Meu Bônus Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 16
Rir é o melhor remédio


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai mais um capítulo.
Estou tentando resgatar o humor. Espero que funcione no estilo Infernal das coisas. HAHAHA!
Boa leitura!



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POV Apolo

- Ela deve estar só aparentemente irritada. Deve ser uma dessas coisas que as mulheres fazem. – Comentei observando as portas do corredor. Ares tentava disfarçar sua raiva.

- Que coisa que as mulheres fazem? – Perguntou.

- Você sabe. Fingir que está irritada, mas no fundo estar tipo “Ai, eles me defenderam! Que lindos!”. – Comentei tentando imitar a voz de Alice no final. Ares olhou para mim erguendo uma sobrancelha.

- Se esse for o caso, adorarei dar um chute no traseiro dela. – Comentou ele.

- Por que? – Perguntei sem entender.

- Por que?! Uma das raras vezes que eu decido proteger ela eu ganho um fora do tipo “deixe eu enfrentar minhas guerras sozinha”, e você ainda me pergunta porque eu chutaria o traseiro dela?! – Exclamou ele irritado – Tsc! Aquela pirralha. Como se eu realmente fosse enfrentar uma guerra por ela.

- Eu enfrentaria. – Disse dando de ombros e olhando para o fim do corredor. Lá estava o fio para puxar a escada do quarto de Alice. Ares olhou para mim rangendo os dentes.

- Eu enfrento as guerras dela. Ela não precisa de você para isso. – Rebateu.

- Não acabou de dizer que não ia enfrentar uma guerra por ela? Então deixe para quem quer. A fila anda, como os mortais dizem. – Retruquei.

- E a sua já andou há muito tempo. – Resmungou Ares – Agora é minha vez. Conforme-se e fique no seu cantinho, perdedor.

- Veremos quem é o perdedor. – Disse segurando a corda antes que Ares colocasse as mãos nela. Ele olhou para mim curioso, e eu sorri torto.

- O que está falando? – Perguntou.

- Fiquei sabendo que você apostou com Alice que não usaria nenhum tipo de mágica enquanto estivesse aqui. E que, caso usasse, voltaria direto para casa. – Comentei como quem não quer nada.

- Quem te contou isso? Kelly? – Perguntou Ares um tanto irritado.

- Por favor! Eu sou o Deus das profecias. Eu sei de tudo, meu caro irmão. – Sorri ainda mais satisfeito comigo mesmo – O fato é... Quando você perder essa aposta, o que eu acho que não vai levar muito tempo, vai dar no pé.

- E daí? – Quis saber ele cruzando os braços.

- Daí que eu vou ficar aqui sozinho com a Alice. Aí adivinha qual fila vai andar? – Sorri para ele, e Ares negou com a cabeça. Eu puxei a cordinha assim que ele abriu a boca e a escada despencou na frente dele lhe dando um susto.

Ares trincou os dentes olhando para mim.

- Isso não vai acontecer, Ensolarado. – Falou ele apontando para mim.

- Veremos. – Sorri para ele e subi as escadas. Antes que chegasse á metade dela, Ares segurou meu ombro. Olhei para trás, e o vi com o cenho franzido.

- Isso... Isso é...? – Ele estava concentrado, logo tentei me concentrar também. Ouvi um barulho baixinho, e notei o que ele queria dizer. Nós dois falamos juntos – Tv!

Corremos escada acima e olhamos para o quarto de Alice. Ela e Thomas estavam sentados na cama, e assim que seus olhos encontraram os nossos, houve um espanto.

- A porta! Fechem a porta! – Exclamaram em sussurros repreensivos, e nós entramos puxando a escada novamente para cima. Ares olhou para a pequena TV em cima da mesinha de madeira da escrivaninha, e depois apontou para Alice.

- Você tinha TV e não me contou?! – Berrou ele furioso.

- Sh! – Fizeram ela e Thomas juntos. Ares olhou para o garoto de pois para Alice.

- Ah, ótimo! Além de esconder a TV de mim, você ainda resolveu reclamar daquele jeito e ficar juntinha com esse fedelho aí! – Queixou-se Ares.

