Apesar dos últimos 30 segundos no quarto de hospedes não terem sido assim tão fáceis e por pouco não ter quase colocado tudo a perder, agora sã e salva no meu quarto, só conseguia pensar em duas explicações aceitáveis para aquela situação. Ou eu realmente era uma ótima atriz, ou a gravidez transformou Quinn na pessoa mais inocente do mundo pra acreditar tão rápido naquela mudança.

Pra começar quero deixar claro que nunca fui do tipo de pessoa vingativa, que guarda rancor, e estava realmente disposta a esquecer aquela ideia idiota de passar um tempo em Lima e se possível pegar o primeiro voo de volta para minha querida NY, mas não sei por que quando Lauren disse aquela frase antes de ir embora, foi como se uma outra Rachel desperta-se dentro de mim, e essa sim queria ficar e fazer Quinn pagar por todas as magoas que me fez passar, e graças a Lauren eu sabia como. Falando dela.

– Alo?

– Não vem com essa de alo Rach, eu quero saber o que você estava fazendo no quarto da Quinn?

– Como você sabe que eu estava no quarto dela?

– Na verdade eu não sabia, mas você acabou de confessar – Droga. Por um momento cheguei a pensar que Lauren estivesse me observando e viu meu desempenho digno de oscar. É certo que provavelmente em outra época, eu estaria pulando de alegria por estar ao lado de Quinn, assistindo filmes juntas na minha casa como um casalzinho, mas os tempos mudaram e agora a única coisa que sentia era uma imensa confusão mental. Se por um lado eu tinha realmente vontade de descontar nem que fosse um pouco do que Quinn me fez, por outro lado só conseguia pensar em quanto aquilo poderia fazer mal não só para ela, mas também pra o bebe. E toda vez que me lembrava do bebe, me lembrava de Finn e assim automaticamente, que Quinn havia me trocado por ele e voltava a querer magoa-la. E foi com esse loop dentro da minha cabeça, que decidi o que iria fazer.

– Fala logo, o que você esta aprontando hein?

– Por que você acha que eu estou aprontando alguma coisa?

– Serio Rach? Ate ontem você queria ir embora por que não aguentava ficar no mesmo teto que ela, agora ta toda amiguinha da garota? Se a Quinn acreditou nessa sua mudança repentina, merece um premio por tanta ingenuidade, mas a mim você não engana. Te conheço muito bem.

– Lauren não viaja okay? Eu não estou aprontando nada.

– Ah não? E essa palhaçada de fazer almoço pra ela. Queria que a Quinn vomitasse o bebe ou passasse o dia inteiro no banheiro?

– Pra sua informação eu cozinho muito bem e ela adorou o almoço. – Lauren não havia mentido completamente, eu sim. De fato não era a melhor cozinheira do mundo, mas isso não quer dizer que não consiga torar um arroz ou colocar uma lasanha semi pronta pra assar, enquanto Quinn atendia a campainha que tocou no melhor momento possível.

– Ok pode não ser o almoço, mas que você esta aprontando alguma, isso é obvio.

– Lauren de novo, eu não estou aprontando nada. Apenas resolvi seguir o seu conselho.

– Meu conselho?

– Sim. Não foi você que me disse que ter a Quinn por perto poderia ser uma coisa boa? – Na verdade a frase que me incentivou foi a do “Mantenha seus amigos próximos e seus inimigos ainda mais próximos” para ser mais exata. Era isso que precisava fazer. Manter Quinn por perto, ate descobrir uma maneira de atingi-la exatamente como iria fazer.

O primeiro passo, claro, era me desculpar pelas minhas atitudes na noite passada. Confesso que achei graça vendo a cara de confusão de Quinn ao ver uma Rach tão educada e doce, diferente da chatice que, tenho que admitir, demonstrei na noite anterior e pra piorar um pouquinha as coisas, usei um pouco de um dos meus novos artifícios adquiridos em NY. Posso não ter aprendi a cozinhar nesses quatro anos, mas definitivamente eu tinha virado uma mulher que sabia usar toda sua sensualidade, o que era um grande avanço depois de passar toda minha vida me sentindo o patinho feio. E foi com esse dom que depois de uma conversa curta, me despedi de Quinn com uma piscadinha que ela iria passar a tarde tentando esquecer, se no final das contas, não acabássemos passando a tarde juntas.

