Mudanças No Internato (Em Hiatus) escrita por DezzaRc


Capítulo 2
Bem-vindo ao Internato Cullen




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/216924/chapter/2

Onde estou sou o problema. Logo eu, uma pessoa que tira as notas mais altas da escola e que não liga para roupas de marca, aliás, nenhum tipo de roupa. Não que eu ande pelada na rua, apenas não ligo para coisas supérfluas como passar horas comprando compulsivamente. Não vou a festinhas de adolescente, sou uma Ninguém na minha escola. Mas por que isso é um problema? Simples, meus pais são extremamente ao contrário de mim.

Eles não gostam da forma como levo minha vida. Vivem dizendo que estou perdendo minha juventude com ações que só deveria fazer daqui a uns anos. Eu nem ligava para o que eles diziam, afinal, cada um é do jeito que é. E ser fútil não é ser eu.

Cansados do meu comportamento e indignados com a atenção que eu dava quando criticavam minha vida, meus pais resolveram me colocar em um internato. Mas não um internato qualquer, e sim um completamente fútil, como eles. Até hoje me pergunto por que existe um internato como esse no mundo; depois, sempre me recordo que há pessoas iguais — ou piores — que meus pais espalhados por aí. 

Minha mãe é uma típica madame da alta sociedade. Sua vida se resume a idas ao SPA, academia e eventos de moda. Seu lazer é torrar o dinheiro do meu pai nas lojas mais caras de Paris; meu pai é dono de uma empresa de cosméticos. Seu sonho era ver sua princesinha — ou seja, eu — como garota propaganda de sua marca. Mas claro, ele se decepcionou. Não que eu não fosse bonita o suficiente, apenas não queria me envolver com essas coisas.

Nós moramos em uma mansão em Paris. Antes, nós vivíamos em Londres, mas meus pais resolveram se mudar para cá. Eu irei cursar o último ano do ensino médio, e minha mãe estava louca para fazer uma grande festa para comemorar isso. Cortei logo seu barato. Porém, tenho certeza que ela nem ligou, e que nesse momento é capaz da festa já estar toda planejada. De minha mãe não duvido nada.

Hoje é meu último dia aqui em casa. Amanhã eu irei para minha nova escola, na verdade, internato. Meus pais fizeram questão de dizer que só me visitarão mensalmente, para ver se assim meu lado animado desperta e eu queira até fazer uma festa para eles por me visitarem. Eles sempre diziam que dinheiro estava ali para ser gasto, e como sou rica, eu devia gastar muito, e a melhor maneira de fazer isso, era fazendo festas e comprando roupas de marca.  Mas levo minha vida como se vivesse com um salário mínimo, e não me sinto nem um pouco incomodada vivendo assim.

Eu já sabia quem ia ser minha colega de quarto, apesar da pessoa ter a escolha se quer ou não ficar em um quarto sozinho. Meninos e meninas não podiam ficar juntos, só se fossem irmãos ou os pais autorizassem tal ato. Na verdade, minha escolha foi ficar sozinha no quarto, mas meus pais fizeram questão de colocar uma menina — de preferência, extrovertida — para me enturmar mais com as pessoas. Lógico que me estressei com a decisão deles, mas no fim concordei, de má vontade.

— Bella, anda logo! — gritou minha prima Jolie, na porta do meu quarto.

Soltei um suspiro, irritada. Exigi aos meus pais que não fizessem droga de festa nenhuma, mas claro que não iam deixar isso em branco! Fizeram questão de fazer uma festa de despedida para mim. Eu mereço!

Terminei de ajeitar meu cabelo e abri a porta, encontrando uma prima frívola — assim como meus pais —, que no momento parecia “A Pantera Cor-de-Rosa”. Credo, o que era aquilo?

Não perdi a oportunidade para gozar de sua cara:

— Creio que depois desse vestido não existe mais cor-de-rosa no mundo. Ela acabou no momento em que fabricaram essa obra de arte — ironizei avaliando sua roupa, e ela fechou a cara.

