Ilusão.com escrita por Ingrid Fonseca
Karina e eu saimos brigando descendo para o segundo andar. Fiquei indignado por ela achar que Hugo é um psicopata, quem ela pensa que é para dizer algo assim? Eu sei que Karina é minha amiga, mas Hugo é meu namorado, eu não tinha condições e nem cabeça para escolher um dos dois.
- Termos que ir embora agora...
- Por acaso você enlouqueceu? Eu não irei embora, só passei dois dias com ele.
- Irá sim - Karina disse com firmeza.- Não irei... Você não manda em mim. Você não é minha mãe...
- Mas eu e minha irmã estamos responsaveis por você e nenhuma de nós ficará na casa de um maluco.
- Ele não é maluco - Disse entre os dentes - E nem psicopata e nem doido.
- Gabi, pare de ser uma idiota - Karina gritou - Não está vendo? Eu sei que você o ama, mas não podemos confiar nele.
- O que está havendo? - Joanna perguntou arrumando o cabelo.
- Sua irmã enlouqueceu, está dizendo que o Hugo é psicopata e quer ir embora.
- É verdade Karina?
- Joanna, o garoto tem um santuário só da Gabi, tem um santuário e acho que ele tem sim algo haver com o Caso Emiy.
- Ka, isso é uma acusação seria. Não é porque os pais do Hugo tem um hospicio que ele seja maluco.
- Ah é? Então me siga.
Joanna seguiu a Karina até o porão, minutos depois ambas desceram cochichando. -
Iremos embora - Karina disse - Não sei se ele tem algo haver com o Caso Emily, mas ninguem tem um santuário daquele. É diabolico.
- Por favor, não seja tolas - Implorei - Só tenho mais quatro dias com ele, até voltamos.
- Iremos hoje, agora!
- Não - Disse como uma criança mimada - Eu não irei a lugar algum, só irei embora daqui quatro dias.
- Gabi, esse garoto pode ser perigoso.
- Estamos falando do mesmo garoto? Porque o meu Hugo não é assim.
- Querendo ou não você irá embora - Joanna disse claro e alto.
- Me obrigue.
- Gabi, amiga - Karina começou - Por que é tão dificil acreditar em nós? Caramba, eu sou sua amiga há anos, desde que você nasceu. E esse garoto? O conheceu a quanto tempo? Pode acreditar em mim como sua amiga, sua irmã?
- Desculpe-me, mas eu acredito nele.
- Você está se iludindo.
- Querem ir embora? Vão. Eu não estou impedindo ninguém de ir, ninguém nasceu grudada comigo.
- É dificil entender, que não podemos, não conseguimos deixar-lá aqui sozinha.
- Ka, deixe pra lá. Vamos para a pensão aqui perto. Se ela quiser ficar aqui ao lado de um maluco deixe.
- Não podemos. Se algo acontece com ela...
- Nada vai acontecer - Disse - Ele não é o que vocês dizem. Dê uma chance a ele.
- Ficaremos aqui - Karina disse - Mas você não contará nada o que aconteceu hoje para ele. Promete?
- Prometo - Disse sorrindo.
Joanna e Karina passaram a tarde toda juntas conversando sobre algo.
Hugo chegou no fim da tarde trazendo várias coisas gostosas. Eu o ajudei a levar tudo para cozinha e ficamos o finalzinho da noite conversando. Todos foram dormir a meia-noite.
***
Acordei ás 5 da manhã sem sono algum, decidi ir para a cozinha tomar um copo de leite.
Dona Maria estava na cozinha com várias malas em volta.
- O que faz aqui? - Dona Maria disse furiosa.
- Só vim tomar um copo de leite - Murmurei e olhei para as malas - A senhora vai viajar?
- Não irei embora daqui.
- Ah eu não sabia, Hugo não me disse nada.
- Ele não sabe.
- E os pais dele?
- Os pais de Hugo desapareceram á meses.
Mas ele havia me dito que os pais estavam viajando...
- Como assim desapareceram?
- Desapareceram ué. Bem...- Dona Maria começou a sussurar - Acho que eles não desapareceram sozinhos.
- Como assim? - Sussurei.
- Logo depois de Hugo voltar para casa, depois de algumas semanas Lucas e Julia desapareceram.
- De onde ele voltou?
- Você não sabe de nada, né? Ele voltou do hospicio.
- Hospicio? - Arregalei os olhos.
- É... Cá entre nós, ele não deveria te saido de lá. Ele namorou uma garota e quando ela terminou com ele, a menina sumiu.
Fiquei pasma. Eu aquilo era uma brincadeira de mal gosto ou Karina estava certa desdo começo.
- Então por que trabalha pra ele?
- Ele paga dois mil por mês e eu preciso desse dinheiro e também eu sempre dormia com uma arma no lado, então... ele nunca chegaria perto de mim.
- Dona Maria essa brincadeira não tem graça - Disse tentando rir.
- Que brincadeira? Eu não estou brincando... Hugo é maluco sim.
- E por que não me contou?
- Você não me ouviria, nem ouviu suas amigas, por que ouviria uma velha rabugenta?
- Karina - Murmurei e corri para o segundo andar.
Abri a porta do quarto e Karina não estava lá.Meu coração bateu mais rápido, o nervosismo dominou o meu corpo e minha mente. Se algo acontecesse com Karina ou com Joanna seria minha culpa, tudo porque eu fui cega de ver o que estava na minha frente.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Finalmente, Gabi acreditou em alguém rs. Espero que tenha gostado!