Chasing Cars escrita por JuhChagas


Capítulo 10
Baby steps.


Notas iniciais do capítulo

Oláaa, como vão vocês?! Bem, esta minha semana foi corrida, então me deem um desconto pelo capitulo tão pequeno :/
Espero que vocês gostem!



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                                                    POV Annabeth

      Acordei assustada com o despertador gritando loucamente. Esfreguei os olhos preguiçosamente e levantei-me da cama. E não tinha problemas em ir para a escola e estudar, mas há dias em que eu chego a concordar com o resto dos alunos que são a favor das aulas começarem um pouco mais tarde... Bufei me encarando no espelho. Meu cabelo parecia mais um ninho de rato.

      Tomei um banho morno para acordar completamente e logo depois peguei uma maça na fruteira sobre a bancada de granito da cozinha. Escutei Thalia buzinando impaciente em frente à minha casa. Procurei as minhas chaves correndo por todos os lados, até que as achei. Dei uma mordida na maça enquanto saia de casa. Thalia continuava buzinando. Os vizinhos já deveriam estar acordando.

      -Calma Thalia Grace!- gritei correndo até o carro e abrindo sua porta desajeitadamente. Entrei esbaforida. – A gente esta atrasada?

      Ela olhou no relógio do rádio ligada em uma estação de música qualquer e deu de ombros.

      -Não...

     - Então por que... –comecei sendo rapidamente interrompida.

     - Shhhh!- ela levou o dedo aos lábios em uma forma de dizer para eu ficar quieta. – Eu só quis... Sei lá, chegar um pouco mais cedo no colégio hoje. – continuou indiferente e deu de ombros mais uma vez.

      Olhei-a com interesse. Thalia achava que a escola era um inferno, sempre pensou assim, e agora, por alguma razão, queria chegar mais cedo?!

       -Você está estranha hoje. –levei as costas da minha mão à sua testa, fingindo que media a sua temperatura. – Isso, por acaso, tem alguma coisa a ver com o Sr.Di Ângelo?

       Dei algumas cotoveladas em suas costelas de brincadeira. Thalia rolou os olhos, mas sem conseguir conter um sorriso torto.

       Notei a morena aumentar a velocidade, provavelmente tentando encurtar o tempo que passaria dentro de um carro comigo. Ou com o meu interrogatório que estava só para começar. Tanto faz. Nem se seu ao trabalho de responder minha primeira pergunta. Seguimos o caminho todo ao som de “Apologize” de One Republic. Chegamos rapidamente ao colégio.

     Um moreno estava sentado de baixo de uma árvore perto do estacionamento. Os fones de ouvido, fazendo-o balançar lentamente para frente e para trás, enquanto escrevia algo no caderno em seu colo. Parecia concentrado. Aí está o motivo da pressa para chegar ao colégio de Thalia. Olhei-a, e pela primeira vez no dia ela sorriu, de verdade. Não pude deixar de sorrir também. Era bom ver minha amiga feliz.

     Nós saímos do carro e andamos até chegarmos próximo a árvore. Nico levantou o olhar e seus olhares se cruzaram, ambos ficando estáticos por alguns segundos. Achei graça, mas resolvi quebrar o momento.

    -Thalia? Hey, Thalia! – passei a mão na frente de seu rosto. Ela piscou meio atônita, mas finalmente virou-se para mim. Abriu a boca várias vezes, soltando algumas tentativas de falar algo.

    -Olha Annie... Eu... Eu esqueci um livro meu no carro. Eu vou voltar lá buscar, acho melhor você ir pra aula. –ela sorriu no intuito de me conhecer.

     -Thalia, o sinal só vai bater daqui à 15 minutos! E seja lá o que for que você esqueceu no carro, ou posso ir buscar junto com você... –cruzei os braços e a olhei com uma sobrancelha erguida.

      Ela trocou um olhar rapidamente com o Nico, que ainda a encarava, e depois revidou o meu olhar. Sua expressão dizia “Por favor! Deixe de ser chata Annabeth”. Eu ri e ela apenas fez um biquinho fofo. Sabia muito bem o que ela queria.

     -Eu sabia! Era só ter dito, né... Bom, então, acho que já vou indo. Até mais cara de pinheiro!

     Girei em meus calcanhares e sai sorrindo internamente. Podia até ver o rosto da morena se contorcendo em raiva, por ser chamada pelo antigo apelido. Dinheiro nenhum pagaria a cara que ela estava fazendo, mesmo que não estivesse vendo-a. Pura diversão. Sorri mais ainda ao pensar que as minhas expectativas em relação à Thalia e ao Nico agora pareciam ser ainda mais tangíveis.