Jolie é um ano mais nova que eu, e está cursando o segundo ano. Meus pais fizeram uma proposta para ela ir para o internato comigo, mas Jolie disse que esse tipo de vida não era para ela, pois gostava de ser livre. Dei graças a Deus, porque, com certeza, esse projeto mal feito de Barbie ficaria no mesmo quarto que eu e, possivelmente, eu ficaria vesga de tanto rosa que veria durante o dia.

— Você se acha muito engraçada, não é, Bella? — criticou com aquela voz fina e irritante que só ela tinha. — Você que não sabe o que é moda. Se não fosse minha tia comprando suas roupas, provavelmente andaria que nem uma mendiga na rua — dizendo isso, ela saiu andando a passos largos, batendo seu salto fino — quinze — no chão de madeira, soltando purpurinas da roupa por onde passava.

Em uma coisa ela estava certa, se minha mãe não mexesse em meu guarda-roupa, andaria por aí pior que uma mendiga. Graças a Deus que minha mãe realmente entendia de moda, porque senão, era capaz do meu guarda-roupa estar igual ao de Jolie.

Interrompi minhas divagações e fui em direção às escadas. Segurei o corrimão e de soslaio vi o pesadelo que me esperava. Avistei logo uma placa grande em uma das paredes da sala que piscava em vermelho, escrito: “Bom internato, Bella, nós te amamos”. Aquilo nem chamava atenção, para não dizer ao contrário. Típico dos meus pais.

Desci o primeiro degrau, porém, quando fui para o segundo, uma chuva de flashes disparou em minha direção, cegando-me momentaneamente.

 Coloquei minha mão sobre o rosto tentando ver onde pisava, para não sair rolando escada abaixo, sem sucesso. Fotógrafos. Como odeio essas pessoas! Um dos motivos por adorar minha vida sem graça é que mal saio na rua, e quando saio, nem chamo atenção. Os paparazzi gostam de manchetes polêmicas, e com certeza, ir ao mercado comprar salgadinho não é algo polêmico.

Senti um braço rodear minhas costas, e outro segurar meu pulso. Olhei por uma pequena fenda entre meus dedos e vi meu segurança me ajudando a descer. Só aí percebi que os fotógrafos estavam quase em cima de mim. Meu Deus! Para que aquele alvoroço todo? Não podem tirar as drogas das fotos educadamente?

Quando finalmente consegui descer, uma enxurrada de abraços tomou conta de mim. Já vi que essa seria uma noite longa... Todas as pessoas que me cumprimentavam, os fotógrafos faziam questão de registrar, sem contar as câmeras me filmando a cada passo que dava. Às vezes — ou quase sempre — eu odiava ter pais famosos, não tinha privacidade para nada.

Quando comentaram que o internato que eu ia não permitia fotógrafos, nem câmeras, ou qualquer meio de se promover socialmente, rapidamente aceitei a oferta de ir para lá. Afinal de contas, passar um ano sendo uma pessoa comum — pelo menos uma vez na vida — ia ser ótimo.

— Vamos, Bella, sorria para as câmeras e diga o quão boa será essa sua experiência no internato Cullen — insistia minha mãe me abraçando e sorrindo falsamente para as câmeras. Sua plástica recém feita ajudou no processo.

Empurrei-a delicadamente e me soltei de seus braços. Resolvi dar uma volta por aquele hospício e vi meus nada-queridos-colegas espalhados pela festa. Só então percebi que na hora dos abraços, nenhum deles me cumprimentou. Na certa, só estão aqui para aparecer na TV e comemorar minha mudança. Idiotas.

Não tenho nenhum amigo nessa minha escola. Vivo com “oi” e “tchau”. Mudei-me para Paris no começo do colegial. Apesar de não ter tido amizades sólidas, não queria sair desse colégio. Não falo com ninguém, mas também não sou zoada e nem chamada de nerd, apenas me olham feio — o que não me faz à mínima diferença. Eu tenho medo de como será essa nova experiência no internato.

Tenho apenas uma meta nesse lugar até o momento: não ser odiada pela minha colega de quarto. Vai que durante a noite ela raspe minha cabeça?  Não ia ser nada legal usar peruca por algum tempo...

