Things That Remain Unspoken escrita por JK2_Faberry


Capítulo 16
Things That Remaind Unspoken Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Se eu disser que sofri um acidente e fiquei 4 meses em coma vcs perdoam minha demora? Não neh.Vamos dizer que eu tive um coma criativo seguido de bloqueio e falta de tempo. Enfim depois de muitooo tempo ta ai. Espero que gostem.



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Pra começar, quero deixar claro que não pretendia estragar a noite fazendo aquela pergunta, apesar de saber que ao fazê-la estava jogando Quinn de volta a uma parte do nosso passado que talvez ela não quisesse relembrar e que por isso precisou de alguns segundos, que mais pareceram horas, para entender o que eu estava perguntando. Eu era uma pessoa horrível por fazer aquilo com uma garota que estava visivelmente tentando ser alguém melhor, mas como toda historia tem o seu lado positivo, se eu ainda tinha duvidas sobre a mudança de Quinn, elas estavam prestes a acabar.

– Desculpa Rach, do que você esta falando?

– No meu ultimo aniversario eu recebi uma ligação de madrugada. Eu ate diria que foi uma ligação anônima se eu não soubesse que era você no telefone.

– E como você sabia que era eu?

– Primeiro por que eu conheço a sua voz, e segundo não são muitas as pessoas que me fariam aquela pergunta.

– Bom se você sabe que era eu, o que mais quer saber?

– O por que?

– Por que? Você mesma disse, era seu aniversario.

– Ah é mesmo, esqueci que meu aniversario é uma espécie de ocasião rara que só acontece a cada quatro anos. E sabe o que é mais? Não me lembro de ouvir nenhum parabéns, alem da sua pergunta e o telefone sendo desligado.

– E o que você esperava que eu fizesse? Que eu ligasse depois de todo esse tempo e batêssemos papo por horas como se nada tivesse acontecido?

– Quinn eu não esperava que você me telefonasse. Pra ser sincera eu não esperava por nada. Eu não passei a noite sentada no sofá cruzando os dedos pra que você criasse coragem para me ligar. – E eu jamais admitiria que foi exatamente o que fiz nos anos anteriores. – E é por isso que imagino o quanto deve ter sido difícil pra você tomar essa atitude pra gastar tudo em um simples “você ainda pensa em mim”.

Apesar da tentativa, mais uma vez meu sarcasmo não surtiu o efeito desejado. Meu tom irônico não amenizava em nada aquela conversa que mais parecia um julgamento e eu tão empenhada em fazer Quinn confessar seus crimes, deixei escapar um detalhe extremamente importante. Eu também tinha minhas confissões a fazer, e se eu as havia esquecido, Quinn estava totalmente disposta a relembrá-las.

– Você esta certa Rach. Foi realmente difícil pra mim. Devo ter pensando umas dez vezes antes de te ligar, mas eu liguei. Por que eu realmente precisava saber se você ainda pensava em mim e mostrar que eu ainda pensava em você. Por que eu sentia sua falta. Por que eu sentia que ia morrer se ficasse mais um dia sem ouvir sua voz. Foi o que eu senti todos os dias, desde que você foi embora. Mas aquela noite, especialmente, o que mais me motivou a ter coragem de te ligar, era minha imensa curiosidade em saber por que você foi ao meu casamento. Eu não consegui te perguntar àquela noite, mas estou perguntando agora. – Foi minha vez de ficar sem reação e precisar de um tempo para entender aquela pergunta.

– Você quer saber por que eu fui ao seu casamento?

– Sim, por que você foi ao meu casamento?

– Bom... Acho que ... Que fui ao seu casamento por que, e olha que considero isso uma gigantesca coincidência, o seu ate então noivo era infelizmente o meu cunhado e, por alguma razão que eu desconheço, a minha ate então namorada era sua dama de honra. Se isso não fazia de mim uma convidada então eu era, na pior das hipóteses, uma acompanhante.

