40 Dias Para Te Reconquistar escrita por jamxx


Capítulo 33
Capítulo Flashback 7- Difíceis Decisões - Pt.1


Notas iniciais do capítulo

HEY BEIBES *O* Sim, sim e sim, eu sei que vocês querem me matar. Mas, para minha total defesa eu avisei na fic da Lets sobre o meu sumiço de vinte e um dias - pra mais -. Mas, estou de volta e com um capítulo legal. Finalmente vamos descobrir juntos os mistérios da vida da Melanie e daqui a dois capítulos engatar em uma jornada louca de Seddie, sendo o final. Esse capítulo eu dedico a Purple Coke e a minha Bella s2 No final do capítulo terá avisos básicos e tal, leiam, por favor. Se acomodem na cadeira, traga as lembranças dos fatos anteriores da história e mergulhe no passado da Mel...



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"O valor do amor está vinculado a soma dos sacrifícios que estas disposto a fazer por ele." (Ellen G. White) 

Nos últimos sete meses eu formulei conceitos sobre ser mãe e cheguei a conclusão que começa por sacrifícios de amor. Quando descobrimos, Joffrey e eu, que eu estava grávida de dois meses fora uma sensação única. Lembro-me bem dele me olhar como se estisse com orgulho de mim, como se eu estivesse lhe presenteando com o melhor presente do mundo ou como se eu estivesse lhe dando a maior alegria da vida dele. Bobagem, eu penso agora com sete meses de grávida. Foi ele quem me deu a maior alegria de toda a minha vida!

Eu tenho sacrificado pelos meus bebês meu próprio bem estar, estabilidade emocional e meu casamento. Sim, meu casamento pois estou prestes a abandonar tudo para que meus filhos cresçam seguros. Somente Deus sabe que o quanto meu coração sangra por pensar que daqui a dois dias estarei longe do meu amor.

 Joffrey me conquistou de uma maneira tão rápida e isso se deve ao fato do nosso casamento falso. Desde que adquiri minha identidade falsa tomei a decisão de mudar e realmente mudei. Tudo que eu era foi colocado debaxio do tapete e uma nova Melanie resurgiu como Marie Clarie. Acho que por isso nosso casamento falso se tornou tão verdadeiro em tão pouco tempo.

Quando ele me tirou daquele pesadelo tentamos permanecer na Itália, porém nos fixamos em Roma. Ele abriu o Cafe Greco e fez um sucesso razoável pelo pouco tempo de experiência. Estamos a um mês nas terras da Itália, tudo porque eu pedi graciosamente para que meus filhos fossem registrados aqui e ele aceitou sem muita briga. Ele aceita tudo que eu desejo e agora com meu barrigão fica ainda mais fácil convencê-lo a fazer tudo que eu quero. O que eu acho realmente uma graça da parte dele. 

Na realidade eu vim para cá por um único motivo: Salvação. É tão irônico o destino quando se pode dar um empurrão! Jade está grávida também e anda pelas ruas italianas com uma barriga tão grande quanto a minha. Eu a vi umas seis vezes e sempre tomei o cuidado para ela nunca me ver. Apesar que estou no hotel na frente da casa dos pais adotivos dela. 

Mexendo meus pauzinhos pude descobrir no último mês informações importantes e me surpreendi quando soube que ela seria internada daqui a dois dias na mesmo maternidade em que eu, Marie Clarie, estarei também. O fato é que ela não será muito importante pra mim, apesar de ser minha segunda opção e dolorosa decisão. 

Tenho uma mulher em mente: Cléo Anniballe. Uma mulher vulgar, de cabelos loiros tingidos e longos, olhos azuis claros porém não tão claros quanto os meus. Cléo é poliglota, formada em administração e tem um corpo exuberante mesmo grávida. Ela não ficou tão inchada quanto eu. O namorado dela não a chutou quando soube que ela estava grávida, porém também pude perceber que não é um bom namorado. Ela tem uma reserva para Seatlle para daqui a um ano e o currículo dela é esplêndido. Cléo tem potencial para ser secretária do meu cunhado e isso que ela será.

Como eu disse: o destino pode ser tão irônico. A atual secretária de Freddie é uma velha, gorda e capacitada, porém seu contrato termina daqui a um ano e sete meses. O contrato dela não será renovado, pois a senhora não tem amplo conhecimento com a tecnologia e os funcionários de Freddie são equipados com sua própria tecnologia de ponta. A atual secretária dele será substituída por Cléo Anniballe. Ela será a mãe perfeita para meu filho e ainda de quebra se eu voltar para Seatlle um dia poderei ver no que meu filho se tornou.Acredito que ela vai educar bem meu filho e vai capacitá-lo para o mundo.