— Em breve, mais uma fita para minha coleção! — comemorou minha mãe olhando fascinada para a sala de vídeos.

Nesse cômodo se resume a todos os vídeos de todas as festas que ela foi e deu aqui em casa. Tratava aquele lugar como um ambiente sagrado. Louca! Todos os dias a empregada tinha que ir lá tirar o pó de todas as fitas. Na verdade, havia uma pessoa contratada só para fazer isso, porque eram tantos vídeos...

A palhaçada, quero dizer, a festa, já terminou. Estou exausta, ainda mais quando você é a dona da festa e só pode se retirar quando o último abençoado resolver ir embora. E isso se resume a um retardado que saiu daqui às seis e meia da manhã! Qual é? Eu podia odiar essas coisas, mas também não era uma mal-educada.

Resultado pela minha educação: estou com olheiras profundas e morrendo de sono. Dei boa-noite aos meus pais, ou seria bom-dia? E me retirei para meu quarto. Daqui a poucas horas estaria em minha nova vida. Isso me fez sentir um frio na barriga de ansiedade.

— Seja o que Deus quiser! — Essas foram minhas últimas palavras até mergulhar em um sono profundo, sem sonhos.

— Filha, acorda — chamou-me meu pai, sacudindo-me.

— Hmmm...  Só mais um pouquinho — implorei.

Eu ainda estava morrendo de sono. Parecia que um trator tinha passado por cima de mim. Meu corpo todo doía, e minhas pálpebras estavam pesadas. Como odiava festas!

— Sinto muito, filha, mas está na hora de você ir. Já são três horas.

Abri meus olhos lentamente tentando me acostumar com a claridade que adentrava meu quarto.

— Se arrume logo e desça para comer algo. Sairemos dentro de uma hora e meia — informou por fim, retirando-se do meu quarto e fechando a porta.

Esfreguei meus olhos preguiçosamente e me sentei na cama, espreguiçando-me. À hora estava chegando, e senti novamente um embrulho em meu estômago. Levantei da cama e fui direto para o banheiro tomar um bom banho e fazer minha higiene pessoal.

— Bom-dia, mãe — cumprimentei-a assim que desci as escadas. Ela estava conversando com meu pai em nosso sofá de couro italiano preto.

Luciana — a governanta — estava em pé a alguns metros de distância do sofá, esperando alguma ordem dos meus pais.

— Bom-dia, filha — respondeu sorrindo. — Coma alguma coisa, já iremos partir.

— Ok — respondi. — Oi, Luciana, eu quero apenas uva. Quando eu chegar lá, como algo.

— Certo, senhorita, estou indo providenciar.

Achei melhor comer apenas uva, por causa do meu estômago que já estava irritado. Não queria passar mal no meu primeiro dia no internato, não ia ser um bom começo. Sentei-me no sofá que meus pais estavam, e eles começaram a falar, animados, sobre o quão divertido ia ser essa minha experiência. Revirei meus olhos e escutei aquelas besteiras calada.

Alguns minutos depois, Luciana entrou na sala com uma bandeja de ouro com minhas uvas. Eu não tinha nem como reclamar, as bandejas daqui, aliás, todos os conjuntos da cozinha eram feito de peças finas, simplesmente não havia uma vasilha plástica.

— Obrigada — agradeci, pegando a bandeja e colocando sobre meu colo.

Meus pais me olharam com a cara fechada por eu estar comendo no sofá, mas apenas dei de ombro. Eles achavam falta de educação comer em um lugar que não fosse à mesa, porém eu não ligava, estava em casa!

A governanta saiu de lá e voltou a ficar no mesmo lugar. Tão competente... Mas fazia isso apenas porque precisava. Ela trabalhava para nós há alguns meses. Na verdade, há três meses. Minha mãe geralmente mudava os empregados de seis em seis meses. Ela dizia que eles não podiam ficar tão íntimos da gente, nem da nossa casa. Vai entender o porquê! Pelo menos ela não os tratava com desprezo.