- Eu tenho sete anos e meio! – Protestou Thomas.

- Que se dane. – Ares deu de ombros sem ligar – Ao menos abre espaço na cama para eu poder me acomodar e escolher um canal decente!

- Sh! – Fizeram os dois novamente. Eu puxei a escada fechando a porta do quarto, e andei para mais perto – Se o tio Edgar ouvir isso, ele vai quebrar a TV!

- Se o tio Edgar ouvir isso, ele vai quebrar a TV! – Imitou Ares em deboche – Nossa, sete anos e meio. Realmente, você já é um homem crescido mesmo.

- E você ainda mais, não é? Imitar vozes é tão maduro. – Comentou Alice revirando os olhos – Deixa ele em paz e se manda daqui.

- Viemos conversar. – Comentei chegando perto.

- Não quero conversar. – Rebateu ela.

- Conversar uma ova! Eu quero é ver a TV! Saí para lá! – Reclamou Ares sentando-se ao lado de Alice na cama. Ela foi espremida para o lado, e Thomas também (quase caindo da cama). Eu notei que o único espaço que sobrara era na cadeira de madeira ao lado da cama, perto do primo de Alice. Fui para lá.

- Ninguém chamou vocês, Ares! – Reclamou Alice tentando empurrá-lo, mas ele simplesmente não se movia. Ares empurrou-a para o lado de leve, e foi como um efeito dominó. Ela caiu por cima de Thomas, e ele por cima de mim.

Alice colocou-se sentada novamente e lhe deu uma cotovelada. Ares olhou para ela com um tanto de irritação.

- Vai. Embora. – Disse ela pausadamente.

- Quer que eu vá embora para continuar o encontro com o seu namoradinho? – Perguntou Ares para implicar com ela – Pedofilia é crime, sabia?

Thomas olhou para mim confuso.

- O que é pedofilia? – Perguntou sem entender o significado. Eu cocei a cabeça e sorri para ele. Tinha que sobrar para mim?

- Ahm... Um sanduiche. – Menti. Thomas assentiu achando que finalmente entendera.

- Nossa, olha quem fala! Quantos anos você tem mesmo? – Perguntou Alice rebatendo para ele. Ares ia falar alguma coisa, quando Thomas o interrompeu.

- Seu nome é Ares? Mas... Não era Harry? – Perguntou confuso novamente. Alice olhou para Thomas e ajeitou o cabelo. Estava pensando no que dizer.

- Er... É só um apelido. – Mentiu ela. Thomas sorriu para ela.

- Posso ter um apelido também? Um nome falso, que nem um super herói? – Perguntou animado.

- Não. – Respondeu Ares – Ela só dá apelidos para mim, porque eu sou especial. Agora cala a boca que o assunto não é com você.

- Não fala assim com ele! – Exclamou Alice protegendo-o – Não consegue ser gentil com ninguém? Ele é só uma criança, mas que droga!

- Ah, desculpa. Eu pensei que ele já fosse crescido porque tem sete anos e meio! – Rebateu com irritação – E porque você fica protegendo ele o tempo todo?!

Alice bufou e se levantou da cama segurando a mão de Thomas.

- Vem, Thomas. Vamos achar alguma coisa legal para fazer lá fora. – Disse levando-o até a saída do quarto. Eu olhei para Ares e revirei os olhos. Tinha sempre que fazer besteira.

- Desculpe! – Exclamei para Alice, e ela se virou para me olhar – Mas ele te trata assim sempre?

Ela olhou para mim, parando por alguns segundos, e depois notou que estava me referindo ao Joe. Ela assentiu, e largou a mão de Thomas.

- É. Sempre. – Confirmou.

- Por que? – Quis saber, e ela suspirou pesadamente. Olhou para o primo e afagou o cabelo dele.

- Thomas, eu já vou encontrar você lá embaixo, ok? Vá brincar um pouco e nós nos vemos no almoço. – Disse Alice convincente. Thomas sorriu para ela, e beijou a bochecha dela. Alice fez a escada descer, ele foi embora correndo, e ela fechou a porta.

