei daquela da cadeira sai da daquela sala, do hospital, apenas entrei no carro e comecei a dirigir sem rumo, sem paradas, eu só queria que a dor parasse.

Mas ela só aumentava, a noite caia junto com a chuva e minhas lagrimas. Estava ficando quase impossível enxergar e eu só queria que um caminhoneiro me atingisse e acabasse com minha dor e com a minha vida. Infelizmente o caminhão não veio. A estrada estava completamente deserta. Parei o carro no acostamento e sai. Deixando a chuva me molhar por completo. Meu celular começou a tocar, era o numero de Elena, mas concerta seria Jenna ou Jeremy.

- Oi.

- Stefan onde você esta? - Elena perguntou angustiada.

- Bem longe. - falei simplesmente.

- Você esta me deixando? - perguntou. Sua voz estava embriagada pelas palavras.

- Eu... Nunca faria isso.

- Eu preciso de você. Volta por favor.

- Estou voltando, nos vemos mais tarde.

- Eu amo você. Caso não haver mais tarde.

- Não vou te dizer "Eu amo você" agora. Por que eu vou te dizer pessoalmente, então nem pense.

-Nos vemos mais tarde - disse desligando.

Voltei o mais rápido que pude, cheguei ao amanhecer. Estava cansado, o volante nunca me pareceu tão confortável.

- Você esta horrível. Chega estar pior do que eu. - disse assim que eu entrei.

- Estava passando por uma experiência espiritual.

- E o que essa experiência te fez perceber?

- Que eu sou amaldiçoado. E o pior quem sofre são as pessoas que eu mais amo.

- Você precisa de um pai de santo.

- E de que você precisa? O perguntei.

- Apenas de você.- disse sorrindo.

Selei nossos lábios com um beijo calma e carinhoso.

- Onde você esteve? Você sumiu.

- Eu estava em uma jornada espiritual no meio do nada, pensando como acabar com minha própria vida. Tem alguma dicas? Você que era tão suicida.

- Tem as drogas, acidentes de carro, pode ser com estilo igual a Kurt Cobain.

- Deixar uma carta e estourar a própria cabeça é estilo?

- Ei ele estava deprimido e drogado.

- Ele não pensou nem na filha dele. - falei.

- Pensou sim, ele disse pra mulher dele seguir em frente pela filha.

- Mas mesmo assim ele se matou, ele tinha uma vida pela frente, ele era bem sucedido.

- Qual é o seu motivo pra morrer mesmo? - me perguntou.

- Eu não quero ficar longe de você.

- Você tem uma vida inteira pela frente - disse.

- Mas não com você - falei.

- você vai encontrar outras pessoas, vai se apaixonar de novo, vai casar e ter filhos.

- E você? - perguntei.

- Stefan, eu sei que eu não passo de hoje. E se nada do que eu disse acontecer. Eu vou estar de esperando, mas só se você tiver uma vida longa e plena.

- Promete? - perguntei.

- Mas trate de viver, se não eu vou voltar e puxar seu pé anoite.

- Eu não quero te perder. - falei.

- Você não vai me perder. Apenas não vamos nos ver por um tempo, quer dizer eu vou te ver, vou estar sempre cuidado de você, ate que ficaremos juntos.

- Juntos?

- Juntos por toda a eternidade.

- Estamos atrapalhando o casal? - Jenna perguntou, ela estava com Jeremy e John.

- Não - respondi.

- Maninha você esta horrível.- disse Jer brincando.

- Obrigado Jer, aumentou muito minha força para viver.

- Vaso ruim não quebra fácil, você ainda tem muito tempo pela frente, é só questão de alguns dias pra você voltar a me encher o saco.

- Pode deixar. - disse.

- Cadê a minha cunhadinha linda? - perguntou Damon entrando no quarto e fingiu tonar um susto. - Nossa você esta horrível, mas ainda esta mais bonita que o Stefan.

- Que maneira linda de dizer "Melhoras Elena" - disse ela irônica.