— Pode ir para a cozinha, Luciana. Quando precisarmos, lhe chamaremos — ordenou minha mãe, e ela saiu prontamente.

Terminei de comer minhas uvas e me preparei para sair. Como ontem foi minha festa de despedida, eu já tinha me livrado dos adeuses hoje. Pelo mesmo essa festa foi útil para algo.

— Estamos prontos, podemos ir — ordenou minha mãe ao nosso motorista.

Minhas malas já estavam guardadas, só faltava eu entrar na limusine agora. Sim, minha mãe fez questão de me levar até o internato com a nossa limusine. Ótimo, eu já ia chegar lá com fama de patricinha! Que droga. Tentei argumentar, mas ela nem me escutou — como sempre.

O motorista abriu a porta e eu entrei, sendo seguida por minha mãe. Meu pai ainda ficou do lado de fora dando ordens para os empregados. Encostei minha cabeça na janela do veículo e fechei os olhos.

Minutos depois, meu pai entrou no carro e então partimos rumo ao desconhecido. Quer dizer, eu, ao rumo do desconhecido.

— Dentro de uma hora estaremos lá, minha filha, você não vai se arrepender! — consolou minha mãe e eu apenas assenti.

— Chegamos, Bella! — avisou minha mãe, cutucando-me.

Eu nem percebi a hora que dormir no carro, era o cansaço. Meu pai já estava do lado de fora nos esperando. Saímos da limusine com a ajuda do motorista.

— Bem-vinda a sua nova casa, filha! — disse meu pai, animado.

Agora não tinha mais como voltar — não que antes tivesse —, eu estava na frente do tal internato, e tenho certeza absoluta que meus pais não me deixariam desistir.

A escola era imensa, parecia uma torre sem fim. Na frente havia um luxuoso chafariz com três figuras de anjos espirrando água na fonte. As letras bem desenhadas na parede da escola lapidavam: “Internato Cullen”. Essa família Cullen devia ser podre de rica, pois a mensalidade daqui é caríssima e não aceitavam bolsas de estudos.

Avaliei o local e não parecia ser um lugar ruim. Exceto pelas pessoas e a futilidade que dominava o ar. Subimos as escadarias — que eu não duvidaria que fosse de ouro puro —, e passamos pela luxuosa entrada.

Por dentro, a magnificência da escola resplendia mais ainda. Um tapete vermelho se estendia até a recepção. Tudo era decorado com detalhes finos e esculturas que pareciam custar o olho da cara. Quando minha mãe disse que ia me colocar em um lugar frívolo, ela não estava brincando...

Fomos até a recepção e uma jovem que devia ter seus 26 anos nos atendeu. Ela tinha mais ou menos a minha altura, seus cabelos eram pretos e escorridos, presos em um rabo de cavalo minuciosamente amarrado; ela usava uns óculos com a armação transparente. Aparentava ser simpática.

— Olá, em que posso ajudá-los? — perguntou à jovem, e então notei que ela usava um crachá. Seu nome era Ângela Weber.

— Olá, senhorita Weber — cumprimentou meu pai, educado. — Somos os responsáveis pela aluna Isabella Swan.

— Só um momento — respondeu, digitando algo em um notebook de última geração.

Aproveitei para avaliar mais o local. Perto de Ângela, havia mais duas secretárias, e com elas, outros alunos: dois garotos morenos e uma menina ruiva. Pareciam ser do primeiro ano. Lá fora, antes de entrar, notei alguns alunos acompanhados de seus pais, mas a maioria parecia ser extremamente insuportável.

— Achei.  Senhorita Isabella Marie Swan, residente em Paris. Tem 17 anos e irá cursar o último ano. Está correto? — perguntou Ângela, sem desviar os olhos da tela do notebook.

— Sim — confirmou minha mãe.

— Então está tudo certo. Vou terminar de passar seus dados para o registro e lhe entrego a chave do seu quarto — informou olhando para mim e sorrindo. Fiz o mesmo. — Por enquanto podem aguardar ali na sala de espera que irei chamar os senhores.

— Tudo bem — disse meu pai e seguimos para a sala de espera.

