Boa Noite Sammy escrita por Luh
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem e comentem!
Ótima Leitura a todos. =]
- Hei, espere um segundo, vamos devagar. Sabes que é proibido o que estamos a fazer? – perguntei. Ele sorriu e continuou a beijar-me. Estávamos escondidos atrás de uma macieira onde eu havia de colher as maçãs para a torta especial da rainha, mas Matthew era insistente demais para parar.
- Beija-me só mais um pouco, ajudo-te a levar as maçãs depois. – ele sorriu. Aquele sorriso brilhante. Beijar sem casar era um pecado, por isso tínhamos de fazê-lo escondidos. E quase sempre era no mesmo local, quando saia para colher frutos para o preparo das refeições reais. Eu era uma empregada simples do castelo, no auge de meus 23 anos, cabelos negros e olhos azuis me definiam. Já Matthew era um cavaleiro real, com seus 26 anos, cabelos cor de mel e olhos verdes, comparado a ele qualquer homem era apenas um homem. Um amor proibido que era muito excitante. Depois de beijarmos-nos por tempo suficiente para aguentar até a próxima refeição, quando eu voltaria, ele ajudou-me a colher as melhores maçãs e colocá-las em minha pequena cesta.
- Obrigada belo cavaleiro. Vemos-nos depois. – lhe avisei sorrindo e sai saltitante ate a cozinha do castelo. Deixei a cesta em cima do balcão e suspirei.
- Ande menina, tens um salão imenso para limpar. Ande, ande. – a senhora me deus as ordens.
- Sim minha senhora. – peguei o balde e todos os utensílios para limpeza de cabeça baixa. Segui para o salão, que estava muito sujo por sinal, ajoelhei-me e comecei meu trabalho de esfregar o chão.
- Como pode ter tanta poeira neste salão? – perguntei-me, mas recebi uma resposta, para meu espanto.
- Deve ser porque não fazemos mais bailes como antes. – levei a mão ao coração ainda acelerado por conta do susto. Olhei para a bela silhueta de um homem sorrindo.
- Desculpe senhor, já estou terminado e voltarei para a cozinha imediatamente. – desculpei-me, pois quem estava ali era ninguém menos que o príncipe Henrique IV, suas feições e traços fortes encantavam qualquer mulher, exceto eu.
- Não precisa se retirar. Continue e depois leve meu café da manhã no quarto. – ele me olhou virando-se e saindo. Suspirei e continuei com meu trabalho, quando acabei corri ate a cozinha e preparando a bandeja com o café do príncipe.
- Acalme-se Sammy – Jorge falou ao ver-me correndo pela cozinha. Jorge sempre foi bom comigo, ele quem me criou depois que minha mãe faleceu e meu pai não voltou da ultima batalha.
- Não posso demorar Jorge, o príncipe pediu o café no quarto, e rápido. – falei pondo um pedaço generoso de pão na bandeja já cheia.
- Tome muito cuidado com ele minha filha. Sabes o que pode te acontecer. – ele avisou-me.
- Não preocupa-te, ficarei bem. – sorri para ele e subi as escadas. Haviam tantos quartos naquele castelo que na maioria das vezes cansava antes de chegar aos quartos certos. Bati três vezes na porta, e ele mandou-me entrar.
- Deixe na mesa. – falou, estava de costas, os músculos pouco definidos a mostra eram um convite e tanto, mas não haveria de cair neste truque tão velho, ele o usava com todas que se atreveram a se envolver.
- Mais algo senhor? – perguntei vendo-o virar e mostrar seu belo rosto de traços fortes e olhos castanhos feito lama. Sei que é uma comparação horrível, mas eram as orbes mais lindas e castanhas que havia visto.
- Só mais uma coisa... – ele se moveu rápido e chegou perto de mim. – Deite na cama.
- Meu senhor? – perguntei sem saber que fim levaria isso.
- Deite na cama e me espere. Tomarei meu café e já irei a seu encontro. – ele virou-se e sentou-se á mesa de seu quarto. Mal sabia eu quais as intenções do príncipe, continuei parada e petrificada.
- O que ainda está fazendo aí? Não falei-te que a queria você na cama? – ele olhou-me assim que terminou sua refeição. Levantou-se e passou por mim, me virei para ver o que fazia, ele estava a trancar a porta.
- O que quer de mim? E porque trancaste a porta? – estava com muito medo.