Acredito que ela vai ensiná-lo italiano, francês, alemão, coreano, português e árabe. Pois eu não vou poder ensiná-lo isso. Talvez ela ensine meu filho a ser um atleta e coloque ele em cursos de instrumentos musicais. Talvez ela queira que meu filho aprenda tudo que poder para encontrar os dons dele. Acredito que ele será feliz sendo educado por essa mulher e amando-a sem restrições. Cléo será a mãe do meu filho. Sem mais. Pois apesar da vulgaridade ela tem um coração de ouro e parece ser sedenta por amor sincero. Creio eu que nenhum homem podera dá-la este amor sincero com tanta simplicidade que meu filho a dará. Como eu disse, como eu penso e como pretento: Cléo será a mãe do meu filho, do qual eu não poderei escolher o nome e muito menos tê-lo em meus braços. Decisões. Eu decidi. Cléo será a mãe dele.

O plano é perfeito e aparentemente sem erros visíveis. Conversei com o médico que também é o médico de Jade e Cléo. Ele se chama Dr. Eric Fanning, simpático e muito simples para chantagear. Ele tem na conta cem mil doláres para fazer o trabalho bem feito. Tudo que ele terá que fazer é trocar o meu bebê pelo bebê da Cléo Anniballe.

Joffrey ficara com o meu outro filho, pois quero que ele eduque um filho nosso. Quero realmente dar o melhor presente do mundo para ele. Desejo intensamente que ele nunca me esqueça e que se lembre do quanto nos amamos através de uma criança. Através do nosso filho.Mas isso tudo ainda é incerto e muita coisa pode acontecer até o dia da decisão começar. Cléo, Marie Clarie, Melanie e Jade tem registros na Maternidade Bonella&Bambini, nos quatro teremos nossas vidas entrelaçadas por meio de nossos filhos e somente eu, como Melanie, sairei da maternidade sem nenhum dos meus filhos nos braços.

Mas tudo é questão de escolha e eu escolho socorrer o pai da Carly, salvar meus filhos e aceitar ser de Antônio. Nisso ninguém pode me julgar, são minhas escolhas e será por elas que concretizarei meu futuro.

 Sim, socorrer o pai da Carly. Sim, aceitar ser de Antônio. Simplesmente isso.

Quando ainda estava em Roma, a um mês e duas semanas atrás, alguém inesperado bateu na minha porta. Alguém que eu nunca imaginei rever. Alguém que trouxe na minha boca gosto de sangue. Mas esse alguém fora surpreendente, pois veio a mando de Shae.

Ele me mostrou um vídeo aparentemente estranho e com pouca noção nas palavras. Porém esse vídeo foi a guinada para todas as minhas decisões. Lembro que senti meu coração acelerar e meus olhos pesarem sobre a silhueta do homem que me trouxe o recado. Frank. 

O vídeo foi tão claro pra mim e seria perigoso executar tudo que a Shae realmente quis me dizer. Frank depois se declarou para mim, jurou amor eterno e disse que daria a própria vida para me proteger. Uma bobagem altamente perigosa. Mas isso não vai ser relembrado hoje... Talvez seja relembrado. Porque hoje o Draco, vulgo Frank, vai saber o que eu sou e quem eu me tornei. 

Hoje afrontarei o irmão de Frank, o Charlie, ou melhor, o Cão de Antônio. Mas ele somente vai sentir essa afronta daqui um tempo, assim espero.

Planos, planos e planos.... Um dos planos será delicadamente realizado durante a noite, o instinto de sobrevivência falara mais forte e eu vou conseguir realizar tudo o que pretendo. Afinal, tenho me preparado muito nos últimos dias emocionalmente, fisicamente e mentalmente para os dias posteriores.

Hoje o dia fora bom e proveitoso para descansar. Foi exatamente isso que eu fiz! Fiquei deitada o dia inteiro para descansar, me tratei esteticamente, tomei minhas pilúlas de vitaminas adicionais, arrumei a minha arma em uma bolsa de mão preta, e comi muita framboesa fresca. Joffrey ficou o tempo todo do meu lado,de certo modo, jogamos video game a manhã inteira e pela tarde assistimos três filmes. Eu realmente sentirei falta de um amor como o dele, pois é refleto de companheirismo e amizade. Eu não tenho somente um namorado eterno mas também tenho um melhor amigo. Joffrey me surpreendeu com isso e me surpreendi a cada dia mais com suas outras qualidades. Infelizmente toda esse espaço de tempo com ele vai acabar e vai acabar depressa. Dois dias. Dois dias é tudo que eu tenho para dizer a ele o quanto o meu amor por ele será eterno e infinito. Dois dias para mostrar o grande valor que ele tem para mim e o quanto eu o amo. 