A sala era grande e havia várias coisas de entretenimento. Uma área onde tinha jogos eletrônicos, inclusive uma máquina de dança — no qual duas meninas disputava entre si quem acertava mais passos. Havia também uma área que parecia um mini cinema. A iluminação ali era um pouco mais escura, e nela havia uma enorme TV de plasma passando um filme que devia ser bom.

Uma série de outras coisas estava ali para distrair esses ricos sem noção. A sala estava cheia, mas não era um aglomerado de gente, o espaço era grande o suficiente para uma pessoa não encostar-se à outra. Eu e meus pais seguimos para uma área que parecia uma mini biblioteca. Sentamos em uma mesa e ficamos alguns minutos olhando a movimentação.

— Não acha que essa escola está lotada demais? Tem certeza que eles não aceitam bolsa de estudo? — perguntou minha mãe abismada pela quantidade de pessoas que se encontravam no recinto.

— Renée, lembre-se que não há só ricos daqui da França. São pessoas de diversos outros países do mundo. Essa é uma das melhores escolas internas que existe.

— É, você tem razão — respondeu pensativa.

— Vai demorar um século para sermos chamados — suspirei.

— Que nada, filha! Eles já vão te chamar — disse meu pai.

Mais alguns minutos se passaram e me chamaram. Até que tinha sido rápido! Peguei meus documentos, meus horários durante o ano, as regras do internato e por fim, a chave do meu quarto.

A menina que iria dividir o quarto comigo se chamava Rosalie Hale. Ângela disse que ela estudava aqui desde o primeiro ano, e que era uma pessoa extremamente animada, mas que não se metia em confusões. Meus pais de cara a adoraram, mesmo não conhecendo a menina pessoalmente.

— Pronto, filha. Está entregue em sua nova casa — disse minha mãe assim que adentramos a ala dos dormitórios.

Muitos pais estavam se despedindo de seus filhos, e muitas panelinhas formadas já rondavam na região.

— Tchau, mãe, tchau, pai, sentirei saudade de vocês — declarei sincera.

— Oh, minha princesinha, também sentiremos sua falta! — disse meu pai.

Então nos três demos um abraço em grupo e ficamos alguns segundos daquela maneira. Eu realmente sentiria falta daqueles dois festeiros.

— Qualquer coisa é só nos ligar, filha! Mas nossas visitas serão mensalmente mesmo. Você já está grandinha o suficiente para ficar longe de nós! — avisou minha mãe, sorrindo.

Terminamos de nos despedir e eles finalmente partiram, me deixando sozinha nesse lugar estranho no qual não conhecia ninguém e, com certeza, seria tão deslocada quanto no meu antigo colégio.

Minhas malas a essa altura já deviam estar no meu quarto. Andei mais um pouco por ali, e então resolvi subir para conhecer onde moraria pelos próximos doze meses, além da minha colega de quarto.

Essa escola era tão imensa e chique que cada ala do dormitório tinha dez andares, sendo quatro quartos por andar, e o acesso a eles era pelo elevador. Meu quarto era ala três, quarto andar, quarto 54d. Segui as coordenadas e em poucos minutos estava passando meu cartão magnético na porta.

Empurrei-a devagar e entrei. Ouvi conversas dentro do quarto. Saco! Com certeza as amigas da minha colega de quarto estavam aqui. Não estou a fim de conhecer ninguém agora. Quando cogitava a possibilidade de dar meia volta, notei que elas haviam me visto. Abriram um enorme sorriso e correram juntas ao meu encontro.

Era só o que me faltava, clones ambulantes da Jolie! Recebi aquela multidão de abraços e frases de “Seja bem-vinda”. Pelo menos não soavam falsas.

— Você deve ser Isabella Swan, minha colega de quarto! — disse uma loura que tinha um corpo de dar inveja a qualquer um. Jolie com certeza sentiria inveja dela, seus cabelos eras perfeitos.

— Sou sim — respondi um pouco tímida.

— Ótimo! — continuou animada. — Você parece ser legal. Meu nome é Rosalie Hale. Sou sua colega de quarto.