– Você se esqueceu de outra grande coincidência Rach. Aquela de sua namorada ser dama de honra do casamento do seu cunhado... Com sua ex-namorada. - Eu não havia me esquecido. - Só me responde uma coisa, você já tinha me superado ao ponto de não se incomodar com isso? – Tenho que admitir, Quinn era melhor naquele jogo do que eu. Talvez por que estava sendo sincera, então talvez eu também devesse ser.

– Eu nunca superei você Quinn. – As palavras saíram mais leves do que imaginei. – Eu nunca realmente segui em frente e por isso eu fui ao seu casamento. Por que eu pensava que se visse você se casando com aquele idiota, finalmente eu poderia te esquecer de uma vez por todas. Mas mais uma vez você me surpreendeu. Não posso negar que achei inesquecível a cara do Finn quando você disse não, mas não entendo por que você demorou tanto.

– Eu prefiro acreditar que as coisas aconteceram na hora certa. Por exemplo, eu descobrir que meu pai tinha um caso com uma adolescente a poucos dias de um casamento que eu fui forçada a aceitar com medo de me tornar uma vergonha para minha família “perfeita”. –Então o pai da Quinn era um canalha? Não me surpreende. – Acabou sendo tarde de mais para conserta os incontáveis erros do meu passado, mas aconteceu no momento exato para que ainda pudesse sonhar com um futuro diferente. O primeiro passo pra isso era largar o Finn. Eu apenas aproveitei uma oportunidade de ouro pra descontar tudo que ele fez comigo, ou tudo que eu deixei que ele fizesse.

– Você esta falando daquelas fotos não é? As que ele ameaçou mostrar para o seu pai se você não terminasse comigo e ficasse com ele?

– Você sabe sobre as fotos?- concordei com a cabeça. – É claro que a Santana ia te contar.

– Não foi a Santana quem me contou, foi a Alex. Ela descobriu no dia do seu casamento, e me contou um tempo depois.

–Uau.

– Por que uau? Não é nada de mais.

–Não é nada de mais? Rach consegue imaginar quantas pessoas teriam feito o que ela fez? Quer dizer, ela descobriu que eu estava sendo chantageada pelo próprio irmão, e que esse era o único motivo pra eu ter te abandonado. A Alex definitivamente era diferente, ela era... Especial. – Se eu tivesse o poder de ler mentes, diria que o que Quinn pensou naquele momento era “droga, eu nunca serei como a Alex”, mas se era isso o que ela tinha pensando, muito pior foi o que passou pela minha cabeça.

– Sabe o que é engraçado? Você pensar isso sobre dela. Logo você que mal chegou a conhecê-la e devia ter motivos pra odiá-la. Eu vivi ao lado dela todos os dias por quatros anos. Quatro anos Quinn. Eu mais do que ninguém deveria saber disso. Eu deveria fazer com que ela se sentisse especial e o tudo o que eu fiz foi deixá-la morrer se sentindo uma pessoa comum. - O silencio durou por alguns segundos ate Quinn segurar minha mão.

– Ela não morreu como uma pessoa comum Rach, ela tinha você e eu tenho certeza que só por causa disso ela se sentia mais do que especial. – Quinn me olhou sorrindo. Fiquei encarando seus olhos antes de sorrir de volta.

– Quinn eu sei que é totalmente minha culpa o ruma que levou essa conversa, mas você se importa se mudarmos de assunto? Na verdade eu prefiro ate voltar pra aquele silencio constrangedor.

– Tenho uma idéia melhor. Eu não me importo de falar sobre a Alex quando você quiser falar sobre ela, mas que tal nunca mais falarmos sobre essas coisas do passado? Você não é mais aquela Rachel e eu com certeza não sou mais aquela Quinn. Por que não começamos hoje uma nova historia e só usar nosso passado como referencia para não cometermos os mesmos erros dessa vez? Eu sei que vou usar.

