Chasing Cars escrita por JuhChagas


Capítulo 16
Surfboards.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora meus amores :/ Eu tive problemas com a internet e criatividade, mas finalmente cheguei. Não pude responder aos reviews mais recentes, peço perdão por isso também, prometo responder à todos. Leitores novos, sejam bem-vindos sweethearts *---* Obrigada pelos reviews lindos, e continuem deixando-os, tô muito feliz :)
Enjoy it,xx.



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                                                    POV Annabeth.

         A semana passou rápida, apesar de constrangedora. Toda vez que eu encontrava Percy, eu não sabia o que dizer, como me comportar... Era estranho. Não o fato de ele ter se declarado, isso era reconfortante, mas sim o fato de eu ainda não ter mostrado como o sentimento era recíproco. É muito provável que ele já estivesse pensando que eu não sentia o mesmo por ele, mas estava errado. Eu só não tinha achado as palavras certas ou o lugar e momento. Ou talvez até a coragem. Eu tinha a vontade de dizer-lhe que também o amava, mas no fundo ainda existia aquele medo da decepção. Para dizer a verdade, para voltar a ser simplesmente sua amiga, eu já tive que controlar esse medo. E agora, para dar mais um passo à diante, não era necessário apenas controlá-lo, mas superá-lo por completo.

          No estacionamento do colégio Thalia não parava de me contar, uma vez atrás da outra, que Nico, finalmente, havia lhe pedido em namoro. Ela já vinha reclamando para mim há certo tempo que eles estavam juntos, mas que nunca ouvira um pedido real saindo de sua boca. E agora que havia acontecido, e que ela havia aceitado, “era como se fosse uma nova e melhor relação”, foram suas palavras.

          - Ah Annabeth, eu estou to feliz! – Thalia me envolveu em um abraço esmagador. Surpreendi-me pelo gesto, mas correspondi sorrindo. Thalia não era muito de abraços e dois beijos na bochecha e “amiga”. Ela dizia que nós já éramos amigas, não era preciso acrescentar “amiga” no fim de cada frase, nós sempre concordamos em relação a isso. Quando Thalia me soltou do abraço eu notei como milagres acontecem, e o milagre de Thalia tinha nome e sobrenome, Nico Di Ângelo. Fiz a nota mental de agradecê-lo mais tarde. Quase ri com os meus pensamentos.

          - E eu estou feliz por vocês. Quer dizer, vocês! – e ela alargou ainda mais o sorriso. Os olhos azuis pareciam uma piscina, hoje.

          Senti duas mãos grandes cobrirem meus olhos. Uma respiração quente bateu contra minha bochecha direita antes de um “Adivinha quem é.”.

          - Bobo! – Percy depositou um beijo longo e estalado na maça de meu rosto. Instantaneamente senti o sangue queimar no local. Ele descobriu meus olhos e se posicionou na minha frente sorrindo grande.

          - Tudo bem com vocês? – ele perguntou para mim e para Thalia enquanto a cumprimentava com um beijo no rosto também. Ambas emitimos apenas um “uhum” e ele prosseguiu ainda com a expressão feliz. – Ah, Thalia! Nico já esta vindo, ele só ficou falando mais um pouco com Luke.

           Thalia lançou-lhe um olhar “E daí que ele estava vindo? Não é como se eu estivesse morrendo de ansiedade para vê-lo. Poupe-me”, mas foi em vão, um sorriso brincava contorcendo seus lábios. E ela, por fim, apenas murmurou um “ok” abafado. Ficamos conversando sobre algo que não tinha muita importância, mas o que realmente me chamava à atenção era o os traços alegres de Percy. Como se tivesse recebido uma boa noticia. Interrompendo seja lá qual era o assunto, resolvi perguntar.

          - Porque do sorriso enorme, Percy? – ele franziu o cenho logo após a pergunta. – Você parece mais feliz que o normal. – justifiquei.

          - Ah, você já vai saber. Os meninos já estão chegando. – ele deu com a cabeça por cima de mim, ainda sem deixar de sorrir. Alternava o peso de um pé para o outro de forma ansiosa.

           Luke e Nico nos cumprimentaram com as mesmas caras de Percy. Já estava ficando curiosa á esse ponto. Não deixei que uma conversa começasse, repeti a pergunta que fiz à Percy, dessa vez passando meus olhos de Luke para Nico, e então Percy.

