Untitled! escrita por Amy


Capítulo 1
Sonho


Notas iniciais do capítulo

SIM SIM, EU RESOLVI VOLTAR!
foi uma decisão meio que impensada e repentina, totalmente impulsiva. Mas não me arrependo.
Só uma coisa, quero recuperar TODOS os meus reviews e minhas recomendações, então não vou aliviar.



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Eu tinha 99% de certeza de que estava sonhando, por um único e crucial motivo: Ele estava sentado numa cadeira de frente para mim, com seu violão no colo e com um lindo sorriso estampado naqueles lábios perfeitos.

É claro que era totalmente impossível que isso acontecesse, afinal, eu era apenas mais uma das milhares de fãs que ele tem, e ele nem faz idéia que existo.

Tudo era escuro a nossa volta. Eu podia ouvir apensa um leve ofegar, que logo percebi que estava vindo de mim. Essa proximidade com ele causava um total descontrole em mim. Meu coração batia tão rápido que parecia que ia explodir, eu ocasionalmente me esquecia de como respirar e por mais que eu quisesse - e eu realmente não queria – eu não conseguia desviar meus olhos dele, de suas formas perfeitas, de seu cabelo perfeitamente arrumado que de cinco em cinco segundos entra na frente daqueles lindos olhos e ele joga para o lado me fazendo suspirar, de seu sorriso brilhante, sua pele branca e suas bochechas levemente rosadas.

Ele começou a tocar uma linda melodia que eu facilmente reconheci sendo uma das minhas musicas preferidas (na verdade todas eram minhas musicas preferidas). As notas acalmaram meu coração e ele voltou a bater normalmente, mas por pouco tempo, porque foi só ouvir aquela linda, suave e perfeitamente afinada para que meu coração voltasse a ficar louco.

– I always knew you were the best, the coolest girl i know, so prettier than all the rest, the star of my show, so many times i wish you'd be the one for me, but never knew you'd be like this, girl what you do to me – ele cantou perfeitamente o som ecoando no nada.

É. Se antes restava alguma duvida de que eu estava sonhando, agora eu tinha plena certeza.

Só em sonho Justin Bieber estaria cantando ‘Favorite Girl’ pra mim.

Ele parou e ficou me encarando com seus olhinhos cheios daquele brilho que só os olhos dele têm.

Um som também muito conhecido começou a tocar. Eu sabia que era ‘One Time’ mas ele não estava cantando, estava só me encarando. E eu sabia também o que isso significava: meu despertador.

– De volta à realidade – murmurei abrindo os olhos e encarando o pôster colado no teto em cima da minha cama. Meus olhos arderam um pouco quando eu me virei pra encarar a janela.

Ja era manha, mas meu animo ainda dormia.

Me levantei sem desligar o despertador, eu tinha essa mania de deixar a musica do despertados tocar até o fim. Coloquei minha pantufa de pelinhos e fui até o closet. Antes de abri-lo fiquei observando os pôsters que cobriam a porta por tempo o suficiente para a musica do despertador acabar.

Me xinguei mentalmente por ter essa mania.

Abri a porta e corri até o radio para colocar o CD que eu ouvia toda manha. Enquanto ele começava a cantar eu fui escolher a roupa que usaria em plena segunda-feira letiva.

Quando o CD estava quase começando de novo eu estava pronta. Todo esse tempo para me vestir tão simples; minha camiseta preta escrita escrito o nome dele na frente, uma calça jeans escura e meu Nike.

Eu desliguei o radio fui até o banheiro fazer minha higiene matinal e desci até a cozinha, voando escada abaixo. Mas é claro que não seria tão fácil assim pra mim descer a escada, no ultimo degrau eu tropecei e fui de cara no chão.

– Ai – eu gritei com o rosto esmagado contra o chão gelado. Eu sou a pessoa mais destrambelhada que existe. Mal consigo dar dois passos sem tropeçar. Tenho varias cicatrizes pra me lembrar disso.

Me levantei como se nada tivesse acontecido.

Minha mãe não estava, como sempre. Ela sempre estava ocupada demais pra ficar em casa e ter tempo para suas filhas. Sempre viajando. 

Eu fingia que ja estava acostumada, mas isso me encomodava muito ainda.

E sim, eu tenho uma irmã. Seu nome é Bellinda Movanelly, ela tem 11 anos e é tudo que uma pessoa como eu mereço; calma educada, meiga e simpática.

– AMY! – ouvi alguém gritar meu nome – onde esta meu coração? – uma garotinha baixinha muito fofa veio até mim, com uma cara de assassina.