O que eu mais precisava naquele momento era um recomeço e estava prestes a concordar com Quinn quando uma musica começou a tocar que tomou completamente minha atenção. Não era uma musica qualquer. Aquela musica trazia a tona todas as memórias de uma noite em particular.

– Serio, qual a probabilidade de tocar logo essa musica? – Quinn disse. - Se bem que quando se trata de nos duas, probabilidades não existem. – Não sei se fiquei mais surpresa por estar tocando Say When ou pelo comentário dela.

– Você se lembra dessa musica?

– Claro que me lembro. Como eu poderia esquecer a musica que dançamos no corredor do McKinley na noite do baile?

– Começamos a dançar. Isso ate o Puck aparecer e estragar tudo. – É claro que eu precisava lembrá-la disso.

– Verdade, mas como eu não acho possível que o Puck apareça essa noite e estrague alguma coisa... – Quinn se levantou e parou do meu lado estendendo a mão. – Por que não terminamos aquela dança?

– Aqui?Agora?

– Sim.

– Ta brincando não é?

– Não. Um momento como esse merece uma musica e com certeza uma dança.

– Mas não tem ninguém dançando Quinn. – Não sei por que mais olhei em volta só para ter certeza.-Tem?

–É não tem, mas e daí? Seremos as primeiras. Que eu me lembre você não é do tipo que só faz alguma coisa se outras pessoas estiverem fazendo.

– E que eu me lembre você estava tão nervosa há alguns minutos que não conseguia sequer conversar comigo. Agora quer dançar na frente de todo mundo. É isso mesmo?

– Sim é isso mesmo, então é melhor você aceitar logo, se não vou achar que você esta com medo de ser vista dançando com uma garota. – Adorei a jogada de Quinn usando um argumento que inúmeras vezes eu usei com ela.

–A única coisa que poderia me deixar com medo é você ser uma péssima dançarina e pisar nos meus pés. – respondi segurando a mão de Quinn

– Eu só seria uma péssima dançaria em um mundo em que você fosse uma péssima cantora, e nos sabemos que isso é impossível.

Caminhávamos para o centro do bar ate um espaço aberto perto do microfone e paramos de frente uma para a outra. Depois de anos dançando com Alex, perdi o costume de ser o guia do casal, e automaticamente levei meus braços ao redor do pescoço de Quinn que estranhou no começo, mas depois colocou as mãos na minha cintura e junto nossos rostos. Admito que a sensação era ótima, mas uma coisa ainda me incomodava.

– Já que estamos relembrando o baile, tem uma coisa que eu preciso te contar. Antes de definitivamente enterramos nosso passado.

– Não precisa dizer. Eu já sei que você ficou com a Alex naquela noite. - Apesar de não ser aquela a revelação que eu tinha pra fazer, estava surpresa.

– Como você sabe disso? – A resposta era tão obvia. – Santana?

– Sim.

– É, ela não sabe guarda um segredo mesmo.

– Sim, mas da um desconto pra ela. Eu tive que insistir muito pra que ela me contasse. – Realmente não podia culpar Santana. É difícil dizer não para Quinn.

– Entendo. De qualquer forma, não era isso que eu queria te contar.

– Então o que é que você queria me contar? – Respirei fundo criando coragem.

–Foi minha culpa você não ter sido a rainha do baile. – Quinn pareceu aliviada.

– Achei que fosse algo pior. Não faz sentido nenhum você dizer que foi sua culpa. Não foi seu voto que me fez perder.

– Na verdade foi. Eu votei na Santana e fiz a Alex votar nela também e assim que terminamos de votar o diretor recolheu a caixa. Já que você perdeu por dois votos significa que se e Alex e eu não tivéssemos votado, você teria ganho a coroa.

– O que? – Se alguém ainda não tinha notado as únicas duas garotas dançando no meio bar, depois do grito de Quinn, com certeza notaria. – Desculpe. O que? – Ela repetiu com a voz uns cinco tons abaixo.

