---------------------------------------------Visão da Zaggy--------------------------------

-Acorda aí preguiçosa! – escuto a voz do Do Contra que estava a me acordar

-Ah, bom dia!

-Bom dia, agora você precisa se trocar que a gente tem aula!

-M-mas, eu não sei ainda como fazer quase nada e como vou entrar na escola se você me disse que eu tenho que estar matriculada? - eu pergunto um pouco atônita

-Então, hoje eu acordei mais cedo e falei pelo Spyde com um antigo amigo meu, o Blog. Eu pedi pra ele inserir informações falsas pra você e te matriculou como aluna de intercâmbio. Portanto agora você atenderá como Zaggy Vhal. Foi o Blog que escolheu o sobrenome.

-Mesmo? Nossa, que legal! Mas, como você falou com ele? Foi por telefone?

-Não, foi pela internet, depois que a gente voltar aqui pra casa eu explico de internet e coisas assim pra você. Agora você vai ficar focada em entender as coisas da escola e se enturmar com a galera. – ele sorri pra mim

-Hum, ok. Mas, que cheiro bom é esse?

-Café da manhã. Fiz leite com chocolate, pão com manteiga e esquentei uns pedaços de pizza que sobraram do começo da semana.

Nos sentamos a mesa e começamos a comer.

Essa tal de pizza é muito boa!

Depois que nós dois terminamos de comer, vamos escovar os dentes.

-Vamos lá Zaggy, lembre-se de que você não deve se afastar muito de mim ou da Mônica.

-Por que?

-Bom, nós somos os mais “mais” do grupo. E você tem que tomar cuidado com quem for falar com você.

-Como assim? – estou ficando confusa

-Eu te explico enquanto a gente desce e vai pra rua. Relaxa que a escola é aqui em frente ao apartamento.

Ele segura a minha mão e me conduz. Ele age como se eu fosse a irmãzinha dele.

Nós saímos do apartamento, atravessamos a rua e eu paro pra admirar esse prédio maior.

-Nossa, quem mora aí?

-O conhecimento. – ele acena para o tal de Jeremias

-DC, meu brother! Trouxe a... Como o nome dela mesmo? – ele pergunta pro Do Contra

-Zaggy Vhal.

-Isso, trouxe ela pra escola por que mano?

-Ela vai estudar aqui com a gente.

-Ahh, certo! Bora pra aula que já já vai começar! – ele corre pra dentro da escola, isso que está escrito na parede

Entramos pelos enormes portões e eu vejo muita gente diferente. Gente de olhos puxados, pessoas com peles escurecidas, pessoas de cabelo vermelho e tem uma garota loira de cabelos compridos e encaracolados olhando pra mim.

Do Contra me cutuca.

-Aquela ali é a Carmem Frufru, tome cuidado com ela... Ela é má influência. – ela está vindo na nossa direção

Ela estende a mão para o DC e segura ele pelo braço.

-Quem é essa aí? – ela olha pra mim com um olhar estranho, lembra o jeito que a Rainha de Copas olhava pra gente

-Ela se chama Zaggy Vhal, ela é uma amiga minha, ela veio de outro país pra morar aqui. Vê se não trata ela mal.

Ela parece estar com os olhos brilhando agora.

-Pelo sobrenome e por ter vindo de outro país, ela deve ser rica! Por que você não vem comigo Zaggy? – ela pega na minha mão

Do Contra solta a minha mão da dela e diz com um tom bravo.

-Não, ela não é ricaça. E não ela não quer ir com você, deixe ela em paz Carmem. – ele realmente ficou bravo

-Hum, ok então, fique aí do lado do senhor ralé. – ela sai de perto

Ele me conduz até uma sala e puxa uma cadeira pra eu sentar ao lado dele.

Vejo um rapaz com dentes parecidos com o da Mônica olhando pra mim com um olhar envolvente...

Ele se aproxima do Do Contra.

-Rapá! Quem é essa deusa da beleza hein DC? – ele pergunta

-Essa é a Zaggy Vhal, ela veio morar comigo. Ela era minha amiga de correspondência. – ele dá um sorriso diferente, deu medo

O garoto se aproxima de mim e põe a mão em meu ombro esquerdo.

-E aí Zaggy, topa ir numa lanchonete depois da aula?

Antes que eu responda, Do Contra intervém.

-Ela é de uma família reservada, Titi. Deixe ela em paz.

-Susa aê amigão, mas, se você vacilar eu vou pegar ela! – o jeito que esse Titi fala me desagrada

-Tá, tá Timóteo, até parece. – o DC está irritado

Nós temos as duas primeiras aulas normalmente, eu me diverti aprendendo essas contas engraçadas que eles fazem.

Um rapaz com cabelos loiros encaracolados se senta na minha frente, ele cumprimenta.

-Oi DC, beleza?

-Ah, oi Xaveco, tudo tranquilo.

Estranho, ele não me cumprimentou, deve ser por que ele ainda não me conhece, não é?

-Olá senhor Xaveco, eu me chamo Zaggy. Muito prazer! – eu sorrio pra ele

Ele está ficando ruborizado? Mas, por que?

