Chasing Cars escrita por JuhChagas


Capítulo 1
Thunders in her Eyes


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores *-* Gente, como dizia os avisos lá na primeira página, essa é a minha primeira fic Percabeth, então sejam bonzinhos, e please, deixem suas opiniões para eu poder saber se continuo, ou não. Ai vai o primeiro, é só pra dar um gostinho, se vocês gostarem, logo posto outro.



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    O professor falava sem parar, em mandarim, ao que me parecia, mas eu não prestava atenção em momento algum. Eu odeio biologia, de forma que eu rabiscava a ultima página da apostila, às vezes encarando o lado de fora pela janela. Uma linda sexta feira ensolarada, e eu aqui, preso na última aula, que parecia se arrastar sem pressa nenhuma. Se meus amigos ainda tivessem esse tempo na mesma aula, mas não, eu tive a sorte de cair em uma aula sem nenhum amigo. Quer dizer, havia alguns conhecidos na sala, afinal eu era um dos garotos mais populares do colégio, eu conhecia todo mundo, mas ninguém com que o meu diálogo passasse de “Oi. Sim. Não.” Fecho os olhos e levo um susto com o sinal abrindo-os rapidamente. Obrigado deuses, penso me levantando impaciente, sai da sala quase correndo.

    Estava pondo meu pé para fora da escola quando ouço uma voz estridente atrás de mim:

    - Sr. Jackson, onde pensa que vai? Esqueceu da detenção querido?- Sra. Doods soou completamente sínica. Desejei que Zeus mandasse um raio sobre ela.

    - Não, senhora. Eu já estava indo. – respondi xingando-a mentalmente.

     Logo hoje, pensei andando cabisbaixo até a detenção. Cheguei à sala vazia e coloquei meus fones de ouvido esperando o tempo passar. Sorri sozinho lembrando que hoje, na verdade, eu completava 16 anos de idade. É, feliz aniversário pra mim, na detenção. Há muito tempo eu não coloco uma vela em um bolo e faço um desejo, os últimos dois anos eu havia saído com os meus amigos, sempre íamos à uma balada e acabávamos de ressaca no dia seguinte. Mas eu gostava dessa curtição, é uma pena que esse ano eu não tenha agitado nada, para ser sincero, eu só queria ficar quieto hoje, deitar na minha cama e não fazer nada. Estamos no final do primeiro bimestre e eu já desejo como louco que passe rápido. Pode-se dizer que eu não acordei do lado certo da cama nenhuma única vez esse ano, tudo parece estar dando errado, jogando contra  minha sorte.

   Senti meu celular vibrar no bolso. Olhei na tela que dizia “Você tem 1 nova mensagem”.

   Pensou que nos esquecemos do seu aniversário, né Percy? Sabe aquele beco da Rua 9? Entre lá quando sair da detenção, estamos com o seu presente. Dizia a mensagem de Ethan.

   Franzi o cenho imaginando o que Ethan estava planejando. Ele tinha 17, mas repetira uma vez, então nós éramos do mesmo ano. Ele era alto e mais forte que a maioria de nós, tinha o cabelo e os olhos chocolate e sua pele era morena, ele me lembrava muito um índio. Um índio pervertido e nada confiável, essa sempre foi minha verdadeira opinião sobre ele. Ele sem dúvida era o pior do nosso grupinho, que incluía eu, Ethan Nakamura, Nico DiAngêlo e Luke Castellan.

   Nico era um pouco revoltado, vivia com roupas pretas e com estampas de bandas (o que sempre gerava algumas piadas internas), os cabelos negros ressaltavam o quão pálida a sua pele era. Acho que tínhamos a mesma altura e o mesmo físico, a diferença é que ele vivia quieto, com os fones de ouvidos e cara fechada. A sua primeira impressão assustava a maioria das pessoas, mas depois de conhecer-lo você percebe que é uma ótima pessoa. Já éramos amigos a 5 anos, e naquele grupo era à ele quem eu confiava qualquer coisa. Luke tinha a sua fama de galinha a prezar, então sempre que o visse ele estava com aquele sorriso enorme no rosto e olhos azuis jogando charme à qualquer uma. Ele era uns dois palmos mais alto que eu e tinha os músculos definidos, e os cabelos loiros e lisos. Ele era o que mais fazia sucesso entre as garotas. Ele tinha uns ataques de “eu sou o lindo e gostoso” que irritava todos nós algumas vezes, mas era gente fina, sempre de bom humor.

