Jogos Vorazes escrita por Lívia Andrade


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo foi baseado nos fatos desse tumblr: Fatos-odair.
obrigada por me deixar basear nos seus fatos Clato tão perfeitos.
É o maior capítulo até agora.Espero que gostem. (:



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– Está com medo Cato? – Diz a Garota do distrito 12 – Apareça e venha me enfrentar.

Estamos na Arena, estou escondido dentro de um buraco entre duas pedras, muito machucado.

– Quer que eu lhe machuque com a faca de novo? – Pergunta a garota do distrito 12

Estou sangrando, em meu braço há um corte grande e muito fundo.

– Que patético, pensei que vocês do distrito 2 eram mais corajosos.

A Garota tinha pegado minha faca enquanto eu estava dormindo e tinha me feito um grande corte no braço antes de eu conseguir me esconder.

– Ai está você – Diz ela olhando fixamente pra mim.

Tento correr, mas não consigo algo me impede. Parece que estou preso naquele buraco

– Não é a toa que minha nota foi mais alta que a sua – Diz ela abaixando a faca em minha direção.

Acordo em um pulo e percebo que meus pulsos estão fechados e meus dedos estão roxos por falta de circulação. Foi só um sonho, mas mesmo assim só aumentou minha raiva.

Eu me levanto e tomo uma chuveirada rápida, tenho um pouco mais de cuidado com os botões que aperto e me dirijo à sala de jantar. Clove, Leonis e a Mulher azul estão sentados conversando.

O Cozido de hoje foi feito com carne de carneiro e ameixas secas. Perfeito sobre o leito de arroz selvagem. Pego meu prato e me junto a eles.

– Como está sua mão? – Pergunta Clove.

– Bem melhor. – Respondo.

– Bom, vocês devem saber que hoje é um grande dia. Iremos treina-los para a entrevista de hoje à noite – Disse a Mulher Azul animada.

Clove e eu assentimos.

– Vocês terão cada um quatro horas com a Domitia (Mulher Azul) para a apresentação e quatro comigo para o conteúdo – Diz Leonis – Cato, você começa comigo.

Depois do café da manhã Leonis me leva para a Sala de estar.

– Sabe de como se trata essa entrevista? – Pergunta Leonis

– Sei.

– Então, você tem que ter uma personalidade para mostrar ao público. Sua personalidade é muito forte e isso é bom. Então seja você mesmo só que não tão rude e tenta não bater no apresentador. – Ele sorri, mas logo depois para e volta a ficar com a cara amarrada– Eu vou assumir o papel de entrevistador e você responde as perguntas.

Respondo as perguntas com postura de vencedor, mas Leonis não dá atenção. Ele sempre arruma um defeito ‘’ Você não pode dizer como vai matar a garota do distrito 12’’ ou ‘’ Você não pode dizer como vai matar ninguém’’ Ele tinha que admitir que eu era ótimo com as pessoas, quando não estou batendo nelas é claro. Mas ele simplesmente mudava minhas falas deixando elas sem graça.

– Diga que você sempre quis participar dos jogos desde quando era criança, mas não diga que treinou para isso. Aja naturalmente e fale que seus pais ficaram orgulhosos quando você se voluntariou e que todos estão torcendo muito por você.

– Se você acha que eu tenho que dizer coisas chatas... Ok, eu digo isso a ele.

Nós saímos da sala e fomos para o almoço. A Mulher Azul e Clove já estão sentadas a mesa comendo.

– Ela é ótima com a postura Leonis, uma garota exemplar – Diz a Mulher Azul assim que nós nos sentamos.

– É eles são bons – Diz Leonis com indiferença.

Eu já estava com raiva da garota do Distrito 12, que eu descobri se chamar Katniss. Nome mais idiota, agora estou com raiva de Leonis. Ele sempre está com essa cara de indiferente enquanto nós damos o nosso melhor para impressiona-lo.

Não consigo imaginar passar quatro horas com a Mulher azul e sua aula de etiqueta e postura. Mas eu me saio bem, como minha família é rica eu cresci nesse meio e sei como me comportar. Ela examina minha forma de andar, sentar e falar. Até que foi legal passar esse tempo com a Mulher Azul, a postura das pessoas da capital eram um pouco diferente da do meu distrito, mas eu peguei logo o jeito. Estava indo muito bem.

– Você pode parar de olhar para as pessoas como se quisesse mata-las? – Pediu a mulher azul pela quinta vez. Pra ela essa era a única coisa que me impedia de ser bom.

– Mas é o que eu quero fazer. – Rebati.

– Ok Ok, se você quer assim. Está bom por hoje.

À tarde nós somos dos estilistas. A equipe trabalha em mim até o final da tarde, transformando minha pele, arrumando meus cabelos os deixando com um brilho e um topete bem arrumado, deve ter cerca de quatro centímetros, e como sempre, a pior parte, tentando fazer minhas sobrancelhas.