– Eu não sei Bel. Acho que esta dentro do seu corpo mantendo você viva – respondi dando de ombros e me sentando a enorme mesa vazia.

– Não se faça de inocente! Eu sei que foi você que roubou meu coração de pelúcia! – ela apontava para mim como se eu tivesse matado alguém.

Ta bom, talvez eu tenha exagerado um pouco na “calma, educada, meiga e simpática”. Na verdade era totalmente o oposto. Ela era uma pestinha atentada que vivia só pra infernizar a minha vida. Mas eu como uma boa irmã mais velha, agüento tudo calada, afinal eu tinha que cuidar dela enquanto minha mãe estava fora, ou seja, sempre.

– Eu tomei a liberdade de pegar seu coração para lavar Srta. Movanelly – August entrou na cozinha pelo lado aposto, trazendo um enorme coração vermelho de pelúcia nos braços.

Bel me mostrou a língua e correu pegar o coração.

– Bom dia August – cumprimentei educadamente.

– Bom dia Srta. Movanelly. Com esta essa manha?

– Bem, mas ficaria melhor se você me chamasse pelo meu nome – respondi sorrindo.

– Tudo bem Srta. Amy. Seu café já será servido – ele disse e se retirou.

August era um dos nossos empregados, o mais velho em nossa família. Ele esta conosco desde que me entendo por gente. Ele sempre esteve comigo quando minha mãe não estava. Às vezes acho que ele era mais minha mãe do que de fato ela.

Desde que meu pai morreu, ela vem cuidando dos negócios da família. Minha família é dona de uma linha de moda muito famosa, e minha mãe é estilista. E como ela diz: ela tem que cuidar da reputação dos Movanelly.

Besteira em minha opinião.

Uma das empregadas veio trazendo uma bandeja prateada, colocou sobre a mesa na minha frente. E la estava ele, o melhor cereal e meu preferido. Cap’n Crunch.

– Porque eu não posso fazer meu próprio cereal? – perguntei para a moça que eu sabia, só não lembrava o nome.

– Porque é pra isso que estamos aqui – ela sorriu e voltou para a cozinha.

Eu não gostava de ter empregados fazendo tudo por mim. Mas eu tinha preguiça demais pra contrariar isso, então eu deixava pra la.

Eu comi com muita calma, afinal ainda tinha muito tempo até ter que ir pra escola, sentindo bem o sabor crocante e açucarado. Quando terminei subi pra terminar de me arrumar, cuidando dessa vez na escada.

Eu não estava acostumada com toda essa vida luxuosa. Tinha apenas seis meses que nos mudamos do Brasil pra essa casa. Embora ela não fosse tão grande, mamãe insistia em ter um numero elevado de empregados. Com certeza pra justificar a falta dela, como se eles pudessem preencher o lugar da minha mãe.

Me joguei na cama e fiquei olhando o pôster colados no teto do meu quarto.

Ele era tão perfeito. Os dentes, o nariz, os olhos, a boca e o cabelo, acima de tudo o cabelo. Tudo nele me encantava.

Eu tinha um sonho, o sonho de toda belieber: conhecer ele. O mais secreto e profundo de todos os meus sonhos era outro, mas ninguém sabia da existência.

– Sonhando acordada? – Kate entrou no quarto e se jogou na cama ao meu lado.

Katherine Olsen era minha melhor amiga. Na verdade a primeira que eu fiz e acho que a única verdadeira.

– É – suspirei – e oi pra você também.

– Ah! Olá – ela sorriu – temos mesmo que ir pra escola hoje? Podemos ficar aqui e assistir um filme.

– Embora a proposta seja tentadora, nós temos que ir pra escola – o sorriso dela sumiu.

– Fazer o que, né? – ela disse por fim e nós descemos até a sala.

– Hey espera aqui que eu esqueci minha bolsa – eu disse correndo escada acima.

Abri meu armário cheio de pôsters e tirei da la minha bolsa, carregada de chaveiros e pingentes, mas material que é bom nada. Vazia.

Procurei no meio da bagunça de fotos, pôsters e roupas (mais fotos e pôsters que roupas) uma foto especial, a que ficava na capa do meu caderno.

Eu finalmente encontrei, depois de alguns minutos e coloquei dentro da bolsa, junto com meu celular e todas as coisas que garotas levam pra escola. Peguei meus óculos e desci correndo e tropeçando.

– Ô demora só pra pegar uma bolsa – Kate reclamava enquanto caminhávamos para a garagem.