                                    -----------X----------X------------X------------

       - Esta semana trabalharemos “descrição poética”. – o professor de literatura escreveu o termo no quadro negro. –Para isso, vocês serão divididos em duplas, da minha escolha.

       A sala inteira soltou murmúrios e grunhidos de reprovação, mas todos sabiam que o que o Sr. Smiths falava era lei, e nada o faria mudar de opinião.

       -Primeiramente, as duplas serão compostas por uma menina e um menino, necessariamente. – eu e Thalia nos olhamos tristesmente.- Eu pretendo quebrar esse tabu acadêmico.

       Ele se sentou na sua mesa, e abriu um caderno. Encarou-nos pensativo, os olhos correndo de um lado para o outro.  Começou a escrever rapidamente no papel. Depois se levantou ficando na frente de todos nós novamente e leu em voz alta, sem tirar os olhos das suas anotações.

        -Silena e Charles Beckendorf... – E assim seguiu de forma apressada. – Thalia Grace e Nico Di Ângelo e, finalmente, Annabeth Chase e Percy Jackson. – ele terminou se virando para o quadro negro e começou a escrever algumas coisas.

       Enterrei meu rosto nas mãos. Que sorte a minha, não?! Praguejei baixinho o Sr. Smiths. Tantas pessoas que poderiam ser a minha dupla, mas não... Tinha que ser logo de quem eu estava tentando fugir! Bufei começando a anotar tudo que estava marcado na lousa. O professor voltou a nos fitar depois de longos minutos.

      -Bom... De forma mais resumida, vocês farão redações sobre os seus parceiros, usando termos poéticos para descrevê-los, suas características, jeitos, hábitos, ações, tudo. No quadro estão mais informações sobre como eu quero seus textos, que, aliás, são para segunda-feira.

        O sinal bateu e todos se levantaram se direcionando às suas respectivas duplas, enquanto o professor saía da sala com a maleta em mãos. Continuei sentada, encarando meu caderno. Bufei imaginando-me não só tendo que passar um dia com ele, mas escrevendo sobre ele, um texto poético sobre ele! Notei alguém se sentando ao meu lado e me virei para conversar com Thalia.

      - Thalia... –deixe minha voz morrer aos poucos. – Ah, oi Percy.

      -Oi Annabeth. – ele disse sorrindo abertamente.

      - Você, de bom humor, durante a manhã?! Uau. Conheço-te o suficiente para saber que isso é quase um milagre. – comentei divertida, afinal, se eu teria que passar tempo com ele, não custava nada fazer com que o clima não ficasse desagradável.

       Ele riu com gosto antes de alargar ainda mais o sorriso, exibindo os dentes brancos e perfeitamente alinhados, antes de falar:

        - Seria um milagre mesmo há algumas semanas...

         - E porque não agora?- indaguei confusa, enquanto franzia o cenho.

         - Eu estive pensando muito ultimamente, e acho que estou tentando mudar. Não completamente, mas acho que, em partes, eu preciso ser outra pessoa. Eu quero mudar em alguns aspectos. Entende? – assenti.

          - Quais aspectos, por exemplo? –apoiei meu queixo sobre meu punho fechado.

          -Ah, eu não sei... Mas, penso que deixar de ser um idiota já seria um começo razoável. –ele deu de ombros, pensativo.

           Tombei minha cabeça para trás, gargalhando sem me importar que as pessoas perto de nós reparassem. Logo fui acompanhada pelo moreno.

           - Concordo. Na verdade, seria um ótimo começo!- adicionei ainda recuperando o ar.

          - É, vai ser o primeiro passo pra minha mudança. Um passo de cada vez Annabeth, passos de bebê... Afinal, eu já perdi muito por ser assim. Pessoas que eu amo... – ele encarava o nado, com a expressão vazia.

           Na hora soube que a frase tinha sido para mim. Sorri internamente pela segunda vez no dia. Será que, então, a sua mudança estava sendo, em parte, por minha causa? Esperei que sim, mesmo me reprimindo depois.

           Sorri fracamente, me acomodando na cadeira, enquanto ele retribuía o sorriso de forma gentil.

           - Então... O que você acha de almoçar comigo hoje? E depois nós poderíamos ir ao Central Park e começar esse negocio todo de literatura... Quer dizer, se você quiser, é claro!  - ele gesticulou com as mãos agitadas.

           Pensei por alguns segundos, mas o clima já estava ficando tenso, então respondi a primeira coisa que me veio à cabeça:

           - Ah... É claro que sim, vai ser legal.


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Notas finais do capítulo

Eaí, oque acharam? Juro que o próximo vai sair maior e melhor, principalmente! Eu quero meeeus reviews hein! Senão, nem próximo vai ter! ~ameaça~ kkkkkk
Love Always,
JuhChagas.