– Eu estava com tanta raiva na hora que votei na Santana, eu nunca iria imaginar que um minuto depois ia encerrar a votação. Quinn eu sei o quanto aquilo era importante para você e juro que não era minha intenção. Você me perdoa?

– Te perdoar? Pelo que? Por você gostar da garota mais idiota da escola? Eu é que deveria te pedir perdão Rach. Por todas as vezes que eu neguei o que tínhamos. Por não ter ido ao baile com você. Por ter ficado tão preocupada de ter perdido aquela coroa que não percebi que estava perdendo algo muito mais valioso. Você. Cara como eu fui estúpida. – Eu não sabia o que dizer.

– Para Quinn.

– Olha Rach, eu sei que eu fui uma péssima amiga e uma péssima namorada, mas se eu tivesse mais uma chance... – Senti a mão de Quinn lentamente soltar minha cintura e subir ate meu pescoço, enquanto ela se inclinava para frente. Eu estava rendida, paralisada, sem reação e a única coisa que consegui fazer foi fechar os olhos esperando que os lábios de Quinn se juntassem aos meus, o que não aconteceu.

Quando ela estava perto o bastante a ponta de sua respiração se misturar com a minha, o gerente do bar subiu no palco, e cortou completamente o momento berrando no microfone.

– Vocês estão animados pra o show? – Show? Fala serio. Quinn e eu nos afastamos e enquanto caminhávamos de volta a nossa mesa, pude constatar que de forma assustadora, as pessoas realmente gostavam daquilo, mas ainda mais assustador foi o que aconteceu em seguida. – E eu sei de uma pessoa que com certeza deve estar super animada e morrendo de vontade de subir no palco e mostra todo seu talento pra gente. Sim meus queridos essa noite contamos com uma presença especial. Uma pessoa que realmente conhece do assunto. Ela era a estrela do musical Spring Awakening, Rachel Berry. - Senti como se estivesse em topado em uma parede invisível e, quase em câmera lenta, me virei em direção ao gerente. – Então Rachel, nos daria essa honra? – Não respondi.

– Rach? – Quinn me chamou.

– Eu, eu... - Todos olhavam pra mim, Quinn sorria orgulhosa e empolgada, e a única coisa que conseguia pensar era no que o gerente tinha acabado de dizer. Ele estava certo. Eu “era” a estrela de Spring Awakening, agora eu não era ninguém, e não merecia ser tratada diferente. O que eu precisava era sair dali. - Eu preciso ir ao banheiro. – E foi o que eu fiz. Fui a passos largos para dentro do banheiro. Entrei, fui ate a torneira, respirei fundo e joguei um pouco de água no rosto antes de Quinn passar desesperada pela porta.

– Rach esta tudo bem? – Não respondi, joguei mais um pouco de água no rosto e comecei a encarar o espelho – O que aconteceu?

– Nada, eu só precisava usar o banheiro. – Eu seria muito ingênua de pensar que ela acreditaria naquilo.

– Não vai me dizer que de repente ficou com vergonha de cantar em publico, não é?

– Não Quinn, não é isso. É que... A deixa pra lá. – É claro que ela não ia deixar pra lá, é claro que ela ia segurar minha mão e me obrigar a encarar aqueles lindos olhos cor de avelã.

– Me diz Rach, o que foi? – E é claro que eu não ia resistir.

– Quinn esse sempre foi meu sonho. Quero dizer, antes de tudo o que aconteceu, eu sonhava em um dia voltar pra Lima e ser recebida como uma celebridade, como um exemplo, uma inspiração exatamente como aconteceu agora. A única coisa que não fazia parte dos meus sonhos era voltar por que era a única opção que tinha depois de jogar minha carreira pelo ralo, perder meu emprego, minha casa, minha namorada. Eu perdi tudo Quinn. Eu não sou um exemplo. Eu sou a garota fracassada que voltou correndo para casa dos pais depois de ter ficado conhecida como a lésbica egoísta de mais para reparar na doença da namorada e espancadora de repórteres. Eu sou uma perdedora. Só mais uma perdedora na cidade dos perdedores. Eu não mereço ser tratada diferente. – Terminei meu desabafo olhando para o chão.