- Você sabe que eu te amo Ellie. - disse dando um beijo em sua testa. - E bom ficar boa logo, eu ainda tenho muitas piadinhas e maneiras de irritar o Stef usando você.

- Ótimo incentivo pra mim ficar boa.

Fecharam muitos parentes dela, todos falavam pra ela ficar boa e sair logo do hospital, todos sabiam, mas mesmo assim não demostraram, estavam fazendo-a ficar alegre, e isso era bom pra ela naquele momento. Ficaram horas conversando e rindo, principalmente Damos com suas piadinhas pirraçando Elena. Uma enfermeira entrou no quarto e checou os aparelhos dela, seus batimentos estavam ficando mais lentos e sua respiração estava pesada.

- Gente ela precisa descansar, peço que se só fiquem no máximo três pessoas. - disse a enfermeira e todos saíram, ficando apenas eu, Jeremy, Damon e Jenna.

- Elliezinha fica boa ta? - disse Damon beijando sua testa.

- Ta bom Damon - disse

Sorrindo e ele saiu do quarto.

- Gente eu amo vocês - disse sorrindo, lagrima escorriam por seus olhos, estava perto.

- Oh bebê nos te amamos também - disse Jenna a abraçando.

- Jer... Se você começar a dar trabalho eu voltar e puxar seu pé anoite.

- Pode deixar maninha, eu vou me comportar bem. - disse com lagrimas nos olhos.

- Stef... - me chamou, eu estava sentado atrás dela, apoiando suas costas.

- Estou aqui - falei baixo, escorando meu queixo em sua cabeça.

- Gente eu amo vocês, mas não quero que fiquem - disse a Jenna e Jeremy.

- Nós entendemos, fique bem - disse Jer dando um beijo em sua bochecha e saindo com Jenna.

Ficamos em um longo silencio, eu fazia carinho em seus cabelos e segurava sua mão , deixando nossos dedos entrelaçados.

- Stefan... - começou.

- Não imposta o que diga eu não vou te deixar agora.- falei.

- Eu não ia te pedir isso, eu sei que você não iria sair.

- Então o que foi? - perguntei.

- Eu pensei que ia ficar com medo agora. Mas pelo incrível que pareça eu não estou. Eu estou pronta.

- Mas eu não estou pronto pra te deixar. - falei.

- Você precisa, eu preciso ficar em paz comigo mesma antes de ir.

- Como se fosse fácil pra mim.

- Não é fácil pra mim, não é fácil pra ninguém.

- Eu não posso- falei, as lagrimas escorriam por meus olhos.

- Não vai ser a ultima vez que vamos nos ver, eu prometo. - disse. - Eu quero te ver.

Suspirei e sai de onde eu estava, sentando na cadeira ao lado dela.

- Eu não quero te perder.

- Você não vai, vou estar sempre com você, pra sempre.

- Eu amo tanto você.

- Lembra do dia que nos conhecemos?

- Não é todo dia se esbarra com alguém no parque.

- Não foi coincidência, eu precisava de você e você de mim, aprendemos juntos tanta coisa, você apareceu na minha vida quando eu mais precisava o que me fez me apaixonar intensamente, quantas vezes você me impediu de fazer uma besteira, você me ajudou, cuidou de mim, me mudou completamente e me ensinou a amar, eu te amo tanto, tanto. Nunca se esqueça disso, você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. E eu nunca vou te esquecer.

- Me espera? - perguntei.

- Eu vou te esperar. Me prometa que não vai fazer nenhuma besteira.

- Eu prometo.

- Perfeito, agora vem cá- me chamou, e me abraçou.

- Eu amo você - falei em seu ouvido.

- Eu também, muito - disse.- Agora fecha os olhos.

- Eu não quero te deixar.- reclamei.

- Por favor. - pediu e eu fechei os olhos. - Nunca se esqueça de mim.

- Nunca - prometi.

Naquele momento, não houve dor, não ouve sofrimento ela apenas parou de respirar.