Eu, Melanie, nunca estive com uma pessoa tão carinhosa como ele. Apesar que as vezes tem coisas que queria que ele tivesse a mais, porém adimito que esse "a mais" se deve o que Carly me proporcionou e que ele não me deu. Por isso eu cheguei a conclusão que apesar do amor ser tão igualitário, ele acaba sendo uma nova descoberta em cada pessoa que se ama e isso é o melhor de amar.

- Você tem mesmo que ir ver isso agora? Está escuro. - Joffrey falou preocupado e sorri. Talvez não tenha como esconder ou sair sem ele perceber.

- Eu vou ver aquela mulher vulgar, a tal de Cléo Anniballe. - Menti com um sorriso perfeito nos lábios. - Ela disse que tem cremes realmente bons para estrias e eu realmente estou achando que esse produto, - atirei em um lixo uma bisnaga de 350 g de gel redutor de estrias - é uma porcaria e não está funcionando!

Joffrey riu  de mim e cruzei os braços sobre meu peito. Fitei-o.

- Duvida?

- Claro que sim. Você tem a pele perfeita! Eu sei porque sou eu quem passo esse creme em você pela noite. Ou esqueceu? - Joffrey relatou o que realmente aconteceu toda noite, eu bufei.

- Então é culpa sua. Estou com a barriga horrível! - Resmunguei e ele gargalhou.Olhei-o séria e com um bico raivoso. 

- Está bem. Deixei-me ver esse "horror"... - Joffrey falou se ajeitando na cama e abrindo as pernas.

Andei até ele e me acomodei entre suas pernas, ainda em pé. Levantei a blusa preta e mostrei a enorme barriga, por causa da minha linda gravidez. Ele passou as mãos carinhosamente sobre a minha barriga, mas senti como se ele quisesse acariciar nossos filhos com aquele carinho tão paternal. Finalmente percebi que ele analisava minha pele, que cuidei tão bem,  especionando cada centímetro.

- Então? - Perguntei impaciente ao ver a hora no relógio de parede.

- Você está perfeita. - Ele respondeu e beijou meu barrigão.

Sorri ao sentir um chute pequeno dentro de mim, fazendo meu sorriso crescer mais ainda e meus olhos lagrimejarem. Eu amo tanto meus filhos e nem vi os rostinhos deles. Eu os amo tanto, mas nunca vou cuidar deles. Como Marie Clarie ou Melanie, eu posso afirmar o meu grandioso amor por eles e posso provar. Tenho sacrificado por amá-los. 

- Meu campeão chutou! - Joffrey falou e eu ri espontaneamente.

- Talvez tenha sido nosso outro bebê. - Sussurrei com carinho.

- Ela vai ter seus olhos. - Joffreu falou ainda com um sorriso largo.- Mas ela vai jogar bola que nem o pai. 

Gargalhei. Minha filha jogando bola?! Eu não a via assim, talvez ela tivesse dom para fotografia ou pintura. Eu gostaria de ver meus filhos descobrindo os próprios dons, amaria vê-los crescer.

Respirei fundo e me afastei do Joffrey. Ele me olhou confuso, porém meu sorriso largo fez com que ele relaxasse os ombros.

- Eu não vou demorar e é perto daqui... Fiz beicinho e ele se levantou da cama do hotel, pegou as laterais do meu rosto e me forçou de forma carinhosa olhar para ele. Eu sempre penso que nunca vou me perder naqueles olhos tão claros quanto os meus, mas sempre me perco intensamente nesse olhar atencioso.

- Eu vou com você. - Ele falou em um sussurro e eu bufei em desaprovação. 

- São coisas de mulheres...

- Grávidas. - Ele completou e sorriu largamente. - Você é a minha mulher e está grávida por minha causa... Felizmente...

- Não tem nada do que me proteger. - Respondi antes do argumento que sabia que ele usaria aparecesse.

Joffrey sorriu satisfeito, talvez por saber que eu o conheço bem e balançou a cabeça positivamente. Ele fez menção de me dar um beijinho. Um estalo nos meus lábios foi audível e eu ri afastanto os lábios dele dos meus.

- Porque eu fui me apaixonar por uma mulher como você?!- Ele perguntou com um sorriso bobo ao me analisar.