–Isso quer dizer que você voltou a conversa com a Quinn por minha causa?

–De certa forma sim.

– HÁ! A Santana vai ficar doida quando souber.

– O que Santana tem a ver com isso?

–Ham? Nada. Espera ai Rach, você nunca escuta meus conselhos, por que agora?

– Por que agora você deu um ótimo conselho, e resolvi segui-lo. Falando em seguir preciso que você me siga amanha. Vou participar de uma entrevista.

– Como assim você vai participar de uma entrevista?

– O chefe de Santana e Quinn me fez um convite, diz que é uma boa chance de explicar tudo que aconteceu.

– Como sua assessora tenho que dizer que essa é uma péssima ideia. Viemos pra Lima para você fugir da impressa, não pra aparecer ainda mais. Fora que isso cheira a armação para ganhar ibope.

– Primeiro Lauren você não é minha assessora, e segundo é o jornal local, não vai ter repercussão nenhuma.

– Então pra que você quer fazer isso?

– Tenho meus motivos. – Lauren estava certa, definitivamente a ultima coisa que precisava agora era aparecer, mas quando olhei para Quinn enquanto Zachary cruzava os dedos esperando minha resposta, foi como se uma luz acendesse em cima da minha cabeça. Meu plano a principio era apenas seduzir Quinn ate deixa-la completamente louca, mas agora eu tinha a oportunidade perfeita com o cenário perfeito para descontar em Quinn com grande estilo. Foi por isso que só aceitei aquela entrevista se ela e Santana participassem. – Então posso contar com você amanha?

– Claro que pode, vou adorar aparecer na TV.

– Lauren você não vai aparecer.

– Como não, sou sua assessora.

– Não é não.

– Acho injusto isso, mas estarei la para me certificar que você não vai falar nada e se arrepender depois.

– Pode ter certeza Lauren, eu não vou me arrepender. – Respondi desligando o telefone, e me ajeitando na cama. Senti que minha confusa cabeçinha não iria me deixar dormi tão cedo, mas precisava tentar afinal não ia pegar bem aparecer com olheiras em uma entrevista tão importante.

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Pra uma cidade que definitivamente eu não pretendia nem queria conhecer tão cedo, ate que Lima estava me surpreendendo, e me dando a honra de relembrar alguns dos meus dias de gloria em NY. Serio eu adorava aquela sensação de acordar em um lugar que não fazia a mínima ideia de como cheguei ali, ao lado de uma garota que eu poderia quebrar a cabeça, mas jamais lembraria o nome. Alias a ultima coisa que me lembrava, era de ligar para Rach antes de entrar naquele bar e ouvi-la dizer as inúmeras mentiras sobre aquele comportamento estranho e queria que a acompanha-se em uma entrevista. Droga, a entrevista.

Olhei para o relógio ao lado da cama, percebendo que já estava incrivelmente atrasada e comecei a pensar em um jeito de sair dali sem acordar quem quer que fosse aquela garota. Me levantei o mais devagar possível e sai procurando minhas roupas espalhadas por todo o quarto. Quando já estava praticamente vestida, escutei a garota se mexer na cama e murmurar.

– Oh Ginger você é uma delicia. – Ginger? Caramba eu devia estar muito bêbada noite passada para inventar um nome desses. – Ginger? Ginger?

Não esperei ela acabar de acordar e perceber que eu não ficaria com ela de novo. Catei meus sapatos e sai correndo daquele lugar, mas assim que cheguei à rua me lembrei do por que aquela cidade não podia ser comparada com minha linda NY. Nem um taxi, nem um ônibus, nem um cavalo, apenas uma droga de rua deserta. Comecei a caminhar perdida naquela cidade idiota procurando algo parecido com uma avenida, ate que escutei a garota, que era ate bonitinha, gritando aquele nome idiota da porta da casa dela.

Fingi não escutar e apertei o passo seguindo aquela rua que levava a lugar nenhum, quando olhei para trás de novo e vi a garota começar a correr na minha direção. Não sei se por instinto ou desespero, comecei a correr o máximo que conseguia, me odiando por não ter acompanhado Rach quando ela fazia suas caminhadas.