Mas tarde um cara da equipe de transformação traz minha roupa. Um terno preto um alguns detalhes em vermelho e sapatos de marca. Eles conseguiram me deixar com um visual incrível.

O tempo passa rápido e já é hora de ir. As entrevistas ocorrem em um palco construído em frente ao Centro de treinamento. Depois de sair do quarto, só terei alguns minutos para ficar frente a frente com a multidão, as câmeras, toda a Panem.

Nós nos encontramos com o resto do pessoal do Distrito 2 no elevador. Outros estilistas trabalharam intensamente. Clove está linda, usando um vestido da cor do céu, não muito curto, nos joelhos. Seus olhos estão bem marcados e dá pra enxergar uma fina camada de maquiagem em seu rosto, mas ainda assim se vê algumas sardas delineando seu nariz. Seus cabelos estão soltos e enrolados nas postas. Percebi que os estilistas queriam passar uma imagem mais natural de Clove. E mesmo sendo natural ela estava linda. Nem dava pra reconhecer, estava sorrindo, parecia uma boneca de porcelana andando, tão frágil. Dava vontade de pegar em sua mão e guia-la pelo caminho para que chegasse sã e salva em seu destino.

Leonis e a mulher azul estão muito elegantes para a ocasião. Evito Leonis, mas aceito os elogios da Mulher azul.

Quando e elevador se abre, os outros tributos estão sendo enfileirados para subir ao palco. Todos os vinte e quatro nos sentamos em um grande arco durante toda a duração das entrevistas. Serei o terceiro, ou quarto, já que os tributos do sexo masculino são chamados depois do feminino de cada distrito.

Embora esteja anoitecendo, o Circulo da Cidade está mais iluminado do que em dia de verão. Uma unidade com assentos elevados foi colocada para acomodar os convidados ilustres, com os estilistas ocupando a primeira fileira. As câmeras vão focaliza-los quando a multidão reagindo á criatividade deles. Uma grande varanda em um edifício a direita foi reservada para os Idealizadores dos Jogos. Equipes de televisão ocuparam a maior parte das outras varandas. Mas o Círculo da Cidade e as avenidas que desembocam nele estão completamente abarrotados de gente. Só há espaço para as pessoas ficarem de pé. Nas casas e nos espaços públicos de todo país, todos os aparelhos de televisão estão ligados. Todos os cidadãos de Panem estão assistindo ao evento.

Caesar Flickerman, o homem que apresenta as entrevistas há mais de quarenta anos, sobe ao palco. Neste ano, o cabelo de Caesar está azulado e suas pálpebras e lábios estão da mesma coloração. Ele conta algumas piadas para aquecer o público, mas logo dá início aos trabalhos.

Glimmer, a garota do distrito 1 sobe ao palco. Sim eu sei o nome dela, nós tivemos uma breve conversa no dia do treinamento...


Eu estava voltando para o meu andar depois de mais um dia de treinamento, quando a loira do distrito me enquadra no corredor em direção ao elevador.

– Oi Cato – Diz ela sorrindo.

– Oi garota.

– Garota? Meu nome é Glimmer eu já te disse.

– Mas eu não queria lembrar.

Ela olha para os lados pra ver se tem alguém olhando e diz:

– Até que você é bonitinho Cato.

– O que?

– aah, você entendeu. Se você quiser me encontre aqui no corredor depois da hora de dormir. – Diz ela e logo depois entra no elevador que se fecha me deixando para trás boquiaberto.

Se vocês querem saber eu não fui me encontrar com Glimmer nesse dia eu estava muito ocupado prevendo a futura cara de frustração da garota quando não me encontrasse lá, queria ver a cena. Depois disso ela pareceu sempre tentar me encurralar pelos corredores, mas nunca conseguia, pois Clove esteve sempre ao meu lado.

Glimmer estava com um visual sensual emoldurada por uma bata dourada transparente. O mentor não teve problemas em encaixa-la no contexto. Com aquele cabelo longo e loiro, aqueles olhos cor de esmeralda, o corpo alto e deslumbrante. Ela era toda sexy.

– Pode parar de babar? – Sussurrou Clove

– Muito engraçadinha você.

Cada entrevista dura apenas três minutos. Então uma campainha soa e o próximo tributo aparece.

Clove sobe ao palco e senta graciosamente, bem que a mulher azul disse Clove tem uma bela postura.

– Clove, você está deslumbrante.

– Obrigada. – Diz ela dando um sorriso simpático.

– Me diga o que você espera dos Jogos esse ano?

– Vai ser muito sangrento.

Caesar rir e continua.

– Você tem um ótimo senso de humor.

É estranho como a capital vê mortes como humor, mas como eu não vou morrer é até engraçado mesmo.

– Minha família está torcendo muito por mim – Diz Clove respondendo a uma pergunta que eu não escutei porque estava em meu típico transe de pensamentos.

E então a campainha soa.

– Nosso tempo acabou. Muita sorte pra você, Clove do Distrito 2.

