Coração que Renasce da Dor escrita por Akahime


Capítulo 8
Capítulo V - Investigações




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 CORAÇÃO QUE RENASCE DA DOR

  

  

por Aka-chan

  

  

CAPÍTULO V - Investigações

  

  

"A dor é temporária. Ela pode durar um minuto, ou uma hora, ou um dia, ou um ano, mas finalmente ela acabará e alguma outra coisa tomará o seu lugar. Se eu paro, no entanto, ela dura para sempre."

(Lance Armstrong)

  

 

 

Um grupo de medinins está reunido numa sala especial do hospital de Konoha. Haruno Sakura está entre eles, e a expressão em sua face deixa clara a todos os presentes o quanto ela tem sofrido desde o ocorrido há poucos dias, são óbvios os sinais de choro e de noites mal dormidas.  Ela sente-se sem forças para continuar o trabalho atual, mas sabe que cruzar os braços não lhe trará as respostas que expliquem o que houve com seu amigo, então calou as dores de seu peito e arregaçou as mangas, assim como os demais, que estão concentrados examinando um corpo particularmente especial.

 

O corpo de Uzumaki Naruto, o ex-Hokage e herói da vila.

 

Auxiliando-a, naturalmente temos a antiga Godaime, Tsunade, que apesar de ter se aposentado ainda é uma grande kunoichi e está acostumada com crises. Seu rosto, também inchado pelas lágrimas derramadas pelo querido shinobi cabeça-oca que fora aluno de seu colega de time Jiraiya, mostra-se apreensivo, pois reconhece perfeitamente a gravidade da situação que tem nas mãos.

 

Ao lado de ambas, temos ainda três personagens desconhecidos. No canto da mesa encontra-se uma jovem de cabelos arruivados presos num rabo de cavalo simples, fazendo anotações numa prancheta.  Como qualquer outro medinin, esta está vestida com um uniforme branco, sem detalhes adicionais que a destaquem dos demais. Seu nome é Kotae Amaya, e sua especialidade é análise de danos causados ao corpo devido à chacka inimigo. No centro, um rapaz de óculos com os cabelos esverdeados, vestido como sua colega, verifica a extensão dos ferimentos do corpo e os reproduz num pergaminho, ampliando-os com um jutsu especial para melhor análise. Chama-se Iwasaki Ginko e é um dos medinins mais promissores no tratamento de sintomas de doenças graves. Por último, mas não menos importante,  um outro retira uma amostra de sangue do cadáver e começa a analisá-lo com seu chacka. Este tinha os cabelos dourados e olhos muito verdes, era Nomura Nud, especialista em tudo o que se relacionava com o fluído avermelhado que alimentava as veias dos seres humanos.

 

Estes três haviam passado a madrugada pesquisando, analisando e se interrogando o que afinal poderia ter acontecido com o indivíduo deitado naquela maca para ter perdido o controle da Kyuubi. Nossas duas conhecidas os encaravam em silêncio, o clima pesado e...

 

- Pois bem, sem rodeios agora. Já conseguiram descobrir, afinal, o que houve com... – Tsunade apóia-se na mesa, inspirando fundo, não deseja se descontrolar na frente do grupo de investigação médica da vila da Folha. – Vocês entenderam.

 

- O que Tsunade-sama está dizendo é que desejamos saber os avanços nos exames. – Sakura tentava confortar sua mestra enquanto mantinha a si mesma sob controle.

 

- Entendemos a situação, Sakura-san. Naruto-sama era querido por todos, e nosso objetivo maior é encontrar as causas que o levaram a nos deixar definitivamente. – Ginko inicia, sempre conciliador. – Primeiro gostaria que vissem algo, e me dissessem o que acham. – Este retira das costas um dos pergaminhos e o estende na mesa. – Kai!

 

Imediatamente, o objeto se abre e revela imagens ampliadas dos ferimentos no corpo do cadáver. Nota-se de forma clara a extensão e profundidade dos mesmos.

 

- Observem aqui, nessa que mostra o ponto exato do selo feito pelo Quarto Hokage. – Ginko aponta para uma das fotos e a amplia um pouco mais através de seu jutsu especial. – Este parece ter sido forçado por alguma força externa, provavelmente de um oponente poderoso. Vejam os sinais: estas linhas indicam rachaduras no selo, produzidas por um golpe muito forte e recente.

 

- Analisei partes da pele e do sangue do indíviduo, e estes mostraram um índice alto de chacka irregular, como se tivesse sido contido por muito tempo e fosse jogado na corrente sanguínea de uma vez só. – Nud observa, mostrando outro relatório, também ilustrado. – As células do sangue aparentam ter sido bem atingidas por esse golpe, causando hemorragia interna, que foi se espalhando pelo corpo todo, o que explica a desorientação deste.

 

- Isso ainda não explica porque isso ocorreu. Não houve nenhuma batalha recente que pudesse causar a quebra do selo dele. – Sakura observa, ainda verificando os dados a sua frente. Amaya toma então a palavra.

