Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 32
Oh, Jack! Oh, Rose!


Notas iniciais do capítulo

Oh, meus Deuses! Mandy-Jam de novo? Mas tão rápido?
Sim! Eu não demorei dessa vez. Que autora empenhada eu sou, podem falar. Eu sei que nem deu tempo de vocês sentirem falta de mim (ou deu, sei lá), mas estou trazendo mais um novo capítulo.
Desculpe, eu me enganei. Esse ainda não é o capítulo que começa a ação. Esse é transitório. O próximo é que vai ter ação.
Mas espero que se divirtam mesmo assim!
Boa leitura.



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Vamos reclinar os bancos e observar o lago, Ares. Vai ser divertido, Ares. Melhor do que as suas perversões, Ares. – Imitou minha voz, enquanto dirigia com os olhos fixos na estrada.

– Para com isso. – Revirei os olhos.

– Ver o lago. Você realmente acha que um cara leva a garota para sair querendo terminar a noite vendo um lago? – Continuou resmungando – Podia ter feito tanta coisa em 40 minutos...!

– Pela milionésima vez! – Exclamei olhando para ele – Não vou conversar com você dentro do carro do meu pai depois de entrar seminua na água fria.

Ele suspirou pesadamente. Eu me ajeitei no banco, incomodada tanto com o frio e a umidade da minha pele quanto com Ares. Pelo visto, ele notou.

– O que foi? – Perguntou.

– Nada.

– Como se eu não soubesse que tem alguma coisa. – Rebateu esperando a resposta. Suspirei pesadamente.

– Você fez isso tudo porque queria terminar a noite assim? – Perguntei depois de alguns minutos – Só por causa disso?

Ares olhou para mim através do escuro e balançou a cabeça devagar.

– Claro que não. – Respondeu em um tom calmo – Só achei que isso pudesse acontecer. Só isso.

– Quando você diz isso, você quer dizer... – Ele me interrompeu dando um sorriso malicioso.

– Acho que você sabe muito bem o que eu quero dizer. – Respondeu. Em meio ao escuro, meu rosto corou. Não acreditava que isso era possível, pois achava que todo o meu sangue estava congelado nas minhas veias e artérias.

– Que romântico. Ia ser que nem a cena do Titanic. O vidro ia ficar embaçado e eu ia escorregar a minha mão nele. – Zombei para não mostrar que estava sem graça. Ares riu e balançou a cabeça.

– Você sabe quais foram as falas deles naquela hora? – Perguntou prendendo o riso. Franzi o cenho.

– Eles não falam nada nessa hora. – Ele assentiu reafirmando o que dissera e começou a imitar.

Oh, Jack! Oh, Jack! – Meu queixo caiu e Ares continuou – Oh, Rose! Oh, Rose!

– Ah. Meus. Deuses. – Falei ainda um tanto chocada – Você acabou de estragar um dos filmes mais lindos da história da humanidade.

Ele riu virando o volante para fazer uma curva.

– A noite podia acabar diferente se você quisesse. – Comentou novamente.

– Sim, podia acabar em silêncio. Só ia precisar de você e de uma fita adesiva.

– Nossa, alguém aqui curte perversão. – Riu me fazendo corar de novo.

– Cala a boca e dirige. – Falei virando o rosto para a janela.

Chegamos de volta a casa e Ares parou o carro exatamente no lugar que estava antes. Abri a porta e fechei-a ao sair, sem esperar para que ele fizesse isso por mim. O Deus da guerra olhou as poucas luzes acesas e riu.

– Acho que todo mundo já foi dormir. – Eu ri ao ouvir isso, e ele olhou para mim sem entender.

– Ele vai estar sentado no sofá. – Respondi. Entramos e minha afirmação se confirmou. Will apoiava a cabeça na própria mão, seu cotovelo sustentando todo o peso em cima do braço do sofá.

A porta rangeu assim que a fechei atrás de mim. Will esticou a coluna de repente, e respirou fundo.

– Alice? – Disse com uma voz falhada.

Coçou os olhos rapidamente e dirigiu o olhar para mim e Ares. Deu uma checada no relógio de pulso.

– Bem na hora. – Murmurou esticando a coluna mais um pouco.

– Você dormiu aí? – Perguntei andando até ele – Podia ter ido para a cama...

– Não. Não, não. – Negou com a cabeça. Ele apontou para seus olhos e depois para mim e para Ares – Linha dura.

– Dura que nem a sua coluna agora. – Rebati cruzando os braços e esperando ele se levantar. Will disse “besteira” e tentou ficar de pé, mas travou no meio de sua ação. Colocou as mãos nas costas e se curvou para frente. Bufou e colocou-se reto novamente, gemendo. Parecia a porta da frente, rangendo a cada movimento.

Balancei a cabeça em negação e Will revirou os olhos.

– Quando vocês dois chegarem ao final dos quarenta, vão entender o que é isso e vão se lembrar de mim. – Falou andando até a escada.

– Ainda falta muito para eu fazer quarenta e tanto. – Comentou Ares. Lógico, ele estava de brincadeira, mas só eu entendi isso. Will se virou e olhou para ele forçando uma risada.