– Rach – Quinn segurou meu queixo me obrigando mais uma vez a olhar para ela – Você esta ficando maluca? Deixa eu te contar uma coisa. Sabe por que todas essas pessoas ficam tão empolgadas de cantar em um karaokê? Por sua causa. Por que elas queriam ter o talento que você tem ou a coragem que você teve de sair daqui e correr atrás dos seus sonhos e acredite ou não aquelas pessoas lá fora te admiram por causa disso. Por isso você é uma celebridade, por isso você é um exemplo. Você não é uma perdedora Rach. Você é a melhor coisa que já saiu de Lima. – Quinn pegou minhas mãos. – Vem, prova pra mim que eu estou certa?

– Ok.

Saímos de mãos dadas e para minha surpresa o gerente continuava esperando. Talvez acreditando que eu realmente precisava ir ao banheiro. Quinn e eu caminhávamos de novo ate o centro do bar e quando estávamos perto o suficiente do microfone, ela parou e largou minha mão. Foi então que percebi que ao contrario de todas as vezes que eu brigava para ter um solo no glee club, daquela vez, eu não queria fazer aquilo sozinha.

– Canta comigo?

– O que? Não Rach é o seu momento.

– Não seria se você não estivesse aquilo, alem do mais, de acordo com o que você disse se eu sou a melhor coisa que saiu de Lima, pra mim, você é a melhor coisa que ficou. Prova pra mim que eu estou certa? – Disse erguendo a mão para Quinn, que sorriu antes de segura-la.

–Ok.

Assim que subimos no que parecia um projeto de palco, o gerente entendeu o que ia acontecer e se apressou em arrumar outro microfone. Deixei que Quinn escolhe-se a musica, mas me arrependi no momento que notei que enquanto ela fazia isso, todos os olhares estavam em cima de mim e sim eu estava com vergonha. Por isso na duvida se era ou não necessário, preferi não fazer nenhum discurso e apenas aguardar que a musica começasse.

– Pronta? - Quinn perguntou e eu acenei com a cabeça. Reconheci de cara a musica e achei perfeita a escolha de Quinn que cantou os primeiros versos.

[Q] Everybody sees it' you
I'm the one that lost the view
Everybody says we're through
I hope you haven't said it too

[R] So where
Do we go from here
With all this fear in our eyes ?
And where
Can love take us now
We've been so far down
We can still touch the sky

[R+Q]If we crawl
Till we can walk again
Then we'll run
Until we're strong enough to jump
Then we'll fly
Until there is no wind
So let's crawl, crawl, crawl

[R] Back to love Yeah!
[Q] Back to love Yeah!

[R]Why did I change the base
Hearts were never meant to race
I always felt the need for space
But now I can't reach your face

[Q]So where
Are you standing now ?
Are you in the crowd of my thoughts
Love can't you see my hand
I need one more chance
We can still have it all

[R+Q]So we'll crawl (if we crawl)
Till we can walk again
Then we'll run (we'll run)
Until we're strong enough to jump
Then we'll fly
Until there is no wind
So let's crawl crawl crawl
[R]Everybody sees it's you
[Q]Well I never wanna lose that view !
[R+Q] So we'll crawl (if we crawl)
Till we can walk again
Then we'll run (we'll run)
Until we're strong enough to jump
Then we'll fly
Until there is no wind
So let's crawl crawl crawl
Back to love

Acabamos a musica olhando uma para outra ate Quinn tomar a iniciativa, se aproximar e me dar um abraço que foi interrompido mais uma vez pelo gerente.

– Que apresentação fantástica. Não sei se alguém terá coragem de cantar depois disso. – Sorri torcendo profundamente pra que aquilo acontecesse. – Rachel acho que depois da sua recente entrevista não há muito o que perguntar, então gostaria de dizer alguma coisa?