           - Sim, sim... Eu já ia contar mesmo. – Luke gesticulou com as mãos, logo depois passando- as pelos cabelos cor de palha. – Sabem a casa que meus pais têm na Califórnia, garotas? – ele fez com que o fato fosse comum. Adverti-me à sempre lembrar que o Castellan era praticamente podre de rico. Apenas assentimos. – Então, eles a liberaram pelo final de semana e feriado. Vocês vão certo?

           - Que feriado? – Thalia foi rápida tirando as palavras da boca da loira.

           - Segunda-feira, Tha. – Nico respondeu abraçado à cintura da namorada por trás, o queixo apoiado na curva entre o pescoço e ombro dela. Ela sorriu com a notícia que teríamos um feriado e emitiu um pequeno, porém empolgado “yeah”. Eu olhei para os dois abraçados, ambos parecendo tão contentes. Eu realmente estava feliz pelos dois. Notei que Percy também os olhava com os lábios puxados ao canto.

         - Podemos sair daqui sexta à tarde, então teremos o sábado, domingo e segunda-feira inteiros. Segunda, quando começar a anoitecer, nós pegamos o vôo de volta. – Luke deu de ombros, simples. Fiz uma careta. Não é como se eu amasse de paixão a praia. Eu gostava, mas nem tanto.

         - Eu sei que você não ama de paixão a praia, mas vamos, por favor. – quase pulei quando Percy sussurrou perto do meu ouvido, sua respiração fazendo leves cócegas em minha nuca. Esse garoto lia mentes?! - Por favor, por favor. – ele pediu essa ultima parte com voz de bebê pidão.

         Eu ri engraçada atraindo os olhares para mim. Não haveria como negar a oferta e pedido de Percy. Afinal, estava na cara de que todos iriam e estavam muito ansiosos por sexta-feira, e apesar do meu “amor”, sintam o sarcasmo, seria divertido.

         - Eu ainda preciso ver com minha mãe, mas, por mim, tudo bem! – todos sorriram com a minha confirmação, e o papo prosseguiu. Agora, muito mais animado, pois Luke era um genuíno palhaço. Estava na cara de todos a contagem regressiva para o fim da semana, e eu meio que os fazia de tolos dizendo a mim mesma que “seria só uma viagem, menos pessoas...”, mas depois de que uma ideia perfeita me ocorreu relacionada ao moreno dos olhos verdes ao meu lado, e que eu poria em prática nessa viagem, até eu contava os dias. 

                                                                  xxx 

           - Nossa! Aqui é lindo, Luke! – a boca de Thalia formou um perfeito circulo. Todos nós encarávamos tudo embasbacados. A casa era simples, de madeira clara, em alguns pontos, pintada de um azul que eu não podia explicar. Era localizada à beira da praia, literalmente. Quando descíamos os três degraus da varanda da frente, pisamos no nosso jardim de areia. O mar tinha a água translúcida, era possível ver as unhas dos pés, quando a areia do fundo não estava levantada. Era bem calmo no raso, parecia uma piscina artificial, mas no fundo as ondas eram altas e pareciam perigosas... No horizonte havia algumas montanhas, não muito altas, mas que davam certo charme à paisagem. Principalmente agora, que o Sol se punha entre elas.

           Luke sorriu também mirando o pôr-do-sol, era notável como aquele lugar era especial para ele. Ele murmurou um “vamos pessoal”, mas nem ele parecia querer ir. Caminhamos sem muita pressa até a casa, e apoiamos as poucas malas no chão de madeira também enquanto Luke girava a chave prateada nos trinco. O interior era simples também, nada como nós havíamos imaginado. Nós todos sabíamos que Luke nunca teve problemas financeiros, nem perto disso, e por essa razão pensamos que a “casa na Califórnia” seria toda chique e de acabamento fino, mas nos enganamos. Na verdade, havia um toque bem rústico pelos cômodos que pareciam não ter fim. Cada pessoa teria a sua suíte, apesar de que Thalia e Nico só fariam uso de uma... Safados, soltei rindo. Tinha o cheiro da brisa do mar e leve eucalipto, era bem acolhedor, para ser sincera. De fato, eu não esperava esse aconchego.