Quando a infeliz que provavelmente era atleta ou coisa do tipo estava quase me alcançando, Deus ouviu minhas preces e me mandou um taxi, literalmente. Quase fui atropelada, mas estava tão feliz que com a maior calma do mundo disse ao motorista o endereço, enquanto ainda escutava os berros da garota.

Cheguei ao jornal, toda fedida e suada, e encontrei Rachel no camarim de uns dos estúdios sentada de frente ao espelho com um bando de gente em volta dela arrumando cabelo e cuidando da maquiagem.

– Então eu sou a próxima? – Rach me olhou dos pés a cabeça.

– Apesar de realmente estar precisando, não. Já disse que você não vai participar.

– Mas eu deveria, e como sua assessora. Quer saber o por que?

– Claro,me surpreenda.

– Por que é uma ótima explicação do porque eu vivo seguindo você pra cima e pra baixo, acaba com qualquer rumor de que somos namoradas.

– Qual o problema de acharem isso? Ate parece que você não adoraria ser minha namorada.

– Aaaaa na verdade não. Não depois da Alex.

– Entendo, você não ficaria com a ex de uma amiga certo.

– Não, não por isso.

– Então por que não?

– Rachel, você se lembra que nossos quartos eram separados por uma parede muito fina? Minha audição sempre foi boa, assim como minhas habilidades na cama, mas o que a Alex fazia com você. Meu Deus. – Rach fazia uns sinais estranhos que não fazia ideia do que significavam. – Serio Rach, tinha vezes que tinha vontade de abrir a porta só para ter certeza que a Alex não estava te matando, mas sabia que aqueles gritos não podiam ser de dor não é? – Rach colocou a mão no rosto. – Ei não precisa ter vergonha sua boba, eu escutava os gritos da Alex também. – Enfim entendi o que eram aqueles sinais de Rach quando escutei alguém limpar a garganta atrás de mim. Me virei devagar pronta para enfiar minha cara no chão.

– Oi Leroy. Hiram.

– Oi Lauren. – Dei um sorriso amarelo e avistando uma mesa cheia de coisas de comer, a usei como desculpa para sair dali. – Olha café da manha. – sai deixando Rach com os pais e já que estava ali resolvi realmente comer alguma coisa, ou pelo menos era o que queria fazer ate Santana chegar implicando comigo.

– Ate que enfim achei você.

– Que ótimo, eu também te achei, acho que já podemos nos casar.

– É serio Lauren eu te procurei a tarde inteira, onde você estava?

– Meu amor eu ate te diria, mas não quero começar nossa relação ferindo seus sentimentos.

– Na boa será que da pra você conversar serio por sei la 5 minutos?

– Santana a única coisa seria que quero com você é namoro. – ela fechou a cara e bufou com tanta raiva que percebi que não era o melhor momento pra ser engraçada. – Ok, parei. Qual o problema?

– Não ficou sabendo? A Rachel acordou do avesso e resolver voltar a ser amiguinha da Quinn.

– É a Quinn me contou.

– Como assim a Quinn te contou? Vocês mal se conhecem.

– É e ela é muito inocente. Eu fui visitar a Rach ontem e ela que atendeu a porta. Aproveitei a oportunidade para tirar a única vantagem que você tem sobre mim na nossa aposta que é o fato de ser amiga das duas. Golpe de mestre tenho que admitir.

– E eu pensava que eu era competitiva. Enfim deixando de lado nossa pequena aposta, você não achou isso muito estranho?

– A principio sim, mas já conversei com a Rach e ela me explicou o motivo.

– Tem um motivo?

– Sim. Eu, e meus ótimos conselhos.

– Como é que é? Acho que não entendi direito?

– Eu te explico. Rach estava realmente disposta a ir embora depois do que aconteceu no jantar, mas eu inteligentemente disse a ela que era melhor ficar e que talvez ter a Quinn por perto poderia ser uma coisa positiva. Ate usei um ditado clichê, como era mesmo? Ah lembrei, mantenha os amigos próximos...

– ... E os inimigos mais próximos ainda. Lauren você sabe o que significa esse ditado?

– Provavelmente é algo bíblico do tipo ame seus inimigos e perdoe quem te fez sofrer, certo?

– Não Lauren, é algo mais estratégico do tipo, conhecer o seu inimigo e suas fragilidades para saber aonde atacar.