– É que você não quis me ajudar a arrumar meu armario, a culpa é sua – nós rimos – outra coisa que eu invejo no JB – eu disse quando o carro ia saindo da garagem – ele estuda em casa – Kate gargalhou ao meu lado.

Minha escola ficava a poucas quadras da minha casa, mas mesmo assim eu não podia ir a pé como uma pessoa normal.

– August, eu vou almoçar na casa da Kate – eu disse saindo do carro – então não precisa me buscar.

– Ok, boa aula – nos despedimos e caminhei com Kate até onde nossos outros amigos nos esperavam.

Erik Young era a piada em pessoa, o primeiro amigos menino que eu fiz aqui, ele falava que eu era a maninha dele, comédia. Jean Louis era um francês que se mudou pra cá há uns quatro meses, ele se achava o máximo só porque era líder do time de basquete e um loiro de olhos azuis que todas as meninas da escola babavam, ta ele era realmente bonito, mas eu não consigo mais ver os garotos assim. Natasha Gray era uma patricinha mimada que só pensava em comprar e torrar o dinheiro do pai dela, mas fora isso ela era uma pessoa legal.

Os três estavam sentados no jardim sob uma das arvores.

– Olha a Srta. Bieber chegou – Erik brincou ao me ver. 

– Oi pra você também Erik – eu sorri e me sentei com eles.

– Você sabe que é só brincadeira maninha – ele disse.

– É – mas bem que podia ser verdade, completei em pensamento.

Pera, eu tinha mesmo que parar com isso.

Kate e Natasha começaram e falar de sonhos. Tentei não prestar atenção e fiquei mexendo no meu celular.

– Eu tive o melhor sonho da minha vida – Nat contou – eu sonhei que o meu pai tinha me dado dinheiro pra eu renovar meu guarda roupa inteiro – vindo dela só podia ser.

– Eu nem lembro com o que eu sonhei – Kate pensou – só sei que tinha a ver com lasanha – nós rimos, ela era apaixonada por lasanha – e você sonhou com o que Amy?

– Er – eu sabia que não devia contar, porque eles sem duvidas iriam zoar comigo o resto da aula. Apenas fiquei quieta pensando.

– E você ainda pergunta – Jean se meteu na nossa conversa – Ta na cara que ela sonhou com aquele bi... -

Eu não deixei ele terminar. Avancei pra cima dele e o derrubei de costas na grama com a pior cara que eu podia fazer.

Senti a raiva ferver dentro de mim. Eu não agüento ouvir falar mal dele.

– Bieber! Bieber! – ele completou se defendendo.

– Idiota - eu rosnei antes de sair de cima dele.

– Todo dia é a mesma coisa – Erik disse revirando os olhos. – Hey, calma maninha – Erik me abraçou de lado – e você para de encher o saco da minha irmã, pow.

– Deu pra defender a Srta. Bieber agora? – ele provocou.

– Ah, mas esse garoto ta pedindo pra apanhar hoje – eu disse com raiva. Agradeci pelo sinal ter tocado naquela hora, porque senão eu ia afundar o nariz daquele idiota.

Estudávamos todos juntos, infelizmente.

Tivemos uma pesquisa de álgebra para fazer, então fomos ao laboratório de informática.

Todos os 50 computadores laranja estavam alinhados em 10 fileiras. Corri pra sentar na ultima la atrás onde ninguém poderia ver no que estava entrando.

É claro que eu tinha coisas mais importantes do que essa pesquisa pra ver. Abri o Facebook, Twitter e site oficial dele atrás de alguma novidade que me interessasse.

Rolei a pagina pra ver se alguma coisa me chamava atenção.

Meus olhos se pregaram numa das noticias.

Justin Bieber volta às origens para show beneficente” estava escrito em letras grandes.

Se tinha uma coisa que eu me orgulhava era morar na cidade dele. Stratford, Canadá. Há seis meses quando me disseram que eu ia morar na mesma cidade que Justin Bieber eu surtei geral. E agora ele ta vindo fazer um show aqui.

AQUI NA MINHA CIDADE!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHH! – gritei sentindo o meu coração saltar de felicidade.

– O que foi? – Kate perguntou assustada.

– ELE ESTA VINDO FAZER UM SHOW AQUI! – eu sem perceber ainda gritava. Toda sala se virou e ficou me encarando.

– Isso não parece fazer parte da sua pesquisa, Srta. Movanelly – o Sr. Jacks disse olhando para o meu computador e vendo as inúmeras janelas abertas e nenhuma com a pesquisa.