           Quando todos haviam organizado as malas nos quartos, já estava quase que completamente escuro do lado de fora. Até pensamos na possibilidade de montar uma fogueira e virar a noite cantando musicas, aliás, Percy tinha trazido seu violão. Uma felicidade estranha me preencheu. Mas estávamos todos muito cansados da viagem, e de semana de aula em si, então resolvemos simplesmente pedir pizza para o jantar e depois Luke achou alguns filmes de terror antigos em uma caixa. Thalia sentou em um sofá com Nico, se deitando em seu peito, Luke pulou se esparramando completamente por outro, e eu e Percy nos acomodamos no terceiro.

           Os filmes de “terror” estavam mais para comédia. Era impossível não rir das situações ridículas do filme, e no fim todos tínhamos lágrimas nos olhos e a barriga doendo de tanto rir. Luke zapeou pelos canais da TV, finalmente parando de um episodio de Friends. Eu queria muito assistir, afinal, aquele era um dos meus programas favoritos, mas meus olhos já pesavam. Comuniquei que estava subindo para dormir, e Percy logo disse que faria o mesmo.

            Acompanhou-me em silencio pelas escadas e corredor, quando parei em frente à porta onde eu dormiria, ele por fim se pronunciou.

            - O que você acha de fazer uma fogueira amanhã à noite? – ele passou as mãos pelos cabelos bagunçando-os mais ainda, e depois as enfiou fundo nos bolsos da bermuda.

            - Vai ser legal, faz um tempo que não faço isso... Você vai tocar, certo? – perguntei me encostando ao batente da porta.

            - Eu acho que sim. – ele deu de ombros encarando o chão.

            - E cantar também. – impus. – Estou com saudade dos seus covers... - ele riu pelo nariz, sorrindo meio envergonhado e eu sorri sentindo as bochechas corarem também. – Fico feliz que tenha voltado, você sempre foi bom.

            - Eu também fico feliz, fez falta... – ele retrucou simples e depois disso instalou-se um silêncio meio desconfortável. Nenhum de nós sabia ao certo o que dizer, não havia muito a ser dito, afinal de contas, então eu fiz o que tinha vontade. O envolvi em um abraço apertado, sentindo seu cheiro tão semelhante ao da casa em sua pele. Os braços dele circularam minha cintura, em um aperto forte e protetor, como que não queria soltar. Eu não queria o soltar igualmente. Ele depositou um beijo demorado sobre o meu cabelo e então ouvi a voz abafada em minha nuca, deuses como aquilo era bom... – Boa noite, Annie.

       E depois ele desapareceu por de trás da porta à frente à minha, e eu fiz o mesmo ainda podendo sentir sua respiração quente sobre minha pele.

                                                                   xxx

       No sábado de manhã, nós já havíamos descansado e todos estavam empolgados para aproveitar o dia. Lá fora estava tão iluminado pelo Sol que chegava a doer os olhos, não havia nem sequer uma mísera nuvem no céu. O calor havia aumentado significantemente, e eu me perguntava se já não haviam chegado aos 50° C...

       Tomamos o café da manhã reforçado com os garotos discutindo sobre o quão “iradas” estavam as ondas de hoje e alguns nomes estranhos que conclui que seriam nomes de manobras de surf. Eu e Thalia conversávamos sobre qualquer coisa e acabamos por terminar a refeição que eles. Subimos para o meu quarto e nos preparamos para ir à praia. Quando prontas, Thalia vestia um biquíni vinho, a parte de cima era presa por duas finas alças que se encontravam em sua nuca. Eu usava um tomara-que-caia azul marinho, cor que sempre gostei, com delicados detalhes em branco. Formava a cor da Marinha, ri quando a morena bateu continência para mim.

       Na ponta da escada ouvimos a porta sendo aberta com um leve rangido.

       - Meninos? – ela chamou mais alto.

       - Nós estamos indo pegar as pranchas atrás da casa. – Luke berrou em resposta.

       - Vão indo para a praia. As coisas estão aqui na varanda. – Foi a vez de Nico gritar estrondoso.

       - Ok. – disséssemos em coro. Terminamos de descer os degraus a tempo de ver a porta sendo fechada e o cabelo loiro pulando o parapeito de madeira da varanda.

       Só havia duas cadeiras, uma esteira e um guarda-sol, os meninos ficariam a maior parte do tempo na água, de qualquer forma. Carregamos sem dificuldade as coisas e escolhemos um lugar que nos agradasse. Não era perto demais do mar, era onde a areia voltava a ser mais fofa.

