Eu saí da escola eram quase 15hrs e meu estômago praticamente gritava de fome. Eu caminhava rápido, querendo chegar em casa o mais rápido o possível, para comer algo e me jogar na cama, caindo em um sono profundo.
- Fraaank! – Ouvi alguém gritar. Virei e dei de cara com a Lyn.
- Lyn! – A abracei. Ela é simplesmente a garota mais legal que existe. – Já voltou?!
- Não, tô em Ohio ainda cabeção. – Riu. – O trabalho do meu pai não deu muito certo por lá, então voltamos. Mas foi legal ficar morando um mês num hotel.
- Você vai ter que estudar bastante agora e correr atrás, senão vai rodar. E eu quero me formar com você e o Ray ao meu lado.
- Eu estudei lá em Ohio. Quer dizer, eu comprei vários livros e passava a tarde tocando baixo e estudando. Eu sei tudo agora. – Sorriu vitoriosa.
- Ah, você nem é inteligente mesmo. – Revirei os olhos. – Bom, eu tenho que ir, antes que meu estômago morra.
- Nossa, Frank. – Me olhou como se eu fosse retardado. Tá ficando chato isso gente. – Bom, nós nos falamos então!
- Okay amor, eu vou indo. Tchau. – A beijei na bochecha e saí, indo para casa.
Uns dez minutos depois eu finamente cheguei em casa. Joguei minha mochila no sofá e fui para a cozinha colocar minha pizza no micro-ondas. Alguns minutos depois eu já me deliciava com aquela maravilha. Lavei meu prato, tomei refrigerante no gargalo e deixei a cozinha, correndo para o meu quarto e me jogando na cama.
Bons sonhos Frank. Obrigado.

- Frank? – Senti alguém me cutucar. – Frank, acorda.
- Hã? Quem ousa me acordar? – Olhei para o lado e era a minha mãe. – Mãe, você já chegou? Que horas são? Quantas horas eu dormi?
- Deixe-me ver... Linda Iero; Sim; 19hrs; Eu não sei. - Sorriu.
- Ah... – Afundei minha cabeça no travesseiro.
- O Ray ligou. Disse que os pais dele saíram e perguntou se você não quer dormir lá.
- Eu quero! – Sentei na cama. – Isso se eu conseguir dormir a noite, porque eu dormi pra caramba.
- Só arruma as coisas para ir à aula amanhã e pode ir. – Falou saindo do quarto.
- Mãe? – Chamei me levantando.
- Sim? – Voltou.
- Tem certeza que eu posso ir? Você vai ficar bem com ele?
- Seu pai já saiu de casa filho, provavelmente só volta amanhã. A mãe vai ficar bem okay? Vá de divertir um pouco.
- Okay, qualquer coisa me liga mãe. Eu não quero imaginar ele fazendo algum mal a você. – Ela apenas sorriu e saiu do quarto.
Arrumei minha trouxinha e me despedi da minha mãe, indo para a casa do Ray. Ele morava a algumas quadras de distância, então não demorei muito para chegar lá. Toquei a campainha e ele demorou cerca de dois minutos para atender.
- Hey duende. – Sorriu animado.
- Hey palmeira. – Respondi, entrando na casa. Eu e o Ray é muito amor.
- Senta ai e liga o vídeo game, eu vou pegar uns salgadinhos e refrigerantes. – Foi para a cozinha.
- Parecemos duas crianças Ray. – Ri, sentando no sofá. – Por que você não foi à aula hoje? Fiquei sozinho no recreio. Ah, você nem sabe, tem um garoto novo na escola, e todo mundo falou com ele, como se ele estivesse ali há tempos. Em um dia ele ficou mais popular do que eu.
- Gnomo, quando você começa a falar, você não para. – Ray riu. – Frank, o zelador da escola é mais popular que você. Você é muito antissocial, e xinga todo mundo. Olha, se você não tivesse me emprestado uma caneta no meu primeiro dia de aula, eu nunca falaria com você. Mas eu realmente precisava de uma caneta. – Olhou para o nada.
- Seu interesseiro! Só anda comigo porque eu tenho várias canetas. – Ri. -Mas o garoto é chato mesmo, irritante e... Argh, eu nem quero falar sobre isso porque eu vou me estressar. Me dá esses salgadinhos! – Puxei a tigela da mão dele quando o mesmo voltou da cozinha.
- Posso falar as minhas novidades agora? – Sentou ao meu lado.
- Não, eu ainda tô irritado.
- Foda-se. Dois amigos meus de Newark que são irmãos se mudaram pra Belleville! Agora você vai ter mais dois amigos Frank! – Riu. – Sério agora, eu passei à tarde lá com eles, eles estão morando naquele edifício novo no centro da cidade sabe? Lá é incrível Frank, muito legal. Tem piscina.
- Sua casa também tem piscina Ray. – Revirei os olhos. - Que bom né? Agora você vai me trocar por dois amiguinhos de infância. – Revirei os olhos de novo. – Ah merda, morri! – Falei quando caí em buraco jogando Super Mario Bros 3.
- Minha vez! – Pegou o outro controle. – Frank, não fica com ciúmes, pensa que agora são mais duas pessoas no grupo. E eu não vou te trocar por alguém, seu idiota.
- Eu não quero andar com dois nojentinhos de Newark. – Olhei para ele e ele me olhava sério. – Sem ofensas, claro. Sei lá Ray, eu tô legal assim.
- Pois eu adorei que eles vieram morar aqui.
- Porque eles vieram morar aqui?