- Todas tem a mesma reação, incrível. Mas espero que você faça o que quero, não resista ou mando cortarem sua linda cabecinha. – ele chegou perto, tão perto que nem Matthew havia chegado. Começou a beijar meu pescoço, meu ombro.
- Por favor, não. – já havia percebido o que queria de mim.
- Silêncio. – ele ordenou, estava tão assustada que comecei a chorar e soluçar.
- Por favor. – eu dizia, mas ele parecia não ouvir-me. – Senhor, por favor.
- Está com medo? – ele parou e sorriu. Eu fechei os olhos e abaixei a cabeça. – Só doerá um pouco, mas nada que várias tentativas não melhorem.
- Meu senhor, eu lhe imploro. – o olhei medrosa.
- Deite-se na cama. – ele falou-me, mas nada fiz. Estava tão assustada que fiquei ali parada. – DEITE-SE!
Berrou. Eu não sabia o que fazer, ele pegou em meu braço e me levou ate a cama, minutos depois ele estava em cima de mim. O olhei assustada quando se atreveu a tirar as alças de meu vestido.
- Até que a empregadinha tem belos seios. – ele sorriu ao dizer. Eu fechei os olhos quando percebi o que aconteceria, quando ele despiu-se senti uma dor horrível, estava prestes a tirar minha pureza. Ele estava prestes a tirá-la de mim. Quando aconteceu, não vou citar detalhes horríveis, doeu muito e não hesitou quando comecei a chorar. Não queria aquilo, nunca quis. Não sei bem ao certo quando, mas dormi. Acordei em um quarto estranho, o quarto dele. Lembrei de tudo e me senti suja, como ele ousou fazer o que fez?
- Que bom que acordou. Pode voltar para a cozinha, quero meu almoço logo. Não almoçarei com meus pais, por favor, mande alguém trazê-lo para mim. – ele estava sentado em um canto qualquer lendo um livro. Mal me olhou, isso era bom ou ruim?
- Ande logo! – ele me apressou. Peguei as roupas e as vesti depressa. Desci as escadas correndo e derramando muitas lagrimas.
- O que houve filha? – Jorge falou olhando-me chorar. Eu apenas abracei-o e ele entendeu o que havia ocorrido. – Sinto muito.
- Foi horrível! – eu chorava.
- Sei que foi, mas ficará tudo bem. – ele falava.
- Vai ficar sim. O que acha de esquecermos tudo isso. Juro não tocar no assunto se o senhor não o fizer. – eu forcei um sorriso.
- Se é assim que quer...
- É assim que quero. – o olhei.
- Filha, é melhor ir pegar os mantimentos.
- Claro, voltarei logo. – peguei minha cesta e fui ate o galpão onde guardavam os mantimentos. Como sempre peguei um saco de farinha e mais algumas coisas. Só havia esquecido de um detalhe, um belo detalhe de olhos verdes e cabelos castanhos.
- Olá minha bela Samantha. – ele saiu de algum lugar me assustando.
- Que susto Matthew! – não o olhava enquanto ele se aproximava, estava tão envergonhada pelo que aconteceu que não encontrara forças para encará-lo novamente.
- Houve algo para não me olhar? – ele segurou meu rosto e o ergueu. O olhei com os olhos cheios de lágrimas.
- Não houve nada. – fechei os olhos.
- Conheço-te o bastante para dizer que houve. Fale-me! – ele estava apreensivo, podia ver em seus olhos. – Conte-me!
- Não foi nada. – minha voz quase não saiu, estava tão abalada que mal conseguia respirar e chorar ao mesmo tempo.
- Por favor. – ele sussurrou. Eu abaixei a cabeça.
- Foi o príncipe, ele... – ainda olhava para baixo sem coragem de encará-lo.
- O que ele ousou fazer-te? – perguntou.
- Acalme-se. Não quero que vá tomar satisfações por mim e acabar sem cabeça. – o olhei tomando coragem.
- Se ele fez o que estou pensando posso ate acabar sem cabeça, mas ele nunca mais vai abusar de alguém como fez com você. – ele estava furioso, podia-se ver apenas pelo tom de voz.
- Por favor, não. Matt, eu fui ingênua, deveria ter saído enquanto tive tempo. Fique, não quero perder-te.
- Aquele principezinho vai pagar pelo que a fez. – tive de segurá-lo, pois estava disposto a ir atrás de Henrique a todo custo.