— Prazer, Rosalie — apertei sua mão que ela tinha estendido no ar.

— Bem, essas são Renesmee Carlie, Jessica Stanley e Lauren Mallory — apresentou-me apontando as três garotas que estavam logo atrás dela.

Todas as três eram louras como Rosalie. Só o que mudava era a tonalidade do louro. O de Rosalie era o mais escuro, Lauren tinha um louro avermelhado, Renesmee um louro que parecia mel, e Jessica tinham cabelos parecidos com o de Rosalie, a diferença era algumas mechas castanhas. Dei um sorriso simpático para elas. Acho que já tenho quatro amigas, isso é um super avanço!

Eu estava me sentindo na pré-escola, quando estava fazendo os primeiros amiguinhos.

— O quarto delas é ao lado do nosso, Bella, então elas vão estar sempre por aqui. As três estão juntas no mesmo quarto — explicou-me Rosalie.

— Tudo bem, não me incomodo. E podem me chamar de Bella.

Elas me convidaram para sentar na cama, e nós ficamos conversando banalidades até a hora do jantar. Apesar de elas serem bastante fúteis, e a maioria das vezes falarem apenas de roupas e beleza, eram legais. Talvez essa escola não seja tão ruim quanto pensava!

Rosalie me explicou que ela preferiu ficar em outro quarto longe das amigas, porque as meninas viviam colocando garotos dentro do quarto, e os pais dela ameaçaram a tirar do internato, se ela não saísse daquele dormitório.

— Então, por esse motivo eu queria que você não trouxesse meninos para cá. Eles eram amigos das meninas, elas não são iguais essas dadas que ficam com vários ao mesmo tempo. Mas mesmo sendo amigos, meus pais proibiram.

— Tá, tudo bem. Creio que você não terá esse problema comigo, até porque, acho que serão minhas únicas amigas aqui — eu ri, e era verdade.

— Ah, que nada, Bella, você é legal! — disse Jessica. — Pelo pouco que conheço você, apenas é um pouco tímida.

Todas concordaram e continuamos conversando sobre outros assuntos. Elas também estavam no último ano, e alguns horários tínhamos juntas. Todas estudavam aqui desde o primeiro ano, então fizeram um resumo de tudo.

Segundo elas, havia um grupo de populares totalmente insuportáveis. Sua líder era Tânia. Ela, sua irmã, Kate, e sua prima, Irina, dominavam aquilo. Seu primo, James, fazia parte do grupo.

Eles vivam maltratando os novatos ou as pessoas mais jovens; também estavam no último ano. Quando elas me contaram aquilo, um frio subiu pela minha espinha. Eu era novata, e com meu antecedente de odiada pelos populares, corria o risco de enfrentar o inferno aqui de novo.

Elas também disseram que eles só não competiam nem humilhavam apenas um grupo que havia aqui: o grupo dos Cullen. Na hora percebi que eles com certeza eram filhos dos donos da escola, e as meninas confirmaram minha teoria.

No grupo dos Cullen havia: Alice, pelo que pude entender, uma baixinha muito divertida; Jacob, o caçula — no qual Renesmee tinha uma queda; Jasper, embora não fosse um Cullen, era extremamente ligado a eles, além de ser namorado da Alice; e por fim, Emmett e Edward. Ambos não estudavam mais aqui, porém, a faculdade Cullen era perto daqui, então os dois sempre vinham para cá ajudar os pais na administração da escola, e rever os amigos.

Rosalie era a fim desse Emmett. Ela disse que ele tinha 22 anos e fazia arquitetura. Já seu irmão, Edward, tinha 21 e fazia medicina. Ambos eram gatos, e grande parte da população feminina era de quatro por eles, mas eles não demonstravam interesse por nenhuma menina da escola, e nem seus irmãos faziam amizades com o povo daqui.

Eu achei isso estranho, mas elas me falaram que eles pareciam ser diferentes, como se o mundo deles não fosse nesse império. Acho que esses tais Cullen me entendem!