– Queria apenas agradecer o carinho de todos. Muito obrigada mesmo.

– Bom Rachel não vamos mais incomodar o seu encontro. Palmas para Rachel Berry e sua dupla.

Resolvi que era desnecessário consertar o comentário do gerente, simplesmente aceitei que aquilo era um encontro, armado, mas ainda sim um encontro. Meu desejo infelizmente não foi atendido e mal Quinn e eu havíamos deixado o palco outro casal já estava se preparando. Peguei a mão dela e caminhamos de volta para nossa mesa sendo cumprimentadas por varias pessoas que pareceram realmente gostar da nossa apresentação.

Sentamos, dessa vez uma do lado da outra, e terminamos nossas bebidas escutando o casalzinho, que odeio admitir, ate cantavam bem. Depois de um tempo e acredito eu, um alto consumo de algo, o pessoal começou a animar e pouco a pouco todos estavam dançando perto do palco. Quando notei Quinn e eu já estávamos junto deles dançando feito loucas também.

Estávamos nos divertindo tanto que nem percebemos que já havia passado da meia noite e nossas queridas amigas ainda não tinham voltado pra nos buscar.

Eram quase três da manha quando as pessoas começaram a ir embora e resolvemos chamar um taxi, já que parecia que Lauren e Santana não iriam mesmo aparecer. Apesar da distancia ser curta, não era seguro andar sozinha àquela hora.

Chegamos sãs e salvas na nossa casa completamente deserta. Não me importei por que primeiro meus pais ainda estavam trabalhando e segundo por que naquele momento Lauren não merecia minha preocupação.

Subimos as escadas e seguimos o corredor parando na porta do quarto de Quinn.

– Finalmente e devidamente entregue em seus aposentos princesa. – disse. – Foi uma longa noite, não é?

– É, mas quer saber, tirando claro toda aquela parte constrangedora, eu me diverti bastante.

– Eu também e olha que eu nem gosto de karaokê. – Eu não ia terminar a noite sem dar mais uma mancada.

– Você não gosta de karaokê? – Quinn perguntou erguendo a sobrancelha.

– Gosto?! Claro que gosto.

– Entendi. Sabe o que acabei de perceber?

– Que eu sou uma péssima mentirosa? – disse rindo.

– Isso e que também não pagamos a conta.

– Caramba é verdade, eu juro que não me lembrei. E agora, nos nunca mais voltamos naquele bar.

– Ou nos podemos passar lá amanha, pedir desculpas, pagar a conta e fica tudo certo.

– É uma boa opção. Droga esquecemos mais uma coisa. – Disse tocando todos os bolsos da minha calça ate encontrar meu celular. – Ah não esta aqui. Ufa. – Respirei fundo tentando me recuperar do meu mini ataque cardíaco.

– Bom se é só isso mesmo que esquecemos, acho que vou me arrastar ate minha cama. Ainda estou com a disposição de uma grávida de nove meses. Obrigada mais uma vez pela noite Rach. – Quinn se aproximou lentamente, deu um beijo no meu rosto e virou-se para entrar no quarto. Senti que precisa impedi-la, que era minha vez de tomar a iniciativa.

– Espera Quinn. Eu me esqueci de outra coisa.

– O que? – A encarei por alguns segundos antes de me aproximar, passar a mão pela sua cintura e puxá-la para perto.

– Isso.

Então eu a beijei. E ela me beijou. E nós nos beijamos. E o gerente não interrompeu. E nenhuma bolsa estourou. E ninguém armou aquela situação. Simplesmente aconteceu.

A empurrei para dentro do quarto sem parar de beijá-la um segundo se quer. As mãos dela seguravam e apertavam meu pescoço com força, como se tivesse medo que eu fugisse o que não eu iria fazer. Eu queria Quinn tanto quanto ela me queria. Talvez ate mais. Eu queria sentir o corpo dela colado ao meu o máximo possível.