 

- Senhores, temos que olhar além do que isso aparenta ser. Naruto-sama não quebraria seu próprio selo, isso está bem claro para todos. Analisei os dados de meus colegas e examinei o corpo diversas vezes, e sempre chego a mesma conclusão. – Esta respira, estendendo as mãos e segurando na mesa de exames.  – Uzumaki Naruto... Foi atingido por um chacka tão forte que conseguiu quebrar parcialmente o selo, mas que impediu a Kyuubi de sair do corpo do mesmo. Embora a idéia pareça absurda, não vejo outra explicação: o indivíduo que tentou quebrar o selo sabia o que estava fazendo, e conseguiu conter o chacka demoníaco.

 

Todos seguraram a respiração, incrédulos. Cada um deles sabia bem que a Kyuubi só poderia ser controlada pelo próprio portador, ou por uma pessoa que já a invocara no passado, alguém

 

- Quer dizer que... – Tsunade assentou-se, segurando-se para não cair de costas.

 

- Receio que é exatamente o que estamos pensando. – Nud suspirou, também se assentando. – Tudo leva a crer que Uchiha Madara não está morto como pensávamos.

 

- Kami nos proteja. - Sakura suspirou, desabando no assento.

 

****

 

Enquanto isso ocorria na sala de reuniões do Hospital de Konoha, no prédio do Hokage um shinobi  conhecido pela sua inteligência e perspicácia investiga os últimos passos do Sétimo. Munido apenas de lápis e papel, Nara Shikamaru percorre os corredores, as dúvidas assolando sua mente privilegiada. Nem percebe que passa ao lado de uma conhecida sua, Yuuhi Kurenai, que está acompanhada da porquinha TonTon, que corre até ele de forma desajeitada e agarra a barra de sua calça. Ao sentir a mascote, levanta os olhos e se depara com a outra, que parece se divertir ao ver a porquinha mastigar parte da roupa do shinobi. Ele sussurra um baixo “problemático” e acena com a cabeça, uma de suas mãos atrás do pescoço.

 

- Yo, Kurenai-sensei... Bom dia. – Ele não se sente confortável ao ser visto, desejava investigar totalmente sem testemunhas.

 

- Ohayo, Shikamaru.... Bom dia. Estava me perguntando quando o líder do departamento de Investigação e Estratégia da ANBU apareceria por aqui.

 

Kurenai sorria, embora também mostrasse no rosto os sinais de noites sem sono. Carregava nos braços uma grande caixa cheia de pergaminhos, desde a morte da assistente pessoal da Godaime ela estivera tentando ajudar o Sétimo com os serviços burocráticos, já que este se atrapalhava todo com a papelada. Decidira tomar outro rumo em sua profissão, ter uma vida mais tranqüila e estável para ter mais tempo para cuidar de seu filho Itooshi. Às vezes ainda saía para treinar com seu antigo time, mas apenas para relembrar os bons momentos.

 

- Pois é... Uma hora ou outra eu teria que vir aqui... Fiquei sabendo que estava com Hyuuga Hinata antes do acontecido com o Sétimo... – Resolveu fazer um leve interrogatório e assim tentar desconversar sobre o real fato de estar ali: descobrir os últimos passos do antigo Hokage.

 

- Hai. Estávamos treinando um pouco, Hinata-chan desejava aproveitar os últimos dias como simples civil, ela em breve será nomeada como líder dos Hyuugas, presumo que já sabe desse fato. – A antiga sensei deixava claro o orgulho que sentia de sua pupila que tanto lutara para obter reconhecimento entre os seus, conhecia a fundo sua história, inclusive a paixão secreta da mesma pelo falecido. – O treinamento estava no fim e conversávamos quando a terra tremeu e ela saiu correndo, dizendo que alguém estava lutando consigo mesmo. Queria ir atrás dela, mas estava com meu filho chorando, então tentei arrumar um lugar seguro para nós dois. – Ela suspirou, ficando com o olhar meio perdido, lembrando talvez da expressão de dor em que encontrara Hinata junto a seu amado. – Só fui encontrá-la depois, já desmaiada ao lado de Naruto... Uma tristeza ver tal cena... Ah, Shikamaru... Não sabe o quanto chorei por ela... 

 

Não suportando a lembrança, Kurenai largou a caixa que carregava num móvel próximo e desabou numa cadeira, tendo as mãos cobrindo o rosto, numa tentativa inútil de se controlar.  Seus soluços eram a maior prova disso.

 

Tudo o que Shikamaru pôde fazer foi assentar-se ao seu lado e tentar confortá-la.

 

- Kurenai-san... Sei o quanto sente pela perda que Hinata-chan sofreu. Mas este é o caminho que cada um de nós escolheu. Ser shinobi significa enfrentar a morte todos os dias. Naruto sabia disso e enfrentou seu destino sem medo. Lágrimas agora não o trarão de volta a vida, por isso não as derrame. Seja forte, por ela. Hinata precisa de seu apoio, mais do que nunca...

 

A sensei de orbes alaranjados levantou a face úmida em direção ao homem que agora lhe falava. Voltou há anos antes, quando o vira dormindo numa das milhares de aulas de Umino Iruka na academia ninja, ainda menino e sonhando talvez com uma vida tranqüila e sem problemas. Ei-lo agora alto, forte e adulto, mostrando afinal que não crescera apenas fisicamente. Asuma ficaria orgulhoso de seu pupilo se pudesse vê-lo agora. Uma lágrima teimosa escorreu por sua face diante desse pensamento.