- A empresa que o pai deles trabalha abriu uma filial aqui e o pai deles vai ser o diretor.
- Quantos anos eles têm?
- Um tem 18 e o outro 15.
- Ainda estudam? – Tô fazendo relatório completo. Não é qualquer um que pode ser meu amigo.
- Um é idiota como eu e reprovou de ano, está no 3º ano, e o outro tá no 1º ano. Eles vão estudar na nossa escola, mas acho que não foram à aula hoje. Eles são legais, Frank.
- Hey, espera... Eles vão estudar na nossa escola? Um deles tá no 3º ano e tem um irmão que também estuda lá?
- Sim... Foi o que eu disse. – Falou óbvio.
- O nome dele não é -. – Fui cortado pela campainha tocando.
- Devem ser eles! – Levantou.
- Como assim?!
- Eu os convidei para vir jogar vídeo game com a gente. Os pais deles saíram com os meus. – Disse tirando os farelos da roupa. – Eles disseram que se conseguissem chamar um taxi, eles vinham.
- Porque é difícil chamar um taxi né. – Revirei os olhos.
- Para de ser chato Frank. – Abriu a porta. – Vocês vieram caras! Entrem!
- Oi Ray. Tudo bem cara? – Um deles falou, entrando em casa.
Oh não.
- Tudo sim. – Falou fechando a porta. – Fiquem à vontade garotos. Ah, esse é o meu amigo, Frank Iero, eu o convidei para passar a noite com a gente. – Apontou para mim.
- Oi Frank, eu sou o Mikey. – Um garoto magro com uma camisa do The Flash e óculos de grau estendeu a mão para mim.
- Oi Mikey. – Sorri tímido, levantando do sofá.
- Olha só! Oi Frank, quanto tempo! Estavam difíceis as questões de matemática? – Olhei para a cozinha e vi o que eu já desconfiava, porque sou muito inteligente. Gerard Way estava na cozinha de Ray comendo salgadinhos.
- Ah, eu sabia que era você. – Me joguei no sofá.
- Ué, vocês se conhecem? Como? – Ray perguntou confuso, se sentando do meu lado novamente e pegando o controle do vídeo game.
- Ele vai ser nosso coleguinha Ray. – Falei. – E ele me levou para a detenção e me deixou lá sozinho porque o irmão ele pediu para ele ir embora. Se fosse eu, o diretor não me deixava ir embora nem se o Hagrid viesse me buscar para ir para Hogwarts.
- Eu amo Harry Potter. – Mikey disse.
- Desculpa Frank. – Gerard se sentou ao meu lado. – Não era a minha intenção.
- Então porque raios você fez “piu”?!
- Eu já expliquei. – Disse pegando o controle remoto que estava no meu colo. – Morre Ray, eu quero jogar!
- Gerard, vai à merda! Eu sou a melhor pessoa do mundo jogando Mario. – Respondeu o cabeludo concentrado no Mário.
- Você escolheu jogar com o Luigi? – Me olhou. – Quem joga com o Luigi cara?
- Eu jogo! – Mikey levantou a mão.
- Você não conta Mikey, você é a pessoa mais nerd que eu conheço. Mais que eu. – Gerard Riu.
- Cara, eu vou jogar depois do Ray. – Puxei o controle da mão dele.
- Você já não jogou? Já né, então depois do Ray eu jogo.
- Não, deixa o Mikey jogar. – Entreguei o controle para o irmão dele, que agradeceu. – Você não gosta do Luigi, espera o Ray terminar e pega o controle dele.
- Okay. – Levantou os braços, rindo.
Ficamos jogando por muito tempo, acho que já passava das onze horas da noite e os pais do Ray não voltaram ainda. Eu acho que eu não vou poder ver salgadinhos por um bom tempo e não tem espaço na minha barriga para mais Coca-Cola.
Nós ainda jogávamos de dupla, eu e Mikey, e Ray e Gerard, mas agora jogávamos algum jogo de lutinha que eu não sei o nome. E agora era eu contra o Ray.
- Para de me cutucar Gerard! Eu preciso de concentração caramba! – Falei bravo enquanto o chato do Way ficava cutucando a minha barriga.
- Piu. – Ele falou baixinho no meu ouvido.
- PORRA GERARD! – Falei virando a cabeça e escondendo o pescoço. – Mikey, dá um jeito no teu irmão ou a gente vai...
- GANHEI! – Ray levantou os braços. E então ele e Gerard começaram a comemorar.
- Eu odeio vocês. – Cruzei os braços.
- Boa noite meninos. – A mãe do Toro entrou em casa. – Ways, a mãe de vocês está ali fora para vocês irem embora.
- Obrigado tia. – Gerard se levantou. – Bom, nós nos vemos amanhã garotos, boa noite.
Eles se despediram de todos e foram embora. Eu e Ray limpamos a bagunça e nos arrumamos para dormir. Deitei na outra cama que tinha no quarto de Ray enquanto ele estava no banheiro, mas logo ele já se jogava na cama com um pijama azul listrado.
- Gostou dos garotos? – Perguntou.
- Do Mikey sim, do Gerard não. – Falei encarando o teto.
- Você não gostou do Gerard né? Você amou! – Falou com uma voz gay.
- Ray, você tem problemas. Eu não gostei daquele cara, ficou me incomodando a noite inteira. – Revirei os olhos.
- Frank?
- Quê?
- Piu.
- Vai à merda Ray! – Virei para a parede.
Então eu dormi. Com o Ray fazendo “piu” e rindo loucamente.