Olhou para e cruzou os braços encostando-se á parede.

- Sinceramente... Eu não sei. Acho que nunca foi com a minha cara, e nem eu com a dele. – Confessou – Não precisa de um motivo em particular para ser cruel. Embora vocês tenham dado um á ele.

- Se eu disser que dessa vez não foi de propósito, você acreditaria? – Perguntou Ares. Alice olhou para ele, e deu um sorriso.

- Não. – Respondeu.

- E se eu dissesse? – Perguntei. Ela olhou para mim e estreitou os olhos.

- Talvez. – Respondeu por fim. Eu sorri torto, vitorioso, e Ares fuzilou-a com o olhar – Mas isso não quer dizer que eu desculpo os dois.

Eu suspirei, e encolhei os ombros.

- Só tenho que proteger a minha linda musa de gente cruel. Não fiz por mal, mas se você insiste em não me perdoar... – Eu olhei para ela e vi que aguardava pelo resto – Vou ter que fazer a minha cara comovente. Você me forçou á isso, Alice.

Lancei o meu olhar comovente para ela, e fiz o biquinho que eu sempre fazia. Nenhuma garota nunca resistiu ao olhar comovente, pois tinha muito mais do que expressão facial nele. Tinha minha própria mágica.

Alice revirou os olhos tentando me ignorar, mas eu continuei encarando-a com a minha expressão. Ela suspirou pesadamente, inquieta, e acabou cedendo.

- Tá bom... – Gemeu – Chega disso!

- Há! Sabia! – Sorri vitorioso. Ares lançou uma almofada em mim com inveja de minhas habilidades e olhou para Alice.

- Isso aí valeu para mim também, espero. – Falou.

- Não mesmo. – Rebateu Alice. Ares ergueu uma sobrancelha para ele.

- Não saio dessa cama sem você me aceitar o que eu fiz. – Ares jogou-se na cama de sapatos mesmo, e fingiu tirar um cochilo. Alice deixou seu queixo cair – Ah, e digo “aceitar” porque não vou pedir desculpas por tentar te proteger.

- Você é mesmo um orgulhoso, não é?! – Reclamou Alice.

- Olha quem fala! Somo perfeitos um para o outro, não é? – Comentou Ares se ajeitando novamente na cama – Você não se irrita se eu ficar de sapatos na cama, não é? Ah, claro que não.

Alice trincou os dentes e foi até Ares. Ela pegou o braço dele, e tentou puxá-lo, mas era um peso absurdamente exagerado para ela. Ares nem mesmo se moveu.

- Saí daí! Vai sujar a cama inteira! – Exclamou Alice irritada – Quero que saia do meu quarto agora mesmo!

- Se eu levantar dessa cama, vou levar a TV junto. – Ameaçou ele abrindo os olhos. Alice fitou-o e trincou os dentes – Vamos... Se importa tanto com o que aquele garoto pensa de você?

A raiva dela diminuiu. Alice suspirou, permaneceu olhando para Ares, e depois desviou o olhar.

- É raro isso, mas... Você tem razão. – Murmurou ela. Ares assentiu.

- Sim, eu tenho razão. – Confirmou ele naturalmente – Devia me ouvir, mocinha. Ia aprender muito comigo.

- Mas ainda assim quero que você saia da minha cama. – Disse Alice voltando a ficar com raiva. Ares ponderou a ideia.

- Ahm... Não. Estou com preguiça agora. Vai lá para baixo e me avisa quando o almoço estiver pronto. – Respondeu ele ajeitando-se novamente na cama. Alice ia falar algo, quando ele a interrompeu – Ou você pode deitar aqui do meu ladinho, a gente expulsa o Apolo, e nos divertimos um pouco. Nem vamos precisar da TV.

- Não. – Disse ela bem devagar. Alice esticou as mãos e começou a mexer os dedos pela barriga de Ares – Saí ou eu te mato de cócegas! – Exclamou ela.

Ares colocou-se sentado na cama, e aguardou. Nada aconteceu.

- Você na sente cócegas na barriga?! – Notou Alice chocada, e ele assentiu com naturalidade – Você não é humano.