-O-oi, o p-p-prazer é todo meu. – ele estende a mão pra mim

Aperto a mão dele para finalizar o cumprimento.

Ele se vira rapidamente e todos da sala se levantam.

-Onde todos estão indo Do Contra?

-Agora é a aula extra de computação. Vamos, eu vou explicar tudo pra professora aí você senta comigo.

Ando com o DC até a tal aula de computação.

Essa telinha quadrada, esse negócio estranho que quando você meche acaba mexendo  a setinha dentro da telinha e essa coisa retangular com letras... Achei engraçado!

O DC me indicou o que tinha que fazer e a professora também veio me ajudar várias vezes.

-E é assim que você cria um texto no computador. – completou a professora

-Muito obrigado, senhora Ana Paula. – ela deu uma risada

-Agora, escreva um texto bem bonito pra ver se você aprendeu direitinho.

-Ok!

Após alguns minutos digitando... Era essa a expressão que eu ouvi uma garota de cabelos alaranjados falando? Bom, eu terminei o texto.

Eu levanto minha mão ara o alto.

-Senhora Ana Paula, terminei!

Escuto alguns rindo, não entendo qual o motivo de tanta risada?

Ela se aproxima e lê o pequeno texto que eu digitei.

“Saudades

Daqueles tempos em que o céu era mais azul,

Que dava para ver

Os peixes nadando nas corredeiras do rio.

Das comidas simples,

Das conversas inocentes

Do sorriso de minha mãe

Do aperto de mão do meu pai

Do verde da floresta

Do brilho da estrela

De dedilhar o meu piano.

Saudades da minha infância e da minha mente infantil”

-Zaggy, isso é tão lindo! Sophia a professora de português tem que ver isso!

A professora sai as pressas da sala para chamar a tal Sophia.

Passam-se alguns minutos e ela ainda não voltou.

O sinal bate.

Todos saem da sala conversando bastante.

-Vem Zaggy, agora é hora do lanche.

Após um tempo andando, chegamos próximos a um campo, DC se senta no chão e me convida a sentar também.

Comemos sanduiches de queijo com presunto, muito bom! Como será que eles conseguem fazer coisas tão gostosas?

Aquela garota de cabelos avermelhados está se aproximando ao lado da Mônica.

-Oi fofos. Tudo bem aí? – ela olha pra mim com um olhar de raposa (aprendi sobre raposas olhando uma revista de uma garota na sala de aula do primeiro tempo) – Quem é essa gatz?

-Essa é a Zaggy, ela é uma amiga do Do Contra que veio morar aqui no Bairro do Limoeiro. – respondeu a Mônica

-Hum, O.K. Agora me deem licença que eu preciso trocar informações com a Carminha!

-Gente, a professora Ana Paula me disse que o Licurgo precisa falar com a gente o mais urgente possível! – Mônica diz com uma cara preocupada

DC se levanta e sugere.

-Tão afim de matar aula? A gente pode ir agorinha falar com o Licurgo. – ele dá um sorriso meio maléfico, fiquei com medo desse sorriso

-Não DC, é melhor que a gente espere a aula acabar e depois procuremos o professor.

-Tá! – ele estende a mão pra me ajudar a me levantar – Vamos Zaggy, o Xaveco me disse que quer bater um lero com você.

-Uhm... Tá bom!

Após me levantar sigo o Do Contra até uma mesa e me sento numa cadeira.

Xaveco se senta na minha frente.

-B-bom, eh... Assim, eu queria saber... – ele engole em seco – Eu queria saber...

Ouço risadinhas vindas do tal de Toni que está sentado perto daqui

-Eu queria saber... – ele começou a suar em frio – VOCÊ QUER SAIR COMIGO AMANHÃ????!?!?!?!?!?!?!?

Todos que se encontravam ali se silenciaram e olharam pra mim com uma cara de expectativa pela resposta.

Eu olho para o DC e ele sinaliza que sim com a cabeça.

-Ah, tudo bem! – dou um sorriso

Todos me encaram como se, se aproximassem.

-Ah – ele olha para baixo – eu já imaginava que você fosse dizer não e...

Ele levanta rapidamente da cadeira.

-Você falou que sim? – eu faço um joínha – Que demais!!! E quando pode ser?

-Amanhã que tal?

-Ótimo! Depois a gente decide aonde vai.

Ele aperta a minha mão e depois aperta a mão do DC.

-Pô, valeu aê DC, nem sei como agradecer.

-E nem precisa! – ele sorri

Toca o sinal do fim do intervalo.

Após isso nada mais de relevante ocorreu, só aquela garota de cabelos avermelhados que me olhava meio que com raiva junto da tal de Carmem.

Assim que o período de aulas daquele dia acabou, nós 6 nos reunimos na saída da escola e o telefone móvel da Mônica toca.

-Alô, ah. Oi Licurgo. – ela fica uns segundos sem falar – Tá bom, estamos indo.

Ela fecha o telefone móvel e vira de frente para a gente.

-Galera, nós temos que ir até...