- Como assim? - Perguntei visivelmente confusa.

- Teimosa, independente e tão durona. - Eu ri violentamente dos três adjetivos que ele utilizou para me definir e ele me acompanhou com um simples sorriso aberto. Definitivamente eu não sou durona, muito menos independente e teimosa, bom, teimosa eu sou. 

- Eu volto daqui a duas horas.- Falei depois de me recuperar e peguei um sobretudo preto. 

- Tudo isso?! - Ele perguntou como se fosse um absurdo sair por somente duas horas.

- Eu te trago sorvete Sonho de Bombom, chantilly de chocolate e morangos frescos. - Falei de maneira tentadora e ele sorriu.

- Está bem. - Ele disse vencido e eu dancei por segundos em sua frente, comemorando a minha vitória. 

Com um beijo de despedida me dirigi a porta mais tranquila por saber que ele não atrapalharia o que planejo nessa noite. A afronta para Charlie e ainda de quebra, a minha forma de sobreviver, proteger os meus e ainda sair com uma versão justificada para Antônio.

Afinal, eu vou voltar para o inferno. Então tenho que viver, conquistar a confiança de Antônio, ter o posto de sua esposa e ser sua esposa, salvar Sansa e ainda de quebra ganhar liberdade junto dele. 

Atravessei a rua as pressas e abri o carro do companheiro de Frank, aqui na Itália. O companheiro dele foi comprado com quarenta mil doláres e fora muito bem pago para deixar o país. Ele foi para o Brasil, especificamente Rio de Janeiro. Com pressa arrumei meu disfarçe: peruca de cabelos negros e médios, lentes de contato verde escuro e uma pinta perto dos lábios. Também troquei o sobretudo, por um vermelho-sangue. Coloquei óculos de grau, somente de vidro para enganar, com armação grande. Nas mãos uma arma pequena e no bolso do sobretudo um canivete.

Estacionei na frente de um ferro velho abandonado, o lugar é enorme e pela um quarteirão inteiro de terras. O dono desse ferro velho perto da saída da cidade está tentando vendê-lo, mas eu achei que ele precisaria de uma divulgação boa. Especificamente de uma divulgação de assassinato.

Andei com passos pequenos entre muitos carros velhos, peças de automovéis e motos estilhaçadas. O lugar tem iluminação ainda! As lâmpadas precárias só iluminaram o caminho central do lugar aberto. Não demorou muito para avistar um homem alto, robusto, sério e de expressão marrenta na minha frente.

- Meu amor. - Ele falou de forma forçada quando me aproximei deixando cinco passos de distância entre mim e ele. 

- O que quer Frank? - Resmunguei fingindo impaciência.

- Eu quero você e seus filhos a salvo. - Ele disse como se fosse verdade. 

De acordo com o vídeo, Frank veio para matar meus filhos assim que nascessem e me levar a força para Antônio. Porém foi o Cão quem mandou Frank matar meus filhos. "Cuidado com suas crias, vestiram vermelho nelas e te sufocaram com amor fraternal." Eu ri ao relembrar as palavras de Shae e Frank me encarou.

- Desculpe, mas como fara isso? Estou nervosa e não posso mais sair tanto assim. Joffrey desconfiara logo. - Eu falei fingindo revolta.

- Joffrey estara a salvo, eu já lhe disse que não contei sobre ele para Antônio. - Frank falou com sinceridade e eu acreditei. O próprio parceiro dele me garantiu isso, pois eu comprei o parceiro desde que entendi o que o vídeo de Shae significou.

- Mas, e Shae ficara bem se eu não for com Antônio? - Perguntei e ele estreitou os olhos.

- Claro que sim. Antônio só vai matá-la se estiver com você... 

- Engraçado. Ela não parecia bem no vídeo. - Falei naturalmente. - Ela não parecia totalmente consciente. Ela disse algumas coisas sem nexo!

- Você ainda se lembra do vídeo?

- Como me esquecer? Shae falou que você me ama e que vai cuidar de mim e dos meus filhos... - Falei baixo. - Ela também falou que você pretende me levar para Antônio, porque jogos sádicos são mais prazerosos.

- Como? Ela não disse isso. - Frank me olhou de cima a baixo e encarou a minha arma. 

- Não pra você, nem pro Antônio e muito menos para o Cão. Mas ela disse pra mim. - Cantarolei sem ritmo e sem vontade.

Mas é a pura verdade. Eu fui formada por Shae, ela me ensinou muitas coisas enquanto estivesse presa e uma das mais difícies foi a fala codificada. Mas me ensinou. Eu vivi, me alimentei e bebi a palavra que saia da boca dela. É mais que óbvio que entenderia tudo o que ela falasse!