Na hora do jantar, todas nós descemos e fomos até o refeitório, que ficava a alguns metros do dormitório. Não me surpreendi ao ver o tamanho do lugar, era grande como tudo no internato. Várias mesas ovais de vidro estavam espalhadas pelo local, seguidas por cadeiras de veludo em um tom cinza, com as grades do encosto e as pernas em detalhes pretos. Nas mesas, o logotipo da escola estava presente em letras sinuosas, num tom dourado.

No meio do refeitório, um buffet refinado estava servido em várias alas, uma ao lado da outra, com peças finas, orquídeas brancas e algumas velas. Uma música ambiente tocava ao fundo, misturando-se com os murmúrios de conversas presentes no refeitório. Um enorme lustre ficava acima do luxuoso banquete.

Todas as mesas estavam com os pratos devidamente postos. Sentamos as cinco em uma mesa um pouco afastada do buffet. Os pratos grandes, brancos e rasos, estavam com um guardanapo de pano ao lado esquerdo. Peguei-o e o coloquei meio dobrado em cima do meu joelho, as meninas fizeram o mesmo. Uma cesta de pão estava no meio da mesa.

Um dos garçons — sim, havia garçons para nos servi — veio devidamente caracterizado atender nosso pedido. Ele colocou água sem gás em nossas taças, e então pedimos um dos pratos do dia, rabanete. O garçom saiu, e continuamos a conversar banalidades.

Não demorou muito, e outro garçom veio nos trazer nossa janta. Após o prato principal, saboreamos um pedaço de queijo, uma coisa típica na França, e depois tivemos a sobremesa, que eram algumas frutas.

 Quando terminamos, eu já estava mais que satisfeita. Resolvemos andar pela escola; as meninas foram me mostrando algumas coisas, como uma área que lembrava o Central Park, e um lago que dava para pescar. Depois de caminharmos, nós subimos para dormir, já que amanhã teríamos aula cedo.

— Boa-noite, Bella. Adorei te conhecer, seremos melhores amigas — murmurou Rosalie.

— Com certeza. Obrigada por não me odiar! — brinquei, e nós duas rimos. 

Eu esperava que realmente tornássemos amigas, pois, apesar de preferir uma vida sem agitação e monótona, às vezes, ter uma pessoa para você desabafar é algo que todo ser humano precisa. E muitas vezes, eu me via sozinha nessas horas, sem ter com quem conversar sobre certas coisas.

Hoje, no fim das contas, tinha sido um dia agradável. Mas nada me livrava do amanhã, tudo poderia acontecer. Entretanto, se essas garotas realmente virassem minhas amigas, as coisas poderiam ser mais fáceis, e eu poderia passar facilmente por qualquer confusão que arranjasse por aqui, não que pretendesse fazer isso.

Fechei meus olhos lentamente me deixando levar pelo sono. Andar por aqui tinha me cansado bastante, e eu imaginava os prováveis 365 dias que passaria caminhando diariamente por aqui. Era bom, pois poderia dispensar a academia.

Os embrulhos no meu estômago já haviam passado, agora restava apenas à calma para uma boa noite de sono. Amanhã. Pensei novamente antes de ser dominada, mais uma vez, pela escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, pessoal, o que acharam? Resolvi pôr o internato na França, além de ser um país bastante reconhecido por seus luxuosos internatos, eu queria sair um pouco do americanismo. Lembrando que a história é fictícia, mas algumas informações a maioria sobre a França tento manter fiel a realidade como a comida mencionada no jantar de Bella.
Nossos amados Cullen aparecerão no próximo capítulo, não se preocupem! Rs. Pretendo postar um capítulo por semana, mas se tiver uma quantidade alta de comentários, poderei postar dois, depende de vocês.
Quero pedir humildemente que sigam, comentem e visitem o tumblr do meu livro, ficarei muito feliz em ter o apoio de vocês lá: http://oenigmadosschneider.tumblr.com/.
Então é isso, espero que tenham gostado do capítulo. Por favor, comentem e recomendem a fic, pois é meu combustível para trazer capítulos tão bem feitos como esse para vocês. Beijos e até mais.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mudanças No Internato (Em Hiatus)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.