Garoto Errado. escrita por AlgodãoDoce


Capítulo 4
Jealousy (Ciúmes)


Notas iniciais do capítulo

So get out, get out, get out of my head
(Então saia, saia, saia da minha cabeça)
And fall into my arms instead
(E caia nos meus braços)
I don't, I don't, don't know what it is
(Eu não sei o que é)
But I need that one thing
(Mas eu preciso daquela coisa)
And you've got that one thing
(E você tem, aquela coisa) ♪



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Narrado por Daniel:


Ainda estava na loja de discos, eu tinha um assunto pendente com Klaus, que agora estava atendendo alguns clientes. Estava visivel apenas para ele, então precisei esperar pacientemente ele terminar de fazer o seu trabalho.

Aquele assunto, não fazia sentido, na verdade. Nada fazia sentido, nem eu mesmo sabia porque fiquei tão nervoso ao ver Julie falando com Nicolas, era apenas mensagens bobas de SMS, acho que estou carente de amigos, tão carente que penso que irei perder minha nova amiga viva. Julie. Amiga....Amiga? Ela é só minha amiga, Acho que nem amiga ela é, Julie é apenas uma colega, Isso. Uma colega.

– Aqui está o seu troco. - Ouvi Klaus dizer para o cliente, que logo depois, saiu da loja.

– Bom, onde estavamos ? - Perguntou ele, diretamente para mim.

– Você dizia que eu era um bom guitarrista, que eu estava de parabéns. Po, valeu mesmo pelo elogio, recebo tantos... - Tentei voltar ao assunto anterior: A música. Mas sabia que ele não estava dizendo isso.

– Nem adianta mudar de assunto. - Responde ele, rindo. - Então, quem é a garota?

– Garota? Que garota... não tem garota nenhuma, não estou apaixonado.

– Huum... Se sabia do que eu estava falando, porque disse que era sobre guitarra? ... - Parece que Klaus era profissional em fazer perguntas complicadas.

– Esqueçe. - Respirei fundo, não queria ter o trabalho de lhe dar explicações. - Fantasmas não tem sentimentos.

– Se você diz...

– É melhor eu ir, meus amigos devem estar preocupados. - Ameaçei sair da loja.

– Ei, espere um momento, seus amigos... são vivos?

– Não, são fantasmas também. Eles são da banda da Julie.

– Entendi o motivo das fantasias.

– É... se não fosse por isso, eu não usaria aquela máscara.

Entra um cliente, essa era a hora perfeita de me retirar. Acenei com a cabeça, me despedindo de Klaus, ele sorriu.

Será que fantasmas, não tem sentimentos...? Isso é coisa do Demétrius, ele sempre dizia isso. Mas, agora, eu não sei se devo acreditar.

Estava voltando para casa, quando vejo Julie passando pela calçada da rua, ela andava lentamente, com um sorriso abobado no rosto, e o celular na mão. Ela vinha em minha direção, continuei andando. Não queria atrapalhar a conversa dela com o cretino... quando...

– Aii... - Escutei ela gemer. Eu havia atravessado o seu corpo. Senti um frio na barriga, olhei para trás.

– Vê se presta mais a atenção onde anda. - Disse para Julie.

– Na proxima vez que for atravessar o meu corpo, pelo menos diz que gostou. - Responde ela, ainda sem tirar os olhos do seu celular, na hora me veio aquela 'coisa' de novo, senti o mesmo que havia sentido na vez em que a vi conversando com o Nicolas hoje cedo.

Minha vontade era de pegar aquele celular de ultima geração e quebra-lo no chão.

– Tá o dia todo trocando mensagens com aquele mané ? - Ameaçei pegar seu aparelho.

– Não, estou falando com a Bia. - Ela pensa que me engana.

– Sei... com a Bia.

– É verdade, vou na casa dela.

– A Bia tá ocupada, você vai é pra casa daquele idiota.

– Se eu fosse mesmo para a casa dele, não estaria perdendo o meu tempo discutindo com você.

– GAROTA, ME DÁ ISSO DAQUI. - Peguei seu celular com força. Julie se assustou, pois estava distraida teclando.

– Devolve. - Ela tentava puxar de mim.

– Quer ver, você não me engana. Sei que está conversando com o Nicolas o dia todo... - Começei a mexer no celular. - E quando eu achar a mensagem de texto, eu vou .... - Fiz uma pausa, Julie deu um sorisso cínico. - vou ver que.... você estava falando com.... a Bia agora. Toma. - Devolvi o celular - Pode continuar fofocando.

– Eu em... o que deu em você? - Julie riu ao ver que fiquei sem graça com a situação. Pelo menos ela não estava conversando com o Nicolas, mas eu odiava estar errado em alguma coisa.

Continuei andando, Julie por sua vez também seguiu o seu caminho.

Dessa vez, a minha reação impulsiva me dominou, eu simplismente peguei o celular de sua mão, e quebrei a cara ao ver que Julie não estava mentindo.

Mas... porque eu agi assim ? Eu precisava descobrir.

Chegando em casa, fui direto para a edicula, eu não tinha tocado guitarra hoje, e eu precisava urgentemente disso. Do Rock.

Atravessei a edicula, vi Débora e Martim trocando saliva.

– Podem parar... - Falei e eles me olharam. - Não quero vomitar.

– Ahh, para Dani. - Débora dá aquela risada irritante. - Até parece que você nunca se apaixonou assim.

– Não, Nunca.

– Amor, preciso ir. Não dá pra aturar a arrogancia do Dan. - De novo, ela ri.

– E eu não consigo aturar a sua risada. - Respondi pegando a guitarra.

– Tchau Daniel, Tchau amor. - Ela dá um selinho demorado em Martim. - Boa Noite. - Finalmente Débora some.

– Onde está o Félix? - Perguntei a Martim.

– Ele não queria ficar de vela, e foi dar uma volta.

– Huum...- Começei a tocar guitarra.

– Como a Débora é linda... - Toquei um acorde mais alto ao ouvir o comentário de Martim. Não estava nem um pouco afim de escutar ele falar sobre a sua namoradinha.

Martim começa a folhear uma revista velha da edicula, ele continua a falar da Débora, como se estivesse sozinho.

– Huum... Você não vai acreditar no que eu vi hoje. - Fala Martim, mas continuei tocando guitarra, totalmente desinteressado. - O Félix.... - Ele ri, uma risada parecida com a da Débora, ele anda passando tempo demais com essa garota... - E a Julie. Félix e Julie juntinhos. - Parei de tocar.

– Que disse? - Perguntei o fitando.

– Hã? - Ele não entendeu a pergunta.

– O que você disse a um segundo atrás???

Ele fica um pouco pensativo.

– Eu disse 'Hã'

Joguei a guitarra.

– Não me irrita. Estou perguntando o que disse sobre a Julie... e o Félix.

– Ahhhh, tá. Entendi. Eu disse que cheguei na edicula, e vi os dois juntinhos, de mãos dadas, quase abraçados.

Bufei de raiva. Não basta o Nicolas, ela também gosta do Félix??? Eu me perguntava. Tentei não ficar nervoso na frente de Martim, olhei para ele, parecia que estava em outra dimensão, totalmente desligado como sempre. Nesse momento me veio em mente que aquela reação impulsiva que sentia toda vez que pensava em Julie com o Nicolas, não era raiva, inveja ou algo do tipo. Era ciumes.









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Notas finais do capítulo

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