Frank deu dois passos rápidos para frente e automaticamente eu dei quatro passos para atrás.

- Você é esperta. - Ele começou a falar mostrando uma raiva que eu não tinha identificado. 

- Porque diz isso? - Perguntei com voz de inocência.

- Verifiquei hoje a papelada do Dr. Eric Fanning e sabe o que descobri? - Ele perguntou com tom irônico e balancei a cabeça negativamente.

- Melanie Puckett é paciente dele.

- Interessante. Podia me apresentar ela, pois até onde sei Melanie morreu. 

Ele apertou os lábios e me olhou com raiva. 

- Melanie está grávida gêmeos. - Ele sorriu. - E como se não fosse suficiente Marie Clarie está grávida de um bebê...

- Porque isso te surpreende? 

- Isso não foi o combinado.

- Eu não me lembro do combinado, pois no final você mataria bebês recém-nascidos e ainda me levaria para aqueles dois! - Cuspi as palavras e ele pareceu se irritar mais, pois fechou as mãos com força.

- O combinado não tinha nada de Melanie Puckett envolvida nisso. O que está tramando? Você é Maria Clarie agora e Antônio sabe disso. - Ele gritou e eu respirei fundo.

Frank combinou comigo que mataria uma mulher chamada Marie Luize e a apresentaria como a Marie Clarie que Antônio suspeitava ser eu. Assim ele deixaria de pensar que eu era Maria Clarie e continuaria a me buscar por Melanie. Afinal, para tudo que faço uso meus documentos falsos e nunca os verdadeiros. Um plano ridiculo e falho o dele.

A verdade sintetizada é que o Cão quer meus filhos mortos e faz suas vontades se refletindo na crueldade inflamada de Antônio. Cão me quer lá, mas eu não sei porque. Antônio me quer mais do que o próprio Cão, e eu sei porque. A escrava sexual dele fugiu e ninguém se candidatou para substituí-la. Ou seja, me substituir. Shae está quebrada, ela errou em algo e eu não sei qual erro foi. Eu não sei o que aconteceu com Sansa ou como ela está. A única coisa que eu sei é que o pai de Carly está trancafiado naquele lugar! O vídeo o mostrou e parece estar muito ferido.

Frank me mostrou gravações de aúdio que me indicou que Carly também poderia estar ali, mas eu constatei por um amigo internalta que ela está a salvo.

Meu coração se aperta a cada instante. São três pessoas que vão pagar com as próprias vidas pela minha vida. Isso é inaceitável. Carly não merece o sofrimento de perder o pai e ela já sofreu o bastante por sete gerações. Eu tenho a oportunidade de evitar que ela sofra e não vou deixar essa oportunidade passar. Eu não posso ser egoísta. Simplesmente isso. Shae me ajudou a sair, me ensinou como sobreviver com e sem o Antônio, e ainda foi por causa dela que conheci Joffrey. Eu não posso deixá-la morrer sem tentar fazer algo. E ainda tem Sansa, uma criança. Que tipo de mulher seria eu se deixasse aquele homem matar uma criança?Eu preciso voltar para aquele inferno. Apenas.

- Eu só estou buscando a salvar a vida de pessoas que eu me importo. - Frank riu das minhas palavas e se aproximou.

Rapidamente apontei a arma dele, mirando a testa e o olhando atentamente, pronta para qualquer movimento.

- Confessa que tentou me enganar.- Sussurrei como uma súplica.

- Eu não iria te enganar, realmente ia te salvar dessa merda. Pelo menos foi o que planejei no começo. - Frank falou nervosamente. - Porque eu te amo, mas sou fiel ao Antônio. 

Em um movimento rápido ele me desarmou, jogando a arma para longe de mim com um chute e em seguida uma forte mão áspera e grande se envolveu entre meu pulso direito.

- Você estragou tudo. - Ele recomeçou a falar com meláncolia.

- Vou ter que te levar hoje mesmo, pois você mentiu pra mim. 

- Eu não considero como mentiras. 

- Não era pra você estar registrada como Melanie e além do mais me mostrou ultrassons falsos. Eu pensei que teria um bebê. - Frank despejou raiva nos seus olhos.

O que me surpreendeu foi ele encostar a testa na minha e me olhar profundamente.Eu posso jurar ver as chamas incandecentes nas órbitas negras, em um misto de sofrimento, raiva e paixão. Sim, paixão. Talvez Frank realmente goste um pouco mais de mim, afinal quando eu estava presa ele fora o único que nunca tocou intimamente em mim e ainda sempre me tratou bem. Bem demais. 

