Sangue Winchester escrita por N Baptista


Capítulo 14
O jogo começou




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- Você está bem? – Perguntou Sam agachando ao lado dela.

A mulher olhou horrorizada por cima do ombro do Winchester e gritou:

- Atrás de você!

Ele se virou e deu de cara com um corvo, com garras pontudas e uma língua comprida e afiada, a ave não era muito grande, mas avançava ferozmente em direção a eles. Dean acertou a criatura com a pá que tinha nas mãos e o golpe foi suficiente para atordoar o bicho enquanto eles fugiam:

- Vamos te levar para casa. – Disse Sam em uma tentativa de acalmar a moça enquanto eles entravam no carro.

Quando pararam o Impala em frente a casa dela, a visão não foi boa, as janelas estavam quebradas e havia marcas de garras por toda a parte. Eles avançaram pela casa cautelosos caso a criatura ainda estivesse ali, a mulher paralisou na sala de estar e Natale ficou fazendo companhia a ela enquanto os rapazes olhavam o resto da casa:

- Droga! – Disse Dean quando ele e Sam entraram no quarto do casal e se depararam com o homem morto em cima da cama.

- Ele não tem sangue. – Observou o caçula ao examinar o corpo.

- Como contamos pra ela? – Perguntou Dean entrando em outro quarto e encontrando uma garotinha no mesmo estado que o homem.

Eles desceram as escadas e encontraram Natale tentando acalmar a mulher que estava sentada no sofá, Dean fez sinal para que a filha viesse até ele:

- O que foi? – Perguntou a menina quando eles entraram na cozinha.

- Você não cansa de estar certa? – Dean foi irônico, mas não tinha a intenção de fazer graça.

- O Aswang está mesmo mudando o cardápio – Disse Sam – Come fetos e bebe sangue das pessoas.

- É aquele pássaro que vocês viram?

- Para atacar, assume a forma de animais – Sam continuou – O passaro é a forma favorita.

- Aquela coisa fez a festa. – Disse Dean pegando uma pena preta que estava dentro da pia.

Os três voltaram para a sala e Sam se sentou ao lado da moça para puxar conversa:

- Você não disse seu nome.

- É Katrina. – Ela gaguejou.

- É um belo nome – Disse Sam conseguindo um sorriso – Katrina, o que você estava fazendo no cemitério?

- Eu fui visitar o túmulo da minha mãe.

- E antes disso, você estava em casa?

- Não, eu estava viajando. Fui visitar a minha tia que mora em uma casa de repouso em outra cidade. Mas por quê?

- Essa criatura só ataca a noite, e deve ter atacado essa casa ontem.

- Pode ter passado o dia inteiro aqui... – O comentário de Dean foi cortado por Natale que lhe deu um pisão no pé.

Katrina ficou arrepiada e se encolheu no sofá:

- Quer dizer que o meu marido... E a minha filha...

- Sentimos muito pela sua perda – Sam voltou a falar – Mas vamos ter que te tirar daqui logo, é pro seu próprio bem.

Eles levaram a moça para o motel e chegando lá, se prepararam para a batalha:

- Isso tudo vai mesmo funcionar? – Perguntou Katrina olhando para os símbolos desenhados, as cabeças de alho e as estacas de madeira.

- Relaxa – Dean sorriu para ela – Essa coisa não vai entrar aqui.

Ao voltar do banheiro, Natale teve a impressão de a barriga de Katrina estar menor:

- Você está de quantos meses? – Perguntou a garota.

- Seis. – Respondeu a mulher olhando para a sua barriga com um sorriso no rosto.

- Natale, vem aqui me ajudar. – Sam chamou a garota do outro lado do quarto.

- Tem alguma coisa estranha. – A menina disse ao tio.

- Tipo o que? – Sam não tirava os olhos do símbolo que estava pintando.

- Eu podia jurar que a barriga dela estava maior – Natale tentou não olhar para Katrina – E quando eu perguntei de quantos meses ela estava, ela SORRIU. Depois de perder a família assim, acho que eu não sorriria.

- Ela deve estar tentando se manter firme – Sam terminou de pintar – Deixe-a em paz.

Natale bufou e pôs em cima da mesa a faca que Sam lhe havia entregue:

- Aqui as coisas estão sobre controle – Disse Dean – Mas com certeza o bicho vai primeiro passar na casa, e nós dois vamos estar lá pra dar um fim nele.

- VOCÊS??? – Natale engasgou com a própria saliva – Mas... E a gente?

- Já disse. As coisas aqui estão sobre controle.

