Useless, you are mine! escrita por Izzy, Sofi


Capítulo 21
Capítulo 21 - Aviso




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Acabei adormecendo e quando acordei, Mason não estava mais lá. Ainda bem, porque caso meu pai nos visse novamente, ele iria dar outro piti.

Um raio de luz que atravessou a cortina fina bateu diretamente no meu olho. Virei para o lado oposto e vi meu pai, mexendo desengonçadamente no meu despertador.

– Pai? - falei, confusa e sonolenta - O que você está fazendo?

– Você não vai para a escola hoje. - ele respondeu.

Veio perto de mim, se agachou ao lado da cama e fez carinho na minha cabeça. Às vezes meu pai é super protetor. Acho que é porque ele perdeu minha mãe e não quer que o mesmo aconteça comigo.

– O quê? Por quê? - exclamei bem alto, e repentinamente me sentando na cama.

– Porque você quase foi estuprada ontem, Melina!

– Não fui não! Não seja exagerado.

– Não estou sendo exagerado, estou sendo realista. - meu deu um beijo na testa e foi embora, fechando a porta devagar.

Dei de ombros, me deitei de novo e voltei a dormir.

*

Novamente acordada. Me levantei cambaleando e fui rastejando até o banheiro. Eu estava um trapo!

Lavei meu rosto, escovei os dentes, fiz minhas necessidades e saí do local. Eram quase 11h00 da manhã. Não sei como pude dormir tanto!

Desci escada abaixo e fui direto à cozinha. Não tinha ninguém em casa. Comi pão com geléia de amendoim, e suco de tamarindo, não estava tão bom assim, eu não sei fazer nada na cozinha mesmo.

Aproveitei meu tempo livre para ler sobre algo, e mexer um pouco nas minhas redes-sociais. Ao que parecia, eu era o centro das atenções, por quase ter sido estuprada por aqueles idiotas. Aquilo estava me deixando com os nervos a flor da pele. Não quero passar imagem de coitadinha para as pessoas.

Odeio este tipo de coisa!

Fiquei tão nervosa que decidi baixar algum jogo no meu computador e passar o dia tentando zerar. Decidi baixar American McGee's Alice, dizem que é bem legal. Enquanto baixava, eu decidi ir ver a rua. Peguei meu celular, só para o caso de alguém me ligar e eu não ouvir.

Saí de casa e me sentei no meio-fio da calçada, de pijama e tudo porque eu sou tchutchuca de qualquer jeito, beijinhos de luz. Ok, menos, Melina. Muito menos, quase nada.

Enquanto eu ficava lá, algumas pessoas que passavam me davam 'oi', perguntavam como eu estava… Aposto que a maioria nem se interessa sobre isso, mas quer manter a impressão de ser bonzinho.

Quando me levantei ouvi uma musiquinha que vinha do meu celular. Encarei a tela e vi o nome "Mason" com uma foto muito velha nossa. Sim, nós dois. Pacificamente. Atendi logo.

– Alô.

– Oi, Mel, tudo bem? – ouvi ele falar do outro lado da linha.

– Tudo… - respondi, entrando em casa. - Você não deveria estar na aula?

Sim, sim.– a voz dele estava sonolenta. - É que eu estava na aula de gramática e estava com sono. Então eu precisei "vir ao banheiro".

– Ah, tá.

– Enfim. – Mason suspirou. - Quer que eu vá ai ficar com você?

– Mason, você está em horário de aula.

E dai? Eu explico a situação para a professora.

– Não precisa, sério. - eu estou realmente muito surpresa com o quão fofo o Mason tem sido comigo. - Mas pede para a Annie vir aqui depois da aula.

Ok.– ele desligou.

Coloquei o telefone no bolso da minha calça e me sentei no sofá. Eu não fazia ideia do quão cansada eu estava, pois, alguns minutos depois peguei no sono pesado. Não consigo ao certo explicar o porquê, afinal, o que eu faço da vida?

Acordei com Annie me chacoalhando fortemente.

– Olá, Bela Adormecida! Está sendo muito paparicada?