Aos poucos ele afroxou a mão do meu pulso e eu rapidamente me livrei dela. Ele se assustou e tentou se afastar, mas com a mão recém solta eu a envolvi no seu pescoço. Sua testa novamente se encostou na minha e eu o olhei com carinho. Frank é um homem tão rude, com máscara de pedra, mente sádica, coração morto e postura superior completamente irresistível. Eu gostei do toque da sua mão na minha bochecha, sem malícia, sem sadismo e sem brutalidade, mas com um carinho completamente novo pra mim. O engraçado é que parece ser novo para ele também.

Será que ele jamais teve uma mulher que verdadeiramente o amasse? Bom, parecia que não.De acordo com o que Shae me contou de Frank, ainda nos primeiros dias que me treinava, ele fora um adolecente inteligente e por isso sempre tirava as melhores notas da turma. Porém ele foi expulso de doze escolas em toda a sua vida escolar, o único problema era seu peculiar prazer. Ele foi responsável de quatro acidentes graves com professores e seis acidentes com mesmo teor de gravidade com colegas de sala. Sem contar com os acidentes não tão graves mas prejudiciais.

Shae me disse que ele tem conhecimento amplo de mecânica, produtos químicos, reações químicas, vários tipos de venenos, armas de fogo e até mesmo de bombas. Ela sempre me dizia que hora ou outra, quando era necessário matar alguém o Antônio sempre convocava ele para o serviço. Pois ele realmente gostava. Frank é solitário, vivido e eu o consideraria ainda jovem. Mesmo com um coração sem vida, ele me mostrou faíscas de esperança de ainda obter sentimentos humanizados e ainda demonstrar com os olhos que pode ter uma paixão. 

Delicadamente me aproximei de Frank deixando nossas bocas com centímetros de distância. Observei os lábios dele, rachados, secos e carnudos. Senti grande pena por ter que matá-lo, talvez não seja necessário e ele me deixe ir. Deixei meus lábios tocarem os lábios dele em um pequeno selinho que trasformou em segundos em faíscas. Logo o beijei de forma simples porém com carinho. Se eu o matar, pelo menos teve um beijo digno durante a vida. Lentamente nos afastamos e ele me olhou ainda sério. 

- Deixe-me ir. - Supliquei com palavras. 

- Eu não posso pequena. - Eu sorri fraco.

- Porque não?

- Porque sou leal ao Antônio e você é completamente louca por aquele homem... 

- Que homem? Antônio?

- Joffrey. - Ele disse asperamente.

- Deixe-me ir... Se é que me ama...

- Eu nunca disse que eu te amava. - Frank falou rapidamente ao me cortar, mas falou desviando o olhar.

Engoli em seco. Com passos lentos me afastei dele, sem temer e sem tremor nas pernas. Senti que ele me acompanhou.

- Vou usar da força e brutalidade com você. - Ele falou e eu dei de ombros sem ligar.Não demorou nada para sentir uma pancada nos ombros. Perdi o equilibrio, mas ele me segurou antes que caísse no chão. Olhei para ele e resurgiu um homem sem sentimentos. Ele saiu me puxando para o lado contrário da entrada e eu relutei com cuidado.

- Não é assim que se trata uma mulher grávida. - Chutei a pantorrilha dele e ele se virou brutalmente para mim. Suas mãos voaram para meu pescoço, apertando de forma que me assustou e ele me encarou. 

- Fique quieta ou eu vou esquecer o pouco do que sinto por você. - Frank falou e afroxou as mãos no meu pescoço. Respirei melhor.

- Você também é cachorro do Antônio! O homem que beijei agora a pouco não tentaria me sufocar, ou bateria com força nos meus ombros. - Falei baixo porém parece que as palavras fizeram efeito nele.

- Esqueça disso. 

- Esquecer do que? - Me fiz de desentendida.

- Do beijo. 

- Eu não vou me esquecer. - Sussurrei e pousei minha mão sobre as mãos dele, que ainda apertavam fracamente meu pescoço. Com o gesto eu esperei redimissão ou quebrar o gelo do coração dele.

O que me surpreendeu foi que ele começou a apertar com força meu pescoço e lágrimas desprenderam dos meus olhos.Não havia outra coisa a se fazer. Ele estava me sufocando e o pior que eu não sei o porquê. Ele não gostou do meu toque? Não gostou do meu beijo e nem da minha sinceridade? Porque tanta fidelidade ao Antônio? Porque tanto orgulho formando pedra? Porque isso?