Eu não respondi, estava em estado de choque.

Ele vai vim pra cá!

Ele vai vim pra cá!

Eu repetia em minha mente. Por algum motivo eu não conseguia acreditar no que eu lia. Era como um sonho se realizando.

– Me acompanhe até a diretoria, agora, Srta. Movanelly – o professor ainda falava.

Eu não conseguia responder. Queria me defender, mas a voz estava presa na garganta. Os músculos todos travados e o coração quase explodindo.

Abri minha boca pra falar, mas tudo o que saiu foi um grito agudo entre arfadas.

Então eu acho que meu coração explodiu de felicidade, porque eu não via mais nada, apaguei.

POV KATE

Desde que a Amy simplesmente desmaiou, depois de surtar ao saber da noticia mais mega fantástica pra ela, eu to aqui na enfermaria cuidando enquanto ela não acorda.

Até que foi bom porque eu perdi o trabalho de álgebra.

A “Tia da enfermaria” veio e colocou um paninho fedido no nariz dela e ela começou a acordar lentamente.

– Kate? – ela disse sonolenta e com voz de bêbada – eu tive um sonho tão maravilhoso.

– Er – eu hesitei – não foi sonho, não Amy.

– Hã? Quer dizer que...

– Ele realmente vai vim fazer um show a... -

– AAAAAAAAAAAAHHH! – ela começou a gritar assustando a mulher.

– Como você esta se sentindo – ela perguntou depois que a Amy se acalmou.

– Bem, eu acho que foi só uma queda de pressão.

– Mas mesmo assim, acho melhor eu acompanhar ela até em casa – eu me intrometi dando uma piscadinha discreta pra ela. Eu sabia que ela entenderia.

– É – ela disse fazendo uma cara de doente. Essa merecia o Oscar como melhor cara-de-pau do ano.

– Tudo bem. Eu vou avisar seu professor que você não retornará – ela disse e saiu.

– Kate você é demais – ela se levantou num pulo e me abraçou.

– Eu sei que sou.

– Obrigado, obrigado, obrigado Tebs – a não, esse apelido idiota de novo não.

– Ta, vamos – nós praticamente corremos pra fora da escola.

POV AMY

Decidimos que era melhor irmos para a casa de Kate. De certa forma era quase na minha porque ela era minha vizinha.

Eu não conseguia para um minuto de pensar nesse show. Eu ia conhecer ele, mesmo que de longe, o importante era que eu ia ver ele pessoalmente.

– Marco! – Kate chamou ao entrarmos na casa dela, que era um pouco maior que a minha.

– Pólo – respondeu uma mulher bonita descendo a escada – filha, o que faz aqui tão cedo?

– A Amy passou mal na escola, e eu achei melhor traze-la pra cá, já que a mãe dela não esta em casa.

– E como você esta se sentindo agora, querida? – ela perguntou pra mim.

– Estou melhor, mais eu preciso me deitar porque eu to meio tonta - eu menti fazendo meu teatrinho de doente e colocando a mão na testa.

– Bem, então suba e descanse que eu mando alguém levar um chazinho pra você – ela me disse.

– Obrigado – eu disse ainda me fazendo de doente.

Eu estava bem. Muito bem. Melhor do que eu nunca me senti em toda a minha vida.

Só esperamos a mãe de Kate sair e corremos pra o quarto dela. Mais precisamente para o computador dela.

Entrei novamente no site oficial dele e vi a mensagem. Quase surtei novamente.

– Então quando vai ser? – Kate perguntou deitada na cama ao meu lado.

– AAAAAAHH! – eu não consegui deixar de gritar – Daqui a cinco dias. Sábado.

– Ta tão perto. Se for assim acho que os ingressos já devem ter esgotados.

– Credo! Nem fala uma coisa dessas – eu quase gritei – se isso acontecer, eu me mato.

– Calma, sem suicídios, por favor.

– Eu to falando sério. Não sei como você consegue brincar com uma coisa dessas.

– Ta. Mas a gente tem que ir comprar os ingressos agora. Ou quer perder esse show? – eu olhei para ela por um breve momento e então corremos escadas abaixo, ignorando o cara com a bandeja de chá e indo para o carro.


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Notas finais do capítulo

Então, poucos modificações, os proximos terão mais!
vou postar beeeeem rapido o proximo, então acho que em dois ou tres dias tem mais.
QUERO TUDO O QUE EU PERDI DE VOLTA ):
Beijo, amo vocês.
A.



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