– Oooooh, tomara que a Rach tenha entendido do jeito bíblico.

– Ela é judia.

– Então acho que nos temos um problema.

– Nos? Foi você que deu o conselho Lauren, não eu.

–Qual é Santana, você precisa me ajudar. Pensa comigo. NOS, sabe você e eu, precisamos descobrir quando a Rach vai atacar. Pra ela não ter contado nem pra mim, com certeza vai fazer isso em grande estilo. – enquanto estávamos pensando, um carinha todo engomado apareceu dando o que só podia ser a resposta mais obvia.

– Lopez, anda logo, vamos começar a entrevista que eu deveria estar fazendo. - mal terminou a frase, Santana e eu trocamos olhares. Aquela era a oportunidade perfeita. Todo mundo que sabia sobre elas estavam ali, e quem não soubesse era só ligar a TV no canal Lima e pronto.

O carinha que parecia ser o diretor do jornal foi puxando Santana para o cenário onde ela se sentou em uma poltrona de frente para Rach. Avistei Quinn ao lado de uma das câmeras com um daqueles head-sets dano ordens para todos, e os berrys um pouco mais ao fundo. Preferi continuar perto da mesa de comidas pensando em talvez jogar suco na fiação e causar um curto-circuito para acabar com aquilo, mas antes que colocasse meu plano em pratica, o carinha fez um sinal e Santana começou a entrevista. Junto com a entrevista também comecei a rezar para que Santana estivesse errada e Rach realmente tivesse ficado doida e voltado à conversa com a Quinn apenas por achar que era a coisa certa, mas acho que já tinha gastado o pedido do dia com o taxi.

Estava tudo muito tranquilo. Rach falava sobre a carreira dela, como foi ir pra NY sem nada depois de dizer não para Julliard, como ela conseguiu entrar na faculdade, como era dividir o apartamento com outra pessoa, momento que ela aproveitou para esclarecer que não tínhamos nada alem de uma linda amizade, e terminou falando sobre o namorado com Alex, quando a entrevista começou a ficar mais pesada.

– Ainda sobre seu namoro Rachel, um dos motivos de você ter voltado para Ohio foi ter perdido a Alex, na mesma noite em que você resolveu assumir publicamente sua sexualidade. Todos nos imaginamos o quanto deve ter sido difícil esse momento e gostaríamos de saber o que você pode nos dizer sobre isso – eu odiava relembrar aquela noite, e era claro que Rach também, mas ela parecia mais forte e determinada do que nunca.

– O que posso dizer é que foi, sem sombra de duvidas, o pior dia da minha vida. A verdade é que a gente havia terminado, ela saiu de casa e poucos dias depois eu descobri que ela estava doente e que o tratamento não estava dando resultados. No momento em que eu soube eu queria encontra-la, abraça-la e dizer que estaria ao lado dela e decidi que faria o que fosse pra isso. Também é verdade que eu não queria me assumir ainda, e sei que a Alex sempre foi super compreensiva quanto a esconder nosso namoro e que foi uma surpresa para ela ter feito aquilo, mas eu precisava mostrar que ela era importante pra mim a ponto de arriscar minha carreira. E então eu estava la cantando meus sentimentos quando simplesmente a vi cair na minha frente, desmaiar no meu colo e eu não sabia o que fazer. Caramba ela sempre estava la para me dizer o que fazer e eu me senti tão perdida. Acho que parte de mim se foi com ela.

– Com certeza não é fácil para ninguém passar pelo que você passou Rachel e ainda junto com isso pouco tempo depois, ocorreu o incidente no teatro, onde você foi acusada de agredir um colunista e por conta disso também ocorreu seu afastamento do elenco de Spring Awakening. O que aconteceu, o que te levou a ter aquela reação?

– Foi a noite de maior publico da peça, e tinham muitas pessoas que estavam ali para me apoiar pelo momento que estava passando. Quando sai do teatro muitas dessas pessoas estavam me esperando, era a primeira vez que recebia tanto carinho assim. Havia inúmeros fotógrafos e no meio deles tinha esse colunista em especial que ficava gritando coisas ofensivas e sem sentido. Eu tentei ignora-lo ao máximo ate que ele disse que eu me preocupava tanto com minha carreira que não percebi que minha namorada estava morrendo. Ele cutucou minha ferida por que eu já me sentia culpada por não ter ajudado a Alex. – Rachel não aguentou mais segurar e deixou uma lagrima rolar pelo seu rosto. – Depois disso só me lembro de estar dentro do carro, tremendo e tentando entender o que havia acontecido. – Santana percebeu que Rach estava abalada e decidiu por conta própria chamar os comerciais.

