Sangue Winchester escrita por N Baptista


Capítulo 4
Era uma vez... Uma garota normal




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Terça-feira

Natale acordou cedo para ir à escola, ligou a TV para ter algum som naquele apartamento vazio, se arrumou e já estava quase saindo quando se lembrou que não tinha feito o dever de casa, então correu para chegar na escola antes do horário e ficou sentada na porta da sala com o livro nas mãos e o caderno no colo. Quando faltava mais ou menos 5 minutos para o início das aulas, dois homens de terno encostaram em uma parede próxima e ficaram conversando entre si, a garota estava muito entretida com o dever pela metade para notar a presença de Sam e Dean.

– Oi. – Disse uma garota se sentando ao lado de Natale.

– Oi Fê – Natale não levantava a cabeça.

– E aí, já decidiu? – Perguntou Fernanda.

– Não, não sei se ta certo. O que você marcou na...

– Eu to me lixando pro dever de geografia – Interrompeu.

– Então do que você ta falando? – Perguntou Natale realmente sem entender a conversa.

– Do seu aniversário poxa. – Explicou Fernanda - É sábado. Já sabe se vai ter festa?

– Ah, não vai não. Você sabe que os meus pais estão viajando. – Natale voltou a olhar para o caderno.

– Mas os seus pais estão SEMPRE viajando. – Fernanda se pôs de pé – Se fosse eu dava uma festa de qualquer jeito.

O sinal da aula tocou e Natale se pôs de pé em frente à amiga:

– Então vamos fazer o seguinte, você dá uma festa, cuida das despesas e dos convidados, e eu só vou lá pra receber os parabéns e os meus presentes ta?

Ela se virou e entrou na sala deixando Fernanda pra trás.

Todos já tinham se acomodado em suas carteiras quando a professora pediu a atenção dos alunos para um comunicado importante, ela anunciou os agentes Will e Jake do ministério da educação:

– Ministério da educação? – Dean sussurrou para o irmão.

– Ela não deve estar querendo assustar os alunos – sussurrou Sam de volta – E não esquece até o fim da semana você é Will e eu sou Jake.

Natale ficou pensando se pessoas que trabalham no ministério da educação são considerados agentes, e uns garotos atrás dela tinham estranhado o tamanho dos dois, uma onda de sussurros cobriu a sala e logo a professora não conseguia mais controlar a turma. Sam e Dean se sentaram nos fundos da sala e ficaram apenas observando a manhã inteira.

– Você reparou naquele caderno? – Perguntou Sam quando eles voltaram para o motel.

– Eu reparei na professora de literatura.

– É sério Dean, o caderno da Natale.

– Tem razão, um caderno em plena escola. – Respondeu Dean sarcástico.

– Não o caderno normal Dean, o que ela ficava escrevendo quando não tinha nada pra fazer.

– Ah, esse eu não vi não.

– Eu devo estar ficando louco. Eu realmente achei que você ia levar essa história da sua filha a sério.

– Eu to levando a sério ta legal Sam. Só que do meu jeito.

Eles ficaram um momento em silêncio e Dean levantou pra pegar uma cerveja na geladeira:

– Hum, dá uma olhada nos horários de amanhã.

Sam puxou para perto de si um envelope de papel que continha os nomes dos alunos do segundo ano, os horários das aulas e algumas atividades extras:

– Amanhã tem matemática, história e química, depois do intervalo tem educação física...

– Para por aí, pra mim já deu – Disse Dean bebendo outro gole.

* * *

Diário da Natale

Ontem, apareceram dois homens lá na escola, a professora de artes disse que eles eram do ministério da educação e que iam ficar com a gente por um tempo. Os garotos lá da sala estão dizendo que eles devem ser da polícia, ou muito burros e não conseguem acompanhar uma escola com adultos e foram mandados para a nossa.

Agora falando sério, hoje aconteceu uma coisa muito estranha, a Fernanda diz que eu só to me achando por que vou fazer 16, mas eu posso jurar que é verdade. Na aula de educação física, Will jogava basquete com os garotos enquanto as patricinhas babavam pelo Jake na arquibancada, na hora eu pensei que estivesse delirando por causa do sol quente na minha cabeça, mas entre uma jogada e outra Will olhava para Jake e os dois olhavam para mim. De volta à sala eu fiquei mais atenta a isso,eles olhavam a turma, se entreolhavam e olhavam pra mim (sempre fui a garota mais quieta da turma, o que eles estavam esperando?).

Durante a noite choveu outra vez, e eu não consegui dormir por causa de umas pontadas nas costas que já estão acontecendo há algumas semanas (deve ser de preocupação por estar sozinha de novo, sempre que eu vejo no jornal que outra garota desapareceu passo a noite sentindo essas pontadas. Acho que já foram 13 meninas), fui até a janela respirar ar puro e senti o cheiro da terra molhada, me debrucei para olhar a rua e vi o carro dos nossos “vigias de turma” parado em frente ao meu prédio (será que eles já estavam lá há muito tempo?), num reflexo me joguei pra traz e fechei a janela, resolvi tentar dormir de novo.





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