Mirei a minha arma não muito longe, talvez a cinco metros de distância. Porém impossível pegá-la. Mirei os olhos dele, mas ele não me olhava. Frank fitava meu corpo frágil, inchado por conta da gravidez e escondido naquele sobretudo de dois números maior. O ar me faltava quando ele finalmente olhou nos meus olhos. Será que ele não via o mar azul das minhas órbitas transbordarem em lágrimas e pedidos de socorro?

Com a mão livre e aproveitando a distração dele fitando meus olhos, peguei o canivete no sobretudo lentamente. Arrumei o canivete nas minhas mãos e aprofundei meu olhar. Com carinho, decisão, arrependimento e instinto de sobrevivência, perfurei em um movimento rápido perto do seu peito. Com carinho por provavelmente ser a última a beijá-lo. Com decisão de matá-lo. Com arrependimento de ter que fazer isso e com instinto de sobrevivência por desejar mais que tudo viver, eu o fiz. Eu o feri seriamente, de forma que ele cambaleou até cair no chão e eu tossi ferozmente pelo sufocamento.

- Desculpe. - Falei baixo ao me agachar e perfurar com o canivete o seu pescoço. Jorrou sangue, sujando o sobretudo vermelho de sangue. Me levantei e passei as mãos pelos cabelos sintéticos. Andei até a arma. Não tenho força, nem sou tão fria a ponto de matá-lo com facadas. Suspirei nervosamente e voltei com a arma na mão. Ele já não se debatia como na primeira facada, mas somente balbuciava palavras sem sentido. Apertei o gatilho e mirei no peito dele. A bala perfuraria o coração, essa pelo menos é a intenção. 

- Não faça isso. - Gritou alguém que provavelmente estaria perto de mim, do lado direito. 

- O meu Deus. - Outra pessoa falou alto. Outra voz feminina.

Não poderia ter testemunhas. Atirei contra o peito dele e em segundos me preparei e me virei em direção da voz. Impulsamente atirei nas duas pessoas que ainda tentaram correr. Porém os dois tiros disparados contra elas foram certeiros. Na cabeça. 

Olhei para todos os lados e respirei fundo. Ninguém mais ao redor. Olhei para os três corpos estirados no chão com poços de sangue perto deles e respingos de sangue por todo um perímetro médio. Lágrimas resurgiram embaçando minha visão. Chorei amarguradamente por longos minutos até um barulho me chamar atenção. Enxuguei minhas lágrimas e andei até o corpo do Antônio. Tirei do bolso da calça dele um celular velho e abri a mensagem de texto do celular.

Sorri tristemente ao ler.

" Serviço feito irmão? Espero que sim. Você tem trinta e duas horas para trazê-la pra cá. Caso contrário eu vou buscá-la.  Cão"

Escrevi rapidamente uma resposta e fitei os dois corpos com uma distância razoável. Vestiam roupas velhas, cabelos emaranhados e pareciam terrivelmente sujos. Mendigos. Dois mendigos. Dei passos para a frente e avistei uma menina que aparentava ter dezesseis anos olhando de longe parada. Tão suja quanto as duas mulheres que me interromperam. Tirei do bolso um bolo de dinheiro e joguei no chão. Eu sei, eu sei. Dinheiro nunca apagara o que ela presenciou hoje, porém daria para enterrar aquelas duas mulheres com dignidade e ainda começar construir uma vida.

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Larguei o carro a duas quadras do hotel e já estou sem disfarce. Andei pelo corredor e parei em frente a minha porta. Respirei fundo, tateei o rosto para verificar que não faltava nada e passei a mão pelo meu pescoço arroxeado. A porta se abriu antes que eu pudesse abri-la, Joffrey me olhou com expressão extremamente preocupado e eu desabei em cima dele em um abraço. 

- Meu amor... - Sussurrei baixinho no pé de seu ouvido e inspirei o perfume da curva do seu pescoço. Um cheiro suave de amendoas amadeiradas (MUDAR ISSO). Um cheiro gostoso que nunca vou esquecer. Entrando dentro da suíte presidencial, ainda abraçados, ele me parou e levantou o meu rosto para me olhar. Senti as suas mãos tatearem com cuidado o meu pescoço e o azul de seus olhos se escurecessem.

- Eles nos acharam. - Joffrey afirmou.

- Não. Ele me achou. - Falei no singular propositalmente.

- Nós vamos embora daqui hoje mesmo. - Joffrey falou rapidamente e fez menção de se afastar de mim, mas eu apertei seus ombros largos chamando assim sua atenção pra mim.