Enquanto os pais de Rach a consolavam, fui ate Santana.

– Ótimo ela já falou o que tinha que falar, já podemos acabar essa entrevista, certo?

– Acredite Lauren, mesmo não parecendo essa não é a pior parte. Zach me passou esse monte de perguntas que ele disse que os telespectadores mandaram, mas pelo nível é só curiosidade dele. Ainda tem muita coisa pela frente. – peguei o bloco das mãos de Santana e comecei a ler algumas das perguntas.

– Caramba tem certeza que vocês podem fazer essas perguntas em horário livre?

– Não. É por isso que a entrevista esta sendo gravada e só vai ao ar a noite, bem depois do jornal num programa sobre a vida das celebridades.

– Anda Lopez, agora é a melhor parte. – O carinha que agora descobri ser o tal Zach disse mais uma vez puxando Santana que retomou a entrevista.

– Bom Rachel para amenizar um pouco o clima, tenho aqui algumas perguntas do pessoal de casa mandou para nosso e-mail, e a primeira é: Quando você aceitou que era homossexual?

– Eu acho que mesmo não admitindo eu sempre soube, quero dizer eu nunca havia beijado um garoto e não tinha nenhum interesse em fazer isso. Em comparação sempre olhei as garotas de um jeito que só depois descobri que era um olhar de desejo. Sem contar que tenho dois pais gays, minhas melhores amigas eram gays, não tinha muito como fugir disso. – todos soltaram risadas, mas o momento de descontração acabou rápido de mais.

– E em que exato momento você aceitou isso? – Rach olhou para Quinn.

– No momento em que me apaixonei perdidamente por uma garota.

– Ham...Próxima pergunta? Essa é bem interessante. Como foi sua primeira experiência com uma garota? – Santana e Rach sorriram enquanto eu mentalmente imagina a cena das duas se pegando.

– Tão embaraçoso dizer isso na frente dos meus pais, mas minha primeira experiência com uma garota foi incrível. Foi com uma pessoa maravilhosa que eu amo muito, e que foi uma ótima professora. Na poderia escolher alguém melhor.

– Tenho certeza que ela é uma garota de sorte, mas aprofundando mais no assunto, conte também sobre como foi sua primeira, você sabe? – mais uma vez Rach olhou para Quinn, e foi ai que começou a tragédia.

– Acho que de um jeito estranho eu tive duas primeiras vezes. A primeira vez que fiz amor foi com a Alex e foi perfeito. Ela me amava, e eu queria estar com ela, fazer aquilo com ela. Foi mutuo, romântico e verdadeiro. Já a primeira vez que fiz sexo, foi no dia anterior com essa garota por quem estava apaixonada, mas ela não sentia o mesmo por mim. Ela me pressionou e no fundo era só mais um dos joguinhos que ela fazia comigo. Foi confuso, eu não sabia o que estava fazendo e me senti mal por que mesmo sabendo que era uma armação eu cedi por que ela era a pessoa que eu queria, mas definitivamente não foi do jeito que eu queria. – Santana olhou para Quinn que parecia não acreditar no que estava ouvindo.

– Quer dizer que essa garota, seja ela quem for, esta descobrindo agora que você dormiu com outra na noite seguinte a que você dormiu com ela? Deve ser algo difícil de processar.

– Não me importo com isso. Ela sabia o que eu sentia por ela, e preferiu me trocar por um idiota com um pênis por que era o mais conveniente para ela lidar com a família preconceituosa. Ela sempre foi assim uma covarde, uma medrosa.

– Você não acha que as pessoas merecem uma segunda chance?

– Eu dei a ela milhões de chances, e todas às vezes ela fez o favor de estragar tudo e me magoar, mas o tempo tratou de corrigir as coisas. Pelo que sei ela passou por poucas e boas durante esses anos e agora esta grávida morando na casa de amigos, enquanto eu tive os melhores anos da minha vida em NY ao lado da Alex, e não me arrependo de nenhuma das minhas escolhas.