 

- Hai, Shikamaru... Arigatou... Não sabe o quanto precisava de suas palavras... – Ela enxugou rapidamente o rosto com uma das mãos e, parecendo mais animada, começou a mexer dentro da caixa, enquanto voltava a falar. – Estava guardando os pertences de Naruto e encontrei algumas coisas interessantes... Acho que poderão ajudá-lo na sua investigação...

 

Foi a vez do mestre das sombras se assombrar.

 

- Como você...

- Não preciso ter o seu Q.I. para ter certeza de que apareceria para resolver o mistério sobre a morte de Naruto... Desafios sempre o instigaram... Não é à toa que você se apaixonou pela irmã do Kazekage... – E num riso alegre e cristalino, deixou o recinto, sendo seguida pela porquinha rosada que emitia guinchos de satisfação. O shinobi sorriu, lembrando das palavras da esposa de seu falecido sensei sobre sua problemática favorita enquanto voltava ao seu objetivo inicial. Tão distraído estava em seus pensamentos que não percebeu aonde pisava e...

 

- Maldita porquinha! Se não fosse tão complicado, juro que a mataria agora! Argh!

 

E saiu, tentando evitar mais “surpresas” pelo corredor.

 

 

*****

 

Bem distante dali, sobre uma montanha longínqua, um velho conhecido de Konoha observava atentamente o céu, como que antevendo os fatos que viriam a seguir. Seus cabelos negros eram levados pela violência do vento naquela altura, mas ele não parecia intimidado com sua força. Seus pensamentos tinham um foco diferente do costumeiro e finalmente sentia que era a hora de retornar as suas origens, ao lugar em que nascera e de qual um dia jurara se vingar. Ajeitou a capa negra sobre os ombros e preparou-se para partir, organizando seus poucos pertences e armas sob esta. Olhou mais uma vez para o horizonte e saltou pelo precipício sem tomar distância alguma, pousando como um felino numa saliência da montanha que se abria para uma caverna, bem escondida de olhos humanos curiosos.

 

- Está na hora de enfrentarmos nosso destino. Não devemos perder um só minuto.

 

As sombras se moveram no mesmo instante, trazendo consigo uma figura de traços delicados oculta pelo capuz que cobria seu rosto, mas não seu sorriso sedutor.

 

- Depois de tanto tempo, não vejo a hora de rever Konoha... Tenho muitos planos para ela...

 

O cavalheiro vestido de negro alcançou-a num segundo, envolvendo seus braços fortes pelo corpo dela e roubando-lhe um beijo voraz.

 

- Também eu, minha querida. Não sabe o quanto.

 

E noutro beijo sôfrego e apaixonado, ambos sumiram num shunshin, deixando o local totalmente deserto.

  

  

  

Continua...

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Yooo, povo lindo do meu coração!!!

  

*som de grilos ao fundo*

  

Alguém aí?

  

Eu sei que eu mereço a solidão! Sei que mereço pedras e não flores ou beijos! Mas eu ando enrolada gente, juro!!! E, embora esse capítulo não seja o mais legal de todos, serve para explicar algumas cositas que acontecerão daqui pra frente...

 

Para os fãs de Hinata, sorry, a pobre está cansada e queria descansar... Deixei ela dormindo e sonhando com os belos shinobis de Konoha, hohoho... Quem dera que eu tivesse a mesma sorte que ela!!! (Salvo perder o Naruto, se bem que eu sofri até mais que ela, pois eu sou de carne e osso, rs.)

 

Bom, espero que se alguém ainda lembra dessa história, que possa comentar... O capítulo vai em especial para os maiores incentivadores desta história, que até ganharam persons aqui. (Ou vocês acham que eu iria colocar três novos shinobis assim de graça?)

 

"Kotae Amaya" é a minha querida amiga do coração apesar da atual distância Nathy_Ivo, para quem eu dedico a fic todinha, no seu presente de níver ainda tem muita coisa pra rolar, ô se tem, flor...

 

"Iwasaki Ginko" é meu querido maninho de consideração Gusutabo-kun, ou, como costumo chamá-lo, "Gu-kun", que nunca deixou de me dar seu apoio incondicional apesar de todas as dificuldades...

 

E "Nomura Nud" é o meu loirinho da vida real, o menino que vi crescer e agora escreve até melhor que eu, Milord_Deyes1, mais conhecido como Milord-Sama ou simplesmente Drogu-sama. Amo-te, viu, seu anjo fugido! Nunca esqueço de você! ^^

 

O primeiro que adivinhar o que acontecerá nos próximos capítulos ganha uma one-shot a escolha. Isso é uma promessa! o/

 

 

Aos meus amigos, leitores e colegas, um abraço apertado de saudade e um aviso: Comentem, por favor. Preciso saber onde melhorar, se necessário.

 

Super beijo e nos vemos por aí...

 

Aka-chan

 


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