- Não diga! – Falou ele em uma voz de deboche. Eu ri também e Alice revirou os olhos voltando-se para mim.

- Tá bom. Já que o almoço ainda deve demorar, nós podemos... – Ares a puxou para trás. Ela caiu sentada na cama, e ele começou a fazer cócegas na barriga dela. Alice curvou-se e começou a rir.

- Oh, você é humana! – Exclamou ele fingindo estar descobrindo algo completamente novo – Como eu nunca notei isso antes?!

- Me solta! – Exclamou ela rindo. Alice contorceu-se tentando fugir dele, mas não conseguiu – Para! Eu estou sem ar! Apolo!

Eu levantei rindo, pois sabia de algo que ela não tinha noção ainda.

- Eu te salvo, querida. Eu sei o ponto fraco dele. – Falei chegando perto. Ares franziu o cenho, mas eu estiquei a mão e fiz cócegas nele. Ares encolheu-se soltando Alice, que olhou para ele ainda mais surpresa.

- Você não sente cócegas na barriga, mas sente atrás da orelha?! – Exclamou ela. Ares abriu a boca, mas demorou para falar.

- Não são cócegas! É só um nervoso, entendeu?! – Reclamou. Eu e ela partimos para cima dele fazendo cócegas em suas orelhas. Ares tentou lutar contra nós, revidando – Vocês me pagam! Miseráveis!

Ele fez cócegas em Alice novamente, que recuou um pouco. Mas fez também em mim, que acabei caindo na cama, pego de surpresa. Nós continuamos nossa guerra de cócegas, até que Ares parou.

- Para! – Nós dois paramos assustados, e ele olhou para mim – Devíamos nos unir contra uma certa rebeldizinha.

Olhei para Alice, que estreitou os olhos para nós, e chamei-a com o meu dedo indicador de um jeito bem sedutor.

- Vem cá, Alice. – Chamei-a. Ela negou com a cabeça rindo um pouco.

- Você merece uma lição, benzinho. – Disse Ares de um jeito maldoso, mas nós sabíamos que dessa vez ele não tinha segundas intenções.

- Não... Não...! – Nós pulamos para cima dela. Alice começou a contorcer-se de tantos risos, e nós também. Ela se encolheu o máximo possível, mas ainda estávamos conseguindo roubar risadas.

Até que... Os pés da cama quebraram. Nós paramos um segundo, e quando nos tocamos do que acontecera, caímos na gargalhada novamente.

- Eu não acredito nisso! Eu vou dormir em uma cama quebrada por causa de vocês! – Exclamou ela tentando parecer séria, mas estava quase rindo novamente.

- Pode dormir na minha se quiser. – Sugeri rindo.

- Ficou brava? Quebramos a cama nos divertindo. – Comentou Ares fingindo inocência. Alice ficou com o rosto levemente vermelho.

- Os três juntos?! – Disse ela, e Ares riu dando de ombros.

- Não minta. Você gostou. – Disse ele apontando para Alice. Ela ficou com o rosto completamente vermelho agora, e revirou os olhos tentando permanecer na brincadeira.

- Ah, claro. Adoro. – Confirmou em sarcasmo, mas depois parou completamente. Seus olhos pararam na entrada do quarto – Ahm... Mãe?

Jenny estava em pé na entrada do quarto, com uma expressão de choque e confusão, e com os braços cruzados.

- O que vocês três... Estavam fazendo? – Perguntou incrédula. Eu olhei para ela também, e Ares fez o mesmo.

- Ahm... Cócegas. – Respondi.

- E quebraram a cama?! – Exclamou ela ainda sem acreditar.

- Muitas cócegas. – Completou Ares. Alice passou a mão pelo rosto e notou que nós todos estávamos com os cabelos e roupas bagunçados. Jenny passou a mão pelo rosto, mas por fim convenceu-se.

- O almoço está pronto. Desçam. Decentemente, por favor. – E saiu do quarto.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sejam sinceros.
Espero que tenham gostado. Recomendações, reviews, sintam-se a vontade.
Obrigada por lerem, seus leitores lindos!
Beijos para vocês e até o próximo capítulo.