– Mas Rachel...

– Quer saber Santana, quando éramos mais nova e fazíamos parte do clube do coral, quando tínhamos algo para dizer, cantávamos. Talvez eu tenha uma musica perfeita agora. Posso? – Sem receber resposta, Rach levantou da cadeira e começou a cantar.

What goes around comes back around, my baby

There was a time
I thought, that you did everything right
No lies, no wrong
Girl I, must've been outta my mind
So when I think of the time that I almost loved you
You showed you ass and I saw the real you

Thank God you blew it
Thank God I dodged the bullet
I'm so over you
So baby good lookin' out

I wanted you bad
I'm so through with it
Cuz honestly you turned out to be the best thing I never had
You turned out to be the best thing I never had
And I'm gon' always be the best thing you never had
I bet it sucks to be you right now

So sad, you're hurt
Boo hoo, oh, did you expect me to care?
You don't deserve my tears
I guess that's why they ain't there
When I think that there was a time that I almost loved you
You showed you ass and I saw the real you

Thank God you blew it
Thank God I dodged the bullet
I'm so over you
So baby good lookin' out

I know you want me back
It's time to face the facts
That I'm the one that's got away
Lord knows that it would take another place
Another time, another world, another life
Thank God I found the good in goodbye

I used to want you so bad
I'm so through it that
Cuz honestly you turned out to be the best thing I never had
You turned out to be the best thing I never had
And I will always be the, best thing you never had
Best thing you never had!

I used to want you so bad
I'm so through it that
Cause honestly you turned out to be the best thing I never had
Oh you turned out to be the best thing I never had
Oh I will never be the best thing you never had
Oh baby, I bet it sucks to be you right now.

Quando Rach terminou a canção, um grande silencio se instalou no estúdio ate Zach começar a bater palmas e fazer sinal para Santana fazer o mesmo, o que ela ate fez, mas sem nenhuma empolgação.

– E com essa ótima escolha de musica encerramos nossa entrevista. – Enquanto Santana terminava o programa fazendo os agradecimentos, Hiram e Leroy se aproximaram de Quinn que estava visivelmente abatida. Assim que acabaram as gravações, ela se esquivou dos dois e foi atrás de Rach.

– Era isso que você queria, me humilhar na frente de todo mundo? Esta feliz agora?

– Humilhar você Quinn? Como eu faria isso já que,graças a você, ninguém sabe sobre a gente? – Santana tomou a frente segurando Quinn.

– Deixa pra la Quinn, é melhor irmos embora. – Leroy se juntou a Santana e levaram Quinn para fora, e Hiram e eu continuamos com Rach.

– Rachel Berry, eu estou tão desapontado com você. Essa não é a filha que eu criei. Foi isso que você aprendeu em NY?

– Não acho que NY tem algo a ver com isso Hiram, por que essa também não é a Rach que eu conheço.

– Olha Rachel, vamos levar a Quinn e voltar para buscar você, quando chegarmos em casa, teremos uma longa conversa sobre seu comportamento. – Hiram foi atrás de Leroy e Quinn.

– Caramba Rach por que fez isso?

– A ta bom, agora eu sou a ruim da historia? Já se esqueceram de tudo que ela fez comigo?

– Que belo jeito de se mostrar superior. – Com o meu histórico em sacanear garotas, não era a melhor pessoa pra julga-la, mas aquilo foi baixo ate pra mim. – Seus pais devem estar pensando que a pior coisa que fizeram foi deixar você se mudar pra NY e que te transformamos em um monstro. Onde quer que esteja tenho certeza que a Alex esta super orgulhosa do que você fez não é? - Rach ficou me encarando antes de começar a chorar, e percebi que fui um pouco ríspida com ela. Mesmo fazendo aquilo, ela era minha melhor amiga e claramente precisava de ajuda, e como havia prometido, eu sempre estaria ao lado dela. – Olha vai pegar suas coisas e eu vou pra casa com você.

Rach enxugou as lagrimas e caminhou ate o camarim, pegou a bolsa e nos duas ficamos esperando Hiram e Leroy no lado de fora do jornal.