  Sorri torto ao pensar na minha própria descrição. Era normal, estatura média, pele clara, olhos verdes, cabelo levemente ondulado escuro que moldava o meu rosto, mas era um dos caras mais populares da escola, e isso fazia de mim um tipo de “deus grego” para as garotas. Era como se elas me vissem em um pedestal inalcançável e se matassem só por uma noitada. Não que eu entendesse, afinal, quando eu me olhava no espelho só via o Percy, só isso, nada de divino. Mas eu também não reclamava, essa opinião das garotas sempre me rendia uma companhia feminina diferente, e não sejamos hipócritas, eu gostava da fama e das suas conseqüências. Tamborilei os dedos na mesa rabiscada por outra pessoa. O sinal soou mais alto que os meus fones de ouvido, joguei a minha mochila nas costas e sai em passos rápido da escola.

   Peguei a chave do meu Porsche preto estacionado no bolso e logo estava dirigindo até a Rua 9. Nunca fui de ficar curioso, mas era Ethan não era de surpresas, o que me chamou bastante a atenção. Entrei na rua deserta, como sempre, as casas escasseavam aqui e ali em alguns pontos do trajeto, a maioria eram prédios abandonados. Vi dois carros na frente do beco, o de Ethan e o de Luke que sempre dava carona para Nico, já que moravam perto um do outro.

   Estacionei o meu atrás e o tranquei, aquela era uma área meio perigosa, por ser tão deserta e esse beco não ser o único nas redondezas.

   Vi Nico e Luke encostados no carro murmurando alguma coisa. Luke tinha os braços cruzados sobre o estômago, enquanto Nico mexia em seu celular assentindo com a cabeça algumas vezes. Aproximei-me, e eles percebendo vestiram um sorriso amarelo.

   -Parabéns Percy! – disse Nico fazendo um antigo toque de mãos que tínhamos, me fez rir a lembrança o quão estúpido era o cumprimento. Murmurei um obrigado.

   -Tudo de bom irmão, se cuida, hein? – Luke sorria me dando uns tapinhas nas costas, mas algo estava estranho.

   -Pode deixar Luke. – sorri debochado, afinal não era eu quem precisava me cuidar, pensei divertido, mas deixei por isso mesmo. – Então, onde está Ethan? E que papo era aquele de presente?

   Nico acenou com a cabeça na direção do beco. E depois fez uma careta. Era óbvio que havia alguma coisa estranha acontecendo.

   -O que está acontecendo? Vocês estão estranhos. Qual é dessa vez?- perguntei esperando uma resposta que não veio. – Hey, o que está acontecendo? Nico, Luke, vocês não vão me falar nada?

   - Ah cara, você vai odiar isso... A gente tentou convencer o Ethan, mas você sabe como ele é, e hoje ele estava impossível. Ah Percy, você vai querer nos matar. – Nico disse meio atropelado despenteando os cabelos negros com as mãos agitadas.

   - E ele nem deixou nós entrarmos no beco, sei lá Percy, ele estava fora de si hoje.- completou Luke olhando os próprios tênis.

   Os encarei confuso. Mas de que diabos eles estavam falando? Virei-me adentrando o beco com passos largos e senti que eles me seguiam. Andei uns dez metros na quase total escuridão, e cheguei em um lugar mais iluminado por um poste. Estreitei meus olhos tentando focalizar algo.

   Vi a figura alta e morena de Ethan prensando outra contra a parede. Não sei por quanto tempo fiquei parado, ainda engolido nao escuro, até perceber que Ethan segurava uma garota de forma autoritária contra o muro, ele a cobria com o seu tamanho, portanto não pude enxergar quem era, mas pude ouvir soluços. Ainda assim esperei, não estava entendendo a situação. Percebi que as mãos da garota estavam juntas nas próprias costas, provavelmente amarradas. Mas, pelos deuses, o que estava acontecendo? As mãos de Ethan afagavam sem pudor algum a cintura da garota por baixo da sua roupa, ele cochichava algo em seu ouvido. Vi ele diminuindo a distância entre eles, involuntariamente sai das sombras em silêncio, a garota virou o rosto na direção que eu estava fugindo das tentativas do garoto, suas pálpebras estavam fechadas com força, e seus lábios se franziram reprimindo um soluço.

   Uma mecha de cabelo loiro caiu em seu rosto, e ela abriu os olhos que correram diretamente para os meus. Seus olhos eram cinza, tão nublado quanto um dia tempestuoso, se olhasse no fundo deles, talvez enxergasse alguns trovões dançando. Eu não precisei fazê-lo para saber disso, eu sempre conheci aqueles olhos, sempre me perdi neles. 


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Notas finais do capítulo

Eai, oque acharam? REVIEWS PLEASE *---*