– Aham. Legal. Você tem o senso de humor da minha filha. – Falou sorrindo – Não que isso seja um elogio.

– Quer ajuda com os degraus ou ainda tá na idade de subir a escada sozinho? – Rebati. Will parou e olhou para Ares. Apontou o dedão para mim.

– Viu o que eu disse sobre o senso de humor? Hilária. – Falou em um tom sarcástico enquanto alcançava o segundo andar. Ares e eu fomos atrás.

Assim que Will entrou em seu quarto, nós dois ficamos sozinhos no corredor escuro. Só um abajur nos separava da escuridão completa, e pela fraca luz amarela eu conseguia enxergar o sorriso torto de Ares.

– Acho que alguém não tem senso de humor. – Murmurou. Prendi o riso e assenti – Estou falando de você.

– De mim?! – Me surpreendi – Eu não...!

– Não, eu estava brincando. Não era de você. – Interrompeu-me rindo. Ares se aproximou de mim e acariciou meu rosto com as costas da mão – Eu iria te convidar a entrar comigo, mas acho que não mudou de ideia, não é?

Meu rosto corou e eu prendi um sorriso. Desviei o olhar por alguns instantes e senti que Ares esperava a resposta, ansioso. Mordi o lábio tentando prender um sorriso, mas não consegui. Olhei novamente para o Deus da guerra, só que assim que abri a boca, Apolo abriu a porta.

– São 11 da noite! Isso é hora de chegar em casa, mocinho? – Falou e eu percebi que ele imitava Hera – Não tem nenhum senso de responsabilidade? Acha que pode sair por aí quando bem entende e com quem bem entende?

– Acho que posso quebrar a cara de quem bem entendo também. – Rosnou virando-se para Apolo.

– Quanta agressividade! Se ao menos você fosse igual a sua irmã...! – Ares avançou em direção ao Apolo e segurou a gola da sua camisa.

– Dá o fora daqui. – Disse Ares com o rosto extremamente perto do de Apolo – Nós dois vamos estar ocupados.

– Ah, ela vai entrar? – Perguntou Apolo erguendo uma sobrancelha. Depois da resposta positiva de Ares ele riu – Ótimo. Já ia pedir para você sair mesmo...

– Engraçadinho. – Resmungou.

– Larga ele. – Pedi revirando os olhos. Ares largou resmungando, e Apolo ajeitou a gola da camisa. Respirou fundo e apontou para mim.

– Agora, vamos ter uma conversinha. Alice. Hanks. Kelly! – Falou apontando para mim e imitando a minha mãe – Seu pai sabe que você anda por aí até tarde com esses maus elementos e depois vai para o quarto deles dar uns amassos?

– O que?! Eu nem disse que eu ia entrar...!

– Não tem justificativa, mocinha. – Negou Apolo com a cabeça – Você está de castigo. Vai ter que me dar uns bons beijos para eu esquecer essa cena e não ter uma conversinha com Hermes sobre seu mau comportamento.

Meu rosto ficou vermelho, mas levei na brincadeira. Prendi o riso e balancei a cabeça de leve. Ergui minhas mãos em rendição.

– Boa noite, Apolo. – Falei indo em direção ao meu quarto.

– Boa noite? Mas nós não íamos...?! – Eu interrompi Ares.

– Não, não íamos! Boa noite, Ares. – Assoprei um beijo para e segui em frente. Pude ouvir os dois discutindo, mesmo assim.

– E meu beijo?

– Ah, cala essa boca. Entra logo aí!

Prendi o riso. Tudo o que eu queria era chegar no meu quarto e me jogar na cama para dormir. Mesmo assim, quando consegui deitar na minha cama, o sono fugiu de mim. E fiquei ali, deitada com um sorriso bobo, fitando o escuro pensando em Ares por alguns minutos.

Até que uma luz se acendeu. Olhei para o lado rapidamente, e vi Hermes sentado na cadeira de madeira perto da minha cama. Pela seu rosto, podia notar que não estava lá tão feliz.

– Boa noite. – Disse devagar e com seriedade. Franzi o cenho sem entender o porque daquele mau humor, e coloquei-me sentada.

– Boa noite. – Respondi. Ele esperou por alguns instantes, provavelmente esperando que eu dissesse algo, mas viu que eu não sabia o que falar.

– Quando deu umas nove e pouca da noite eu perguntei para sua mãe onde você estava. E sabe o que ela respondeu? Que você tinha saído com o Ares. – Falou ele fitando-me – Agora, responda Alice. Você acha que só porque tem 20 anos pode fazer o que bem entender sem dar explicações?

– Do que você está falando? – Perguntei confusa – Eu não fugi de casa. Eu pedi permissão para sair.

– Pediu para quem? – Quis saber cruzando os braços.

– Para o meu pai. – Respondi e então me toquei do porquê da irritação de Hermes. O Deus das corridas balançou a cabeça em negação.

– Para mim não pediu. – Rebateu.

– São pais demais! – Falei em um suspiro – Eu não me lembrei de falar com você também...