Soltei sua cintura e deixei minhas mãos passarem por debaixo da blusa dela e delicadamente subirem tirando a peça. Tomei um pequeno fôlego antes de voltar a beijar Quinn desesperadamente. Ela já não seguravam mais o meu pescoço. Suas mãos ficaram mais atrevidas e desceram ate os meus seios e depois pararam na minha cintura. Comecei a distribuir beijos pelo corpo de Quinn, descendo do seu pescoço ate o abdômen e me ajoelhei para desabotoar a calça, quando Quinn se afastou assustada.

– O que foi Quinn? Eu fiz alguma coisa? Eu te machuquei?

– Não, claro que não.

– Estou indo rápido de mais? Você não esta pronta ainda?É isso?

– Rach, eu estou esperando por isso há quatro anos. Estou mais do que pronta. O problema é que eu acabei de ter um filho e as coisas aqui embaixo ainda estão um pouco bagunçadas. –Mancada numero 20.

– Nossa Quinn como eu sou insensível. Desculpa é que já faz um tempo e eu fico um pouco incontrolável perto de você.

– Acredite eu me sinto da mesma forma. – Ela respondeu e colocou os braços em volta de mim. – Pensa, já esperamos tanto tempo, podemos esperar mais alguns dias, certo.

– Certo,mas só de curiosidade mesmo, quanto tempo mais ou menos temos que esperar?

– A Carole disse que demora algo em torno de 40 a 45 dias pra regularizar em caso de parto normal o que convenhamos, o meu foi longe de ser.

– 45 dias? – Aposto que foi o Finn que mandou ela dizer isso. – 45 dias. Ok quantos já passaram uns 5, 6? Tudo bem vamos aguardar, afinal não somos animais. – Quinn continuava me segurando mesmo com a impressão que o clima já tinha acabado. – Então acho melhor eu ir para meu quarto agora, você precisa descansar.

– Você não quer dormir comigo?

– Quero, mas você acabou de dizer que não podemos. – Quinn sorriu de um jeito engraçado.

– Eu quis dizer dormir tipo deitar na mesma cama, com roupas e apenas dormir.

– Ah você quis dizer a versão sem graça de dormi junto. Aceito sim. Só vou trocar minhas roupas e já volto.

Fui caminhando lentamente ate meu quarto tentando recuperar o raciocínio no trajeto. Vesti meu antigo pijama da época da escola e voltei para o quarto de Quinn que já estava deitada na cama com um shortinho minúsculo e uma blusa que deixava claro que não havia nada por baixo.

– Nos estamos de quarentena e é isso que você veste para dormir comigo? – Ela não respondeu. Levantou e me puxou para cima da cama e começou a me beijar com menos intensidade, mas o mesmo desejo de antes. Então era isso. Eu estava prestes a dormir com Quinn Fabray. Depois de tanto tempo, depois de tudo, o Universo me jogava de volta, totalmente rendida, para os braços dela.

– Rach? Você esta acordada? – Eu estava aconchegada ao corpo de Quinn que contava historias e mais historias que sinceramente, eu já nem escutava direito, quase pegando no sono, então preferi não responder. – Eu não consigo acreditar que você esta aqui. Que você esta do meu lado. Nós perdemos tanto tempo. Se eu tivesse chegado a tempo no aeroporto aquele dia...

Por um milésimo de segundo eu pensei estar sonhando e não ter escutado Quinn dizer aquilo, mas não era sonho. Mas se não era sonho então o que aquilo significava? Seria estranho levantar e perguntá-la depois que fingi que estava dormindo, então continuei ali absorvendo aquelas palavras que por enquanto só significavam uma coisa. Eu não iria “dormir” aquela noite.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Prometo que a quarentena delas não vai demorar tanto assim, e nem eu vo demorar tanto para postar o próximo capitulo. Bju mineirinho proces =*



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