- Eu o matei. - Sussurrei. 

- Foi um só? Não tinha dupla? Quadrilha, talvez? 

- Foi o Frank. 

- Isso não significa nada pra mim. Digo, saber que o falecido se chama Frank. - Joffrey falou em um tom mais alto. Ele passou as mãos nos cabelos em um gesto impaciente.

- O que eu te falei em matar alguém?

- Eu não tive escolha. - Gritei com lágrimas nos olhos. 

- Mas era uma pessoa... Melanie! Devia tê-lo ferido e sei lá, corrido. 

- Claro. Assim ele contaria para o Antônio que me encontrou e estariamos ferrados. - Eu falei com impaciência. - Eu não quero que meus filhos cresçam nessa fuga diária. 

- Pelo amor. O mundo tem muitos países, ou seja, podemos sim fugir daqui e nos estabilizamos em um país distante. - Joffrey falou como se fosse óbvio. Bufei e tirei o sobretudo.

- Obrigada por perguntar se eu estou bem. - Falei irritada com uma ponta de mágoa.Ele me analisou. 

- Você está bem? - Ele perguntou com um sorriso pequeno e eu ri.

- Não. Eu não estou.

- Eu sei disso, por isso não perguntei. - Joffrey falou mais calmo e me abraçou novamente.

- Desculpe... Eu não tive escolha...

- Eu sei. - Ele concordou, mas duvido que tenha compreendido realmente.

Passamos minutos daquela forma, abraçados e calados. Porém foram esses minutos que me deram forças e me fizeram decidir definitivamente que eu quero que ele seja pai ativamente de um dos meus filhos. Apesar de amá-lo e querer que ele fique com os dois, eu não posso arriscar tanto. Estaria arriscando a vida deles dois. Eu conheço meu homem, eu sei dos seus conceitos e de tudo que ele podera fazer. Eu sei que ele pode seguir meus passos e me acompanhar distante. A minha razão quer que ele seja indiferente e me esqueça daqui a dois dias... Mas o meu coração anseia que ele nunca me esqueça e não desista de mim.

- Eu te amo tanto... - Sussurrei ainda com lágrimas descendo nas minhas bochechas e o beijei docemente. Um beijo totalmente diferente do que eu dei no Frank, pois com o Joffrey o beijo é conhecido, mais intenso e mais envolvente; é puro amor. 

Eu acho que nunca diria ou adimitiria isso: a proporção do meu amor pelo Joffrey é pouco menor do que o amor que já tenho de ser mãe, ou seja, o amor maternal. Pelos os meus filhos eu entrego o meu maior amor. Estou sangrando por dentro por causa de duas coisas: por sacrificar a melhor coisa da minha vida a anos, Joffrey, e por não ser indiferente com Shae, Sansa e o militar infeliz que pode destruir mais uma vez a minha pequena Carly Shay. Eu não posso deixá-los morrer, mas não quero deixar ele.

 - O que foi? - Joffrey sussurrou. 

- Nunca me deixe. - Eu o olhei.

- Sempre estarei com você. - Ele falou docemente. - Seja pessoalmente, na sua mente, no seu coração, em placas nas ruas ou até mesmo correndo dentre uma mata.

Eu ri baixinho. Ele é meu, não importa o que aconteça e o que eu faço. Ele sempre será meu, pois tudo de virtuoso em mim é dele. Inclusive o meu tesouro: meus bebês. 

* Seguinte, eu cortei os posts diários do aviso por vários motivos. Primeiro, porque desde do dia vinte e três de agosto meu mundo foi quebrado completamente. Então, desde esse dia não produzi nenhum capítulo, sendo assim, postarei no intervalo de dois dias. Segundo, essa semana que se inicia vai me sufocar, literalmente, não vou ter tempo nem de dormir bem. E por último, como é os últimos capítulos de 40 dias, eu quero prolongar só mais um pouquinho do lado de vocês. Já que a minha próxima fic será somente em dezembro. 

É isso. Me desculpem e é...


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Notas finais do capítulo

Ficou confuso?! Sabe, eu acho minha mente uma total confusão, então, eu tenho medo de passar essa confusão ao escrever. Gostaram?! AAH, eu vou responder os reviews passados agora. AAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH, GENTHY, QUEM VIU O NOVO CAPÍTULO DE CRUEL FAIRY TALE?! Como sempre a minha Yo arrasando e me ferrando s2 s2 s2 s2 s2 s2 s2 É isso, perdão eterno e xoxo a todos vocês ♥