Lágrimas por Amor escrita por Aki Nara


Capítulo 27
Capítulo 27 - Ataque




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Por que o tempo passava rapidamente quando a felicidade estava presente? Umi desligou o celular, deixando-o na mesa de centro. Lá fora estava frio, mas ela queria ouvir as ondas do mar. Ela cobriu-se com uma toalha de lã para não sentir frio e deitada no sofá de vime, que balançava de acordo com o molejo de seu corpo.

No início teve esperança de vencer a doença, mas agora depois de seis meses, o desespero tomava conta e ela não tinha mais a mesma certeza. Sentia o tempo se esvair como areia fina por entre seus dedos. Não tinha mais como negar, seu corpo a traiu e padecia gradativamente mesmo tomando as medicações diariamente.

Um medo irracional tomou conta dela, naquela manhã. Se antes não tinha nada a perder... Agora perderia tudo. Asuka deveria estar preocupado, mas não queria pensar quanto mais falar, pediu desculpas para Asuka mentalmente.

Quanto tempo até que Kenzo descobrisse sua fuga? Quanto tempo mais até que descobrisse os sintomas. Não fora inteligente vir para aquela praia onde as lembranças tinham vida. Mas para onde mais poderia ir naquelas circunstâncias? Seu sangue congelou diante da possibilidade... Seja onde fosse. Não mais seria para perto da felicidade... Talvez, para muito mais longe demais do amor e de uma família.

Estremeceu de frio, mas a fadiga ainda era maior, ela não tinha forças para se levantar. A viagem havia sido muito cansativa. Por hora ela descansaria, o sono veio e ela dormiu, um sono livre da dor e dos sonhos. “Só por alguns instantes...”, pensou.

***

Kenzo dirigia como um louco pela estrada cheia de curvas. Ele estaria perdido se não a encontrasse na casa de praia, mas não lhe ocorria outro lugar para procurá-la. Umi havia desligado o celular, deixando-o nervoso e muito mais preocupado com a revelação de Asuka.

Logo após ele sair, havia ligado para Daichi sondado se havia algum problema nos hotéis e ele afirmara que não. A seguir ligara para Yuji perguntando se Natsuko saberia onde Umi estaria hospedada, recebendo a resposta de que nem sabiam que ela havia viajado.

Uma neve fina caía derretendo no pára-brisa tornando o asfalto escorregadio. Ele freou de repente, derrapando nas curvas sinuosas e diminuiu a velocidade. Ele não podia se dar ao luxo de desviar sua atenção, pelo menos não até encontrá-la. Faltava pouco, muito pouco.

***

O som constante das ondas deveria soar dando o compasso para as batidas de seu coração, mas este não fazia efeito em Umi. A arritmia iniciou bombeando seu órgão vital furiosamente e com mais rapidez. Ela se sentiu sufocar, pois seu pulmão pedia ar.

_ Deus, não! – suplicou levando a mão ao seu peito onde sentia a dor dilacerando e tentou alcançar o remédio em cima da mesa de centro.

A mão livre tremia sem conseguir seu intento enquanto seu corpo automaticamente vergava contraindo todos os músculos para receber novo impacto. As lágrimas vertiam sentindo-se próxima ao fim e enquanto a visão turvava, ela nunca experimentou tanto a vontade de viver.

_ Umi! Agüente firme – ela ainda ouviu a voz de Kenzo antes de sentir uma picada em seu braço, mas foi tudo que ouviu sendo levada para inconsciência.

_ Deus, me ajude! Por favor... Leve a mim se for preciso, mas não a tire de mim. Eu preciso mais dela do que o senhor. Preciso... – lágrimas incontroláveis de puro desespero misturavam-se aos cabelos de Umi enquanto ele a abraçava com força, como se assim pudesse manter sua alma presa dentro de seu corpo.

Deus havia atendido suas preces. A sirene de uma ambulância era o som que precisava ouvir. Por mais que ele fosse o motivo de seus demônios pessoais, naquele momento Asuka era um anjo a serviço do senhor. Ele desceu abrindo a porta de trás retirando uma maca.

_ Ainda bem que eu te segui. – Ele verificou a pulsação. – Você foi rápido. Precisamos removê-la. Eu telefono para o hospital. Você vai comigo?

Sem forças para mais nada ele assentiu, ajudando-o a transferir Umi para a maca. Ela foi removida com urgência.


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