Katrina nem se manifestou enquanto Sam e Dean saíam pela porta, e isso foi o que mais assustou Natale. Quando os Winchesters entraram na casa, a energia elétrica não estava funcionando:

- Isso não é bom sinal! – Sam sentiu um arrepio lhe subir a espinha.

Eles caminharam silenciosos pelo andar de baixo, mas ouviram um bater de asas no de cima, se aproximaram da base da escada e um abajur acertou Dean que foi jogado contra a parede, alguma coisa se enroscou no tornozelo de Sam e o pendurou de cabeça para baixo, a criatura se aproximou finalmente e tinha forma humana, embora o que segurava Sam fosse a sua língua, Dean a acertou pelas costas com uma estaca de madeira, e isso fez com que soltasse Sam, mas não a matou:

- Por que estão atacando as pessoas? – Perguntou Dean amarrando a criatura de modo que não pudesse escapar ou atacar.

- Vocês não ouviram falar? O novo apocalipse está vindo aí.

- O que você sabe sobre isso? – Perguntou Sam.

- Sei que uma pirralha de sangue podre é o portal para libertar Lúcifer e Miguel.

- E é isso que você quer? – Dean cerrou ou punhos.

O Aswang riu e depois respondeu em tom de piada:

- É claro que eu não quero ver dois anjinhos brigando, mas a gente sabe que isso vai acontecer.

Dean apertou a estaca que estava nas costas do bicho:

- Não vamos deixar acontecer.

- Nós também não.

- O que quer dizer com isso? – Perguntou Sam.

- Que existe mais de um jeito de matar. Alguns podem não abrir o portal...

Dean enfiou a estaca de vez na criatura, mas antes de morrer o Aswang deixou escapar:

- Não se pode deter um furacão.

Sam e Dean refletiram sobre aquilo e se entreolharam em um estalo:

- Katrina!

* * *

Diário da Natale

Um tempo depois que Sam e Dean saíram, eu não conseguia mais ficar perto daquela mulher, a sua presença estava me dando arrepios e eu tinha certeza de que a sua barriga estava ficando cada vez menor, me sentei em uma cadeira e pus um só dos fones o Ipod, assim só parecia que eu não estava prestando atenção a minha volta. Três músicas, quatro, cinco e nada de estranho acontecia (isso era bom), me virei para Katrina tirando o fone e ela se pôs de pé, sua barriga estava mais lisa do que a minha:

- Você nunca esteve grávida não é? – Gaguejei e ela fez que sim com a cabeça.

- Aquilo era sangue não é? – Ela continuou acenando.

- Eu to encrencada não é? – Ela sorriu.

Dei um salto para fora da cadeira bem na hora que ela ia pular em cima de mim, peguei uma faca que estava na pia, mas a língua dela me agarrou pelo tornozelo e me pendurou de cabeça para baixo, dei golpes cegos com a faca até que (meio que sem querer querendo) cortei a língua do bicho, ela se encolheu e eu corri para a porta, mas ela me puxou para trás antes que alcançasse a maçaneta, tentei recuperar a faca que tinha deixado cair, mas ela não deixou, empurrei-a com toda a minha força, mas ela só deu um paço para trás, me joguei na janela que estava entreaberta e ela veio com tudo para cima de mim, foi nessa hora que eu pude ver um braço atravessar a fresta da janela com uma estaca de madeira que matou Katrina. Corri para a porta e abracei Sam que foi o primeiro que eu vi.

* * *

O sol estava nascendo de novo, mas dessa vez, ao invés de estar dormindo, Natale chorava sem parar, ela tinha escondido o rosto no peito de Sam e Dean estava sentado na cadeira, quando:

- Trouxe Natale até vocês para que a protegessem. – Samuel apareceu.

- E a onde VOCÊ estava? – Dean fechou a cara.

- Isso não é problema de vocês...

- É sim! – Natale se pôs de pé, mas as lágrimas ainda escorriam dos seus olhos – VOCÊ deveria me proteger não é mesmo?

Samuel respirou fundo, mas com dificuldade, parecia sentir dor:

- O céu está em guerra novamente, todos ficaram loucos com a nova chance da batalha final – Ele pôs uma mão nas costelas indicando que ali doía – Não fazem ideia do que eu tenho passado para tentar segurar os anjos que querem descer. Foi por isso que pedi ao Dean que ficasse com você...

- Espera um pouco – Dean se levantou – Então não teve nada a ver com ela ser minha filha?

- Ela passou 16 anos sem precisar de você – Samuel foi frio – Se eu não estivesse ocupado, ela jamais precisaria.

O estomago de Dean se revirou, e ele olhou para a mão que estava suja do sangue do Aswang:

- Vai embora, por favor. – Natale gemeu e Samuel sumiu.


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