       Thalia se sentou em uma das cadeiras deixando apenas as pernas ao sol, eu me deitei na esteira e fechei os olhos pois o Sol estava muito forte, e comecei uma conversa animada com ela sobre os filmes que iam estrear nos próximos meses. Ouvi as vozes dos meninos se aproximando, mas manti meus olhos fechados. Ouvi as pranchas sendo enfiadas na areia. Então todos ficaram em silêncio e antes que eu pudesse perguntar por que havia se calado de repente, senti um peso sobre meu corpo, e segurei um pequeno grito. Apenas emiti um breve gemido por estar sendo esmagada. Abri os olhos, mas como estava sem os óculos de Sol, tive que os fechar mais uma vez.

       - Quem é o elefante me esmagando?! – gritei por cima da risada de todos, e depois a minha própria.

       - Abra os olhos e veja por si só. – a voz soou e senti os lábios da pessoa roçar contra minha bochecha direita.  O reconheci finalmente.

       - Deuses, Percy! Saia de cima de mim agora, seu gordo! – Mandei fitando o rosto próximo demais do meu.

       - Assim você me magoa, Sabidinha. – ele fez um bico infantil e aliviou parte do seu peso apoiando-se em um dos antebraços. Nossas pernas entrelaçadas. Deuses será que ele poderia ser mais perfeito? Olhei em volta e vi que todos já haviam se dispersado. Luke caminhava com vigor até o mar, a prancha de baixo do braço, Nico havia se sentado na cadeira ao lado de Thalia e sussurrava algo em seu ouvido. Ela tinha um sorriso perverso direcionado ao mesmo, e eu desejei nunca nem mesmo ter idéia do que aqueles pervertidos e imundos estavam falando. Ri pelo nariz quando voltei o olhar Percy, seu bico crescia cada vez mais. Então fiz o que queria. Selei nossos lábios muito rapidamente, apenas sentindo sua textura.

       Ele pareceu surpreso demais de inicio para ter qualquer tipo de reação, e confesso e temi sua quietude, mas depois se rápidos segundos seu sorriso se alargou mais e os olhos verdes ganharam um brilho novo e diferente, porém ainda lindo.

       - Desculpe, Cabeça de Alga. Você não é gordo. Você é... – um sorriso torto de canto formou-se, como o de Nico e Thalia há pouco, e ele se levantou esticando sua mãe para mim.

       Sabe aquela pergunta que fiz anteriormente? “Será que ele poderia ser mais perfeito?”... A resposta agora estava em evidencia como uma placa pendurada em meu pescoço com as letras em neon, e gritava “Sim!”. Enquanto uma mãe permanecia esticada à mim, o outro braço pendia descontraído ao lado do corpo. O corpo... A pele de Percy, mesmo sobre as roupas, era bronzeada igualmente. Ele não era aquele rapaz de chamávamos de “bombado”, mas tinha os ombros largos relaxados, os bíceps mesmo sem estarem contraídos, eram perceptíveis. A barriga tinha o “tanquinho” na proporção ideal.

       - Você é... – Um deus grego, pensei logo me advertindo.

       - Aproveitando a paisagem, Annie? – ele tinha aquele sorriso debochado que me fez corar instantaneamente. Desviei o olhar para a areia enquanto segurava sua mão, sendo levantada.

       - Haha! – forcei a risada irônica. – Muito engraçado, Jackson. – o chamei pelo sobrenome, rolando os olhos.

       Esperei ele retrucar de maneira ainda mais sarcástica, mas ele não dizia nada. Parecia petrificado. Segui seu olhar, e no fim eu fitava meu próprio corpo. Voltei a olhá-lo e seu maxilar estava travado nervosamente.

      - E você, Perseu, o que acha da paisagem? – sorri de canto. Estava satisfeita com sua reação.

       - Uhum. – ele assentiu ainda disperso do que fazia. – Acho linda...

       Ele subiu o olhar lentamente, passando por todo meu corpo, e eu quase podia sentir a pele queimando por onde ele fitava, até que seus olhos encontrassem com os meus. Vi sua expressão mudar rapidamente, assustada. Finalmente havia percebido como estava sendo indiscreto, e agora tentava retirar suas palavras.

       - Não! Quer dizer... – seus olhos estavam arregalados. Resolvi brincar mais um pouco. Só mais um pouco.

       - Não? Você não acha? – imitei o bico que fizera mais cedo. A voz manhosa encobrira completamente a risada presa em minha garganta.