- Não vá. Amo-te e não quero perder-te. – fiquei de frente para ele e apoiei nossas testas, fechei os olhos e senti sua respiração diminuir.
- Talvez não vá agora, mas ele há de pagar pelo que fez. – falou acelerando a respiração novamente.
- Pare onde está, se ficar quietinho lhe darei um beijo, do contrario pode esquecer-me. Será que não entende que o quero vivo para nosso casamento? – abri os olhos e sorri.
- Tudo bem, a bela senhorita venceu. – ele sorriu. – Agora quero meu beijo.
Sorri ao perceber que havia o convencido, por hora. Beijei-o por tempo suficiente para perceber que a conversa havia durado muito e sentiriam minha falta se não voltasse logo.
- Preciso ir, nos vemos a noite? – sorri me afastando.
- Como sempre, somente quando morrer vou deixar de dar-te boa noite Sammy. – ele sorriu e roubou-me um beijo. Sai dali e corri para a cozinha onde estavam desesperados pelos ingredientes que havia ido buscar. Passou-se quase um dia inteiro e já haviam servido o jantar real. Como sempre dei meu jeito e sai para encontrar-me com Matt. O crepúsculo tornava os campos verdes do castelo tão convidativos. Avistei uma silhueta alta e esguia sentada ao pé da macieira. Sorri sabendo quem era.
- Achei que não viria. – levantou-se.
- Nunca enquanto viver deixarei de vir aqui. – beijei-o.
- Posso dizer-te o mesmo de mim. Sente-se, ainda há tempo de assistirmos o pôs do sol. – sentei-me com Matthew ao meu lado, ele envolveu-me com seus braços e ficamos ali pelo tempo que durou, ate o sol sumir no horizonte.
- Sabes, que fico esperando este momento chegar durante o dia inteiro? – o olhei e ele já me olhava.
- Preciso falar-te uma coisa. – ele se levantou e eu também.
- O que? – estranhava sua atitude.
- Eu... – Matt estava de costas para mim.
- Você o que? – ele estava me assustando com este suspense.
- Eu fui falar com o príncipe sobre o que ele fez com você. – virou-se.
- Você o que? Pode acabar sem a cabeça por isso! Matthew! – o olhei assustada.
- Desculpe, mas ele fez algo errado com você. – ele se aproximou.
- E o que ele lhe disse?
- Disse que se continuar com isso de afrontá-lo vou acabar morto. – ele me olhou. Pos uma das mãos em meu rosto e com a ponta dos dedos o acariciou.
- Matthew! O que fez? – estava prestes a chorar quando Matt beijou-me.
- Eu te amo, nunca se esqueça disto. – ele apenas parou de beijar-me para dizer isto.
- Eu também amo-te. – o olhei e abracei.
- Beije-me enquanto posso, por favor.
- Não diga isso. Vamos viver por muito tempo.
- Não juntos. Beije-me. – ele me puxou para um beijo bem intenso. De repente Matthew gemeu e caiu. A minha frente pude ver os olhos castanhos e os cabelos loiros de Henrique. Ele havia enfiado a espada nas costas de Matthew e sorria com isso.
- O que fez? – ele gritei a ele.
- Isto é para vocês aprenderem que não se contesta um príncipe. Não se contesta a mim! – ele gritou deixando bem claro que não estava nada feliz pelo que Matt fez. Depois de jogar a espada aos meus pés disse.
- Se amam-se tanto faça o que tem de fazer. – falou e virou-se saindo. Baixei-me para ver como Matt estava.
- Principezinho idiota! – ele gemeu de dor por ter falado.
- Fique quieto. – falei apoiando sua cabeça em meu colo. Rasguei um pedaço de meu vestido e tampei a ferida em suas costas, estava horrível e saia muito sangue.
- Não virei sem ti meu amor. – falei deixando algumas lágrimas escaparem.
- Não ouse falar isso novamente, nunca mais. Você vai viver sem mim sim.
- Meu maior medo era perde-lo, você é a única coisa que faz-me feliz neste mundo.
- Tem que me prometer que viverá, sem mim. – ele me olhou. E fez uma cara, como se estivesse sentindo muita dor.
- Não, por favor! Não peça uma coisa que não posso cumprir.
- Boa noite Sammy. – falou e fechou os olhos, eu o havia perdido, para sempre.
Fim
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Estou torcendo para que tenha vários comentários, só torço.