– Aah, oi, Ann! Não comece com gracinhas a esta hora da manhã. - resmunguei sonolenta.

– "Manhã" - resmungou sarcasticamente. - Melina. Você tem certeza de q…

– Sim, eu estou ótima. Tenho certeza. - comentei balançando as mãos - Amiga… como foi a escola sem mim? Descreva-me seu sofrimento.

– Sofrimento? Minha filha, aquilo foi maravilhoso! Ficar tranquila, sem ter que ouvir mimimi sobre coisas chatas e sobre o quanto você odeia seu irmãozinho… Aquilo tudo parecia um sonho! Você devia faltar mais vezes, Melzinha.

– Você é uma vaca… uma imprestável e inútil vaca. Nem mentir você sabe. Afinal, o que seria dessa sua vidinha miserável sem essa belezura aqui!? - comentei rindo.

– Seria uma maravilha, sabe. - respondeu e foi para a cozinha.

Dei uma gargalhada e a segui.

– Estou com sono. - a abracei por trás e apoiei a cabeça em seu ombro. Fingi cair no sono.

– Sua sedentária.

– Sou mesmo, morra com isso.

– Ah, ai, Melina! Sai de cima de mim, animal! Sua gorda! - Annie exclamava me empurrando para trás.

Caí sentada no chão.

– Tá doente, docinho? - Mason perguntou me olhando com indiferença.

– Ei, não foi você que me ligou todo preocupado? - cruzei os braços. - Vem cá, eu preciso ser mimada.

– Pede para o seu namorado.

– Namorado? Tá bom. Me dá meu celular.

Ao invés de me entregar o aparelho, Mason veio em minha direção e me ergueu.

– Mason… - Annie chamou. - Você está doente? Você tem sido tão legal com a Melina…

– Não. - ela colocou a mão na testa dele. - Para, eu sou quente por natureza.

Annie e eu começamos a rir e ele deu um sorrisinho.

– Tá, mas… sério, me dá meu celular que agora eu vou ligar para o meu "namorado".

– Não sei onde está o seu celular. Você deveria saber, irmãzinha.

– Imbecil! Vamos para o quarto Ann. - eu disse literalmente a obrigando a subir comigo.

– Ah, mas, já vai? Fica mais um pouco. Estava tão legal ficar conversando com você aqui, sabe. - ele resmungava cinicamente enquanto subíamos as escadas.

– MELINA! - Annie gritou, me fazendo dar um pulo com o susto. - Amanhã é o baile, dá para acreditar!?

– Dá. - respondi com a mão pousada no peito. - Caralho, Annie, você quase me matou de susto.

– Me perdoe, amada. - falou, sarcasticamente. Depois se jogou na cama. - Melina?

– Hm? - murmurei indo em direção ao guarda-roupas, sem nenhum motivo especial.

– Você é muito bunduda, como consegue andar?

– Não! Você não disse isso. - exclamei rindo. - Para com isso, eu não sou bunduda. Annie, você precisa de ajuda de algum profissional. Jesus, talvez.

Ela riu e continuou deitada na cama, imóvel.

Liguei meu notebook e entrei em meu Facebook. Tinha uma solicitação de amizade nova, eu não sabia quem era, nem tinha foto nem nada.

– Annie, conhece alguma Olivia Bach? - perguntei.

– Hm… não que eu me lembre.

Bem, aceitei o convite. Só havia um jeito de descobrir quem era o tal sujeito. Alguns minutos - talvez uns dez - após o convite ter sido aceito. A garota veio falar comigo.

"Oi, 'Melzinha'" li na tela.

"Oi" respondi. Logo em seguida, perguntei quem era.

"Alguém da sua escola." respondeu.

"Hm, legal (:"

"Vamos direto ao assunto. Você estará no baile amanhã, certo!?" ela perguntou.

"Sim, sim." respondi.

"Bem, preparece para o que pode te acontecer. Estão dizendo que você irá se arrepender amargamente de ter batido na sua coleguinha de classe." Mas, como assim? "Preparece"? É muito analfabetismo nesse país. Não pode ser.

Depois disso ela saiu.

Acabo de receber uma ameaça!


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