– Você deveria falar só comigo! – Reclamou – Eu sou o seu pai, não aquele banqueiro retardado que a sua mãe adotou como bicho de estimação!

– Ele passou a minha vida inteira comigo. Cuidando de mim, levando a escola, brigando por causa de notas baixas... Ele, de certo modo, também é o meu pai. – Hermes estava prestes a reclamar, mas eu o impedi – Tá. Eu saí com o Ares. Grande coisa! Eu voltei antes das 11, ele dirigiu devagar, e passamos a noite toda em um restaurante tranquilo no meio da cidade. Não fiz nada de errado! Quer mesmo continuar brigando comigo a essa hora da noite?

Engoli a parte em que eu e Ares nadamos quase nus no lago, porque achei que seria um fato inconveniente de se comentar. Hermes estreitou os olhos para mim.

– Estava chovendo? – Perguntou.

– Não, por quê? – Respondi.

– Seu cabelo está molhado. – Hermes respirou fundo e se inclinou para frente – O que aconteceu, Alice? Nem pense em mentir para mim, porque eu vou descobrir mais tarde.

Por um segundo fiquei tentada a ser franca com ele, contando tudo. Detalhe por detalhe, pois era isso que eu queria fazer. Queria dar uma de menininha histericamente feliz ao menos uma vez na minha vida inteira, pois pela primeira vez na minha vida inteira eu fizera uma loucura amorosa.

Mas não foi isso que eu fiz.

– O garçom derramou cerveja no meu cabelo, e eu tive que lavar para não ficar cheirando a álcool a noite toda. – Respondi revirando os olhos – Podemos dormir agora?

– Não. – Respondeu.

– Não?! O que mais você...?

– Você está ocupando a minha cama, esqueceu? – Disse se levantando. Ele fez um gesto e um colchão inflável de solteiro apareceu no chão do quarto com lençóis de piratas por cima – Sua cama está pronta.

Peguei o travesseiro e joguei em cima de Hermes com raiva.

– Se você não vai me tirar daqui, vai embora. Esse lugar já é um inferno e eu ainda vou ter que dormir no chão? – Reclamei.

– Não está dormindo no chão. Está dormindo em uma cama de solteiro inflável com lençóis de piratas. As crianças amam isso. – Respondeu calmamente – Pense nisso como uma aventura.

– Desde quando uma pessoa faz 20 anos e continua criança? – Resmunguei deitando-me na minha super cama inflável de pirata. Hermes deitou-se na minha própria cama e sorriu para o teto.

– Desde que um homem milenar diz que é. – Respondeu com um sorriso torto – E não se preocupe quanto a sair desse lugar. Vou te tirar daqui em breve.

– Sério? – Rolei para o lado para poder olhá-lo. Ele assentiu – Sério mesmo?

– Sério, sério mesmo. – Respondeu sorrindo – Só estou esperando... Bem... Amanhã não dá, sabe? Porque amanhã eu e a sua mãe vamos aproveitar a tarde juntos. E depois de amanhã... Tenho quase certeza que Jenny tinha marcado alguma coisa para...

– Argh, eu não acredito! – Bufei – Ela está te fazendo de idiota para você não sair daqui comigo!

Hermes ficou sério por alguns instantes, e depois abriu um sorriso bobo e malicioso.

– Eu gosto quando ela me faz de idiota. – Suspirou um tanto sonhador. Passei a mão pelo rosto sem acreditar naquilo e ele riu consigo mesmo – Nunca vi ninguém como a sua mãe quando quer alguma coisa. Ela fica simplesmente... Simplesmente... Uau.

– Legal. Eu não quero ouvir. – Respondi em um murmuro.

– E as coisas que ela faz, nossa! Eu poderia passar a noite toda com ela sem...!

Boa noite! – Exclamei tampando os ouvidos.

– E quando ela...

Bati nele com o meu travesseiro e deitei-me de novo.

– Eu já disse boa noite, pai! – Exclamei e ele riu.

– Desculpe. Acho que me empolgo de vez em quando. Mas é que...

– Não precisa explicar, tá bom?! Isso é nojento. Agora vai dormir. – Falei afundando o rosto no travesseiro. As luzes se apagaram quando Hermes retribuiu o “boa noite”.

Dormi por cerca de uma hora até que a lanterna de Joe no meu rosto. Tampei os olhos e ele me cutucou de um modo irritante e doloroso.

– Acorda, lerda. Tá na hora do desempate. – Falou em um sussurro para não acordar Hermes. Bufei com irritação.

– Eu odeio você, seu mariquinha rico. – Gemi.


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Notas finais do capítulo

Vou esperar pelo review de vocês e vou respondê-los. Estou perdendo a má fama de autora enrolada (espero) HAHAH
Anyway, espero que tenham gostado e aprovado. Espero pelos comentários, críticas e/ou elogios. Gostaria de agradecer a Drizzle por mandar uma nova linda recomendação, e também a todos os outros que já tinham mandado antes.
Vocês são lindos e eu não mereço vocês. S2
Até mais!



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