Capítulo 17:

O Conselho Olimpiano começou. O início foi entediante. O mesmo blá, blá, blá de sempre. Zeus e Poseidon brigando, sobre qual era o filho preferido. Poseidon e Hades brigando com Zeus por ele ser muito mandão e as mesmas besteiras de sempre. Era para darem as boas vindas aos casados, mas os três grandes pareciam ter se esquecido disso até Atena, Perséfone e Hera gritarem:

–PAREM AGORA!

Então os três se calaram e foram se sentar em seus respectivos tronos. Afrodite perguntou animadamente aos novos casais como havia sido a lua de mel.

–Já dissemos que normal. – Disse Sarah.

–Nada que surpreendesse em uma lua de mel nossa. – Falou Sophie.

–O QUE? – Poseidon e Hades pularam e gritaram em uníssono.

–Quero dizer que nós brigamos, nos xingamos e fizemos o possível para não nos matarmos. – Disse Sophie entediada.

Hera e Afrodite reviraram os olhos.

–Até parece que não rolou nada. –Essa foi Afrodite.

Sophie lançou um olhar mais que mortal para ela, que teria feito até o Hades se arrepiar, mas a deusa do amor apenas ignorou. Ela estava prestando atenção em Ártemis, que parecia um pouco nervosa.

Hera começou a fazer perguntas aos casais. Talvez esperando que eles deixassem escapar alguma coisa, mas os quatro apenas demonstravam o enorme “ódio”, uns pelos outros.

Depois de muita conversa fiada, Zeus declarou o fim do Conselho e se levantou, pronto para dar uma das suas saídas dramaticamente teatrais. Então Afrodite se levantou e gritou:

–SENTADO AGORA! AINDA NÃO ACABOU!

–Já esperamos todo esse tempo. Para que Hades temos que ficar mais tempo aqui? – Perguntou Dionísio que fazia o possível para se manter acordado.

–Ártemis tem uma coisa a dizer. – Afrodite tinha um sorriso que parecia simplesmente o cherish cat. Era assustador.

–Pois bem, fale Ártemis. – Disse Zeus que estava irritado. Queria ir dormir com o Fofis. 

–Bem... Faz muito tempo que eu tomei uma decisão. – Ela começou. Todos estavam quase dormindo até ouvir tudo – Mas nos últimos dias, percebi que... Foi um erro. Então... Eu quero pedir á todos os olimpianos que aceitem que eu abandone o meu voto de castidade.

Os deuses pareceram demorar a processar a nova informação. Afrodite deu alguns pulinhos animados, Apolo sorriu e os outros estavam com uma cara muito confusa para descrever. Zeus foi o primeiro a sair do transe:

–QUEM É ELE? – gritou/berrou ele.

–É... O Eros. – Ela murmurou a última parte.

Raios e trovões. Os mortais não teriam um dia muito bom e pelo visto, os deuses também não. O deus dos deuses berrava quase na mesma altura dos trovões:

–VOCÊ NÃO PODE ABANDONAR O SEU VOTO! EU NÃO PERMITO! VAI SE DEIXAR LEVAR POR UMA PAIXONITE SEM FUNDAMENTO?

–Não é uma paixonite sem fundamento! – Interrompeu Ártemis, se levantando. – Eu o amo e não vou deixar meu voto, me afastar dele!

Agora, Poseidon, Hades e Hefesto estavam segurando o deus dos deuses para que este não avançasse em Eros, que estava ao lado de Ártemis, segurando-a pela cintura.

Quando Zeus parecia mais calmo, suspirou e pediu para que os dois – Ártemis e Eros- dissessem como havia acontecido. Eles contaram e a cada minuto, Afrodite abria um sorriso maior. Ela até fora abraçar a sobrinha.

–Então você vai abandonar o seu voto, as suas caçadoras, por causa de um homem? Um deus que nunca vai ser fiel á você? Vai se deixar levar pelo momento? – O deus dos deuses não estava mais gritando, mas falava alto e demonstrava irritação.

–Assim como você sempre faz? – Perguntou Ártemis – Você sempre se deixa levar pelo momento! Tem vários filhos e casos que só magoam a Hera! Não tem direito de falar de ninguém.

Ela se desvencilhou dos braços de Eros e saiu correndo. Que suspirou e foi atrás dela. Afrodite estava irritada:

–Muito bem, sobrinho. Agora a sua filha preferida está com raiva de você. Continue assim e a perderá.

Ela saiu irritada. Zeus bufou e saiu como sempre, teatralmente, do Salão. Os raios e trovões ainda iluminavam e quebravam o silêncio. Os outros deuses estavam muito surpresos. Atena fora algo impressionante, mas Ártemis era praticamente um milagre. Ela sempre detestara os homens... E agora isso?

Atena suspirou:

–Até que ele aceitou bem.