A plateia aplaude e eu me levanto andando em direção ao palco.

Aperto às mãos de Caesar e me sento.

– Cato você já tem um porte de vencedor.

– Pois é eu malhava bastante no meu distrito.

– Como você se sente sabendo que muitos tributos do seu distrito já ganharam esse jogo. É uma carga a mais pra carregar na arena?

– Na verdade não. Porque eu vou ganhar.

– E quais técnicas você vai usar pra isso?

Lembro-me de Leonis dizendo que não devo falar como vou matar minhas vítimas e continuo.

– Eu vou usar minhas habilidades que aprendi aqui. Sou ótimo com espadas e com luta corpo a corpo.

– Percebe-se só pela sua forma espetacular.

– Obrigado. Sua forma também é ótima.

– Adorei você Cato, mas então me diga o que te fez se voluntariar?

– Minha família. Eu percebi que eles sempre torciam vendo os jogos e eu cresci vendo isso. Era gratificante ver a felicidade no rosto dele quando os tributos do nosso distrito venciam e eu queria dar essa felicidade pra eles já que eu sabia que ir ser bem fácil.

– Bela resposta, então... – Começa ele, mas a capainha soa. – Sinto muito, nosso tempo acabou. Palmas para Cato, do distrito 2.

As palmas só sessão quando me sento ao lado de Clove, olho para Leonis e ele faz um sinal de aprovação. Acho que fui bem na entrevista, mas eu já sabia disso.

Ficamos sentamos enquanto ia passando tributo por tributo. Todos tentam se mostrar firmes nas respostas, mas dá pra ver o medo por trás. Até a pacata Katniss faz um discurso sobre sua irmã e como prometeu vencer os jogos esse ano.

Só faltava o garoto do distrito 12. Ele estava usando a personalidade de humor, até que era engraçado e só parou com as piadas quando Caesar pergunta se ele tem uma namorada.

– Pra um rapaz bem-apessoado como você deve ter alguma garota especial. Vamos lá, Peeta, qual é o nome dela? -

Peeta suspira.

– Bem, há uma garota. Sou apaixonado por ela desde sempre. Mas tenho certeza que ela não sabia que eu existia até a colheita.

– Ela tem namorado?

– Não sei, mas muitos garotos gostam dela.

– Então olha só o que você vai fazer. Você vence e volta pra casa. Ela não vai poder te recusar nessas circunstâncias, vai? – Diz Caesar incentivando-o

– Não sei se vai dar certo. Vencer... não vai ajudar nesse caso.

– E porque não? – quer saber Caesar, aturdido.

Peeta enrubesce e gagueja.

– Porque...porque...porque ela veio pra cá comigo.

Por um momento todos ficam em silêncio, depois focalizam o rosto de Katniss de supressa. Aposto que foi tudo marcado, até que a garota atua bem. Muito bem. As pessoas dão gritos de agonia.

– Ah, isso é falta de sorte – Diz Caesar.

– Não é uma coisa legal – Concorda Peeta

– Bem, acho que todos aqui entendem a sua situação. Seria difícil não se apaixonar por aquela jovem – Diz Caesar- Ela não sabia?

– Não até agora.

– Vocês não iam adorar se ela voltasse aqui e desse uma resposta? – Pergunta Caesar ao público. A multidão berra em concordância. – lamento muito, mas regras são regras, e Katnnis Everdeen já esgotou seu tempo. Bem, toda a sorte pra você, Peeta Mallark, e acho que estou falando por toda Panem quando digo que nosso coração está com você.

A raiva explode em mim, me controlo pra não correr entre as cadeiras e matar ali mesmo aquele garoto. Me levanto para o hino e depois volto enfileirado com os outros tributos para o saguão do centro de treinamento e entro no elevador. Clove foi andando direto para seu quarto e eu a segui.

– Que ódio desses dois!- grita Clove, com raiva. - Por que ninguém nunca pensou nisso.

Dei de ombros, frustrado.

–É óbvio que é apenas uma estratégia. Quer dizer, se alguém estivesse mesmo apaixonado durante esses Jogos, não usaria isso como vantagem.

Clove virou-se para mim e percebi que ela estava chorando de raiva e sua maquiagem estava toda borrada agora.

–O que quer dizer com isso? –

Olho para baixo e respondo.

–Quero dizer que, se dois participantes se gostassem, a última coisa que eles deveriam fazer é usar isso como vantagem.

Aquilo fez a garota franzir a testa.

–Achei que você achasse que valia tudo para ganhar.

–Quase tudo. Essa é uma das poucas coisas que os Jogos não podem sacrificar.














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Notas finais do capítulo

Espero que vocês gostem e comentem sobre o capítulo e o que acham que vai acontecer depois, eu me divirto muito com a sugestão de vocês e as vezes até me abeseio neles (:. Não deixem de comentar dizendo se gostaram o não, ok? Muito obrigada (:



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