       - Não! Quero dizer... Argh! – ele ralhou irritado consigo mesmo. – Você está me confundindo. – ele fechou os olhos e passou as mãos pelos cabelos negros. – Eu te acho linda.

       Ele começou a caminhar até mim com os braços abertos, pronto para um abraço. Distanciei-me com poucos passos.

       - O que? Não, Percy... – fiz a voz doce, como quem explica à uma criança de onde os bebês vêm.Apontei o horizonte ingênua. – Olhe, eu estava falando sobre a paisagem.

       Ele riu alto com a expressão divertido e mais uma vez tentou se aproximar. Não deixei.

       - Muito engraçado, Chase. – ele disse e eu me perguntei como nunca havia percebido o quão sexy meu nome soava quando saído de sua boca. – Mas eu estava falando de você.

       Levei a mão à boca, cobrindo-a como que esta descrente de algo. Emiti um pequeno e fingido ruído de indignação e surpresa misturadas.

       - Que pervertido, sujo... – proferi mais uma série de nomes, mas agora ambos já riamos como duas crianças tolas.

       - Vem cá, você ainda não viu nada. – e ele correu atrás de mim, os dois em direção ao mar.

                                                                     xxx

       O dia passou voando enquanto assistíamos os meninos surfando. Eles eram talentosos, confesso que não pensava que eram tão bons. Depois daquela cena na praia, Percy não parou de sorrir nem por um minuto, e eu estaria mentindo se dissesse que também não o fiz durante todo o tempo. Acho que foi uma das tardes em que eu e Thalia mais conversamos. Eu sentia falta de conversar longamente com ela, falando sobre nada e tudo ao mesmo tempo.

        Ela me contou como estava as coisas com seu pai, Zeus. Lembrei-me da época em que eles não se davam bem, e me senti aliviada agora que Thalia e ele não poderiam ter uma relação melhor. Contou-me também sobre sua madrasta, Hera, e como era a única coisa que impedia a total paz em casa. Thalia dizia como não suportava aquela mulher tentando tomar o lugar de sua mãe todo o tempo, como se fosse algo possível. Também me contou que o pai tinha dado a ideia dela fazer um intercambio de um ano para Londres. Assim ela espaireceria os problemas e aperfeiçoaria o próprio francês que já praticava desde garota. Ela estava tentada a aceitar.

        Eu sentiria uma falta imensa de minha melhor amiga, quase irmã. Seria como um buraco em meu peito, no inicio, eu sabia, mas ainda assim torcia para que ela aceitasse a proposta e fosse, afinal, quando ela teria outra oportunidade como essa?

        - Eu sentiria sua falta, Annie. – ela disse com um sorriso triste à mim.

        - Eu também sentiria a sua, Tha. Mas, a gente aguenta. Eu poderia dar um jeito de te visitar nas férias de inverno... – dei de ombros retribuindo o sorriso. Nós daríamos um jeito, disso eu tinha certeza. – Acho que você deveria ir.

        - Também acho. – ela respondeu simples e voltou o olhar parcialmente ao horizonte lindo, e parcialmente ao mar.

        - Thalia... Mas, e o Nico? – esperei uma resposta, mas desisti dela quando Thalia permaneceu imóvel, com a expressão dura. E eu soube que Nico era a única pessoa que ela não suportaria deixar.

                                                                xxx

       Luke tinha acabado de acender a fogueira que crepitava forte. Todos já estavam sentados em roda, em uma conversa cruzada e divertida. Era engraçado para mim como pequenos momentos faziam tudo valer à pena... Fitei Percy sorridente ao meu lado. As luzes alaranjadas deixavam seu rosto ainda mais belo, com um quê de mistério.

       Eu havia tentado criar um plano sólido, e decorar linhas, mas deixei a ideia de lado. Resolvi que simplesmente faria o que quisesse no momento certo. E o momento certo eu descobriria na hora também... Em outras palavras, joguei tudo na mão do destino e torci para que estivesse fazendo o certo.

       Percy virou-se para mim também, e nossos olhares se encontraram por longos segundos. Algo dentro do meu peito dizia que agora era o momento, o destino dizia.


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Notas finais do capítulo

Gostaraam? O que acham do intercambio da Tha? Pois é, o próximo capitulo promete loves, então deixem seus reviews lindos e maravilhosos, para eu ficar feliz e inspiradaaa *---*
XOXO.