Os dois meninos saíram pela porta e caminharam até o mercado. 

- Eu gosto da sua mãe

- Obrigado. E de mim?

- É a segunda vez que você pergunta isso pra mim. ÓBVIO que eu gosto de você, aliás, eu te amo cara! - Ryan olhou com uma cara estranha. - Sem segundas intenções

Ryan se esforçava ao máximo para não parecer óbvio que estava apaixonado por Brendon. Ele tentava não parecer gay pois não sabia como o amigo iria reagir. Os dois foram o resto do caminho contando seus micos e rindo

- Chegamos, mãe!

- Ok, eu já preparo a pizza.

- Vamos subir?

- Vamos

- Ryan, me desculpe se eu estiver sendo intrometido, mas seu pai não mora com você?

- Não, não mora. Meu pai é um alcoólatra, ele batia muito em mim na minha infância, até que um dia minha mãe se cansou e se separou dele. Desde então eu não soube mais nada sobre ele: não sei se mora na cidade, se mora em outro país, se ele já morreu...

- Deve ter sido duro pra você

- Foi muito duro. Mas meu pai não merece minha mãe. Algumas vezes ela quase morreu porque ele batia nela também. Tenho absoluta certeza de que ela está bem melhor sem ele, e eu também. Independentemente de meu pai estar vivo ou não, pra mim ele já morreu há muito tempo

- Entendo. Bom, o que você quer fazer?

- A mesma pergunta de sempre - Ryan riu - Eu não sei

- A mesma resposta de sempre... Nunca sabemos o que fazer

- É verdade

- Meninos, a pizza está pronta! - A mãe de Ryan gritava

- Vem, vamos descer

- Ok.

Durante o jantar, a mãe de Ryan conversava com Brendon sobre a família dele.

- Bom, eu vou para o meu quarto resolver algumas coisas do trabalho. Boa noite, meninos, não durmam muito tarde

- Pode deixar, mãe. Boa noite

- Boa noite, senhora Ross.

- Pode me chamar de Dianne, Brendon. Durmam bem! - Disse ela, saindo do quarto de Ryan e fechando a porta

- Tá podendo, Urie! Não é qualquer um que minha mãe deixa chamar pelo nome

- Viu Ryan? Sou importante - Eles riram

- Ela gostou mesmo de você

- Eu também gostei muito dela. Não é à toa que ela tem um filho tão maravilhoso - O rosto de Ryan corou - Você tem sorte de ter uma mãe assim

- Ah, que isso! Sua mãe também é super legal, e o filho dela também

- Não tanto quanto você

- Claro que sim, Brendon! Você é doce, gentil, educado, bonit...

- O quê?

- Nada! A questão é que você é um amigo incrível, eu não tenho nem palavras pra te descrever

- Você é mais. Eu fico pensando o que fiz pra te merecer

- Tudo! Brendon, por favor né... Qualquer um gostaria de ter um amigo que nem você - Brendon sorriu com as palavras do amigo - Você quer dormir?

- Não sei, que horas são?

- Meia-noite 

- Ok, podemos dormir.

- Tudo bem, vou pegar o colchão e já volto.

Brendon avistou um porta-retrato com a foto de Ryan e uma garota, e enquanto ele não voltava, ficou olhando atentamente a foto.

- Voltei! - Brendon levou um susto que fez o porta-retrato voar de suas mãos - Tudo bem?

- Tudo. 

- E por que essa cara de medo?

- Por nada, eu só estava vendo uma foto sua e levei um susto

- Por que eu sou feio?

- Não! Não, não, não, não! De jeito nenhum! 

- Então eu sou bonito?

- Olha, Ryan, não complique as coisas!

- Desculpe. - Ryan riu - Não pude evitar. Você fica tão engraçado quando está enrolado.. Mas que foto é essa?

- Essa aqui, com uma garota. - Brendon disse, mostrando a foto para Ryan

- Ah, sim, é minha prima Amanda

- Ela é bonita

- É muito bonita. Agora vem cá me ajudar com o colchão

- Ok.

- Pronto

- Ryan, você pode sair para eu me trocar?

- Claro

Brendon fechou a porta e Ryan tentava espiar pelo buraco da chave. Quando seu amigo abriu a porta, Ryan levou um susto, mas Brendon não percebeu

- Pronto.

- Ok.

Ryan apagou a luz e os dois adormeceram